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Eco fidelíssimo da Igreja<br />
do de Nossa Senhora, Ele já pensava<br />
e tinha o conhecimento de tudo.<br />
Primeiros encantos<br />
com Nossa Senhora<br />
Assim sendo, poderíamos nos perguntar<br />
quais seriam suas cogitações<br />
e reflexões naquela ocasião.<br />
Antes de tudo, pensava Ele no Pai<br />
Eterno, no Espírito Santo, nos esplendores<br />
da Santíssima Trindade, da qual<br />
é a Segunda Pessoa em união hipostática<br />
com a natureza humana. Ao mesmo<br />
tempo, deveria refletir sobre Nossa<br />
Senhora, obra-prima de toda a criação.<br />
Sem dúvida, constituía para Jesus<br />
um profundo deleite considerar Maria<br />
Santíssima naquele momento, em<br />
atitude de conhecer, adorar, analisar e<br />
acariciar o próprio Filho. Alegrava-O<br />
vê-La guardar todas as coisas no seu<br />
coração, meditando-as, perscrutando<br />
nos traços fisionômicos do Menino as<br />
correlações com tudo o que Ela, pelo<br />
dom da sabedoria, aprendera nas Escrituras<br />
acerca do Messias.<br />
Nossa Senhora estabelecia essas<br />
ligações com sumo respeito e insondável<br />
adoração para com o Divino<br />
Infante, que os recebia com verdadeiro<br />
encanto, prazer e intenso amor<br />
por sua Mãe.<br />
Ali estava também São José, e<br />
a Santíssima Virgem já exercia sua<br />
mediação, apresentando ao Menino<br />
Jesus as orações de seu esposo,<br />
pai adotivo d’Ele. Embora não fosse<br />
o progenitor segundo a carne, tinha<br />
um autêntico direito sobre o fruto<br />
das entranhas sagradas de Maria<br />
e, portanto, sobre o Recém-nascido.<br />
São José adorava o Menino Deus,<br />
agradecia a honra de ser seu pai e<br />
Lhe apresentava suas preces por<br />
meio de Nossa Senhora.<br />
Vistas proféticas sobre<br />
a História<br />
Mas o Verbo Encarnado não circunscrevia<br />
suas considerações a esse<br />
quadro radioso. Ele pensava igualmente<br />
nos anjos, nos pastores que vinham<br />
adorá-Lo, e nos Reis Magos,<br />
os quais se aproximavam de Belém e<br />
logo se prostrariam a seus pés. Além<br />
disso, podemos supor que refletia a<br />
respeito das razões que O levaram a<br />
tomar nossa natureza humana e nascer<br />
para o tempo.<br />
Esses motivos se estendiam, com<br />
vistas proféticas, ao longo de toda<br />
a História. E foi exatamente esta a<br />
meditação feita por Ele, trinta e três<br />
anos depois, no alto da cruz: durante<br />
a existência da humanidade, sofreria<br />
muitas ingratidões, mas também suscitaria<br />
incontáveis atos de adoração.<br />
No presépio, Ele via então todos<br />
os Natais da História, até o fim do<br />
mundo, com os mais diversos modos<br />
de se prestar veneração e reconhecimento<br />
ao Filho de Deus. Contemplou,<br />
por exemplo, São Luís Rei que,<br />
maravilhado diante de uma imagem<br />
do Menino Jesus, foi o primeiro —<br />
acredita-se — a se inclinar quando<br />
entoadas as palavras do Credo:<br />
“... e se encarnou pelo Espírito Santo,<br />
no seio da Virgem Maria, e se fez<br />
homem”. Como considerou a todos<br />
nós que, à imitação daquele grande<br />
monarca francês, fazemos o mesmo<br />
gesto ao rezarmos essa passagem do<br />
Símbolo dos Apóstolos.<br />
Quiçá terá antevisto os poucos<br />
fiéis no fim do mundo — antes de<br />
Ele retornar à Terra em sua pompa<br />
e majestade — cantando pela última<br />
vez o Credo, e se inclinando ao pronunciarem<br />
aquelas palavras.<br />
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