Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
19<br />
anos<br />
Viajar com <strong>Saber</strong>... Pavia<br />
Ciclo de Cinema LGBTI no Funchal<br />
ANO XVII • N.º232 Mensal Setembro 2016 • €2<br />
Luísa<br />
Castel-Branco<br />
“Gosto do silêncio para escrever“<br />
[Des]Conhecida<br />
Arte<br />
Oficina<br />
de Reciclagem e Arte<br />
Mural<br />
Cristiano Ronaldo<br />
No Centro Cívico<br />
de Santo António
Nao deixe de recordar esses momentos !<br />
Coloque bem perto de si tudo o que é essencial na sua vida !<br />
PUB<br />
Editora<br />
OLiberal<br />
Adquira-o a preço de custo<br />
Edifício O Liberal<br />
PEZO, Lote7, Socorridos<br />
9004-006 Câmara de Lobos<br />
Tel. 291 911 300<br />
Fax 291 911 309<br />
Email: comercial@oliberal.pt<br />
O talento da escrita consiste apenas na escolha das palavras...<br />
A leitura é uma viagem da mente,<br />
Não Fique na sombra...<br />
a ausência agradável da vida e de si mesmo...<br />
Nós editamos<br />
Frases<br />
a sua obra<br />
curtas<br />
!*<br />
que fizeram o caminho...<br />
Cada novo livro, no momento da escrita,<br />
apaga o anterior...<br />
Alguns exemplos<br />
*Mediante acordo e condições entre a Editora e o Autor
04<br />
08<br />
10<br />
12<br />
13<br />
Entrevista<br />
O livro ‘A Vida nos Teus<br />
Olhos – a vida tal como ela<br />
é’ foi o pretexto para uma<br />
conversa com a jornalista,<br />
apresentadora de televisão<br />
e escritora que, à sombra<br />
das árvores ancestrais<br />
do Jardim Municipal do<br />
Funchal, explicou como foi<br />
produzir o livro que nunca<br />
pensou escrever. Do amor<br />
ao amor pelos filhos e netos,<br />
a doença que mudou a sua<br />
vida há 20 anos, a escrita,<br />
o medo de perder memórias<br />
e a morte... A vida tal como<br />
ela é na visão de Luísa<br />
Castel-Branco.<br />
Opinião António Castro<br />
(Des)Conhecida Arte<br />
As peças recicladas da<br />
Oficina de Reciclagem e<br />
Arte.<br />
Opinião Teresa Brazão<br />
Marcas Icónicas<br />
Disney<br />
sumário<br />
Percorrer a rua Dr. Fernão de Ornelas<br />
LUGARES DE CÁ PAG. 09<br />
20<br />
22<br />
24<br />
26<br />
28<br />
30<br />
Publireportagem<br />
Gabinete do Funchal para<br />
reinventar a cidade.<br />
Opinião<br />
João Lucas<br />
De A a Z...<br />
Raquel Lombardi<br />
Viajar com <strong>Saber</strong>...<br />
Pavia<br />
<strong>Madeira</strong><br />
Na tela de Susana<br />
Jasmins, não há<br />
espaços vazios e todos<br />
os bocadinhos são<br />
preenchidos com cor,<br />
muitas cores intensas e<br />
vibrantes, que é como esta<br />
artista/Técnica de Serviço<br />
Social está na vida.<br />
Moda<br />
Moda masculina e urbana<br />
para os tempos mais frios<br />
da Loja Street Fashion na<br />
fotografia da Ddiarte.<br />
14<br />
<strong>Madeira</strong><br />
Ciclo de Cinema LGBTI no<br />
Funchal.<br />
35<br />
Tendências<br />
Ela e Ele no outono/<br />
inverno 2016.<br />
16<br />
Opinião Hélder Spínola<br />
36<br />
Agenda Cultural<br />
Setembro<br />
17<br />
Opinião Natália Vieira<br />
5.º aniversário da Animad<br />
40<br />
Social<br />
18<br />
Opinião Pai Nélio D’Oxalá<br />
48<br />
À mesa com...<br />
Fernando Olim<br />
19<br />
Nutrição<br />
Sabores outonais pela<br />
nutricionista Alison de Jesus<br />
50<br />
Site do Mês...<br />
www.visitfunchal.pt<br />
O “Trail Running” por Jessie Serrão<br />
Desporto PAG. 23<br />
Siga-nos também em www.facebook.com/sabermadeira<br />
e em www.sabermadeira.pt<br />
saber | Setembro | 2016<br />
3
ENTREVISTA<br />
“Dou por mim a escrever nos sítios mais<br />
Luísa Castel-Branco<br />
A tarde no Jardim Municipal tem novo encanto com um sorriso,<br />
e Luísa Castel-Branco tem esse sorriso nesta conversa em que<br />
conta como foi criar o livro que apresentou na Feira do Livro<br />
do Funchal. ‘A Vida nos Teus Olhos – a vida tal como ela é’ é<br />
o fio condutor da conversa com a jornalista, apresentadora<br />
de televisão e escritora antes da sua partida para Lisboa mas<br />
em que, neste meio tempo, abre o livro das verdades da sua<br />
vida, de amor e do amor incondicional pelos filhos António,<br />
Gonçalo e Inês, e inabalável pelos cinco netos: Inês, Simão, os<br />
gémeos António e Vasco, e Pedro. Luísa – o sobrenome Castel-<br />
Branco vem do seu primeiro casamento com António Mendo<br />
Graça Caldeira de Castel-Branco, bisneto do 1.º Visconde de<br />
Alter do Chão e sobrinho-tetraneto do 1.º Barão de Brissos,<br />
nasceu em Lisboa, em 12 de abril de 1954. Foi co-fundadora<br />
da revista Máxima, onde se manteve mesmo depois de assumir<br />
a assessoria de imprensa do Ministério das Obras Públicas.<br />
Em 1999, aceitou o convite para fazer parte do projecto Canal<br />
Notícias de Lisboa e começou a conduzir o programa ‘Luísa’.<br />
Na televisão, apresentou o concurso ‘Dinheiro à Vista’ (TVI) e,<br />
mais tarde, na RTP1, o programa diário ‘Emoções Fortes’ e o<br />
concurso ‘O Elo Mais Fraco’. Depois de uma pausa, voltou aos<br />
programas em directo, com ‘Noites Interactivas’, no canal 21 da<br />
TVCabo. Desde 1995 que vive em união de facto com Francisco<br />
Colaço. Em 2004, com 49 anos, sofreu um AVC. Em 2016, no<br />
programa ‘Você na TV’ revelou que é doente de Hidradenite<br />
Supurativa, uma doença rara e degenerativa. Publicou nove<br />
livros entre os anos de 2001 e 2014; o décimo título, ‘A Vida nos<br />
Teus Olhos – a vida tal como ela é’ chegou em 2016, em jeito de<br />
desabafo pessoal.<br />
Dulcina Branco<br />
Fotos: O Liberal<br />
4<br />
saber | Setembro | 2016
incríveis”<br />
Jornalista, apresentadora de televisão,<br />
escritora, mãe, avó. Comecemos<br />
pelo último que é o mesmo<br />
que perguntar como se sente no<br />
papel de avó.<br />
- Adoro ser avó. Os meus netos são a<br />
minha alegria. Diz o povo que Deus<br />
dá os netos para gozarmos a velhice<br />
e acho que é mesmo verdade. Temos<br />
os filhos e depois temos os netos que<br />
são uma outra parte maravilhosa da<br />
nossa vida. Sentimos que, por eles,<br />
vale a pena viver.<br />
‘A Vida nos Teus Olhos – A vida tal<br />
como ela é’. O que é e do que trata<br />
este livro?<br />
- É um livro que era para ser uma<br />
coisa e foi outra. Acaba por ser um<br />
livro muito autobiográfico, com textos<br />
e histórias que acabam por ser<br />
um pouco a minha visão do mundo,<br />
do amor e do amor pelos filhos<br />
e netos, do que é envelhecer, da falta<br />
de saúde, das minhas memórias<br />
de infância...<br />
É o seu livro mais importante?<br />
- É. É o livro que eu pensava nunca<br />
vir a escrever porque é um livro muito<br />
pessoal e neste sentido, o livro vai<br />
por aí, numa viagem à minha infância,<br />
ao passado, ao presente e perspetiva<br />
do futuro, a forma como olho<br />
para a vida, o envelhecimento – é<br />
muito difícil envelhecer. Ninguém<br />
quer ser velho e envelhecer não é<br />
uma coisa fácil. Falo da minha doença...Passou<br />
a haver um eu antes e<br />
um eu depois da doença, a morte...<br />
Pensa na morte?<br />
- Quando se tem problemas de saúde,<br />
é impossível não pensar na morte...<br />
Repare: eu tinha 49 anos quando<br />
sofri um AVC. Fiquei com sequelas<br />
– perdi a visão periférica do olho<br />
direito. Não fiquei numa cadeira de<br />
rodas. Não perdi a fala. Não perdi<br />
nada de importante mas dei comigo<br />
a ser outra pessoa. Virei introspetiva.<br />
Calada. Cheia de medos. Da morte,<br />
nomeadamente. Por outro lado,<br />
vivo há 20 anos com uma doença<br />
que condiciona o meu bem estar. A<br />
Hidradenite Supurativa é uma doença<br />
rara para a qual não se encontrou<br />
ainda a cura. Afeta 10% da população<br />
mundial. Surge nos tecidos<br />
moles e é difícil de detectar no início.<br />
Os médicos não estão alertados<br />
{<br />
Já não tendo os<br />
filhos em casa,<br />
escrevo quando<br />
me apetece; não<br />
tenho uma hora<br />
certa para escrever.<br />
Escrevo à noite,<br />
de madrugada,<br />
durante o dia...<br />
Com silêncio.<br />
Gosto do silêncio<br />
para escrever. Hoje<br />
gosto.<br />
{<br />
para esta doença e no meu caso, o<br />
que aconteceu é que, os médicos pensavam<br />
que eu tinha quistos e furúnculos.<br />
Depois de ir a muitos médicos,<br />
chegou-se à conclusão que tenho<br />
uma doença degenerativa que ataca<br />
a zona da mama e a parte genital,<br />
onde surgem ulcerações parecidos<br />
com quistos ou furúnculos. A<br />
ferida assemelha-se a um quisto que<br />
irrompe na pele e não fecha.É preciso<br />
ir ao hospital para “lancetar” ou<br />
limpar a ferida. O tratamento é feito<br />
com antibióticos e comprimidos<br />
para doentes do cancro. Há alturas<br />
em que não consigo andar, vestirme<br />
e despir-me. É viver com dores<br />
24 horas sobre 24 horas e o que alivia<br />
as dores são a toma diária de<br />
cortisona e antibióticos. É impossível<br />
não pensar na morte, quer dizer,<br />
não é pensar na morte em si mas é<br />
pensar que não tenho a qualidade de<br />
vida que tinha antes de ficar doente<br />
mas o que mais me custa nisto é a<br />
possibilidade de perder a memória,<br />
de perder memórias, por isso, quis<br />
deixar explícito neste livro quem<br />
sou, as coisas em que acredito e afirmar<br />
que sou uma pessoa fragilizada<br />
devido à doença. Aparento ser uma<br />
mulher forte, criam-se rótulos e eu<br />
tive o rótulo de ser uma mulher forte.<br />
Acho que até sou forte, aguento a<br />
dor, mas ser forte não evita que haja<br />
um milhão de vulnerabilidades em<br />
mim e portanto, é a primeira vez que<br />
escrevo num livro sobre a doença<br />
autoimune que faz com que todos os<br />
dias esteja doente, que faz com que<br />
o meu sistema imunitário seja muito<br />
frágil e que apanhe todos os vírus,<br />
que basta uma mudança de temperatura<br />
para adoecer. Pedi à minha<br />
filha Inês para dar uma vista de<br />
olhos ao livro antes de publicar e ela,<br />
que é desta geração das mensagens<br />
escritas, respondeu: já ri, já chorei...<br />
É um livro extremamente verdadeiro,<br />
é isto. Não é um romance como<br />
outros meus livros anteriores mas<br />
passa uma mensagem de esperança<br />
e de como é bom estar vivo. Desde<br />
que, estejamos vivos, temos que<br />
agradecer a Deus, é isso. É o facto<br />
de estar cá e ver a minha família,<br />
os meus filhos e netos, os meus amigos<br />
e conhecidos, todos bem nas suas<br />
vidas, é isto que me faz feliz.<br />
Escreveu este livro para um público<br />
específico?<br />
- Não, pese embora este livro possa<br />
ser melhor percebido por mulheres<br />
do que por homens. Neste sentido,<br />
está mais dirigido para mulheres,<br />
de todas as idades. Tem momentos<br />
em que falo da fragilidade da vida,<br />
o peso da idade, a falta de dinheiro,<br />
a falta de saúde, o medo da morte...<br />
Não quis com este livro dizer que sou<br />
especial ou que sou melhor do que<br />
qualquer outra pessoa mas precisava<br />
mostrar que o que faço é cumprir a<br />
função de estar viva, amar quem me<br />
ama e buscar junto dos meus netos a<br />
força da minha vida.<br />
Entretanto, continua a trabalhar<br />
em televisão...<br />
- Sim, estou a trabalhar no programa<br />
´Passadeira Vermelha´ que é<br />
um programa divertido de crítica<br />
social e humor...<br />
Com a mesma paixão de sempre<br />
pelo trabalho?<br />
- Sempre. Gosto muito de trabalhar.<br />
Enquanto estou a trabalhar, não me<br />
lembro da doença. É preciso ter uma<br />
força enorme para te levantares, pôr<br />
um sorriso na cara e enfrentar a vida<br />
mas faço-o porque gosto muito do<br />
meu trabalho. Dá para me divertir<br />
imenso e ver realidades que não são<br />
as minhas mas que estão presentes<br />
no mundo.<br />
É diferente a Luísa apresentadora<br />
de televisão da Luísa escritora?<br />
- Não. A Luísa que as pessoas vêem<br />
na televisão é exactamente igual à<br />
Luísa que está aqui sentada, à sua<br />
frente. Se calhar, deveria ser diferente,<br />
mas aquilo que sou na televisão,<br />
sou-o também no dia-a-dia.<br />
Ser escritora a tempo inteiro pode<br />
dizer-se que seria a sua profissão<br />
de sonho?<br />
- Completamente. Seria à escrita<br />
que dedicaria todo o meu tempo, se<br />
eu pudesse, apesar de gostar muito<br />
de televisão.<br />
Quando e como é que escreve, e<br />
sobre que temas gosta de escrever?<br />
- A escrita é uma actividade maravilhosa.<br />
Dou por mim, por vezes, a<br />
escrever nos sítios mais incríveis. Já<br />
não tendo os filhos em casa, escrevo<br />
quando me apetece e não tenho uma<br />
saber | Setembro | 2016 5
ENTREVISTA<br />
É uma sensação maravilhosa mexer nas folhas de um livro e espero que o papel<br />
hora certa para escrever. Escrevo<br />
à noite, de madrugada, durante o<br />
dia... Com silêncio. Gosto do silêncio<br />
para escrever. Hoje gosto.<br />
Lida mal com o silêncio?<br />
- Com a saída dos meus filhos de<br />
casa, tive que me habituar ao silêncio.<br />
Não foi fácil. Sobrava silêncio<br />
por todo o lado, tinha vontade<br />
de chorar mas aprendi a respeitar<br />
a vida que eles escolheram. Só<br />
anos mais tarde é que comecei a<br />
saber aproveitar o silêncio e hoje é<br />
imprescindível quando escrevo. O<br />
silêncio é uma condição fundamental<br />
para escrever. Adoro o silêncio e<br />
gosto de escrever sobre tudo. Tenho<br />
uma necessidade urgente de escrever<br />
e então, escrevo todos os dias.<br />
Quando me envolvo num romance,<br />
escrevo durante meses. Envolvo-me<br />
numa existência paralela, o que não<br />
aconteceu neste último livro que foi<br />
construído sobre reflexões pessoais<br />
de assuntos marcantes da minha<br />
vida. Poderia ter sido finalizado há<br />
mais tempo mas houve períodos difíceis<br />
devido à doença, e tive que fazer<br />
pausas. O ano passado foi um ano<br />
fisicamente difícil o que fez com que<br />
não terminasse este livro que acaba<br />
por ser um desabafo.<br />
Concorda com as novas regras do<br />
Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa?<br />
- Não, e não as aceito. Vou continuar<br />
a escrever como aprendi a escrever.<br />
Nunca, na minha vida,<br />
Vou ter isto em atenção nesta<br />
entrevista, escrevendo de acordo<br />
com a escrita “antiga”. Escreve<br />
computador ou é com o lápis e<br />
uma folha de papel?<br />
- Tudo ao computador porque a<br />
minha letra é ilegível.<br />
E dá o rascunho dos livros a<br />
alguém para ler, antes da edição?<br />
- Não. O livro segue logo para a editora.<br />
O virtual poderá substituir o papel?<br />
Livros e jornais em papel poderão<br />
desaparecer, na sua opinião?<br />
- Há poucos anos, diria que isso seria<br />
impossível, no entanto, hoje em dia,<br />
fenómenos como ‘O Observador’, jornal<br />
“on-line” que leio religiosamente,<br />
fez-me perceber que as coisas<br />
mudaram muito, e o que me parecia<br />
impossível - deixar de ler jornais<br />
em papel, comprar e sentir o jornal<br />
– hoje é possível. Penso que o futuro<br />
será pelo virtual, cada vez mais,<br />
o virtual está presente, no entanto,<br />
acredito que o papel continuará<br />
a existir.<br />
O “ebook” é uma possibilidade na<br />
sua bibliografia?<br />
- Não enveredei pelo ebook e não<br />
penso nisso. Adoro o cheiro dos<br />
