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Revista Dr Plinio 158

Maio de 2011

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O pensamento filosófico de <strong>Dr</strong>. <strong>Plinio</strong><br />

Virgem Maria - Igreja Santa Maria<br />

del Castello - Gênova, Itália.<br />

Mas estava construída em sua<br />

mente a ideia do que é um teatro,<br />

e ela fez o histórico de como, passo<br />

a passo, foi sentindo o mundo exterior<br />

e, em face deste, o mundo interior.<br />

Contava ela como nasceu, por<br />

exemplo, o primeiro afeto no espírito<br />

dela. Quando percebeu que um<br />

mesmo agente a atendia em várias<br />

coisas que precisava, ela, de repente,<br />

o quis bem e sentiu em si uma disposição<br />

que não conhecia, na noite de<br />

seu próprio isolamento. Realmente<br />

é uma coisa trágica!<br />

Assim ela fazia a construção do<br />

mundo e acordava a sua própria<br />

alma com as sensações do corpo.<br />

Através das descrições táteis, ela ia<br />

apreendendo os nomes das coisas e,<br />

pelo que se passava nela, também<br />

conhecendo a si própria. É uma verdadeira<br />

obra-prima da inteligência<br />

humana construir uma figura do<br />

mundo apenas através das sensações<br />

táteis.<br />

No exemplo de Helen Keller, notamos<br />

especialmente: a inteligência<br />

dela, que chegou a conhecer o Universo;<br />

e a inteligência de quem soube,<br />

por meio de diversos métodos,<br />

fazer com que ela adquirisse tais conhecimentos.<br />

Essas duas inteligências<br />

fizeram esta obra-prima de se<br />

comunicarem.<br />

Vemos assim a grandeza do espírito<br />

humano. E compreendemos esse<br />

elemento imaterial que está no<br />

homem, o qual conhece, pensa, ordena,<br />

quer, ou não quer; e, através<br />

do que ele vê nos outros, é capaz de<br />

conhecer o que nunca verá nesta vida:<br />

as almas dos outros. E não só as<br />

almas dos que existem, mas as dos<br />

que existiram e deixaram sua figura<br />

nesta Terra. Isso dá ao homem uma<br />

possibilidade, que nenhum outro<br />

ser animal tem, de deduzir a existência<br />

de Deus.<br />

Deus colocou no ápice<br />

da criação um varão:<br />

Nosso Senhor Jesus.<br />

E, imediata, porém<br />

infinitamente abaixo<br />

de Nosso Senhor Jesus<br />

Cristo, uma dama, a<br />

Rainha do Céu e da<br />

Terra.<br />

Pela mera razão,<br />

chegamos à conclusão<br />

de que Deus existe<br />

Sem revelação, mas pela pura razão,<br />

o homem chega à conclusão de<br />

que Deus existe. Todas as coisas que<br />

existem não têm força para se terem<br />

causado a si mesmas; porque aquilo<br />

que se causou a si próprio, existia<br />

antes de se causar. Se eu afirmar<br />

“eu me causei”, estou dizendo que<br />

eu existia antes de me causar. E se<br />

eu existia antes de me causar, há alguma<br />

outra causa que me causou.<br />

Então, terei que chegar a uma causa<br />

primeira.<br />

Todas as coisas são imóveis por<br />

natureza. A prova é que este meu<br />

corpo, quando dele se retirar a vida,<br />

ficará imóvel. Logo, há um fator que<br />

o movimenta, o qual não é idêntico a<br />

ele, mas pode entrar e sair dele. Ele,<br />

de si, não é móvel. O que é esse fator?<br />

Quem o fez e deu a esse fator<br />

a capacidade de mover? Motor imóvel,<br />

Deus por todos os séculos.<br />

A criação da ordem. Quando eu<br />

vejo um animal fazer, por instinto,<br />

algumas coisas ordenadas, fico abismado;<br />

são coisas sapientíssimas produzidas<br />

por um bicho perfeitamente<br />

ignorante. Um canário tem noções<br />

de harmonia que muitas pessoas não<br />

possuem. Quem não percebe que há<br />

um músico atrás desse instrumento,<br />

um artista atrás dessa obra de arte? É<br />

uma coisa evidente. E daí para frente.<br />

Através de raciocínios, o homem<br />

conclui e faz a construção da ideia<br />

de Deus. Quer dizer, nós, em relação<br />

a Deus, somos como que espécies<br />

de Helen Keller: pegamos sintomas.<br />

E perceberemos quão pequenos<br />

são esses quando virmos a<br />

Deus face a face. Fomos criados e<br />

nossas almas pedem ver a Deus diretamente,<br />

e não apenas através de<br />

sintomas. No Céu, vamos olhar para<br />

a nossa vida de agora, e nos sentiremos<br />

como uma Helen Keller que<br />

tivesse escapado da sua enfermidade<br />

e voado.<br />

A vida sobrenatural<br />

Trataremos agora da vida sobrenatural.<br />

Parece uma coisa inacreditável,<br />

mas, além de o Verbo ter-Se<br />

encarnado, e Nosso Senhor, na sua<br />

natureza humana, ter sofrido tudo<br />

quanto sofreu por amor a nós, Deus<br />

criou a graça, quer dizer, um dom<br />

pelo qual de algum modo participamos<br />

da natureza d’Ele.<br />

Quando nascemos não temos essa<br />

participação na vida divina; mas,<br />

ao sermos batizados, algo da vida divina<br />

se infunde em nós, elevando-<br />

-nos acima de nossa condição de homens,<br />

tornando-nos capazes de fazer<br />

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