You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
A progênie mariana<br />
mais antiga da História<br />
Editorial<br />
Havia três anos, jazia Israel na mais<br />
completa miséria. Tratava-se de um<br />
castigo merecido pelo país, por haver<br />
admitido o culto de Baal, recusando-se o rei a<br />
ouvir a advertência de Elias.<br />
O principal instrumento do flagelo divino era<br />
uma inclemente e prolongada seca. Rios e fontes já<br />
não dessedentavam homens e animais, nem irrigavam<br />
as hortas e os pomares.<br />
Tendo, porém, derrotado os pseudo-profetas<br />
do falso deus, e tocado o coração dos israelitas,<br />
Elias disse a Acab: “Sobe, come e bebe, pois estou<br />
ouvindo o barulho da chuva” (1 Reis, 18, 41). E a<br />
Sagrada Escritura narra o que se passou depois:<br />
“Enquanto Acab subia para comer e beber, Elias<br />
subiu ao cume do Carmelo, prostrou-se em terra e<br />
pôs o rosto entre os joelhos. Disse a seu servo:<br />
‘Sobe e olha para o lado do mar’. Ele subiu, olhou<br />
e disse: ‘Nada!’ E Elias disse: ‘Retorna sete vezes’.<br />
Na sétima vez, o servo disse: ‘Eis que sobe do mar<br />
uma nuvem, pequena como a mão de uma pessoa’.<br />
Então Elias disse: ‘Vá dizer a Acab: prepara<br />
o carro e desce, para que a chuva não te detenha’.<br />
Num instante o céu se escureceu com muita nuvem<br />
e vento, e caiu uma forte chuva” (1 Reis, 18,<br />
42-44).<br />
*<br />
Constitui tradição na Igreja considerar que<br />
aquela nuvenzinha prefigurou, para Elias, a Virgem<br />
que haveria de vir para ser a Mãe do Messias.<br />
Assim como Israel perecia à falta de água e sobre<br />
ele desceu uma chuva torrencial, assim o mundo<br />
antigo, espiritualmente ressequido, seria regado<br />
pelas graças que choveriam abundantes a partir da<br />
vinda do Divino Salvador.<br />
Esta bela narrativa bíblica vem nos remeter ao<br />
próprio cerne da vocação de uma gloriosa família<br />
religiosa: a Ordem do Carmo. Nascida da fervorosa<br />
devoção do grande Profeta Elias a Nossa Senhora,<br />
pode ela remontar sua origem até o Antigo Testamento.<br />
Herdou ela de seu Fundador um rico e<br />
variado carisma, no qual se destacam as vertentes<br />
contemplativa, profética e mariana.<br />
Ardoroso devoto de Nossa Senhora do Carmo,<br />
<strong>Dr</strong>. <strong>Plinio</strong> pertenceu à Ordem Terceira carmelitana,<br />
sendo assim membro efetivo da ilustre estirpe<br />
“eliática”. O acendrado amor que ele dedicou<br />
à Mãe de Deus, enquanto padroeira do Carmelo,<br />
transbordou várias vezes em entusiásticas palavras<br />
de louvor. Algumas delas estão transcritas neste<br />
número, a fim de celebrar a festa d’Aquela que é<br />
aclamada como “Spes omnium carmelitarum”, a Esperança<br />
de todos os carmelitas.<br />
* * *<br />
Terminamos na presente edição a série de artigos<br />
sobre a atuação de <strong>Dr</strong>. <strong>Plinio</strong> na LEC. Os fatos<br />
neles narrados nos servem para destacar o esforço<br />
a que se obrigou aquele jovem e denodado Congregado<br />
Mariano pelo bem da causa católica. Sempre<br />
foi ele avesso a disputas político-partidárias. Porém,<br />
colocado ante a perspectiva de ver seu país<br />
ganhar uma nova Constituição ainda mais marcada<br />
pelo laicismo do que a anterior, lançou-se na refrega.<br />
E seus esforços foram completamente coroados<br />
de êxito, como poderá o leitor comprovar na seção<br />
Gesta de um varão católico.<br />
DECLARAÇÃO: Conformando-nos com os decretos do Sumo Pontífice Urbano VIII, de 13 de março de 1625<br />
e de 5 de junho de 1631, declaramos não querer antecipar o juízo da Santa Igreja no emprego de palavras<br />
ou na apreciação dos fatos edificantes publicados nesta revista.Em nossa intenção, os títulos elogiosos não<br />
têm outro sentido senão o ordinário, e em tudo nos submetemos, com filial amor, às decisões da Santa Igreja.<br />
4