livros, o cheiro a papel... É uma sensação<br />
maravilhosa mexer nas folhas<br />
de um livro e espero que o papel nunca<br />
desapareça.<br />
Ainda fuma?<br />
- Sim. É um vício que queria perder<br />
mas não consigo e o que eu<br />
digo é que quem nunca fumou, que<br />
não experimente. Fumo desde os 13<br />
6<br />
saber | Setembro | 2016
nunca desapareça.<br />
anos, estou com 62 anos, faça lá as<br />
contas: 49 anos a fumar. Levei uma<br />
tareia mas nem por isso, deixei o<br />
cigarro. Fumava às escondidas.<br />
Era irreverente?<br />
- Sempre fui... Nesse tempo, antes<br />
do 25 de Abril, era impensável uma<br />
rapariga fumar ou ir sozinha ao<br />
café... Era impensável puxar do<br />
cigarro no café mas eu era diferente.<br />
Sou muito feminista. Acho que<br />
uma mulher só é verdadeiramente<br />
livre quando é financeiramente independente.<br />
Foi fundamental que as<br />
mulheres conquistassem o direito ao<br />
voto. Sou uma privilegiada porque<br />
escrevo, tenho trabalho mas muitas<br />
mulheres não têm este direito e<br />
morrem vítimas de violência doméstica...<br />
São problemas pelos quais me<br />
interesso.<br />
O que é que a preocupa na actualidade?<br />
- Vivemos num mundo em ebulição<br />
e de extremos. É um mundo<br />
que está a desagregar-se. É cada<br />
vez mais difícil, apontar um local<br />
no planeta onde haja paz e as pessoas<br />
vivam bem, então, acho que,<br />
a revolução faz-se dentro de casa.<br />
No nosso pequeno mundo interior,<br />
temos que pôr aquilo que é realmente<br />
importante e passar valores<br />
aos filhos e netos, e acreditar que os<br />
outros vão fazer igual.<br />
O que é que gosta de fazer quando<br />
não está a trabalhar?<br />
- Estar com os netos, caminhar a<br />
pé, fazer “tricôt”, croché e bordado.<br />
Não consigo estar quieta. Tenho<br />
que ter as mãos ocupadas. O povo<br />
diz que mãos paradas é chamar o<br />
diabo, quer dizer que não vem coisa<br />
boa à cabeça quando estamos parados...<br />
Tenho um fascínio por ditos<br />
populares.<br />
Qualquer dia, está a publicar sobre<br />
ditos populares...<br />
- Adorava. Gosto muito dos ditos<br />
populares, da sabedoria popular.<br />
São poços de sabedoria. Interessome<br />
muito.<br />
Tem novos livros na forja?<br />
- Sim. Dois novos livros sobre os<br />
quais não posso falar.<br />
Esteve na Feira do Livro do Funchal<br />
2016. Gostou de participar?<br />
- Muito. Estou muito grata à organização<br />
da Feira do Livro do Funchal,<br />
pelo convite. Foi uma honra!. Gosto<br />
muito destas iniciativas porque gosto<br />
de interagir com as pessoas. Gosto<br />
desta aproximação do leitor e escritor.<br />
As pessoas vêm ter comigo e<br />
conversam comigo e gosto disso. As<br />
pessoas são muito simpáticas para<br />
{<br />
É fundamental<br />
passar valores aos<br />
filhos e netos, e<br />
acreditar que os<br />
outros vão fazer<br />
igual.<br />
{<br />
comigo. Tenho muita sorte nisto.<br />
Na <strong>Madeira</strong>, o que é gosta e como<br />
é que se sente cá?<br />
- Muito bem. Adoro a <strong>Madeira</strong>. É<br />
um perfume a flores, é um cheiro<br />
a açúcar das árvores, é uma beleza<br />
fantástica. As pessoas são muito<br />
simpáticas. A comida, maravilhosa.<br />
Comi uma sopa de peixe como não<br />
comia há anos. Sou mais apreciadora<br />
de peixe do que de carne mas aqui<br />
na <strong>Madeira</strong>, é difícil escolher porque<br />
é tudo tão bom!. Aqui a carne<br />
sabe a carne, o peixe sabe a peixe. É<br />
tudo bom e tenho comido muito. Não<br />
gosto muito de comer e depois tenho<br />
imensas intolerâncias mas gosto de<br />
comer quando estou na <strong>Madeira</strong>. ><br />
saber | Setembro | 2016 7
OPINIÃO<br />
Momentos únicos<br />
Há dias de calmaria. Os<br />
relógios não fazem falta,<br />
o calendário confunde-se<br />
(«quantos são, hoje?»),<br />
a rádio seleciona-nos a música e<br />
as varandas à beira mar (algumas<br />
vezes existentes, só para que<br />
os proprietários tenham a tarefa<br />
de as limpar) podem contar<br />
com a nossa companhia. A azáfama<br />
da vida decorre, então e literalmente,<br />
mesmo atrás das nossas<br />
costas, com um manancial de<br />
preocupações, heroísmos discretos,<br />
códigos sociais, ilusões e vaidades<br />
mesquinhas. À minha frente,<br />
só o mar, as ondas, alguma embarcação<br />
e as Desertas. Imensidão,<br />
tempo, paz! A meteorologia enganou-se<br />
e os 24 graus de sol que se<br />
previam transformaram-se num<br />
tempo forrado e ameno, marcado<br />
por uma suave brisa. A Nau Santa<br />
Maria de Colombo (construída<br />
em 1997 pelo holandês Rob Wijntje,<br />
na cidade de Câmara de Lobos)<br />
regressa da segunda das suas habituais<br />
excursões diárias, ao longo<br />
da costa sul da ilha, e navega,<br />
diante do meu olhar, com a mesma<br />
majestade com que representou<br />
o vinho <strong>Madeira</strong>, na Expo 98,<br />
em Lisboa. Seguem-se-lhe os catamarans<br />
(1… 2-3-4), apinhados de<br />
utentes curiosos e muito provavelmente<br />
satisfeitos com a sua relaxante<br />
viagem e a forte probabilidade<br />
de terem avistado golfinhos<br />
ou baleias. O sol, precocemente<br />
adormecido na <strong>Madeira</strong>, ilumi-<br />
A azáfama da vida<br />
decorre, então<br />
e literalmente,<br />
mesmo atrás das<br />
nossas costas,<br />
com um manancial<br />
de preocupações,<br />
heroísmos discretos,<br />
códigos sociais, ilusões<br />
e vaidades mesquinhas.<br />
À minha frente, só o<br />
mar, as ondas, alguma<br />
embarcação e as<br />
Desertas. Imensidão,<br />
tempo, paz! A<br />
meteorologia enganouse<br />
e os 24 graus de<br />
sol que se previam<br />
transformaram-se<br />
num tempo forrado e<br />
ameno, marcado por<br />
uma suave brisa.<br />
na o Ilhéu Chão, a Deserta Grande<br />
e o Bugio, só para alegrar tanto<br />
as diversificadas e surpreendentes<br />
plantas específicas da Macaronésia,<br />
aí existentes, como as colónias<br />
de aves que no Subarquipélago<br />
nidificam (cagarra, roquede-castro,<br />
alma-negra e freira-dobugio),<br />
todas elas espécies vulneráveis,<br />
para as quais as Ilhas Desertas<br />
representam, taxativamente,<br />
um dos últimos refúgios. Um barco<br />
à vela para, na alegria libertadora<br />
de andar num baloiço, rodeado de<br />
mar. Em contraste, face à preguiça<br />
que o rodeia, um barco de pesca<br />
mantém a rota apressada, rumo<br />
a um porto de abrigo. Os anúncios,<br />
na rádio, acordam-me para a vida<br />
“normal”, que decorre – como disse<br />
– nas minhas costas. Não imagino,<br />
sequer, há quanto tempo aqui<br />
estou: interessado, entretido e feliz.<br />
“Eu não sei se algum dia eu vou<br />
mudar” – cantam na rádio. “Espero<br />
que não!” – canto para mim. E<br />
a voz da Carminho responde: “Eu<br />
não perco a esperança / Espero a<br />
bonança / E nela avança o mesmo<br />
amor / E o tempo é companheiro é<br />
bom parceiro / E até já nos sabe a<br />
cor / (…) / Leva-nos para onde for<br />
/ Insiste, persiste, não sabes o fim<br />
/ Mas assim é (…)”. Julgo estar<br />
pronto para ganhar coragem: a de<br />
trocar a paz total pelas necessidades<br />
básicas do dia-a-dia. “Levanto<br />
e tropeço e volto (…) / Caio e<br />
levanto, qual é o espanto?”. Suspiro:<br />
vou ter que me levantar, pois<br />
preciso de ir às compras. Aponto<br />
mentalmente os artigos a comprar:<br />
pão, detergente para a roupa, …<br />
Nada é eterno, muito menos o sossego,<br />
e lá vou… Faço as compras,<br />
trato de assuntos que se arrastam,<br />
sem motivo aparente (“Somos cada<br />
vez menos, sabe? Peço desculpa,<br />
mas não consegui, mesmo! E ainda<br />
teve que estar à espera…”) e<br />
regresso, apressado, à vida que se<br />
espreguiça em natural plenitude,<br />
sem compromissos ou falsas promessas.<br />
Desta vez, troco a varanda<br />
altaneira por uma esplanada,<br />
plantada sobre a areia negra da<br />
Praia Formosa, onde alguns corpos<br />
se queimam, adormecidos. Escolho<br />
um local à sombra, previamente<br />
avaliado como recatado (e que<br />
em breve se torna num incómodo<br />
porque, com tantas mesas vazias,<br />
dois novos clientes escolhem a que<br />
está mesmo à minha frente, para<br />
falarem muito alto, sobre os muitos<br />
euros que têm e os grandes negócios<br />
que fazem). Troco a prosápia<br />
pela observação de seres andantes<br />
e mudos, em natural elegância, e<br />
pelos rodopiares de um parapente,<br />
de cores chamativas. “- Vou buscar<br />
a Júlia, agora!”. Que o agora<br />
aconteça depressa e que a Júlia<br />
seja feliz e tenha muita saúde. Quero<br />
voltar à ausência de palavras<br />
inúteis e à voz do mar (que me<br />
podem trazer esses momentos únicos,<br />
tão próximos daquilo a que<br />
convencionámos considerar felicidade).<br />
><br />
António Castro<br />
Professor/Escritor<br />
8<br />
saber | Setembro | 2016
LUGARES DE CÁ<br />
Rua Dr. Fernão de Ornelas:<br />
a primeira e grande avenida do Funchal<br />
Dulcina Branco<br />
Fotos: Câmara Municipal do Funchal<br />
e Panoramio<br />
Com cerca de 200 metros<br />
de comprimento - descendo<br />
desde o Largo do Phelps<br />
até ao Mercado dos Lavradores, a rua<br />
Dr. Fernão de Ornelas é uma das mais<br />
movimentadas e emblemáticas ruas<br />
do Funchal. Desde logo, pela presença<br />
das mais importantes lojas e marcas;<br />
depois, como expoente máximo<br />
das obras empreendidas ao tempo<br />
pelo presidente da Câmara Municipal<br />
do Funchal, o advogado Fernão<br />
de Ornelas, que mudaram a imagem<br />
do Funchal rural para a cidade bela e<br />
cosmopolita tal como hoje a conhecemos.<br />
Presidente do município com 27<br />
anos, entre 12 de janeiro de 1935 e 21<br />
de outubro de 1946, as ideias de transformação<br />
preconizadas pelo autarca<br />
licenciado com distinção em Direito<br />
pela Faculdade de Direito de Lisboa,<br />
introduziram uma profunda revolução<br />
que permanecem na cidade até hoje.<br />
A rua Dr. Fernão de Ornelas, com as<br />
suas lojas, arquitetura dos edifícios e<br />
movimento de pessoas, é um exemplo<br />
das profundas alterações que a cidade<br />
sofreu na década de 1940. “Como<br />
cidade apresentava algumas lacunas.<br />
Por exemplo, na Ribeira de Santa<br />
Luzia, junto à Câmara, ainda era possível<br />
observar galinhas que eram levadas<br />
em selhas pela manhã e ali passavam<br />
o dia”, salienta um documento<br />
da época. Fernão de Ornelas assumiu<br />
a presidência da Câmara do Funchal<br />
a 14 de Janeiro de 1935. À frente<br />
dos destinos da autarquia durante<br />
cerca de doze anos, foi responsável<br />
pelo grande plano de urbanização da<br />
cidade que viria a transformar a capital<br />
madeirense, conferindo-lhe modernidade.<br />
Considerado um dos melhores<br />
quadros intelectuais da ilha, nasceu<br />
em 1908, na freguesia de São Pedro.<br />
Em 1934 regressa à <strong>Madeira</strong> e, no<br />
ano seguinte, Salazar nomeia-o presidente<br />
da Câmara do Funchal, empreendendo,<br />
nos anos seguintes, uma vasta<br />
e notável obra em vários domínios<br />
como o calcetamento das ruas, alargamentos<br />
e novos alinhamentos, miradouros<br />
e fontenários, o roteiro turístico<br />
do Funchal, novos edifícios, bairros,<br />
praças e espaços de lazer sob a batuta<br />
de importantes arquitetos, como<br />
o arquitecto urbanista Faria da Costa,<br />
que trabalha com Fernão de Ornelas<br />
e é responsável por um conjunto de<br />
grandes obras no Funchal. No âmbito<br />
da higiene pública, proíbe cuspir no<br />
chão, manda pintar as casas a uma só<br />
cor, disciplina a circulação de animais<br />
no centro do Funchal e o transporte<br />
de canas que deixavam as ruas num<br />
estado lastimável. Procede-se à distribuição<br />
de luz eléctrica. A Avenida<br />
do Mar e a do Infante são fundamentais<br />
para a abertura da cidade. Foram<br />
muitas as obras realizadas durante os<br />
12 anos da presidência deste autarca,<br />
nomeadamente esta que foi a primeira<br />
e grande avenida da cidade: a rua Dr.<br />
Fernão de Ornelas, em homenagem ao<br />
grande autarca funchalense. Nomeado<br />
em 1946, para mais um mandato<br />
de quatro anos, Fernão de Ornelas,<br />
na sequência dos desentendimentos<br />
com o governador, deu por terminado<br />
o seu mandato. Óscar Baltazar Gonçalves<br />
foi quem sucedeu a Fernão de<br />
Ornelas, a 8 de Maio de 1947. Após<br />
a sua saída, Fernão de Ornelas deixou<br />
a sua cidade e foi viver para Lisboa,<br />
onde viria a falecer a 24 de maio<br />
de 1978. ><br />
saber | Setembro | 2016 9
[des]conhecida Arte<br />
A reciclagem é arte e<br />
uma tendência, pois<br />
basta ver as peças que<br />
o projeto “Oficina de<br />
Arte e Reciclagem” tem<br />
expostas numa sala<br />
do complexo balnear<br />
do Lido. Tem como<br />
responsável Gizele<br />
Camacho Aznar, uma<br />
Genealogista e ativista<br />
voluntária que trouxe<br />
para a <strong>Madeira</strong> a<br />
Oficina de Reciclagem<br />
e Arte, uma iniciativa<br />
Global de Carácter<br />
Local que a própria<br />
lançou em 2006 no Rio<br />
de Janeiro, dentro dos<br />
princípios da AGENDA<br />
21 e que visa promover<br />
a sustentatibilidade<br />
local harmonizada. No<br />
espaço cedido pela<br />
Frente-Mar à Oficina<br />
de Arte e Reciclagem,<br />
podemos encontrar<br />
árvores com mais de<br />
100 anos queimadas<br />
no fogo de 2010 no<br />
Parque Ecológico e que<br />
foram transformadas<br />
em lindas mobílias,<br />
mesas de sementes<br />
que servem como<br />
acessórios, agendas de<br />
tronco de bananeiras,<br />
pintura, cultivo em<br />
potes...<br />
Dulcina Branco<br />
Fotos: Gizele Camacho Aznar<br />
As peças recicladas da<br />
Oficina de<br />
Reciclagem e Arte<br />
O que é a Oficina de Reciclagem e<br />
Arte e que trabalhos desenvolve?<br />
GCA: A Oficina sempre surge em<br />
locais degradados, abandonados que<br />
necessitem de intervenção ou em parceria<br />
com empresas públicas ou poder<br />
individual. Fui vice presidente da<br />
Agenda 21 Local no Rio de Janeiro<br />
e desde então, por onde passa, mobiliza<br />
parceiros, que variam de acordo<br />
com o local. Já passaram pela Oficina<br />
de Reciclagem e Arte vários artistas<br />
internacionais e locais, voluntários<br />
e artesãos. Todos conscientes dos<br />
problemas ambientais e sociais. Neste<br />
momento, contamos com quatro<br />
voluntários a tempo parcial, desenvolvendo<br />
trabalhos de pintura e bricolage,<br />
entre outros. Os trabalhos de<br />
criação e intervenção são independentes<br />
e de responsabilidade individual<br />
do artista. A parceria apela ao<br />
uso de material reciclado e workshops<br />
de reciclagem, arte e consciencialização.<br />
O objectivo da Oficina de Reciclagem<br />
e Arte é fomentar a participação<br />
e o envolvimento dos diversos grupos<br />
sociais, preocupados com as questões<br />
Globais e Ambientais. Aceitamos praticamente<br />
tudo que possa ser reutilizado,<br />
umas vezes que os artistas trazem<br />
e trabalham nas peças, outras que<br />
os próprios interessados em reciclar,<br />
nos doam ou pedem para que o transformemos<br />
em arte. Como não somos<br />
uma empresa ou ONG registada ou<br />
com aspirações a tal, nem este ramo<br />
