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Revolução e Contra-Revolução<br />
T. Alarcon.<br />
gero, chega entretanto a todos os extremos.<br />
Ele colocou-A como Rainha<br />
do Universo para governá-lo e,<br />
especialmente, para governar o pobre<br />
gênero humano decaído e pecador.<br />
E é vontade d’Ele que Ela faça<br />
o que Ele não quis fazer por Si, mas<br />
por meio d’Ela, régio instrumento<br />
de seu Amor. Há, pois, um regime<br />
verdadeiramente marial no governo<br />
do Universo. E assim se vê como é<br />
que Nossa Senhora, embora sumamente<br />
unida a Deus e dependente<br />
d’Ele, exerce sua ação ao longo da<br />
História. Nossa Senhora é infinitamente<br />
inferior a Deus — é evidente<br />
—, porém, Deus quis dar a Ela esse<br />
papel por um ato de liberalidade. É<br />
Nossa Senhora quem, distribuindo<br />
ora mais largamente a graça,<br />
ora menos, freando ora mais, ora<br />
menos, a ação do demônio, exerce<br />
sua realeza sobre o curso dos acontecimentos<br />
terrenos. Nesse sentido,<br />
depende d’Ela a duração da Revolução<br />
e a vitória da Contra-Revolução.<br />
Além disso, às vezes Ela intervém<br />
diretamente nos acontecimentos<br />
humanos, como o fez, por exemplo,<br />
em Lepanto. Quão numerosos<br />
são os fatos da História da Igreja em<br />
que ficou clara sua intervenção direta<br />
no curso das coisas! Tudo isto nos<br />
faz ver de quantos modos é efetiva a<br />
realeza de Nossa Senhora.<br />
Quando a Igreja canta a seu respeito:<br />
“Tu só exterminaste as heresias<br />
no mundo inteiro”, diz que seu papel<br />
nesse extermínio foi de certo modo<br />
único. Isso equivale a dizer que<br />
Ela dirige a História, porque<br />
quem dirige o extermínio<br />
das heresias<br />
dirige o triunfo da<br />
ortodoxia, e dirigindo<br />
uma e outra<br />
coisa, dirige a<br />
História no que<br />
ela tem de mais<br />
medular.<br />
Haveria um trabalho<br />
de História interessante<br />
para fazer:<br />
o de demonstrar que o demônio<br />
começa a vencer<br />
quando consegue diminuir<br />
a devoção a Nossa<br />
Senhora. Isso se<br />
deu em todas as<br />
épocas de decadência<br />
da Cristandade,<br />
em todas<br />
as vitórias da Revolução.<br />
Exemplo característico é o da<br />
Europa antes da Revolução<br />
Francesa. A devoção a Nossa<br />
Senhora nos países católicos foi<br />
prodigiosamente diminuída pelo<br />
jansenismo, e é por isso que<br />
eles ficaram como uma floresta<br />
Virgem do Apocalipse.<br />
combustível, onde uma simples chispa<br />
pôs fogo em tudo.<br />
Estas e outras considerações tiradas<br />
do ensinamento da Igreja abrem<br />
perspectivas para o Reino de Maria,<br />
isto é, uma era histórica de Fé e de<br />
virtude que será inaugurada com uma<br />
vitória espetacular de Nossa Senhora<br />
sobre a Revolução. Nessa era, o demônio<br />
será expulso e voltará aos antros<br />
infernais, e Nossa Senhora reinará<br />
sobre a humanidade por meio das<br />
instituições que para isso escolheu.<br />
O Reino de Maria<br />
e a união de almas<br />
Quanto a essa perspectiva do Reino<br />
de Maria, encontramos na obra de<br />
São Luís Maria Grignion de Montfort<br />
algumas alusões dignas de nota.<br />
Ele é, sem dúvida, um profeta que<br />
anuncia essa vinda. Disso fala claramente:<br />
“Quando virá esse dilúvio de<br />
fogo do puro amor, que deveis atear<br />
em toda a Terra de um modo tão suave<br />
e tão veemente, que todas as nações,<br />
os turcos, os idólatras, e os próprios<br />
judeus hão de arder nele e converter-se?”<br />
5 Esse dilúvio, que lavará<br />
a humanidade, inaugurará o Reino<br />
do Espírito Santo, que ele identifica<br />
com o Reino de Maria. Nosso santo<br />
afirma que vai ser uma era de florescimento<br />
da Igreja como até então<br />
nunca houve. Chega inclusive a afirmar<br />
que “o Altíssimo, com sua Santa<br />
Mãe, devem formar para Si grandes<br />
santos, que sobrepujarão em santidade<br />
a maior parte dos outros santos,<br />
como os cedros do Líbano se avantajam<br />
aos pequenos arbustos.” 6<br />
Considerando os grandes santos<br />
que a Igreja já produziu, ficamos<br />
deslumbrados ante a envergadura<br />
desses que surgirão sob o bafejo de<br />
Nossa Senhora. Nada é mais razoável<br />
do que imaginar um crescimento<br />
enorme da santidade numa era histórica<br />
em que a atuação de Nossa<br />
Senhora aumente também prodigiosamente.<br />
Podemos, pois, dizer que<br />
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