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Amor ao Romano Pontífice<br />
Editorial<br />
A<br />
Ao despontar o dia 16 deste mês, os sinos de<br />
Roma e de todo o orbe católico dobrarão<br />
festivamente, comemorando o jubileu de<br />
prata do pontificado de João Paulo II. Limiar esplendoroso,<br />
ultrapassado apenas pelo próprio Príncipe dos<br />
Apóstolos na aurora da Igreja e, nos tempos recentes,<br />
pelo Bem-aventurado Pio IX e por Leão XIII.<br />
Às entusiasmadas celebrações que hão de marcar<br />
essa magna data deseja se unir nossa revista, oferecendo<br />
aos seus leitores eloqüentes palavras com as quais<br />
<strong>Dr</strong>. Plínio rende homenagem ao Sucessor de Pedro.<br />
Sua ardorosa fidelidade à Cátedra da Verdade,<br />
<strong>Dr</strong>. Plínio a demonstrou desde os primórdios de sua<br />
militância católica, fazendo-a reluzir ao lado de outras<br />
duas devoções cultivadas por ele de modo não menos<br />
intenso — à Sagrada Eucaristia e a Nossa Senhora.<br />
Eucaristia, Maria e o Papa: eis a trilogia sobre a<br />
qual se alicerçava a vida espiritual assim como toda<br />
a existência de <strong>Dr</strong>. Plínio, inteiramente consagrada<br />
aos superiores interesses da Religião. Porém, como<br />
ele mesmo observava, nessa maravilhosa corrente<br />
constituída por tríplice amor, o elo mais frágil, o mais<br />
vulnerável, aquele que, uma vez rompido, abalaria a<br />
resistência dos demais, era o do Papado. Daí a necessidade<br />
de manifestar em relação a este a entrega, a solicitude<br />
e a veneração ilimitadas que lhe devemos.<br />
Dessa postura de alma deixou-nos <strong>Dr</strong>. Plínio um<br />
belo testemunho:<br />
“À medida que vou vivendo, pensando e ganhando<br />
experiência, vou compreendendo e amando mais o<br />
Papa e o Papado. Lembro-me ainda das aulas de catecismo<br />
em que [este último] me foi explicado, sua<br />
instituição divina, seus poderes, sua missão. Meu coração<br />
de menino (eu tinha então 9 anos) se encheu<br />
de admiração, de enlevo, de entusiasmo: eu encontrara<br />
o ideal a que me dedicaria por toda a vida. De lá<br />
para cá, o amor a esse ideal não tem senão crescido.<br />
E peço aqui a Nossa Senhora que o faça crescer mais<br />
e mais em mim, até o meu último alento. Quero que<br />
o derradeiro ato de meu intelecto seja um ato de Fé no<br />
Papado. Que meu último ato de amor seja um ato de<br />
amor ao Papado. Pois assim morrerei na paz dos eleitos,<br />
bem unido a Maria, minha Mãe, e por Ela a Jesus,<br />
meu Deus, meu Rei e meu Redentor boníssimo.<br />
“E este amor ao Papado não é em mim um amor<br />
abstrato. Ele inclui um amor especial à pessoa sacrossanta<br />
do Papa, seja ele o de ontem, como o de hoje ou<br />
o de amanhã. Amor de veneração. Amor de obediência.<br />
“Sim, insisto: de obediência. Quero dar a cada ensinamento<br />
deste Papa, como de seus antecessores e<br />
sucessores, toda aquela medida de adesão que a doutrina<br />
da Igreja me prescreve, tendo por infalível o que<br />
ela manda ter por infalível, e por falível o que ela ensina<br />
que é falível. Quero obedecer às ordens deste<br />
ou de qualquer outro Papa em toda a medida que a<br />
Igreja manda que sejam obedecidas. Isto é, não lhes<br />
sobrepondo jamais a minha vontade pessoal, nem a<br />
força de qualquer poder terreno, e só, absolutamente<br />
só recusando obediência à ordem do Papa que<br />
importasse eventualmente em pecado. Pois neste caso<br />
extremo, como ensinam — repetindo o Apóstolo<br />
São Paulo — todos os moralistas católicos, é preciso<br />
colocar acima de tudo a vontade de Deus.<br />
“Foi o que [aprendi] nas aulas de catecismo. Foi<br />
o que li nos tratados que estudei. Assim penso, assim<br />
sinto, assim sou. E de coração inteiro.” 1<br />
Seja, pois, o presente número um preito de homenagem<br />
e reconhecimento a <strong>Dr</strong>. <strong>Plinio</strong> enquanto varão<br />
“plenamente romano”!<br />
1 ) Folha de São Paulo, 12/7/1970<br />
DECLARAÇÃO: Conformando-nos com os decretos do Sumo Pontífice Urbano VIII, de 13 de março de 1625<br />
e de 5 de junho de 1631, declaramos não querer antecipar o juízo da Santa Igreja no emprego de palavras<br />
ou na apreciação dos fatos edificantes publicados nesta revista. Em nossa intenção, os títulos elogiosos não<br />
têm outro sentido senão o ordinário, e em tudo nos submetemos, com filial amor, às decisões da Santa Igreja.<br />
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