de actividade é rentável, apenas conseguimos<br />
trabalhar com voluntariado<br />
e muita boa intenção, sendo as doações,<br />
tanto monetárias como materiais,<br />
uma boa parte da nossa motivação<br />
para continuar a desenvolver<br />
este projecto.<br />
Em que que locais apresentaram já os<br />
vossos trabalhos?<br />
GCA: A Oficina de Reciclagem e Arte<br />
já esteve, através da activista Gisele<br />
Camacho Aznar em diversos países<br />
em que visita. Na ilha da <strong>Madeira</strong>, já<br />
esteve, em Machico, Porto da Cruz e<br />
actualmente no Lido, espaço cedido a<br />
termo certo pela Frente Mar Funchal,<br />
para expor os materiais reciclados.<br />
Neste espaço, poderá ver árvores com<br />
mais de 100 anos, queimadas no fogo<br />
de 2010 no Parque Ecológico, transformadas<br />
em mobílias, valorizando<br />
as suas formas originais e marcas do<br />
Gisele Aznar<br />
Responsável Oficina de<br />
Reciclagem e Arte<br />
www.facebook.com/<br />
oficinadereciclagemearte<br />
incêndio. Também mesa de sementes<br />
e elementos encontrados na natureza<br />
de Olga Alves que ganharam vida e<br />
servem como acessórios. Agendas de<br />
tronco de bananeiras 100% recicladas<br />
e criativas de Carina Mendonça.<br />
Workshops de Mandala, pintura, cultivo<br />
em potes e reciclagem. Além de<br />
vários trabalhos sociais, desenvolvidos<br />
com entidades públicas, no sentido<br />
de consciencializar para a reciclagem<br />
e reutilização de qualquer tipo<br />
de material.<br />
Como é que caracteriza o mercado da<br />
reciclagem de peças?<br />
GCA: Por ser um processo participativo,<br />
multi sectorial, que visa mudar o<br />
conceito do que é lixo, diminuir o consumo<br />
e atingir lentamente o modo de<br />
ver e pensar das questões ambientais<br />
através das acções locais de objectivo<br />
global, para o desenvolvimento sustentável,<br />
vemos de bom agrado o envolvimento,<br />
cada vez maior, das entidades<br />
públicas e pessoas em termos individuais,<br />
para um crescimento económico<br />
sustentável, distribuído por todos<br />
de forma justa, usando a arte de peças<br />
sem utilização para alguns mas ainda<br />
com enorme potencial de reaproveitamento<br />
para outros.A reciclagem está<br />
na educação de cada um. Uma pessoa<br />
educada é uma pessoa que sabe reciclar<br />
e reaproveitar. Foi de lamentar<br />
que o Parque Ecológico do Funchal,<br />
um património florestal tão importante,<br />
tenha ficado fortemente danificado<br />
com o fogo de 2010, e neste âmbito,<br />
apresentei uma proposta para reaproveitar<br />
as urzes na construção de mobiliário<br />
de jardim para o Parque e áreas<br />
verdes.<br />
Onde e como é que podemos saber<br />
mais sobre a Oficina de Reciclagem<br />
e Arte?<br />
GCA: Nos quiosques da promenade do<br />
Lido e virtual em www.facebook.com/<br />
oficinadereciclagemearte/ Oficina de<br />
Reciclagem e Arte | Facebook www.<br />
facebook.com ><br />
10<br />
saber | Setembro | 2016
saber | Setembro | 2016 11
OPINIÃO<br />
Os antigos astros do cinema<br />
português<br />
Por um daqueles motivos<br />
que só o acaso o explica,<br />
acabei de visionar uma<br />
antiga película portuguesa. “Canção<br />
da Terra” de Jorge Brum do<br />
Canto. Brum do Canto veio ao Porto<br />
Santo, ilhéu romântica e estrategicamente<br />
perdido no meio do mar,<br />
paraíso remoto, buscar a homenagem<br />
aos elementos básicos, a terra,<br />
o mar, a chuva, a sobrevivência, a<br />
mulher, a vida, o amor. A escolha<br />
do Porto Santo como cenário devese<br />
certamente à sua relação especial<br />
com a ilha, local onde a família<br />
possuía propriedades rurais e<br />
era cenário ideal para o seu passatempo<br />
favorito, a pesca, talvez<br />
por isso um tema também abordado<br />
no filme. Brum do Canto quis<br />
possivelmente construir uma mensagem<br />
realista da situação social<br />
do Porto Santo, onde as frequentes<br />
secas provocavam pobreza, dificuldades<br />
e mesmo fome. Essa luta<br />
titânica com os elementos naturais<br />
é constante no filme, bem como<br />
outros problemas como o isolamento,<br />
a emigração, o preconceito,<br />
etc. No entanto a carga dramática<br />
é abatida na narrativa, que se<br />
queria ligeira à moda do seu tempo.<br />
Há um pouco de documentário<br />
na película, que teria propósitos<br />
Embora filmado já em<br />
1938, ultrapassado o<br />
cinema mudo, notase<br />
a experimentação<br />
patente numa nova<br />
técnica que dava ainda<br />
os seus primeiros<br />
passos, cujo espaço<br />
urgia definir no<br />
panorama global das<br />
artes. Contemporânea<br />
à “Aldeia da Roupa<br />
Branca” de Chianca<br />
de Garcia, a “Canção<br />
da Terra” demonstra<br />
bem as características<br />
do cinema português<br />
nessa época<br />
histórica, onde os<br />
ideais modernistas<br />
se confundiam,<br />
difundiam e adaptavam<br />
à mentalidade geral,<br />
habilmente manipulada<br />
pelo Estado Novo.<br />
naturalistas. No entanto o modus<br />
vivendi do portosantense não fica<br />
suficientemente explícito. Os actores,<br />
estrelas em ascensão no cinema<br />
português, oriundas do teatro<br />
revista, conferem à peça uma dinâmica<br />
muito característica dos palcos<br />
lisboetas de então. Os pormenores<br />
etnográficos estão muitas vezes<br />
um pouco romanceados e estereotipados,<br />
bem ao gosto da época.<br />
Mas ainda não se tinha enveredado<br />
por esses objectivos, tratando-se<br />
isso então de pormenores secundários.<br />
Fazer cinema criando elementos<br />
de interesse estético ou original,<br />
era mais importante do que retratar<br />
os costumes na sua veracidade.<br />
A história de amor, indispensável<br />
em muitos dos filmes de época, era<br />
quase que uma condição sine qua<br />
non para a realização dos enredos<br />
que o cinema contava, quiçá como<br />
condição indispensável à atração<br />
de públicos, portanto à aposta da<br />
parte dos produtores na construção<br />
do filme. Para esse objectivo<br />
contribuiria também a banda sonora,<br />
com canções populares de fácil<br />
apreensão, “singelas” e à moda das<br />
revistas da época, já percursoras<br />
do nacional cançonetismo que aí<br />
viria. Procurava-se efectivamente<br />
a produção de comédias populares,<br />
e este objectivo estava conseguido.<br />
Embora filmado já em 1938, ultrapassado<br />
o cinema mudo, nota-se a<br />
experimentação patente numa nova<br />
técnica que dava ainda os seus primeiros<br />
passos, cujo espaço urgia<br />
definir no panorama global das<br />
artes. Contemporânea à “Aldeia da<br />
Roupa Branca” de Chianca de Garcia,<br />
a “Canção da Terra” demonstra<br />
bem as características do cinema<br />
português nessa época histórica,<br />
onde os ideais modernistas se<br />
confundiam, difundiam e adaptavam<br />
à mentalidade geral, habilmente<br />
manipulada pelo Estado<br />
Novo. O SNI, fundado em 1933 por<br />
António Ferro, utilizava a produção<br />
cultural como veículo de propaganda,<br />
tentando conciliar as velhas<br />
tradições e os antigos valores com<br />
a modernidade daquele tempo, pretendendo<br />
estabelecer uma “cultura<br />
nacional popular” com base nas<br />
raízes socio-culturais e nos ideais<br />
do regime. A cultura deste tempo<br />
queria-se “simples”, de modo<br />
a distrair o povo para que este não<br />
reflectisse acerca de assuntos mais<br />
sérios. Nesse contexto de assumiam<br />
e abatiam os ideais culturais oriundo<br />
das vanguardas francesas, que<br />
incomoda e eventualmente chegavam<br />
de além-fronteiras. ><br />
Teresa Brazão<br />
Pintora<br />
12<br />
saber | Setembro | 2016
Disney<br />
MARCAS ICÓNICAS<br />
Texto/Fotos:<br />
Site The Walt Disney Company<br />
A<br />
“The Walt Disney Company”,<br />
conhecida simplesmente<br />
como Disney,<br />
é uma companhia multinacional<br />
norte-americana que está atualmente<br />
sedeada no Walt Disney Studios,<br />
em Burbank, Califórnia. É um<br />
dos maiores grupos de comunicação<br />
social e de entretenimento, do<br />
planeta. A Disney foi fundada em<br />
16 de outubro de 1923, por Walt<br />
Disney e Roy Oliver Disney, com o<br />
nome de Disney Brothers Cartoon<br />
Studios, tendo-se estabelecido como<br />
pioneira na indústria de animação e<br />
diversificado os seus produtos para<br />
filmes em live-action, redes de televisão<br />
e parques temáticos. Walter<br />
Elias “Walt” Disney (Chicago, 5 de<br />
dezembro de 1901 — Los Angeles,<br />
15 de dezembro de 1966), produtor<br />
cinematográfico, cineasta, diretor,<br />
roteirista, dobrador animador,<br />
empreendedor, filantropo, foi o cofundador<br />
da The Walt Disney Company.<br />
Tornou-se famoso pelo pioneirismo<br />
no ramo das animações<br />
com a Disney, tendo produzido o<br />
primeiro longa-metragem de animação,<br />
Branca de Neve e os Sete<br />
Anões (1937), e pelos personagens<br />
de desenho animado, como Mickey e<br />
Pato Donald. A este se deve os parque<br />
temáticos sediados nos Estados<br />
Unidos: Disneylândia e Walt Disney<br />
World Resort. Ao longo da sua<br />
vida, foi e é um símbolo da industria<br />
da animação e um ícone da cultura<br />
popular, tendo conquistado o maior<br />
número de Óscars na história: 22<br />
prémios da Academia. A Disney é<br />
mais conhecida pelos seus estúdios<br />
de cinema, o Walt Disney Studios,<br />
que é um dos maiores e mais conhecidos<br />
estúdios ao nível mundial. A<br />
Disney tem a propriedade e opera<br />
a rede de televisão ABC; redes de<br />
televisão por assinatura, divisões de<br />
publicidade, marketing e de teatro.<br />
A companhia possui e licencia 14<br />
parques temáticos mundiais, além<br />
de uma divisão musical de sucesso.<br />
Uma criação antiga e bastante<br />
conhecida dos desenhos animados<br />
da empresa, o Mickey Mouse,<br />
é o símbolo principal da The Walt<br />
Disney Company. Foi em 1923, em<br />
Kansas City, Missouri, que o animador<br />
Walt Disney criou um curtametragem<br />
intitulado Alice’s Wonderland,<br />
que contou com a atriz<br />
Virginia Davis, que interagia com<br />
personagens animados. Em 1923,<br />
após a falência da sua primeira firma,<br />
a Laugh-O-Gram Films, Walt<br />
Disney mudou-se para Hollywood<br />
e com o seu irmão, Roy O. Disney,<br />
formaram a Disney Brothers Animation<br />
Studios. Em 1928, Disney<br />
teve a ideia de um personagem rato<br />
chamado Mortimer, que rabiscou<br />
numa folha durante uma viagem<br />
de comboio. O rato foi rebatizado<br />
mais tarde de Mickey Mouse. O primeiro<br />
filme sonoro da Disney, Steamboat<br />
Willie, um desenho animado<br />
estrelado por Mickey, foi lançado<br />
em 18 novembro de 1928 e foi<br />
um grande sucesso. Foi o primeiro<br />
desenho animado com o som sincronizado.<br />
Em 1932, a Disney assinou<br />
um contrato exclusivo com a Technicolor<br />
para a produção de desenhos<br />
animados em cores, começando com<br />
Flowers and Trees (1932). A popularidade<br />
da série de Mickey Mouse<br />
permitiu que Walt apresentasse<br />
a sua primeira animação em longa-metragem:<br />
Branca de Neve e os<br />
Sete Anões, que estreou em dezembro<br />
de 1937 e se tornou um filme de<br />
grande bilheteira. Pinóquio (1940),<br />
Fantasia (1940), Dumbo (1941) e<br />
Bambi (1942) são sucessos incontornáveis<br />
da Disney, assim como<br />
Cinderela, Alice no País das Maravilhas<br />
(1951) e Peter Pan (1953).<br />
Em outubro de 1954, a rede ABC<br />
lançou a primeira série da Disney<br />
na televisão, Disneyland, que viria a<br />
tornar-se uma das séries em horário<br />
nobre de maior duração na história.<br />
Em 1955, Walt Disney inaugura<br />
o parque Disneyland, uma ideia<br />
concebida a partir de um desejo de<br />
um lugar onde os pais e as crianças<br />
poderiam se divertir juntos.<br />
São lançados filmes de animação<br />
muito populares, como A Dama e o<br />
Vagabundo (1955), A Bela Adormecida<br />
(1959) e Os 101 Dálmatas<br />
(1961). O filme de maior sucesso<br />
da Disney na década de 1960<br />
foi o musical Mary Poppins, que<br />
foi uma das maiores bilheterias de<br />
todos os tempos. Em 15 de dezembro<br />
de 1966, Walt Disney morreu<br />
de complicações relacionadas com<br />
um cancro no pulmão. A década de<br />
1970 começou com o lançamento<br />
do primeiro filme de animação<br />
“pós-Walt”, Os Aristogatas. Em 1<br />
de outubro de 1971, a Walt Disney<br />
World foi aberta ao público. Em<br />
20 de dezembro de 1971, Roy Disney<br />
morreu de um acidente vascular<br />
cerebral. Seguiram-se as guerras<br />
pelo controlo da empresa. Em<br />
1986, a denominação Walt Disney<br />
Productions é mudada para The<br />
Walt Disney Company. Em 1987,<br />
a companhia e o governo francês<br />
assinam um acordo para criar a<br />
Disney na Europa. As animações<br />
da Disney entram na fase conhecida<br />
como Renascimento da Disney,<br />
com filmes como A Pequena<br />
Sereia, vencedor de dois Oscar, A<br />
Bela e a Fera, primeira animação<br />
indicada ao Oscar de Melhor Filme,<br />
e o grande sucesso O Rei Leão, que<br />
é a terceira animação com maior<br />
bilheteria da história. Na década<br />
de 2000, o setor de animação<br />
da Disney entra em crise por causa<br />
da concorrência com novos estúdios<br />
como a DreamWorks Animation.<br />
Em 1999, a companhia lançou<br />
a sua linha de cruzeiro com o<br />
batismo de Disney Magic. O primeiro<br />
filme de Star Wars lançado<br />
pela Disney, O Despertar da Força,<br />
foi um sucesso comercial e de crítica<br />
ao nível mundial. O “Thirty Global<br />
Media Owners” revelados em<br />
junho de 2016, colocam a marca<br />
Disney em segundo lugar em termos<br />
de lucro ao nível dos maiores<br />
grupos de comunicação e entertenimento,<br />
do planeta. A Disney está<br />
envolvida na conservação da natureza<br />
e trabalha em vários projetos<br />
solidários para escolas e crianças,<br />
em vários países. ><br />
saber | Setembro | 2016 13
MADEIRA<br />
Em ‘O Clube de Dallas’,<br />
um filme de drama<br />
de 2013 dirigido por<br />
Jean-Marc Vallée, o ator<br />
Matthew McConaughey<br />
interpreta Ron Woodroof,<br />
um ‘cowboy’ do Texas a<br />
quem foi diagnosticado<br />
o vírus da Sida em 1985.<br />
Inspirado em factos<br />
reais, conta-se a história<br />
do eletricista mulherengo<br />
e homofóbico que,<br />
ostracizado por muitos<br />
dos seus antigos<br />
amigos e sem acesso a<br />
medicamentos eficazes<br />
comparticipados<br />
pelo governo, quando<br />
os médicos lhe dão<br />
poucos dias de vida,<br />
estabelece um ‘clube de<br />
compradores’, doentos<br />
como ele que ajuda<br />
com enorme sucesso.<br />
Classificado para m/16,<br />
o oscarizado “O Clube<br />
de Dallas” esteve no<br />
circuito comercial e no<br />
circuito alternativo onde<br />
pontuam importantes<br />
eventos com tradição<br />
em Portugal, a exemplo<br />
do Ciclo de Cinema<br />
LGBTI (lésbicas, gays,<br />
bissexuais, trans e<br />
intersexo). Na sua 12.ª<br />
edição, este ciclo de<br />
cinema passou também,<br />
e pela primeira vez,<br />
pela <strong>Madeira</strong> com<br />
a exibição de cinco<br />
filmes numa sala da<br />
Fundação J.Silvério Pires.<br />
Resultou da iniciativa do<br />
