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Revista Dr. Plinio 93

Dezembro de 2005

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Eco fidelíssimo da Igreja<br />

do de Nossa Senhora, Ele já pensava<br />

e tinha o conhecimento de tudo.<br />

Primeiros encantos<br />

com Nossa Senhora<br />

Assim sendo, poderíamos nos perguntar<br />

quais seriam suas cogitações<br />

e reflexões naquela ocasião.<br />

Antes de tudo, pensava Ele no Pai<br />

Eterno, no Espírito Santo, nos esplendores<br />

da Santíssima Trindade, da qual<br />

é a Segunda Pessoa em união hipostática<br />

com a natureza humana. Ao mesmo<br />

tempo, deveria refletir sobre Nossa<br />

Senhora, obra-prima de toda a criação.<br />

Sem dúvida, constituía para Jesus<br />

um profundo deleite considerar Maria<br />

Santíssima naquele momento, em<br />

atitude de conhecer, adorar, analisar e<br />

acariciar o próprio Filho. Alegrava-O<br />

vê-La guardar todas as coisas no seu<br />

coração, meditando-as, perscrutando<br />

nos traços fisionômicos do Menino as<br />

correlações com tudo o que Ela, pelo<br />

dom da sabedoria, aprendera nas Escrituras<br />

acerca do Messias.<br />

Nossa Senhora estabelecia essas<br />

ligações com sumo respeito e insondável<br />

adoração para com o Divino<br />

Infante, que os recebia com verdadeiro<br />

encanto, prazer e intenso amor<br />

por sua Mãe.<br />

Ali estava também São José, e<br />

a Santíssima Virgem já exercia sua<br />

mediação, apresentando ao Menino<br />

Jesus as orações de seu esposo,<br />

pai adotivo d’Ele. Embora não fosse<br />

o progenitor segundo a carne, tinha<br />

um autêntico direito sobre o fruto<br />

das entranhas sagradas de Maria<br />

e, portanto, sobre o Recém-nascido.<br />

São José adorava o Menino Deus,<br />

agradecia a honra de ser seu pai e<br />

Lhe apresentava suas preces por<br />

meio de Nossa Senhora.<br />

Vistas proféticas sobre<br />

a História<br />

Mas o Verbo Encarnado não circunscrevia<br />

suas considerações a esse<br />

quadro radioso. Ele pensava igualmente<br />

nos anjos, nos pastores que vinham<br />

adorá-Lo, e nos Reis Magos,<br />

os quais se aproximavam de Belém e<br />

logo se prostrariam a seus pés. Além<br />

disso, podemos supor que refletia a<br />

respeito das razões que O levaram a<br />

tomar nossa natureza humana e nascer<br />

para o tempo.<br />

Esses motivos se estendiam, com<br />

vistas proféticas, ao longo de toda<br />

a História. E foi exatamente esta a<br />

meditação feita por Ele, trinta e três<br />

anos depois, no alto da cruz: durante<br />

a existência da humanidade, sofreria<br />

muitas ingratidões, mas também suscitaria<br />

incontáveis atos de adoração.<br />

No presépio, Ele via então todos<br />

os Natais da História, até o fim do<br />

mundo, com os mais diversos modos<br />

de se prestar veneração e reconhecimento<br />

ao Filho de Deus. Contemplou,<br />

por exemplo, São Luís Rei que,<br />

maravilhado diante de uma imagem<br />

do Menino Jesus, foi o primeiro —<br />

acredita-se — a se inclinar quando<br />

entoadas as palavras do Credo:<br />

“... e se encarnou pelo Espírito Santo,<br />

no seio da Virgem Maria, e se fez<br />

homem”. Como considerou a todos<br />

nós que, à imitação daquele grande<br />

monarca francês, fazemos o mesmo<br />

gesto ao rezarmos essa passagem do<br />

Símbolo dos Apóstolos.<br />

Quiçá terá antevisto os poucos<br />

fiéis no fim do mundo — antes de<br />

Ele retornar à Terra em sua pompa<br />

e majestade — cantando pela última<br />

vez o Credo, e se inclinando ao pronunciarem<br />

aquelas palavras.<br />

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