PLANOS QUE SE CONCRETIZAM
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EDITORIAL_CUSTO DO JUDICIÁRIO<br />
û û Bruno Carachesti<br />
OS ENTRAVES DA<br />
JUSTIÇA TRABALHISTA<br />
JOSÉ CONRADO SANTOS<br />
PRESIDENTE DO SISTEMA FEDERAÇÃO<br />
DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO PARÁ - SISTEMA FIEPA<br />
Com elevados custos e uma legislação que induz<br />
ao conflito, o Judiciário Trabalhista intimida a abertura<br />
e a manutenção de muitos negócios no Brasil.<br />
Com 2% da população mundial, nosso país contabiliza<br />
50% das ações trabalhistas do planeta.<br />
É preciso romper com a inércia que paralisa uma<br />
definitiva reforma da lei trabalhista. Do contrário, se<br />
o contexto atual permanecer, só tende a aumentar o<br />
desemprego e, consequentemente, a reduzir o consumo,<br />
levando empresas a fecharem suas portas, impactando<br />
negativamente no desenvolvimento do país.<br />
O custo da Justiça do Trabalho corresponde a<br />
39% do total de R$ 16,37 bilhões de despesas com o<br />
Judiciário, segundo pesquisa realizada em 2015 pela<br />
Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro<br />
(Firjan), que também sinaliza que a demanda nesta esfera<br />
judicial aumentou 78% em 15 anos. No ano de<br />
2004, entre gastos com pessoal, encargos, custeio e investimento,<br />
chegou-se a cifra dos R$ 6,3 bilhões, que<br />
equivalem a quase 60% do que foi gasto com investimentos<br />
do setor público federal em 2015, de acordo<br />
com a pesquisa.<br />
O alto valor banca uma infraestrutura ampla, que<br />
envolve 24 regiões e 3,5 mil juízes designados para dar<br />
conta de uma igualmente alta demanda de processos,<br />
que aumentou mais ainda nos últimos anos por conta<br />
do crescimento do desemprego e da informalidade.<br />
O Brasil precisa rever com urgência suas leis trabalhistas.<br />
Elas engessam o empreendedor, que disputa<br />
mercados com países muito mais avançados, como<br />
apontam dados de 2015 do Banco Mundial. Nos Estados<br />
Unidos o número de processos trabalhistas é<br />
bem mais baixo: são 75 mil ao ano. No Brasil, segundo<br />
dados do Conselho de Relações do Trabalho<br />
da Confederação Nacional da Indústria (CNI), foram<br />
registradas mais de 4 milhões de ações trabalhistas em<br />
2015.<br />
A diferença se dá porque as relações de trabalho<br />
nos Estados Unidos são regidas por negociação (acordos<br />
coletivos) enquanto no Brasil são regulamentadas<br />
pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT),<br />
cujas leis trabalhistas são consideradas um dos maiores<br />
entraves para o desenvolvimento econômico no<br />
país já que, pelos ônus excessivo (que inclui leis, decretos<br />
e portarias), desestimula a contratação de<br />
trabalhadores.<br />
Além do custo direto para o empregador ser de<br />
100% em cima do salário bruto do empregado, as<br />
enigmáticas e rotativas leis trabalhistas impulsionam<br />
mais despesas com pessoas e mecanismos para acompanhar<br />
as mudanças legislativas, que geram uma diversidade<br />
de entendimentos das normas no Judiciário.<br />
Na esteira desta Justiça Trabalhista excessivamente<br />
burocrática, complexa e paradoxalmente paternalista,<br />
os empregadores acabam por optar em contratar<br />
menos profissionais do que poderiam e, consequentemente,<br />
a economia brasileira sobrevive sem o<br />
dinamismo necessário para tornar-se robusta, competitiva<br />
e com equidade social.<br />
O CUSTO DA JUSTIÇA DO<br />
TRABALHO CORRESPONDE<br />
A 39% DO TOTAL DE<br />
R$ 16,37 BILHÕES DE<br />
DESPESAS COM O<br />
JUDICIÁRIO, <strong>SE</strong>GUNDO<br />
PESQUISA REALIZADA EM<br />
2015 PELA FIRJAN, <strong>QUE</strong><br />
TAMBÉM SINALIZA <strong>QUE</strong> A<br />
DEMANDA NESTA ESFERA<br />
JUDICIAL AUMENTOU<br />
78% EM 15 ANOS.<br />
www.fiepa.org.br<br />
PARÁ INDUSTRIAL_REVISTA DO SISTEMA FIEPA • 5