grupo madeirense da ‘Rede Ex<br />
aequo – Associação de jovens<br />
lésbicas, gays, bissexuais,<br />
trans, intersexo e apoiantes,<br />
grupo de apoio e convívio que<br />
dinamiza várias actividades<br />
temáticas para jovens LGBTI<br />
e apoiantes nos locais onde<br />
se implanta. Emanuel Caires e<br />
Summy contam como foi trazer<br />
à <strong>Madeira</strong>, o ciclo de cinema<br />
LGBTI da rede Ex aequeo e<br />
como se revela a comunidade<br />
homossexual madeirense.<br />
Dulcina Branco<br />
Fotos: D.R.<br />
Ciclo de Cinema LGBTI<br />
no Funchal<br />
O que é o Ciclo de Cinema LGBTI e<br />
como é que decorreu a 12.ª edição<br />
deste evento, no Funchal?<br />
Emanuel Caires: O Ciclo de Cinema<br />
LGBTI é um evento organizado todos<br />
os anos pela rede Ex aequo - Associação<br />
de jovens lésbicas, gays, bissexuais,<br />
trans, intersexo e apoiantes, e<br />
conta com o apoio do Instituto Português<br />
do Desporto e Juventude. Surgiu<br />
um ano após a fundação da rede Ex<br />
aequo, em 2004. Foi primeiramente<br />
realizado em Lisboa e anos depois,<br />
começou a ser organizado no Porto<br />
e noutras cidades, sendo um ciclo de<br />
cinema itinerário. O objetivo primordial<br />
foi o de sensibilizar a população<br />
em geral para questões relacionadas<br />
com a homossexualidade, bissexualidade,<br />
questões trans, entre outros.<br />
Este ano, realizou-se em Lisboa, Porto,<br />
Évora e mais recentemente e pela<br />
primeira vez, no Funchal, onde apresentou,<br />
para além do premiado “O<br />
Clube de Dallas”, “Revolta de Stonewall”,<br />
“Intersexion”, “Maria-<br />
Rapaz” e “Os Miúdos Estão Bem”.<br />
Esta iniciativa foi dinamizada pelo<br />
grupo local da associação, o grupo<br />
Ex aequo Funchal e teve o apoio da<br />
Fundação J. Silvério Pires, que acolheu<br />
a exibição dos filmes. Este grupo<br />
local dinamiza encontros com o objetivo<br />
de prestar apoio, entreajuda e um<br />
espaço seguro de debate para jovens<br />
LGBTI e apoiantes. Além disso, dinamiza<br />
atividades para a população<br />
em geral, como é o caso da realização<br />
deste Ciclo de Cinema LGBTI. Os<br />
coordenadores da Ex aqueo Funchal<br />
concluíram que seria uma boa ideia<br />
trazer o Ciclo de Cinema à <strong>Madeira</strong>,<br />
não só por estar atrasado e haver<br />
essa necessidade há já muito tempo,<br />
como acreditam ter funcionado<br />
como uma boa plataforma de divulgação<br />
da rede ex aequo em si como<br />
do grupo local. Foi, sem sombra de<br />
dúvidas, uma excelente oportunidade<br />
para marcar o arranque do grupo<br />
Ex aequo Funchal, mas igualmente<br />
um desafio porque continuam a existir<br />
barreiras a nível comunicacional.<br />
Divulgar um evento na <strong>Madeira</strong> por<br />
si só já é difícil, ainda mais quando é<br />
um evento de temática LGBTI, que é<br />
um tema ainda tão tabú na sociedade<br />
madeirense e que, por essa razão,<br />
tem como alvo um público específico<br />
que se interesse por estas questões.<br />
Notou-se que muitos dos pedidos de<br />
divulgação do evento não foram feitos<br />
por medo de meter o dedo na ferida.Com<br />
este evento no Funchal, pensamos<br />
que a <strong>Madeira</strong> pode passar a<br />
ser um local de apresentação obrigatório<br />
do Ciclo de Cinema LGBTI.<br />
A <strong>Madeira</strong> tem uma grande lacuna<br />
no que toca a eventos culturais e<br />
artísticos LGBTI ou que pelo menos<br />
tenham alguma representatividade e<br />
maior diversidade. O Ciclo de Cinema<br />
LGBTI da rede ex aequo vem colmatar<br />
essa falha e não só dar acesso<br />
gratuito a filmes sobre estes temas,<br />
bem como permitir que se discuta<br />
os assuntos de uma forma inclusiva<br />
e informada. Ou seja, acaba por ser<br />
uma oportunidade artística mas também<br />
de desenvolvimento social para a<br />
cidade do Funchal.<br />
Quais os filmes que se destacaram<br />
nesta edição e porquê?<br />
E.C.: Destacaram-se “Intersexion”<br />
14<br />
saber | Setembro | 2016
e “Maria-Rapaz”, que têm sido<br />
os filmes mais aclamados deste<br />
Ciclo. São dois filmes que tocam<br />
em questões que, atualmente,<br />
começam a ser mais faladas pela<br />
sociedade e que, muitas vezes pela<br />
mediatização, despertam mais<br />
curiosidade e interesse. “Intersexion”<br />
é um filme documentário<br />
que apresenta testemunhos reais<br />
de pessoas que nascem com uma<br />
variação de cromossomas sexuais<br />
que não são nem XX nem XY e/ou<br />
que nascem com um órgão genital<br />
que seja uma variação do que<br />
se considera ser o sexo masculino<br />
e o sexo feminino. O principal factor<br />
que faz gerar tanto interesse<br />
nesta temática é o facto de, muitas<br />
vezes, estas pessoas sejam alvo<br />
de cirurgias à nascença de forma<br />
a adaptar o orgão sexual ao sexo<br />
masculino ou ao sexo feminino,<br />
possibilitando conflitos de identidade<br />
de género na adolescência.<br />
Quanto ao filme “Maria-Rapaz”,<br />
é um filme francês premiado que<br />
nos fala sobre a descoberta do<br />
género na infância. É um filme<br />
interessante que toca no assunto<br />
da identidade e expressão de género<br />
de uma forma subtil e inteligente.<br />
Um filme inserido num ciclo de<br />
cinema LGTBI não tem necessariamente<br />
que ser visto ou dirigido<br />
a um homosexual ou lésbica ou<br />
outro...<br />
E.C.: É claro que não. Os filmes do<br />
Ciclo de Cinema LGBTI, ou mesmo<br />
os filmes com estas temáticas, não<br />
são apenas para pessoas LGBTI. A<br />
importância destes eventos e destes<br />
filmes é principalmente o factor pedagógico<br />
que têm para a sociedade em<br />
geral. O que acontece é que, muitas<br />
vezes, as pessoas têm medo de frequentar<br />
estes eventos com medo de<br />
serem percecionadas como lésbicas,<br />
gays, bissexuais, trans ou intersexo...<br />
A curiosidade é grande mas o medo e<br />
receio também. Ou seja, a homofobia<br />
e a transfobia afeta não só a comunidade,<br />
como se pode ver.<br />
O cinema pode ser um importante<br />
veículo de esclarecimento e de<br />
desmitificação da realidade LGBTI?<br />
E.C.: É relativo. Existem filmes<br />
que não abordam estas questões da<br />
melhor forma e, quando abordadas,<br />
existem estereótipos e preconceitos<br />
embutidos. Daí ser importante haver<br />
e frequentar eventos como o Ciclo de<br />
Cinema LGBTI da rede ex aequo, que<br />
permite a visualização de filmes que<br />
abordam temáticas LGBTI de uma<br />
forma exemplar e pedagógica, partindo<br />
então o esclarecimento e a desmitisficação<br />
da realidade LGBTI.<br />
Qual é a realidade do cinema LGBTI<br />
em Portugal? Há público e apoios?<br />
E.C.: Há alguns realizadores independentes<br />
portugueses que têm interesse<br />
nesta temática, como o Luís Filipe<br />
Rocha que realizou em 2006, ‘A<br />
outra margem’. Mas continua a haver<br />
uma sub-representação da população<br />
LGBTI e há muitos filmes de temática<br />
que não chegam a passar no cinema<br />
como o Freeheld, Danish Girl e Carol,<br />
que não passaram em nenhuma das<br />
salas de cinema da <strong>Madeira</strong>.<br />
Como é que descreve a realidade<br />
LGBTI, a nível geral, e que desafios<br />
enfrenta?<br />
E.C.: A visibilidade atenua os casos<br />
de discriminação mas estes continuam<br />
presentes, tanto em contextos<br />
sociais, escolares, profissionais como<br />
familiares. A juventude LGBTI está<br />
numa situação de particular fragilidade<br />
devido à dependência económica,<br />
que se prolonga cada vez mais na idade<br />
adulta e que é muitas vezes fator<br />
de inibição e repressão. No entanto,<br />
têm sido alcançados marcos legislativos<br />
de extrema importância, sendo<br />
Portugal um dos países com mais proteção<br />
legal para a população LGBTI,<br />
mas as leis não são tudo e a discriminação<br />
continua a existir. Questões<br />
que ultrapassam as projeções legais já<br />
estão previstas. Por exemplo, a utilização<br />
do espaço público e o coming<br />
out no trabalho e na família. O próximo<br />
passo é existirmos sem que isso<br />
traga qualquer tipo de repercussões,<br />
sejam olhares, comentários ou qualquer<br />
tipo de agressão física e psicológica.<br />
Note-se que, o atentado à discoteca<br />
de Orlando, para além de um<br />
exemplo de homofobia internalizada,<br />
foi sem dúvida um crime de ódio direcionado<br />
à população LGBTI, e o facto<br />
de não ter sido reconhecido como<br />
tal, transparece todo o trabalho social<br />
e cultural que ainda há a fazer para<br />
reconhecer as agressões que sofremos.<br />
Este atentado aconteceu num<br />
espaço que se pensava ser seguro e<br />
inclusivo para a população LGBTI e<br />
é uma prova de que é necessário conquistar<br />
o espaço público e combater a<br />
segregação.<br />
E na <strong>Madeira</strong>, qual é realidade<br />
LGBTI? Como é que vivem e<br />
sentem numa realidade como a<br />
<strong>Madeira</strong> e que trabalho têm vindo a<br />
desenvolver?<br />
E.C: O único espaço dedicado à comunidade,<br />
verdadeiramente, foi encerrado<br />
recentemente, e a grande maioria<br />
dos espaços presentes no chamado<br />
roteiro gay não são espaços assim<br />
tão abertos quanto se pode pensar. As<br />
únicas alturas de verdadeira liberdade<br />
para alguns de nós encontram-se em<br />
alturas como o Carnaval ou a Noite<br />
das Bruxas, ou dentro de uma casa<br />
exclusivamente nossa, para aqueles<br />
que possuem esse privilégio. Sermos<br />
abertos, termos orgulho, muitas<br />
vezes não é uma escolha que possamos<br />
fazer, não sem represálias. Muito<br />
menos sem um espaço para sermos<br />
quem somos sem complexos. Mas talvez<br />
não serão nossos os complexos.<br />
Apenas sofremos com eles. A <strong>Madeira</strong><br />
não dispõe ainda de uma associação<br />
LGBTI legalmente assumida mas<br />
achamos ser algo importante, assim<br />
como o ciclo de cinema. A nossa prioridade<br />
é dar uma rede de apoio e uma<br />
comunidade aos jovens que precisam<br />
disso. Discutir ideias e assuntos que<br />
ainda não tinham sido considerados<br />
pelos mesmos. Uma associação provavelmente<br />
acontecerá na <strong>Madeira</strong>,<br />
a seu tempo. Vamos focarmo-nos nas<br />
atividades do grupo ex aequo funchal,<br />
nomeadamente os encontros que fazemos<br />
de duas em duas semanas e que<br />
prestam apoio à juventude LGBTI.<br />
Fora isso, voltaremos a trazer o Ciclo<br />
de Cinema LGBTI ao Funchal, maior<br />
e melhor do que foi desta vez. Há<br />
também a vontade de realizar iniciativas<br />
que venham a promover a visibilidade<br />
LGBTI e a informação, de uma<br />
forma geral, para a sociedade e acreditamos<br />
que isso será traduzido em<br />
mais eventos no futuro.<br />
A terminar, o que é ser LGBTI?<br />
E.C.: É uma característica de personalidade<br />
como tantas outras que é de<br />
forma discriminatória sobrevalorizada<br />
em certos casos. Tem de ser uma<br />
característica como as outras que, no<br />
seu conjunto, constituem a pessoa.<br />
O percurso de coming out e vivência<br />
da orientação sexual e identidade<br />
e expressão de género nem sempre<br />
é fácil mas mesmo quando pensamos<br />
que não o ultrapassaremos, existem<br />
outras pessoas como nós, que já<br />
passaram pelo mesmo e que sabem<br />
que viver em plenitude, respeitando a<br />
pessoa que és, é muito mais digno do<br />
que escondermo-nos. Sempre que este<br />
percurso apresentar maiores dificuldades,<br />
a rede Ex aequo e o grupo Ex<br />
aequo Funchal está cá como uma plataforma<br />
para conheceres pessoas com<br />
dicas, opiniões e experiências sobre o<br />
processo que estás a passar. ><br />
saber | Setembro | 2016 15
OPINIÃO<br />
Nós, os incendiários<br />
O<br />
mais fácil e confortável<br />
é projetar a culpa<br />
sobre os outros, assumir<br />
as nossas próprias responsabilidades<br />
é sempre mais complicado,<br />
e isto tende a ser assim<br />
não só em relação aos incêndios<br />
como em praticamente todos os<br />
aspetos que influenciam a nossa<br />
vida em sociedade. Por exemplo,<br />
é comum ouvir-se alguém multado<br />
por mau estacionamento desculpar-se<br />
com a falta de alternativas<br />
ou, então, dizer que “a polícia<br />
em vez de perseguir os automobilistas,<br />
devia era andar atrás<br />
dos ladrões”. No que diz respeito<br />
aos incêndios, desde o comum dos<br />
cidadãos aos mais altos responsáveis<br />
governamentais, há uma forte<br />
tendência para projetar todas as<br />
responsabilidades sobre os incendiários,<br />
habitualmente uns malucos,<br />
alcoólicos, ressabiados ou<br />
drogados que andam por aí a atear<br />
fogo. É certo que estes incendiários<br />
existem e têm que pagar<br />
pelos crimes que cometem, mas<br />
há uma responsabilidade maior<br />
relativamente à dimensão que os<br />
incêndios assumem e às consequências<br />
dramáticas que atingem<br />
que não lhes pode ser totalmente<br />
assacada. O nosso território não<br />
está preparado para evitar que as<br />
ignições existentes, por fogo posto<br />
ou negligente, assumam proporções<br />
descontroladas e dramáticas.<br />
E essa ausência de cuida-<br />
A nossa faceta<br />
de incendiários<br />
não se resume a<br />
detetarmos um fogo<br />
e não chamarmos<br />
os bombeiros ou a<br />
deixarmos os matos<br />
desenvolverem-se<br />
perigosamente em<br />
torno das nossas<br />
habitações, está<br />
também na forma como<br />
muitas vezes estamos<br />
prontos a fazer justiça<br />
pelas próprias mãos.<br />
Esta é também uma<br />
atitude perigosíssima<br />
pois são frequentes<br />
as injustiças desses<br />
julgamentos sumários<br />
que ditam sentenças do<br />
tipo “…era amarrá-lo<br />
a um pinheiro e deixar<br />
arder…” “…era<br />
fazer-lhe o mesmo…”.<br />
dos relativamente ao nosso território<br />
não é culpa desses incendiários<br />
malucos. Todos nós, por ação<br />
ou omissão, carregamos alguma<br />
dimensão desta responsabilidade<br />
da nossa Região e do nosso País<br />
ser pasto de chamas descontroladas<br />
todos os anos. A nossa faceta<br />
de incendiários não se resume<br />
a detetarmos um fogo e não chamarmos<br />
os bombeiros ou a deixarmos<br />
os matos desenvolverem-se<br />
perigosamente em torno das nossas<br />
habitações, está também na<br />
forma como muitas vezes estamos<br />
prontos a fazer justiça pelas próprias<br />
mãos. Esta é também uma<br />
atitude perigosíssima pois são frequentes<br />
as injustiças desses julgamentos<br />
sumários que ditam sentenças<br />
do tipo “…era amarrá-lo<br />
a um pinheiro e deixar arder…”<br />
“…era fazer-lhe o mesmo…”. No<br />
decorrer dos dramáticos incêndios<br />
do passado mês de Agosto, com<br />
a Quinta do Imperador no Monte<br />
a arder, foi detido no local um<br />
homem, que se fazia acompanhar<br />
de um bidão de combustível, acusado<br />
de provocar aquele incêndio.<br />
O que inicialmente parecia óbvio<br />
veio a revelar-se um equívoco<br />
pois o suspeito não era mais que<br />
um dos jardineiros da Quinta que<br />
levava combustível para salvar um<br />
veículo das chamas, chamas essas<br />
que afinal, como tantas outras,<br />
eram resultado de uma projeção<br />
de fogo do incêndio principal. Ainda<br />
