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Revista Dr Plinio 158

Maio de 2011

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Revolução e Contra-Revolução<br />

T. Alarcon.<br />

gero, chega entretanto a todos os extremos.<br />

Ele colocou-A como Rainha<br />

do Universo para governá-lo e,<br />

especialmente, para governar o pobre<br />

gênero humano decaído e pecador.<br />

E é vontade d’Ele que Ela faça<br />

o que Ele não quis fazer por Si, mas<br />

por meio d’Ela, régio instrumento<br />

de seu Amor. Há, pois, um regime<br />

verdadeiramente marial no governo<br />

do Universo. E assim se vê como é<br />

que Nossa Senhora, embora sumamente<br />

unida a Deus e dependente<br />

d’Ele, exerce sua ação ao longo da<br />

História. Nossa Senhora é infinitamente<br />

inferior a Deus — é evidente<br />

—, porém, Deus quis dar a Ela esse<br />

papel por um ato de liberalidade. É<br />

Nossa Senhora quem, distribuindo<br />

ora mais largamente a graça,<br />

ora menos, freando ora mais, ora<br />

menos, a ação do demônio, exerce<br />

sua realeza sobre o curso dos acontecimentos<br />

terrenos. Nesse sentido,<br />

depende d’Ela a duração da Revolução<br />

e a vitória da Contra-Revolução.<br />

Além disso, às vezes Ela intervém<br />

diretamente nos acontecimentos<br />

humanos, como o fez, por exemplo,<br />

em Lepanto. Quão numerosos<br />

são os fatos da História da Igreja em<br />

que ficou clara sua intervenção direta<br />

no curso das coisas! Tudo isto nos<br />

faz ver de quantos modos é efetiva a<br />

realeza de Nossa Senhora.<br />

Quando a Igreja canta a seu respeito:<br />

“Tu só exterminaste as heresias<br />

no mundo inteiro”, diz que seu papel<br />

nesse extermínio foi de certo modo<br />

único. Isso equivale a dizer que<br />

Ela dirige a História, porque<br />

quem dirige o extermínio<br />

das heresias<br />

dirige o triunfo da<br />

ortodoxia, e dirigindo<br />

uma e outra<br />

coisa, dirige a<br />

História no que<br />

ela tem de mais<br />

medular.<br />

Haveria um trabalho<br />

de História interessante<br />

para fazer:<br />

o de demonstrar que o demônio<br />

começa a vencer<br />

quando consegue diminuir<br />

a devoção a Nossa<br />

Senhora. Isso se<br />

deu em todas as<br />

épocas de decadência<br />

da Cristandade,<br />

em todas<br />

as vitórias da Revolução.<br />

Exemplo característico é o da<br />

Europa antes da Revolução<br />

Francesa. A devoção a Nossa<br />

Senhora nos países católicos foi<br />

prodigiosamente diminuída pelo<br />

jansenismo, e é por isso que<br />

eles ficaram como uma floresta<br />

Virgem do Apocalipse.<br />

combustível, onde uma simples chispa<br />

pôs fogo em tudo.<br />

Estas e outras considerações tiradas<br />

do ensinamento da Igreja abrem<br />

perspectivas para o Reino de Maria,<br />

isto é, uma era histórica de Fé e de<br />

virtude que será inaugurada com uma<br />

vitória espetacular de Nossa Senhora<br />

sobre a Revolução. Nessa era, o demônio<br />

será expulso e voltará aos antros<br />

infernais, e Nossa Senhora reinará<br />

sobre a humanidade por meio das<br />

instituições que para isso escolheu.<br />

O Reino de Maria<br />

e a união de almas<br />

Quanto a essa perspectiva do Reino<br />

de Maria, encontramos na obra de<br />

São Luís Maria Grignion de Montfort<br />

algumas alusões dignas de nota.<br />

Ele é, sem dúvida, um profeta que<br />

anuncia essa vinda. Disso fala claramente:<br />

“Quando virá esse dilúvio de<br />

fogo do puro amor, que deveis atear<br />

em toda a Terra de um modo tão suave<br />

e tão veemente, que todas as nações,<br />

os turcos, os idólatras, e os próprios<br />

judeus hão de arder nele e converter-se?”<br />

5 Esse dilúvio, que lavará<br />

a humanidade, inaugurará o Reino<br />

do Espírito Santo, que ele identifica<br />

com o Reino de Maria. Nosso santo<br />

afirma que vai ser uma era de florescimento<br />

da Igreja como até então<br />

nunca houve. Chega inclusive a afirmar<br />

que “o Altíssimo, com sua Santa<br />

Mãe, devem formar para Si grandes<br />

santos, que sobrepujarão em santidade<br />

a maior parte dos outros santos,<br />

como os cedros do Líbano se avantajam<br />

aos pequenos arbustos.” 6<br />

Considerando os grandes santos<br />

que a Igreja já produziu, ficamos<br />

deslumbrados ante a envergadura<br />

desses que surgirão sob o bafejo de<br />

Nossa Senhora. Nada é mais razoável<br />

do que imaginar um crescimento<br />

enorme da santidade numa era histórica<br />

em que a atuação de Nossa<br />

Senhora aumente também prodigiosamente.<br />

Podemos, pois, dizer que<br />

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