bem que nenhuma turba insana,<br />
no calor do momento, agarrou<br />
aquele homem e o colocou<br />
nas chamas, vontade que muito<br />
se ouviu por aí. Não é menos verdade<br />
que sendo a culpa repartida,<br />
e nunca esquecendo a que nos é<br />
devida, os nossos governantes deixaram<br />
muito ao sabor do acaso.<br />
Por exemplo, no que diz respeito<br />
à limpeza de matos e outras medidas<br />
preventivas, os membros dos<br />
órgãos autonómicos da <strong>Madeira</strong><br />
não foram capazes de transpor<br />
e adaptar a esta Região insular<br />
a legislação nacional que estabelece<br />
o Sistema Nacional de Defesa<br />
da Floresta Contra Incêndios,<br />
fazendo com que não exista suporte<br />
legal aplicável ao nosso território<br />
que permita uma adequada e<br />
abrangente fiscalização ao abandono<br />
dos terrenos que circundam<br />
as habitações e outros edifícios. É<br />
também grave que nunca tenham<br />
sido constituídas equipas de sapadores<br />
florestais que trabalhem na<br />
prevenção todo o ano e ajudem no<br />
combate nos meses mais quentes.<br />
A falta de mecanismos, orientação<br />
e fiscalização para que o nosso<br />
território e a nossa floresta estejam<br />
convenientemente ordenados<br />
e geridos é também uma culpa que<br />
se assaca em grande parte a quem<br />
tem responsabilidades na gestão<br />
da coisa pública, não esquecendo<br />
que somos nós quem escolhe esses<br />
mesmos responsáveis ><br />
Hélder Spínola<br />
Biólogo/Professor Universitário<br />
16 saber | Setembro | 2016
5º Aniversário ANIMAD<br />
OPINIÃO<br />
Natália Vieira<br />
Presidente e Fundadora da<br />
ANIMAD<br />
Em 5 anos,<br />
conseguimos construir<br />
o nosso abrigo que,<br />
com meios próprios e<br />
consequência de muito<br />
trabalho e dedicação,<br />
alberga atualmente<br />
64 cães e perto de<br />
50 gatos. Em 5 anos,<br />
fizemos a nossa voz<br />
ouvir e chamamos a<br />
atenção da população<br />
e da política para uma<br />
causa que se julgava<br />
perdida. Em 5 anos,<br />
conseguimos ter o<br />
respeito da população.<br />
Parabéns Animad!. Hoje, 15<br />
de setembro de 2016, fazemos<br />
5 anos de atividade<br />
oficial. Não oficial são... dezenas...<br />
Muitos anos dedicados à causa...<br />
Hoje celebramos o dia em que decidimos<br />
assumir perante a sociedade,<br />
que estávamos cá para lutar por eles<br />
e para eles. Foram 5 anos de muito<br />
trabalho e dedicação. Em 5 anos,<br />
conseguimos com o esforço do nosso<br />
trabalho, estirilizar muitos animais<br />
e retirar da rua e encontrar novos<br />
donos para outras centenas. Lutamos<br />
contra mentalidades retrógradas,<br />
lutamos contra posturas incorretas.<br />
Lutamos contra os maus-tratos,<br />
sempre respeitando a cultura<br />
local, sem posturas arrogantes e tentando<br />
sempre a compreeensão e o<br />
equilíbrio. Nunca baixámos os braços<br />
e, por mais dura que fossem as<br />
batalhas... Por mais lágrimas derramadas...<br />
Sempre levantámos a cabeça<br />
e fomos à luta. Somos uma voz<br />
ativa em defesa do animal na nossa<br />
RAM e fora dela. Em 5 anos, conseguimos<br />
construir o nosso abrigo<br />
que, com meios próprios e consequência<br />
de muito trabalho e dedicação,<br />
alberga atualmente 64 cães e<br />
perto de 50 gatos. Em 5 anos, fizemos<br />
a nossa voz ouvir e chamamos<br />
a atenção da população e da política<br />
para uma causa que se julgava perdida.<br />
Em 5 anos, conseguimos ter o<br />
respeito da população. Conseguimos,<br />
com o apoio da Secretaria Regional<br />
do Turismo e Cultura, colocar na<br />
Avenida dois cartazes turísticos que<br />
marcam a diferença no espetáculo e<br />
no apoio à causa animal. Em 5 anos,<br />
conseguimos apoio de muitos privados<br />
e empresas que nos acompanham<br />
nesta luta árdua. Somos simples,<br />
somos verdadeiros. Somos nós.<br />
Continuamos a necessitar do vosso<br />
apoio pois, sem ele, nada conseguiríamos.<br />
Apoie-nos para que muitos<br />
mais 5 anos se repitam ao longo<br />
da História. Apoie-nos pois estamos<br />
cá para eles e por eles. Só por isso<br />
somos … ANIMAD. Parabéns ANI-<br />
MAD – ANIMAIS MADEIRA. ><br />
Natália Vieira<br />
Fotos: D.R.<br />
saber | Setembro | 2016<br />
17
OPINIÃO<br />
A Nossa Umbanda<br />
Aprática mediúnica só é<br />
aquela que exercida com<br />
base nos princípios da<br />
umbanda e dentro da moral ética<br />
de Deus. A Umbanda respeita<br />
todas as religiões que valorizem os<br />
espaços que pratiquem o bem, que<br />
trabalhem pela confraternização<br />
entre todos os homens independentemente<br />
da sua raça, cor, nacionalidade,<br />
crença ou nível cultural<br />
e social. A Umbanda reconhece<br />
que o verdadeiro homem de bem<br />
é o que cumpre e pratica a lei, a<br />
justiça de amor, caridade, bondade,<br />
fé, brandura, a pureza e acima<br />
de tudo a humildade. Convém<br />
notar que na luz do espiritismo<br />
não há lugar para as concepções<br />
de paraíso e inferno eternos. O que<br />
acontece na criação universal, são<br />
seres que num crescimento espiritual<br />
elevam-se pelos seus próprios<br />
esforços no campo infinito da harmonia<br />
divina. Cada um conquista<br />
a sua situação pelos seus próprios<br />
actos cujas consequências reca-<br />
A Umbanda respeita<br />
todas as religiões que<br />
valorizem os espaços<br />
que pratiquem o bem,<br />
que trabalhem pela<br />
confraternização<br />
entre todos os homens<br />
independentemente<br />
da sua raça, cor,<br />
nacionalidade, crença<br />
ou nível cultural e<br />
social. A Umbanda<br />
reconhece que o<br />
verdadeiro homem de<br />
bem é o que cumpre e<br />
pratica a lei, a justiça<br />
de amor, caridade,<br />
bondade, fé, brandura,<br />
a pureza e acima de<br />
tudo a humildade.<br />
em sobre si mesmo. Não há penas<br />
eternas, mas somente reparações<br />
proporcionais ás faltas praticadas.<br />
Não há outro juiz nem outro inquisidor<br />
do que a própria consciência.<br />
Assim a doutrina espírita é doutrina<br />
da responsabilidade na vida<br />
moral como na física há somente<br />
causas e efeitos regidos, convém<br />
repetir para ficar clara a nossa<br />
exposição, pois leis imutáveis<br />
e infalíveis, que presidem a tudo<br />
e em todo o universo. Buscamos<br />
através dos nossos mentores espirituais<br />
(preto-velho, caboclo, exu,<br />
ciganos, eres e orixás) o auxílio<br />
para o crescimento moral e espiritual,<br />
porém não podemos esquecer<br />
que a doutrina espiritual baseada<br />
no evangelho, segundo o espiritismo<br />
é fundamental para a evolução<br />
de cada ser. Orixá.<br />
Como já estudamos, sabemos que<br />
os orixás vieram da África trazidos<br />
pelos negros escravos e cada um<br />
deles tem a sua lenda que assim<br />
ficou registrado como verdadeiros<br />
heróis, um verdadeiro rei.O orixá<br />
é uma energia pura e eles representam<br />
a força da natureza. Cada<br />
médium tem um orixá que é o responsável<br />
pela sua “cabeça”. Orixa<br />
esse que o acompanhará pelo<br />
resto da sua vida. Sempre que um<br />
médium dá um alimento á cabeça<br />
(bori), está também fortalecendo<br />
cada vez mais a energia do seu<br />
orixá. Na África, essas divindades<br />
estavam ligadas á família, cidade<br />
ou região, o que promovia a caracterização<br />
de cultos grupais e regionais<br />
ou mais raramente de cultos<br />
de carácter nacional. No Brasil<br />
é imposto um novo arranjo, tanto<br />
territorial quanto ideológico á<br />
adoração dos Orixás, cada um deve<br />
assegurar pessoalmente as minuciosas<br />
exigências do Orixa, tendo<br />
porém a possibilidade de encontrar<br />
num terreiro um meio de inserir-se<br />
a um pai ou mãe-de-santo competente<br />
capaz de guia-lo e ajuda-lo a<br />
cumprir corretamente suas obrigações<br />
em relação ao seu Orixá. ><br />
Pai Nelio D`Oxalá<br />
TEMO Umbanda Centre Pai Nelio d`Oxala<br />
Consultas em: London 079 013 00 672 • Lisboa e Funchal 910 337 204<br />
Rio de Janeiro +55 (11) 98841 8780 • Austrália - Perth (+61) 08 9434 6397<br />
temo.umbandacenter@gmail.com • www.temo-umbandacenter.com<br />
18<br />
saber | Setembro | 2016
NUTRIÇÃO<br />
Setembro: Chegou o outono<br />
e com ele as vindimas<br />
O<br />
mês de setembro para<br />
além de assinalar o fim<br />
do verão e início da nova<br />
estação, o<br />
outono, é também a altura das<br />
vindimas, em que se colhem as<br />
uvas para fazer o vinho,<br />
um trabalho em que não falta a<br />
celebração, boa disposição e alegria.<br />
Inclusive, algumas<br />
quintas permitem o contributo dos<br />
turistas. Já dizia o velho ditado<br />
que “beber vinho era dar de comer<br />
a um milhão de portugueses”, na<br />
realidade este néctar dos Deuses<br />
desde sempre esteve bem presente<br />
na nossa cultura e gastronomia.<br />
Portanto, não é de surpreender<br />
quando vemos que Portugal<br />
é um dos maiores consumidores<br />
per capita, estando também no<br />
ranking dos maiores produtores<br />
mundiais. A uva é utilizada não só<br />
para fazer o vinho mas também<br />
sumo e doce. Proveniente da<br />
videira, e com diversas variedades,<br />
destaca-se a uva branca<br />
e a uva tinta. Será a uva uma<br />
boa fonte de fibra? Muitas pessoas<br />
acreditam que a uva contribui<br />
para o bom funcionamento intestinal,<br />
prevenindo a obstipação, por ser<br />
um fruto rico em fibra. Porém, as<br />
uvas frescas não são<br />
uma excelente fonte de fibra. A<br />
nível de macronutrimentos, 20%<br />
da sua constituição consiste em<br />
hidratos de carbono (açúcares), o<br />
que faz com que seja um dos frutos<br />
mais energéticos e cerca de<br />
78% consiste em água, sendo uma<br />
boa opção para uma boa hidratação.<br />
Constituem uma boa fonte<br />
de vitaminas do complexo B e<br />
de potássio. O que distingue a uva<br />
tinta da branca é o facto de conter<br />
vitamina A e carotenos que<br />
não existem na uva branca. A uva<br />
é ainda utilizada para fazer passas<br />
(frutos secos). Estas apresentam<br />
um teor mais elevado de<br />
minerais como o potássio, sódio,<br />
cálcio, magnésio e ferro. Contudo,<br />
têm a desvantagem de serem<br />
mais calóricas, por conterem muito<br />
mais açúcar ainda assim o seu<br />
teor em fibra também está aumentado<br />
na forma de frutos secos.Portanto,<br />
na uva não se pode realçar<br />
a sua quantidade em fibra. Existem<br />
outros frutos que<br />
são bons fornecedores de fibra<br />
como o marmelo, romã, limão,<br />
laranja, kiwi, maçã, pera e<br />
a banana. Vinho: o néctar dos<br />
Deuses.Quanto ao vinho, para<br />
além de ser uma bebida alcoólica,<br />
é uma verdadeira referência<br />
na civilização, sobretudo no mundo<br />
ocidental. Desde a típica utilização<br />
por Jesus em que transformou<br />
a água em vinho, são também<br />
conhecidos os seus benefícios<br />
na saúde<br />
cardiovascular e não só. Contudo,<br />
é de realçar que estes benefícios<br />
são notáveis quando<br />
há um consumo moderado. Entende-se<br />
por moderado até 2 copos<br />
por dia para os homens<br />
e 1 copo por dia para as mulheres,<br />
a acompanhar uma refeição<br />
equilibrada.<br />
É importante realçar que ao<br />
beber vinho, estamos também a<br />
“beber calorias”, daí a<br />
necessidade de ingeri-lo com<br />
moderação, principalmente quando<br />
há excesso de peso. ><br />
Alison Karina de Jesus<br />
Nutricionista<br />
Texto/Fotos<br />
saber | Setembro | 2016 19
PUBLIREPORTAGEM<br />
Gabinete da Cidade para reinventar o Funchal<br />
Texto/Fotos:<br />
Câmara Municipal do Funchal<br />
Paulo Cafôfo anunciou, no<br />
discurso do Dia do Concelho,<br />
a criação de uma<br />
nova estrutura na dependência da<br />
autarquia, com o objetivo claro de<br />
acelerar a regeneração e o reordenamento<br />
urbano do Funchal após<br />
os incêndios do início do mês: o<br />
Gabinete da Cidade. A coordenação<br />
geral ficou a cargo dos Arquitetos<br />
Paulo David e João Favila,<br />
responsáveis por uma equipa de<br />
trabalho que contará com urbanistas,<br />
geógrafos, historiadores,<br />
engenheiros, juristas e outros técnicos,<br />
sejam da Câmara Municipal<br />
do Funchal ou que ao gabinete se<br />
venham juntar, e que já conta com<br />
a consultoria científica de outros<br />
dois outros reconhecidos profissionais,<br />
no caso, os Arquitetos Gonçalo<br />
Byrne e João Gomes da Silva.<br />
Paulo Cafôfo olha para o futuro<br />
e partilha a convicção do que deve<br />
ser recomeçar após um momento<br />
de catástrofe, como o que afetou<br />
o Funchal: “o que nós queremos é,<br />
à semelhança do que aconteceu no<br />
Chiado, adotar a mesma metodologia<br />
de, num momento de calamidade,<br />
poder repensar a cidade do<br />
ponto de vista urbanístico e daquilo<br />
que se pretende ao nível da reabilitação<br />
urbana.” Com algumas<br />
diferenças: “Ao contrário do Chiado,<br />
cuja intervenção se circunscreveu<br />
à zona sinistrada, o que vamos<br />
fazer no Funchal é partir dessa<br />
zona, ou seja, dos núcleos históricos,<br />
não só o de São Pedro, mas de<br />
todo o centro histórico, e estender<br />
a intervenção até todos os espaços<br />
que carecem de uma intervenção<br />
urbanística.” O Presidente refere<br />
que serão três os grandes arcos<br />
orientadores da ação no campo do<br />
património: o primeiro é a reabilitação<br />
do património edificado; o<br />
segundo, a criação de novas acessibilidades;<br />
o terceiro, a intervenção<br />
no espaço público, com vista<br />
à criação de novos espaços propriamente<br />
ditos. “Há o património<br />
que existe e que está degradado.<br />
O que vamos fazer, num primeiro<br />
momento de ação, é sistematizar<br />
uma caracterização da identidade<br />
da nossa arquitetura para que<br />
a reabilitação seja feita sem descaracterizar<br />
os locais. Esse é um<br />
trabalho que nunca foi feito. Através<br />
dele, quem precisar de reconstruir<br />
saberá exatamente quais são<br />
as regras e como o deve fazer”,<br />
esclarece o Presidente. Seguemse<br />
as acessibilidades: “A reabilitação<br />
vai partir do centro da cidade<br />
para locais de igual interesse<br />
patrimonial e urbanístico, mas que<br />
não estão na Baixa, como o Paiol,<br />
São João, a Pena, a Rochinha ou<br />
o Bairro dos Moinhos. São lugares<br />
que ficam perto mas, ainda assim,<br />
desconhecidos, e acabamos por ter<br />
algumas ilhas, como é exemplo o<br />
Bairro dos Moinhos e o seu casario<br />
tradicional. Com novas acessibilidades,<br />
vamos resolver problemas<br />
tão básicos como o acesso a meios<br />
de emergência e socorro, mas<br />
vamos para além disso, vamos conferir<br />
proximidade a estes locais,<br />
20<br />
saber | Setembro | 2016
para que todos os funchalenses os<br />
conheçam. Há uma cidade por descobrir<br />
dentro do Funchal e que vai<br />
emergir com esta reabilitação.”<br />
Regenerar o que existe, reinventar<br />
os acessos mas, igualmente,<br />
criar novos espaços: “Esta visão<br />
integrada contempla, necessariamente,<br />
a criação de novas praças,<br />
de novos espaços de contemplação<br />
e sociabilização, a criação de<br />
dinâmicas que tornem alguns destes<br />
«novos» locais atrativos, tanto<br />
a nível de afluência de pessoas,<br />
como ao nível de dinâmicas de sustentabilidade<br />
que os promovam.<br />
Isso será conseguido quer através<br />
de iniciativas culturais, quer através<br />
do comércio e de outras atividades<br />
económicas”, rematou Paulo<br />
Cafôfo. O Gabinete da Cidade<br />
ficará instalado no Teatro Municipal<br />
Baltazar Dias, numa sala para<br />
funcionar a tempo inteiro, com<br />
as dimensões e respetivo material<br />
necessário para o trabalho daquela<br />
unidade. ><br />
PUB<br />
saber | Setembro | 2016 21
OPINIÃO<br />
Criar Emprego<br />
Os governos gostam de<br />
anunciar a criação de<br />
emprego como uma coisa<br />
sua quando, na verdade, raramente<br />
o fazem, e quando o fazem<br />
é para aumentar o número de funcionários<br />
públicos. Nada tenho<br />
contra, se não for supérfluo, mas<br />
que irrita, irrita, a sobranceria<br />
de afirmar tal criação. Quem<br />
cria emprego são as empresas e<br />
outras organizações, com ou sem<br />
fins lucrativos, mais ninguém.<br />
Todos sabemos isso, ou deveríamos<br />
saber. Todavia, também<br />
muito importante, são as condições<br />
envolventes, o meio onde as<br />
empresas e as organizações vivem<br />
e operam. É na criação de um clima<br />
favorável aos negócios que as<br />
políticas governamentais podem<br />
ter largo impacto, se bem pensadas<br />
e melhor implementadas.<br />
A confiança que as políticas e as<br />
práticas públicas transmitem aos<br />
mercados são factores fundamentais<br />
ao desenvolvimento dos negócios<br />
e, consequentemente, à criação<br />
do emprego. Para a criação<br />
do emprego o investimento constitui<br />
a pedra angular. É ficção<br />
pensarmos que criamos emprego<br />
sem novas e competitivas empresas.<br />
Para que haja investimento<br />
é necessário, antes de mais, a<br />
confiança que as políticas do país<br />
transmitem. Mas é precisamente<br />
aqui que falhamos. A nível nacional<br />
o actual governo desatinou<br />
A confiança que as<br />
políticas e as práticas<br />
públicas transmitem<br />
aos mercados são<br />
factores fundamentais<br />
ao desenvolvimento<br />
dos negócios e,<br />
consequentemente, à<br />
criação do emprego.<br />
Para a criação<br />
do emprego o<br />
investimento constitui<br />
a pedra angular. É<br />
ficção pensarmos que<br />
criamos emprego sem<br />
novas e competitivas<br />
empresas. Para que<br />
haja investimento é<br />
necessário, antes de<br />
mais, a confiança que<br />
as políticas do país<br />
transmitem. Mas é<br />
precisamente aqui que<br />
falhamos.<br />
completamente. Rebocado pela<br />
visão da esquerda radical, veio<br />
anunciar o novo imposto sobre<br />
a propriedade, como se tivéssemos<br />
uma carga fiscal equilibrada.<br />
Porquê? Porque sabe que precisa<br />
de aumentar a receita fiscal,<br />
com a introdução de novos impostos,<br />
como é este sobre o património<br />
superior a 500.000 euros,<br />
para compensar as medidas entretanto<br />
introduzidas de aumento do<br />
rendimento disponível, sob pena<br />
de não cumprir a meta do défice<br />
orçamental inferior a 3%. Ora,<br />
andarmos a mexer constantemente<br />
nas regras fiscais, abala seriamente<br />
a confiança no governo e nas<br />
suas intenções futuras e afasta os<br />
investidores. E sem investimento<br />
não existe criação de emprego. De<br />
acordo com a mais recente informação<br />
estatística produzida pelo<br />
INE sobre as contas nacionais do<br />
segundo trimestre de 2016, o PIB<br />
cresceu apenas 0,8% em termos<br />
homólogos. Mas, o mais relevante,<br />
é que se constata uma redução<br />
expressiva no Investimento e<br />
no contributo da procura Interna<br />
no PIB, este último comportamento<br />
demonstrando a pouca eficácia<br />
da política governamental no sentido<br />
de aumentar o Consumo. Erro<br />
de palmatória, pois o país só poderá<br />
ter futuro apostando fortemente<br />
nas Exportações, por substituição<br />
de importações ou pela aquisição<br />
de novos mercados externos<br />
e, com tal desiderato, fazer crescer<br />
o rendimento disponível dos<br />
portugueses. E o país tem feito<br />
um trabalho meritório nesta matéria,<br />
pois a taxa de cobertura das<br />
importações foi de 83% em 2015,<br />
bem melhor do que a de anos anteriores.<br />
A nível regional o governo<br />
esteve bem, pois logo repudiou<br />
a nova medida fiscal. Mas não<br />
tem estado assim tão bem no que<br />
concerne às políticas favoráveis à<br />
criação de novos empregos. Não<br />
fosse a pujança do sector do turismo,<br />
muito por razões exógenas,<br />
muito embora reconheça a valorização<br />
da nova política que vem<br />
progressivamente a ser introduzida<br />
pelos novos actores do sector, e<br />
estaríamos atravessando um período<br />
muito complicado. É fundamental<br />
perceber que podemos ser<br />
muito competitivos ao nível das<br />
comunicações electrónicas, desde<br />
que exista vontade política, mas<br />
sobretudo visão, estratégia e prática<br />
continuada, e não os fogachos<br />
a que nos têm vindo a habituar.<br />
Já escrevi, por várias vezes, sobre<br />
a visão que possuo para o sector,<br />
por isso não a irei repetir. Mas<br />
que estou convicto que a sua correcta<br />
aplicação gerará, no médio<br />
prazo, um volume significativo<br />
de emprego, obviamente à nossa<br />
escala, emprego esse qualificado<br />
e diferenciador. Mas, para tal,<br />
é necessário implementar a visão<br />
adequada. ><br />
João Lucas<br />
Economista<br />
22<br />
saber | Setembro | 2016
Trail Running em destaque<br />
DESPORTO<br />
O<br />
trail running é uma<br />
modalidade de corrida<br />
pedestre na natureza, por<br />
entre estradões, ribeiras, trilhos técnicos<br />
e rochosos, etc., dos quais por<br />
vezes impossibilitam a corrida dos<br />
atletas nestas zonas. Estas provam<br />
detêm de várias distâncias, desde<br />
as curtas que vão até aos 21km, as<br />
longas que variam desde os 22 aos<br />
41km, seguidamente entramos na<br />
categoria dos ultra trails, onde se<br />
integram as provas de Ultra Médio<br />
de 42 Km a 69 Km, as de Ultra<br />
Longo de 70 Km a 99 Km e as Trail<br />
Ultra XL também conhecidas por<br />
Ultra Endurance e são provas com<br />
mais de 100 km. Ainda dentro da<br />
categorização destas provas, temos<br />
o desnível acumulado que representa<br />
a distância vertical total percorrida<br />
numa prova e consoante a<br />
distância a percorrer, esta confina<br />
o grau de dificuldade da mesma.<br />
Este desporto tem reputado um<br />
crescimento notável na região, pelo<br />
número de atletas inscritos nas provas,<br />
assim como pela abundância<br />
de provas existentes de modo a responder<br />
à grande procura e também<br />
de forma a promover cada concelho.<br />
O trail é um desporto de competição<br />
mas não podemos excluir a<br />
sua componente social, onde a ética<br />
desportiva é concomitante e a solidariedade<br />
pelo outro e pelo meio<br />
ambiente também são valorizados.<br />
É um desporto que impõe uma grande<br />
preparação física, tal como o<br />
reforço muscular, treino da resistência<br />
cardiovascular, muitos alongamentos<br />
e não esquecer o descanso.<br />
Obviamente se treinamos para<br />
provas desta natureza, não podemos<br />
correr apenas em percursos pavimentados,<br />
é necessário treinar ocasionalmente<br />
nos trilhos de modo a<br />
habituar o corpo às irregularidades<br />
do terreno e à agressão que tal incute<br />
nas nossas articulações. Quanto<br />
aos voluntários que também dão o<br />
seu contributo para o bom funcionamento<br />
das provas, tenho uma palavra<br />
a dizer quanto a estes, mas de<br />
certa forma direcionada às entidades<br />
organizadoras. Estas deveriam<br />
informar os voluntários de quantos<br />
quilómetros faltam pela frente ou<br />
qual a distância até o próximo posto<br />
e estes deveriam referir a posição de<br />
cada atleta, pelo menos no top 10,<br />
pois isso ajudaria aos atletas a gerir<br />
de melhor forma o esforço e evidentemente<br />
saber a sua posição ao longo<br />
da prova. Aproveito aqui para<br />
mencionar que quando existe uma<br />
prova de trail, os percursos são limpos<br />
por parte da organização e de<br />
voluntários e que muitas das vezes<br />
são percursos que nem conhecemos<br />
e graças ao trabalho destas pessoas<br />
podemos desfrutar de paisagens<br />
e trajetos únicos na nossa ilha. Portanto<br />
parte dos participantes ajudar<br />
a manter esta limpeza e refiro-me<br />
ao simples ato de não deitar<br />
lixo no chão. A quem pretende<br />
iniciar-se neste desporto recomendo<br />
que comece sempre pelas provas<br />
mais pequenas e que não dê o<br />
pulo para as provas mais longas de<br />
forma repentina pois estas exigem<br />
mais tempo e uma diferente preparação<br />
física e se assim não o for, os<br />
problemas físicos irão surgir. Apesar<br />
dos pensamentos que nos surgem<br />
durante a prova “porque metime<br />
nisto?” ou “é a ultima prova<br />
que faço”, estes acabam por desvanecer<br />
quando cortamos a meta e<br />
após até nos questionamos quando<br />
será a próxima. ><br />
Jessie Serrão<br />
Personal Trainer<br />
jessie_sr93@hotmail.com<br />
Jessie Serrão<br />
Fotos: João M. Faria<br />
saber | Setembro | 2016 23
D E<br />
Amor<br />
Raquel Lombardi . . . de A a Z<br />
MADEIRA<br />
A B<br />
O motor essencial na vida de<br />
um individuo. Os meus grandes<br />
amores: o meu marido, a minha<br />
filha e família.<br />
Amigos<br />
I J K<br />
A<br />
Não muitos. Uma boneca<br />
Os verdadeiros.<br />
Arte<br />
Grande apreciadora.<br />
Animais de Estimação<br />
F G<br />
gatos: o Amarelo e a Bianca.<br />
A B C<br />
B F A G C B H D<br />
M N O<br />
Tem apostado em desmistificar o cancro de mama, sendo ela própria uma<br />
sobrevivente da doença que lhe foi diagnosticada em março de 2015, com<br />
inúmeras iniciativas. Destaque-se a criação recentemente, da Associação<br />
Bebidas<br />
Vinho tinto.<br />
Brinquedos<br />
chamada Belinda.<br />
Beijo<br />
Com amor.<br />
P M F QN<br />
D E<br />
Casamento<br />
Cumplicidade, confiança. Só com<br />
muito amor.<br />
Curiosidade<br />
Aquela que nos<br />
proporciona novas<br />
aprendizagens.<br />
Cores<br />
Vermelho.<br />
F G<br />
Decoração<br />
G H<br />
Deus<br />
I<br />
Cultural e de Solidariedade Social Raquel Lombardi e que vem ao encontro<br />
das necessidades das pessoas que enfrentam um tratamento de cancro de<br />
mama e promove ações de prevenção deste tipo de tumor. Esta associação<br />
vem oficializar todo o trabalho realizado no projeto ‘Unidos’ no qual se<br />
inscrevem concertos solidários, ‘workshops’ e recolha de alimentos e<br />
brinquedos, entre outras iniciativas. Educadora de Infância na Escola B1/<br />
PE Fonte da Rocha e casada com o professor de música do Conservatório<br />
da <strong>Madeira</strong>, Luciano Lombardi, Raquel Lombardi entra no universo da escrita<br />
com o livro “Uma história colorida” que lança através da editora O Liberal no<br />
Museu da Imprensa da <strong>Madeira</strong>. Raquel Lombardi neste A a Z.<br />
Dulcina Branco<br />
Fotos: D. R.<br />
Acredito.<br />
T U<br />
Simples.<br />
Doces<br />
A minha perdição.<br />
Adoro!<br />
Erros<br />
Errar é humano. Os erros são<br />
aprendizagens. Já cometi alguns.<br />
Estilo<br />
Simples e prático. Adequado às<br />
situações.<br />
Emoção<br />
Sentimento de agitação. Pode ser<br />
agradável ou não.<br />
Família<br />
Unida.<br />
Filme<br />
Pretty Woman; O Sexto sentido.<br />
Futebol<br />
Desporto que atrai muitas<br />
pessoas. Amado por alguns,<br />
por outros “nem tanto”.<br />
Flores<br />
Nos vasos.<br />
Ginástica<br />
Hei-de começar algum dia.<br />
Gula<br />
Pecado que me<br />
atormenta. Caio sempre<br />
em tentação.
F J K L<br />
E<br />
M<br />
J<br />
R<br />
K L<br />
S<br />
Pela positiva.<br />
Com amor.<br />
X Y Z<br />
ZT<br />
Humildade<br />
Essencial.<br />
Humor<br />
Sempre.<br />
D C E B U C V D<br />
L D E I W Q J X R K Y S<br />
Ilha<br />
ilha da <strong>Madeira</strong>, a pérola do<br />
Atlântico.<br />
Internet: Um mundo. Fundamental<br />
I J<br />
Qualidades<br />
M N<br />
Criatividade e<br />
P Q R<br />
persistência.<br />
P Q<br />
Linguagem universal.<br />
Se for do meu agrado,<br />
W X<br />
Música<br />
Marcas<br />
Vitória<br />
Todos os dias são uma vitória.<br />
Não fazem parte do meu<br />
Maravilhosa.<br />
Experiência única.<br />
G H I J<br />
Rádio<br />
Mania<br />
No carro, nas notícias.<br />
Viagem<br />
Algumas, todas especiais.<br />
Referências<br />
Moda<br />
Vício<br />
Orientações que se<br />
Existe cura para os vícios,<br />
seguem. Os meus<br />
os piores requerem uma<br />
uso.<br />
intervenção urgente.<br />
pais foram uma boa<br />
referência.<br />
registo de vida.<br />
H I J<br />
É pior que loucura.<br />
T U<br />
O<br />
X<br />
K<br />
N Y<br />
L<br />
O ZP<br />
Q R S<br />
no trabalho.<br />
Justiça<br />
Menos lenta.<br />
I J<br />
Surpresa<br />
K<br />
U V W<br />
P A B Q C RD<br />
O<br />
Sexo<br />
P<br />
Objetivos<br />
Sempre. Quando<br />
não temos objetivos<br />
deixamos de viver.<br />
Signo<br />
Aquário.<br />
Sonho<br />
F G H I<br />
Se o sonho acabar, não<br />
Q R S<br />
Ostentação<br />
Não tenho.<br />
vale a pena lutar!<br />
W X Y<br />
M N O<br />
Ciência determinante<br />
Ódio<br />
Sentimento que prejudica ao que<br />
sente.<br />
W<br />
Zoologia<br />
P Qanimais.<br />
Televisão<br />
V W<br />
para um conhecimento<br />
Perfumes<br />
Fortes. Com muita<br />
presença.<br />
Para descontrair.<br />
Telemóvel<br />
Necessário, porém, esqueço<br />
muitas vezes.<br />
X Y ZZelo<br />
Livro<br />
Existem muitos, no<br />
entanto, um que me<br />
marcou e adorei: Os Maias<br />
Lua<br />
A namorada eterna do Sol.<br />
Amada e contemplada por<br />
todos nós.<br />
Notícias<br />
Hoje correm muito<br />
depressa. Prefiro as<br />
boas.<br />
Presentes<br />
a qualquer momento. Não<br />
importa a data. Simboliza um<br />
sentimento, uma lembrança.<br />
Adoro dar e receber!<br />
Trabalho<br />
Fundamental.<br />
T U V W<br />
aprofundado dos<br />
Política<br />
Deveria zelar pelos<br />
interesses e necessidades<br />
do povo.<br />
Utopia<br />
Tolerância entre raças e<br />
religiões.<br />
Vida<br />
Xenofobia<br />
Um mal desnecessário.<br />
Xadrez<br />
requer muita concentração e<br />
estratégia.<br />
Em demasia prejudica.<br />
25
António Cruz<br />
acruz.funchal@abreu.pt<br />
Texto e fotos<br />
António Cruz escreve de acordo<br />
com a antiga ortografia.<br />
Diz-se que, à semelhança de Roma, não se terá conseguido<br />
fazer num dia. E como os adágios têm por norma a palavra da<br />
razão dos povos, pude constatar localmente que, de facto, e<br />
1 2<br />
A catedral é dedicada a Santo Estevão e considerada o monumento mais<br />
icónico da cidade. De estilo renascentista possui a terceira maior cúpula<br />
do país e demorou mais de 400 anos a ser construída. Muito mais que apenas<br />
um dia…<br />
Outro dos locais de referência desta cidade imponente é assumidamente<br />
a Basílica San Michele Maggiore. De estilo românico lombardo é um<br />
templo católico datado dos séculos XI/XII. Há quem a considere o protótipo<br />
de outros templos medievais de culto católico em Pavia, como a o é, por<br />
exemplo, a igreja de San Pietro in Cielo d’Oro.<br />
3 4<br />
E é nesta San Pietro in Cielo d’Oro que vou encontrar alguns dos mais<br />
belos exemplos de arte sacra. O mais imponente exemplo é sem dúvida o<br />
túmulo de Santo Agostinho situado sob o denominado “céu de ouro” da<br />
abside da igreja.<br />
Deambular pela cidade é ter a absoluta certeza de que seremos surpreendidos<br />
em permanência, ou não fosse esta urbe um dos mais belos exemplos<br />
de arte românica e renascentista com que nos podemos deparar em qualquer<br />
fachada, praça ou esquina da nossa peregrinação.<br />
26<br />
saber | Setembro | 2016
devido à quantidade de belezas e riquezas guardadas por<br />
entre a sua malha urbana, Pavia terá demorado algum<br />
tempo a erguer-se perante o olhar dos homens.<br />
viajar<br />
com saber<br />
5<br />
Itália é rica em pontes cobertas, sendo elas sempre um momento de surpresa<br />
por mais que já tenhamos visto e atravessado. Porque são originais,<br />
bonitas e românticas. Não há ponte coberta por onde tenha passado que<br />
não tenha um par de namorados abraçados e em contemplações amorosas<br />
ou juras de amores eternos. A de Pavia não foge à regra. Construída sobre<br />
o Ticino, separa o centro histórico da cidade dos arrabaldes mais modernos<br />
que foram sendo erguidos na outra margem.<br />
6<br />
Passar por Pavia sem desviar caminho para visitar Certosa é impensável.<br />
Por isso a caminho dela me meti para perceber o porquê de tanto<br />
alarde à sua volta. Mosteiro dos Cartuchos fundado em 1396, é a prova<br />
provada da ostentação, da riqueza, da sensibilidade artística e da magnificência<br />
arquitectónica transversal a um país que nunca deixa de nos surpreender.<br />
Um grito de exuberância, seja em cada detalhe das suas fachadas,<br />
seja nos mais trabalhados detalhes do seu interior. Verdadeiramente<br />
extraordinário!<br />
7<br />
Pavia possui uma das universidades de maior referência na Europa.<br />
Fundada em 1361 é constituída por nove faculdades, o que confere à cidade<br />
uma população bastante jovem e uma atmosfera divertida, animada e<br />
boémia. Ou o lugar onde o peso e a austeridade dos séculos se combina na<br />
perfeição com as tendências dos novos tempos.<br />
saber | Setembro | 2016 27
MADEIRA<br />
Na tela de Susana Jasmins, não há espaços vazios e todos<br />
os bocadinhos são preenchidos com cor, muitas cores<br />
intensas e vibrantes que é como esta artista, licenciada<br />
em Ciências Sociais e mãe de uma rapariga, está na vida.<br />
Susana Jasmins trabalha como Assistente Social na Escola<br />
Básica dos 2º e 3º ciclos dos Louros. Tem o Curso de<br />
Pintura e Desenho da Sociedade Nacional de Belas Artes<br />
de Lisboa, tendo já apresentado os seus trabalhos em<br />
nome individual e em coletivas. Dona de um estilo muito<br />
próprio, na pintura da artista sobressai o seu gosto pelo<br />
contemporâneo associado a um movimento de vanguarda.<br />
Dulcina Branco<br />
Fotos: D.R. (Susana Jasmins)<br />
O abstraccionismo<br />
expressivo de Susana Jasmins<br />
Como é que começou e desenvolveu<br />
o seu percurso na pintura?<br />
- Descobri cedo, com apenas 4 ou<br />
5 anos de idade... Adorava pintar.<br />
Gostava de riscar em papel e desenhar<br />
com cores, de pau e de cera.<br />
Misturava-as para ver o seu efeito.<br />
Ou até em cartão ou outro material<br />
que tivesse, lá estava eu. Deu-me<br />
sempre prazer em criar, desenhar e<br />
pintar. Comecei a desenhar o que a<br />
imaginação mandava no momento.<br />
Criava movimentos, formas geométricas,<br />
juntava cores primárias com<br />
cores secundárias, ainda que fosse<br />
cores de cera, pau, feltro e com<br />
folhas brancas normais ou cartolina,<br />
executava-as. Também, na altura,<br />
pesquisei sobre obras de arte e<br />
a vida de alguns pintores. Fiz muita<br />
leitura em livros, revistas, de arte,<br />
de pintura e de desenho. Ouvi muitos<br />
comentários na televisão e visitei<br />
muitas exposições. Aprendi com<br />
a observação direta e indireta. Fui<br />
sempre colorindo em tudo que era<br />
possível: frascos de vidro, plástico,<br />
cartão, cartolina, CD’s, portas em<br />
madeira... O que para uns era desnecessário,<br />
para mim, tinha uma<br />
utilização. Cheguei a pintar caricaturas<br />
de Fernando Pessoa, nas portas<br />
de uma dispensa da minha antiga<br />
casa. Resguardava-me no meu<br />
mundo, no meu canto. Ao longo<br />
do meu trajecto escolar, tive uma<br />
aprendizagem muito enriquecedora<br />
que foi elementar para o meu<br />
crescimento artístico, através dos<br />
conhecimentos em disciplinas de<br />
Artes Visuais, geometria e História<br />
d’ Arte e outras. Desfrutei muito<br />
do apoio dos docentes especificados<br />
em Artes, que me apoiaram a nunca<br />
desistir deste sonho e deram-me<br />
força para continuar o gosto pela<br />
arte. Cheguei a ter a “autonomia “<br />
de patentear os meus trabalhos na<br />
sala de aula, os quais eram expostos<br />
no placar da sala e com isso,<br />
sentia-me uma” pequena artista”.<br />
Muitas vezes, os meus trabalhos<br />
artísticos começaram em lugares<br />
completamente imprevisíveis, como<br />
as reuniões da minha mãe. Enquanto<br />
esperava por ela, aproveitava<br />
esse tempo para desenhar e pintar.<br />
Enquanto estudante sem “coragem”<br />
de exigir dinheiro aos meus<br />
pais para a compra de material<br />
artístico, só o fiz quando comecei a<br />
trabalhar no programa “Juventude<br />
e Trabalho” que era um programa<br />
de trabalho pago aos estudantes<br />
que trabalhavam nas férias escolares<br />
e então, com esse dinheiro<br />
amealhado, investia em telas, pastel<br />
seco e pastel a óleo, tintas acrílicas,<br />
tintas a óleoe pinceis, pasta de<br />
modular etc. Como autodidata, tive<br />
que aprender a alcançar algumas<br />
bases, fazendo múltiplas experiências<br />
com materiais. Testava a utilizações<br />
de técnicas. E sempre gostei<br />
do resultado. Nada foi em vão.<br />
Quando pinto na tela, não gosto de<br />
deixar um espaço nu, vazio numa<br />
tela, ou em qualquer outro material.<br />
A não ser que me peçam isso,<br />
com algumas restrições, aí tenho<br />
que reverenciar.<br />
Como é que define a sua pintura?<br />
- A minha pintura vai muito ao<br />
encontro dos meus sentimentos, do<br />
momento, do meu estado de alma...<br />
Neste sentido, “abraço” o abstraccionismo<br />
expressivo, que é uma vertente<br />
do abstraccionismo. Tenho<br />
características do sentimentalismo,<br />
de uma intuição e da maior<br />
liberdade artística. Tenho um estilo<br />
muito próprio. Gosto do contemporâneo<br />
associado a um movimento<br />
de vanguarda. Num período da<br />
minha vida, dediquei-me ao abstraccionismo<br />
geométrico, às formas<br />
geométricas, ao cubismo mas sempre<br />
de uma forma muito abstracta.<br />
Transformista e sempre procurando<br />
a maior originalidade e criatividade<br />
na abstração. A arte abstracta é<br />
uma obra “não representacional”<br />
ao reverso da arte figurativa. É um<br />
estilo moderno das artes visuais que<br />
priorizam as formas abstractas em<br />
detrimento dos objectos e/ou figuras<br />
que revelam algo da nossa realidade.<br />
Nas minhas pinturas, é claro<br />
que há alguma coisa que me reflete.<br />
Toda a obra artística é preenchida<br />
de cor, alegria, movimentos,<br />
formas... Há composição em toda<br />
28<br />
saber | Setembro | 2016
a obra de arte e assim podemos<br />
aprender a fazer uma observação.<br />
Existe o “peso ótico”, que produz<br />
uma figura, uma cor intensa. Existe<br />
os eixos, as linhas imaginárias,<br />
as horizontais. Temos que perceber<br />
também o equilíbrio numa pintura.<br />
Trata-se de uma questão intuitiva.<br />
O ser humano percebe as estruturas<br />
e não os ambientes isolados, ou<br />
seja, quando olhamos uma obra de<br />
arte, não a vimos como a soma das<br />
partes mas sim como um todo.<br />
Em que é que se inspira, para<br />
pintar?<br />
- Por gostar muito da poesia de<br />
Fernando Pessoa, muitos dos meus<br />
trabalhos tiveram a sua inspiração.<br />
Delineava a sua fisionomia e a partir<br />
dos seus poemas, inspirava-me.<br />
Assim desenvolvi a minha criatividade<br />
mas a pintura sempre funcionou,<br />
para mim, como uma terapia.<br />
A pintura aparece como uma paz<br />
interior que se expõe para o exterior.<br />
Ajuda-me a descontrair no<br />
final de dia mais agitado e, neste<br />
sentido, é um hobby. Acho que,<br />
quando temos “alma de artista”,<br />
temos sempre inspiração e algo<br />
inovador para mostrar de qualquer<br />
forma e seja em que material técnica<br />
for. Há sempre alguém que<br />
nos inspira e que, no meu caso, é a<br />
minha filha. Ela dá-me criatividade<br />
e os seus elogios, o seu amor e<br />
carinho, são para mim, uma fonte<br />
de vida, de arte. Dá-me motivação<br />
para continuar a pintar e também<br />
já gosta de pincelar. A nossa vida<br />
é construída de paixões, o nosso<br />
crescimento, a nossa adolescência,<br />
o nosso dia – dia. A criatividade flui<br />
à medida que produzimos uma obra<br />
de arte e eu sempre vivi com a Arte,<br />
esta que foi sempre foi uma paixão.<br />
Não há limitações para a criatividade<br />
e no meu caso, a arte nasceu<br />
comigo e morre comigo.<br />
Que momentos marcam o seu<br />
percurso artístico, nomeadamente<br />
no que diz respeito a exposições?<br />
- Realizei nove exposições colectivas<br />
e cinco exposições Individuais.<br />
Expos pela primeira vez, em<br />
1988, na Expo Jovem que decorreu<br />
na Escola Básica e Secundária<br />
Gonçalves Zarco. Seguiram-se<br />
outros eventos, nomeadamente as<br />
coletivas na “Festa da Juventude”<br />
que decorreu na Escola Secundária<br />
Francisco Franco. Integrei<br />
uma coletiva na Antiga Cadeia das<br />
Mónicas, em Lisboa. Em 1998,<br />
expos individualmente no restaurante<br />
Cactos, em Machico, diversas<br />
individuais e coletivas na Molduradora<br />
do Carmo, no salão nobre da<br />
Câmara Municipal de Porto Santo,<br />
na “Quinta Palmeira”, no Funchal.<br />
Em 2000, estive na concepção do<br />
logotipo de uma associação particular.<br />
Nos últimos anos, não tenho<br />
exposto.<br />
Qual é a sua opinião sobre o<br />
panorama das artes plásticas<br />
madeirense?<br />
- É um orgulho para a <strong>Madeira</strong><br />
termos verdadeiros artistas plásticos<br />
de alto nível. Apesar de haver<br />
um lado da nossa sociedade madeirense<br />
um pouco tradicionalista e<br />
de uma mentalidade convencional,<br />
sendo uma Ilha de pequena dimensão,<br />
um “Universo Insular “ integrada<br />
por uma população maioritariamente<br />
campesina, nem sempre<br />
o lado artístico é entendido na<br />
sua completa amplitude. Contemporaneamente,<br />
o Funchal, tem uma<br />
maior afluência turística e que desde<br />
sempre marcou desde o século<br />
XIX, um ambiente cultural da nossa<br />
cidade pacata e cosmopolita. As<br />
manifestações culturais, são cada<br />
vez mais atraentes e a arte está<br />
incluída, vindo a crescer sobretudo<br />
e a proporcionar um turismo<br />
mais cool, mais culto. São evidentes<br />
o interesse artístico pelo nosso<br />
turismo. Temos como exemplo, a<br />
Zona velha da Cidade do Funchal,<br />
– as conhecidas e lindíssimas portas<br />
pintadas por vários artistas. A<br />
<strong>Madeira</strong>, além da sua beleza natural,<br />
precisa sempre de ser visitada<br />
e apreciada por turistas, mas também<br />
pelos próprios filhos da terra.<br />
Valorizarmos o que temos, sobretudo.<br />
Estamos a crescer e a evoluir<br />
na arte. Temos que arriscar mais na<br />
arte, apostar no seu desenvolvimento<br />
e criar também maiores oportunidades<br />
na Ilha. Investir na Cultura<br />
é investir no Futuro.<br />
Há novas formas de expressão<br />
artística, a exemplo do digital.<br />
Agrada-lhe?<br />
- Sim, tanto que, tenho novos trabalhos<br />
desta arte completamente<br />
inovadora que é a arte digital. Descobri<br />
esta arte e é incrível. Transformar<br />
o que quisermos em outras<br />
realidades, outras cores, outras formas...<br />
Descobrir outras texturas<br />
que utilizo para transmitir emoções.<br />
Esta muitas vezes, é criada<br />
pelo efeito das cores, ou directamente<br />
pelos pincéis. Uma pincelada<br />
grossa pode ter a conotação de<br />
uma inquietude, ou uma pincelada<br />
mais fina pode significar a calma.<br />
É muito entusiasmante.<br />
Como é que desenvolve a sua profissão<br />
de Assistente Social com a<br />
pintura?<br />
- Ingressei pelo Serviço Social<br />
que não deixa de ser também uma<br />
“grande arte.“ Gosto do que faço e<br />
faço-o com muito empenho e profissionalismo.<br />
Muitas vezes não é<br />
simples porque encontro muitas<br />
famílias disfuncionais, com grandes<br />
obscuridades e perceber a origem<br />
dessas problemáticas, como Assistente<br />
Social, numa escola, procuro<br />
detetar quais as necessidades e<br />
carências das pessoas ao nível, por<br />
exemplo, da violência doméstica,<br />
do agregado familiar e do aluno.<br />
Planeio estratégias a serem utilizadas<br />
na aproximação da família à<br />
escola, analiso os factores de risco<br />
e sinais de alarme - alertar os alu-<br />
MADEIRA<br />
nos sobre a realidade multicultural<br />
em contexto escolar, intervir junto<br />
ao director de turma no âmbito<br />
do insucesso escolar, este que,<br />
por vezes, tem a ver com o contexto<br />
sociofamiliar. Enfim, são várias<br />
“artes” que tenho de utilizar. Faço<br />
também um trabalho de investigação<br />
social, trabalho de campo,<br />
para conseguir o principal objectivo.<br />
Auxiliar e melhorar a situação<br />
do aluno e da sua família. Desta<br />
forma, só consigo conciliar a pintura,<br />
quando estou de fim-de-semana,<br />
ou de férias. Preciso de ter tempo<br />
livre e nem sempre é possível. pois<br />
todos nós, temos a nossa própria<br />
vida. A vida também é uma arte<br />
que temos que saber gerir. A minha<br />
vida privada é dedicada à minha<br />
filha, aos trabalhos escolares, às<br />
minhas tarefas domésticas, e quando<br />
sobra algum tempo então para<br />
descompactar, dedico-me à pintura.<br />
Poderia dedicar-me só à pintura<br />
mas isso seria muito utópico. É<br />
muito difícil viver somente da Arte.<br />
Gostaria, realmente, poder dedicar-me<br />
mais à Arte, mas sempre<br />
conciliando com a minha profissão,<br />
de assistente social, por uma questão<br />
de segurança sócio-económica.<br />
Não tenho ilusões que a vida de um<br />
artista é imprevisível, vivemos com<br />
receios no mundo da arte onde nada<br />
é seguro e tudo é incerto. E quando<br />
temos uma vida com filhos e compromissos,<br />
não podemos arriscar<br />
tanto assim. ><br />
saber | Setembro | 2016 29
MODA<br />
Moda<br />
masculina e<br />
urbana para<br />
os tempos mais<br />
frios da Loja<br />
Street Fashion<br />
30<br />
saber | Setembro | 2016
saber | Setembro | 2016 31
MODA<br />
32<br />
saber | Setembro | 2016
saber | Setembro | 2016 33
MODA<br />
Ficha técnica:<br />
Fotos<br />
DDiArte | www.ddiarte.photography<br />
Modelo<br />
Miguel Gonçalves<br />
Loja<br />
Street Fashion | Rua da Cooperativa Agrícola,<br />
n.97<br />
34<br />
saber | Setembro | 2016
Ela<br />
TENDÊNCIAS<br />
Multiplicidade<br />
e contrastes,<br />
o q u e d á a<br />
l i b e r d a d e d e e s c o -<br />
lher a peça de roupa<br />
que fica melhor<br />
e combiná-la de forma<br />
a explorar mais<br />
do que um só estilo.<br />
Com as estações<br />
m e n o s d e m a r c a d a s<br />
e a sensação de que<br />
na moda já foi tudo<br />
d e s c o b e r t o , a i n -<br />
da assim é possível<br />
novos temas e novas<br />
abordagens. ><br />
Sobretudo<br />
MassimoDutti<br />
Vestido<br />
MassimoDutti<br />
Óculos<br />
LeTempsDesCerises<br />
Relógio<br />
MassimoDutti<br />
Bolsa<br />
MassimoDutti<br />
Sapat<br />
MassimoDutti<br />
Perfume<br />
MassimoDutti<br />
Ele<br />
Óculos<br />
ChristianDior<br />
Faz frio na cidade<br />
e os corpos<br />
g a n h a m p r o -<br />
duções chiques com<br />
v á r i a s c a m a d a s ,<br />
c a s a c õ e s , a l f a i a -<br />
t a r i a u s a d a d e u m<br />
jeito cool, no estilo<br />
dândi contempor<br />
â n e o . A o l a d o d o<br />
tradicional preto, o<br />
t o m c a m e l o a p a r e -<br />
ce em muitos looks<br />
para deixar o inverno<br />
mais claro e chique.<br />
><br />
Camisa<br />
Sacoor<br />
Gravata<br />
Sacoor<br />
Sapato<br />
Sacoor<br />
Fato<br />
Sacoor<br />
Cinto<br />
Sacoor<br />
Porta Documento<br />
louisVuitton<br />
saber | Setembro | 2016 35
“EcoMusicalis Lauraceae”<br />
DIA 18 SETEMBRO | 17h00<br />
Concerto do Til<br />
Ribeira da Janela - Fanal<br />
Concertos L 2016<br />
DIAS 17 E 24 SETEMBRO<br />
DIA 17 SETEMBRO - Linda Martini<br />
(Portugal)<br />
Em estreia na <strong>Madeira</strong>, a banda de rock<br />
português de culto trazem novo disco editado<br />
em 2016, que tem sido referido como um dos<br />
melhores discos nacionais do ano.<br />
Com mais de 10 anos de existência, a banda<br />
surpreendeu sempre e soube inovar de disco<br />
para disco. Se no princípio todos colocaram<br />
o rótulo de pós-rock, em “Casa Ocupada”<br />
responderam com uma cena mais punkhardcore.<br />
Depois “Turbo Lento” trouxe uma<br />
espécie de síntese dos dois.<br />
DIA 24 SETEMBRO - Marcelo Jeneci<br />
(Brasil) – Concerto de encerramento<br />
Marcelo Jeneci é um dos cantores e<br />
compositores mais importantes do brasil da<br />
atualidade. Lançou o seu primeiro disco no<br />
final de 2010, “Feito para Acabar”, e foi logo<br />
considerado um dos melhores discos de 2010,<br />
pela revista tão importante Rolling Stone.<br />
Estalagem da Ponta do Sol<br />
www.pontadosol.com/pt/lconcerts/<br />
Org.: Associação RETOIÇA e Câmara Municipal do Porto Moniz<br />
1<br />
Associação Notas e<br />
Sinfonias Atlânticas,<br />
através da Orquestra<br />
Clássica da <strong>Madeira</strong><br />
apresenta:<br />
DIA 24 SETEMBRO |18h00<br />
Concerto Inaugural da Temporada 2016/2017<br />
Ciclo Grandes Solistas<br />
Maestro convidado: Gianluca Marcianò<br />
Solista: Alexander Buzlov<br />
E. Elgar - Concerto para violoncelo em Mi menor, Op.85<br />
P. I. Tchaikovsky - Sinfonia Nº 5, em Mi menor,<br />
Op.64<br />
Teatro Municipal Baltazar Dias<br />
10<br />
algumas sugestões sugestões da agenda<br />
36<br />
saber | Setembro | 2016
12<br />
conferências<br />
Espetáculo: João Alves & Friends<br />
DIAS 29 E 30 SETEMBRO<br />
DIA 29 SETEMBRO | 19h30<br />
DIA 30 SETEMBRO | 21h30<br />
Produção: João Alves<br />
Este espetáculo conta com a participação das<br />
cantoras mezzo-soprano Ester Câmara, soprano<br />
Cláudia Sardinha, entre outros.<br />
Teatro Municipal Baltazar Dias<br />
VII Congresso de Educação Artística<br />
DIAS 7, 8 E 9 SETEMBRO<br />
<strong>Madeira</strong> Tecnopolo – Universidade da <strong>Madeira</strong><br />
Mais informações e inscrições: www.madeira-edu.pt/dseam<br />
outros eventos<br />
Conferência “O Museu<br />
Nacional de Arte Antiga -<br />
Desafios do século XXI”<br />
DIA 17 SETEMBRO | 15h00<br />
Com António Filipe Pimentel - Diretor do<br />
Museu<br />
Integrada no projeto de divulgação cultural<br />
DAR A VER, projeto de divulgação do<br />
património artístico existente no arquipélago<br />
da <strong>Madeira</strong>.<br />
Museu da Quinta das Cruzes<br />
Inscreva-se: daraver.drc@gmail.com<br />
“ShORTCUTZ FUNChAL”<br />
DIAS 3 AGOSTO E 7 SETEMBRO | 21h00<br />
Projeto internacional de divulgação de curtasmetragens.<br />
Barreirinha Bar Café<br />
Entrada Gratuita<br />
www.shortcutzfunchal.com<br />
28.ª Edição do Art’ Camacha<br />
11 A 16 AGOSTO<br />
Festival de Arte Camachense<br />
Largo da Achada – Camacha<br />
Org.: Casa do Povo da Camacha<br />
14<br />
Festas de São Vicente 2016<br />
24 A 27 AGOSTO<br />
São Vicente<br />
Org.: Câmara Municipal de São Vicente<br />
Festa do Vinho da <strong>Madeira</strong><br />
28 AGOSTO A 11 SETEMBRO<br />
Org.: Secretaria Regional da Economia, Turismo e Cultura<br />
www.visitmadeira.pt<br />
Festival Colombo<br />
15 A 17 SETEMBRO<br />
Porto Santo<br />
“Encontro com o Cinema”<br />
Org.: Secretaria Regional da Economia, Turismo e Cultura<br />
www.visitmadeira.pt<br />
DIA 16 SETEMBRO | 21h30<br />
“A Vida de Adèle” de Abdellatif Kechiche, 2013, 179’<br />
Projeto de divulgação de cinema alternativo que<br />
resulta de uma parceria entre a Direção Regional<br />
da Cultura, a Câmara Municipal da Ponta do Sol, a<br />
Associação Travessias Culturais e a Estalagem da<br />
Ponta do Sol.<br />
Auditório do Centro Cultural John Dos Passos –<br />
Ponta do Sol<br />
Reservas: cinema@travessiasculturais.com<br />
“ENCONTRO ECL ‘16”<br />
21 A 23 SETEMBRO<br />
2.ª Edição do Encontro Internacional de<br />
Economia Criativa dos Países de Língua<br />
Lusófona, que contará com a presença de<br />
jornalistas, políticos e figuras de relevo dos<br />
vários países da CPLP.<br />
Uma iniciativa promovida pela Multicultural<br />
Sharing Foundation que tem por objetivo<br />
incentivar e promover a partilha de<br />
experiências e o multiculturalismo como forma<br />
de aprendizagem.<br />
Teatro Municipal Baltazar Dias e Jardim<br />
Municipal.<br />
Entrada livre<br />
Inscrições: secretariadodoexecutivo@encontroecl.com<br />
enda cultural cultural da madeira<br />
da madeira<br />
saber | Setembro | 2016 37
“EVA<br />
- Era uma Vez no Atlântico”<br />
Entre 23 e 25 de setembro, a <strong>Madeira</strong> vê chegar o seu<br />
primeiro festival internacional de narração oral.<br />
EVA - Era uma Vez no Atlântico é uma organização da<br />
Associação Xarabanda com o apoio da Direção Regional da<br />
Cultura sob a direção artística da conhecida contadora de<br />
histórias madeirense Sofia Maul, que traz à ilha narradores<br />
de várias proveniências para encantar o público ilhéu que<br />
tanto gosta de histórias.<br />
Ao todo serão quatro sessões de contos, duas para público<br />
familiar: uma no sábado, dia 24, e outra no domingo, dia 25,<br />
ambas à tarde; os dois serões para adultos serão na sexta e<br />
no sábado à noite.<br />
Os convidados desta primeira edição do EVA, além da<br />
conterrânea Sofia Maul, são Cláudia Fonseca (Brasil), Rodolfo<br />
Castro (Argentina), Soledad Felloza (Uruguai/Galiza) e Valter<br />
Peres (Portugal - Terceira).<br />
O Festival EVA é um dos parceiros de uma rede internacional<br />
de festivais de narração oral da orla Atlântica que pretende<br />
recolher, divulgar e promover o património oral da região e<br />
os narradores que veiculam essas memórias.<br />
“EVA - Era uma vez no<br />
Atlântico”<br />
DIAS 23, 24 E 25 SETEMBRO<br />
Festival Internacional de Narração Oral.<br />
Na sua primeira edição, o festival traz à<br />
<strong>Madeira</strong>, contadores da Argentina, Brasil,<br />
Uruguai e também nacionais.<br />
Direção artística: Sofia Maul<br />
DIA 23 SETEMBRO (ADULTOS)<br />
Cláudia Fonseca (Brasil) | 21h30<br />
Rodolfo Castro (Argentina) | 22h30<br />
Local a confirmar<br />
DIA 24 SETEMBRO (FAMíLIAS)<br />
Xarabanda e todos os narradores (contos e<br />
cantigas contadas) | 17h00<br />
Valter Peres (Portugal - Terceira) | 21h30<br />
Soledad Felloza (Uruguai/Galiza) | 22h30<br />
Local a confirmar<br />
DIA 25 SETEMBRO - SESSãO DE ENCERRAMENTO<br />
(FAMíLIAS)| 17h00<br />
Jardim do Palheiro Ferreiro<br />
Org.: Associação Musical e Cultural Xarabanda<br />
“Um Mês, Um Tema”<br />
DIA 24 SETEMBRO | 10h00<br />
O Passeio Público marítimo com o Eng.º henrique<br />
Costa Neves.<br />
Inscrição prévia, no Colégio dos Jesuítas ou numa<br />
das lojas Gaudeamus (Armazém do Mercado-<br />
Colégio-Penteada).<br />
Org.: Associação Académica da Universidade da <strong>Madeira</strong><br />
<strong>Madeira</strong> Film Experience<br />
Viagem audiovisual de 30 minutos que<br />
percorre os 600 anos da história e cultura do<br />
Arquipélago da <strong>Madeira</strong>.<br />
Segunda a domingo, sessões às 10h15 | 11h00 | 11h45<br />
| 12h30 | 13h15 | 14h00 | 14h45 | 15h30 | 16h15 |<br />
17h00 | 17h45<br />
Marina Shopping, loja 223<br />
Avenida Arriaga – Funchal<br />
291 222 748<br />
E-mail: madeirafilmexperience@gmail.com<br />
www.madeirafilmexperience.com<br />
15<br />
16<br />
sugestões da agenda<br />
38<br />
saber | Setembro | 2016
Visitas guiadas promovidas pela<br />
Associação Académica da Universidade da<br />
<strong>Madeira</strong>:<br />
“history Tellers: dois circuitos”<br />
Zona histórica e Zona Oeste da Cidade<br />
Segunda a sexta-feira | 10h00 às 17h00<br />
Inscrições: Armazém do Mercado - Rua Latino Coelho, 39/Rua<br />
do hospital Velho, 28<br />
www.historytellers.pt<br />
Visitas: history@aauma.pt<br />
Serviço educativo: escolas@aauma.pt<br />
Visita guiada ao Colégio dos Jesuítas do<br />
Funchal<br />
Rua dos Ferreiros<br />
291 705 060<br />
Segunda a sexta | 10h00 às 18h30<br />
Sábado | 10h00 às 18h00<br />
www.colegiodosjesuitas.pt<br />
Visitas: colegio@aauma.pt<br />
Serviço educativo: escolas@aauma.pt<br />
Visita guiada aos Paços do Concelho do Funchal<br />
Segunda a sexta | 11h00<br />
www.visitfunchal.pt<br />
Visitas: visit@aauma.pt<br />
Serviço educativo: escolas@aauma.pt<br />
Org: Associação Académica da Uma<br />
Visita guiada à Assembleia Legislativa Regional<br />
Sextas | às 14h30 e às 16h00<br />
Org: AAUMa e <strong>Madeira</strong>n heritage<br />
infantojuvenil<br />
Atividades no Arquivo<br />
Regional e Biblioteca<br />
Pública da <strong>Madeira</strong> (ABM):<br />
DIAS 6, 13, 20 E 27 AGOSTO |11h00<br />
hora do Conto<br />
DIA 6 AGOSTO<br />
“A Gansa Tolinha” de Marni McGee e Alison<br />
Edgson<br />
DIA 13 AGOSTO<br />
“O Polvo Coceguinhas” de Ruth Galloway<br />
DIA 20 AGOSTO<br />
“Vamos nadar Baltazar!” de Nick Ward<br />
DIA 27 AGOSTO<br />
“O lobo que queria uma festa de anos” de<br />
Orianne Lallemand<br />
DIAS 3, 10, 17 E 24 SETEMBRO | 11h00<br />
hora do Conto<br />
17<br />
18<br />
DIA 3 SETEMBRO<br />
“O pequeno crocodilo e o amor de uma vida” de<br />
Daniela Kulot<br />
DIA 10 SETEMBRO<br />
“Um presente diferente” de Marta Azcona e<br />
Rosa Osuna<br />
DIA 17 SETEMBRO<br />
“Perdido e Achado” de Oliver Jeffers<br />
DIA 24 SETEMBRO<br />
“Um Lobo Culto” de Becky Bloom e Pascal Biet<br />
DIAS 6 E 7 SETEMBRO<br />
ATELIER “Pequenos Artistas”<br />
DIA 6 SETEMBRO - dos 4 aos 7 anos | 10h00 às<br />
12h00 ou 14h00 às 16h00<br />
DIA 7 SETEMBRO - dos 8 aos 12 anos | 10h00 às<br />
12h00 ou 14h00 às 16h00<br />
Sob inscrição prévia por telefone ou<br />
presencialmente, a partir de 20 de agosto.<br />
Destinado a leitores com cartão.<br />
DIAS 8 E 9 SETEMBRO<br />
ATELIER “Poupar a Brincar”<br />
DIA 8 SETEMBRO - dos 4 aos 7 anos | 10h00 às<br />
12h00 ou 14h00 às 16h00<br />
DIA 9 SETEMBRO - dos 8 aos 12 anos | 10h00 às<br />
12h00 ou 14h00 às 16h00<br />
Sob inscrição prévia por telefone ou<br />
presencialmente, a partir de 27 de agosto.<br />
Destinado a leitores com cartão.<br />
Sala Infanto-juvenil (SIJ) do Arquivo Regional e<br />
Biblioteca Pública da <strong>Madeira</strong> (ABM).<br />
Caminho dos Álamos, 35 - Santo António<br />
Mais informações:<br />
291 708 400<br />
E-mail: abm.sretc@madeira.gov.pt<br />
Contadores de história - Descobrindo a Cidade<br />
DIAS 6, 13 20, E 27 AGOSTO- DIAS 3, 10, 17 E 24<br />
SETEMBRO | 15h00<br />
Visitas guiadas para crianças e jovens.<br />
Os interessados deverão estabelecer contacto<br />
através do “Gaudeamus”.<br />
Armazém do Mercado<br />
Rua Latino Coelho, 39 - Funchal<br />
291 705 060<br />
Org.: Associação Académica da Universidade da <strong>Madeira</strong> - AAUMa<br />
Atividades para Famílias<br />
DIA 24 SETEMBRO | DAS 10h30 àS 12h00<br />
“Dó, ré, mi… há música no jardim!”<br />
Destinatários: famílias acompanhadas com<br />
crianças dos 4 aos 10 anos.<br />
Número máximo de participantes: 8 crianças<br />
(acompanhadas pelos pais).<br />
Inscrição: participação mediante preenchimento de ficha de<br />
inscrição disponível no website<br />
http://mqc.gov-madeira.pt.<br />
Org.: Museu Quinta das Cruzes<br />
cultural da madeira<br />
saber | Setembro | 2016 39
Mural de Cristiano Ronaldo inaugurado<br />
no Centro Cívico de Santo António<br />
> > Festa Gastronómica do Peixe Espada Preto<br />
2016 em Câmara de Lobos<br />
> > Associação Barmen da <strong>Madeira</strong> homenageada<br />
no Dia da Cidade do Funchal<br />
> > Turismo e hotelaria madeirense distinguida nos<br />
“World Travel Awards”<br />
> > Concerto da PSP para crianças na Fnac<br />
> > XIII Semana Europeia de Folclore no Jardim<br />
Municipal do Funchal<br />
> > Fernando Olim com “workshop” de cocktails na<br />
escola básica da Camacha<br />
> > César Mourão e Herman José no “Humor Forum<br />
<strong>Madeira</strong> Fest” 2016<br />
40<br />
saber | Setembro | 2016
SOCIAL<br />
Festa Gastronómica<br />
do Peixe Espada Preto 2016<br />
A 24.ª edição da Festa Gastronómica do Peixe Espada Preto decorreu na<br />
baía da Cidade de Câmara de Lobos tendo apresentado um cartaz diversificado<br />
e onde a gastronomia típica de Câmara de Lobos, sobretudo os pratos<br />
à base de peixe espada preto, estiveram em destaque. O evento contou<br />
com a adesão de cinco restaurantes, barracas de comes e bebes e durante<br />
os três dias de festa, houve muita animação e público. O Presidente do<br />
Governo Regional, Miguel Albuquerque, marcou presença na abertura desta<br />
importante iniciativa de animação que acontece anualmente, na cidade<br />
de Câmara de Lobos. ><br />
DB Fotos: D.R. (Câmara Municipal de Câmara de Lobos)<br />
saber | Setembro | 2016 41
SOCIAL<br />
Cidade homenageou<br />
Associação Barmen da <strong>Madeira</strong><br />
A Câmara Municipal do Funchal louvou publicamente a Associação Barmen<br />
no dia da Cidade do Funchal, a 21 de Agosto. A Associação presidida<br />
por Alberto Silva, recebeu a medalha de Ouro pelos prémios conquistados<br />
nos mais diversos concursos onde os seus associados têm marcado presença.<br />
Os barmen desta associação têm alcançado importantes títulos, sendo<br />
que, um dos seus membros foi recentemente considerado o melhor do país<br />
e representou Portugal no Concurso Mundial de Cocktails que se realizou<br />
no Japão. A Associação Barmen da <strong>Madeira</strong> celebrou, entretanto, os seus<br />
46 anos com um jantar convívio no Hotel Baía Azul. ><br />
DB Fotos: D.R. (direitos reservados Associação Barmen da <strong>Madeira</strong>)<br />
42<br />
saber | Setembro | 2016
CELEBRATING TRAVEL EXCELLENCE<br />
SINCE 1993<br />
<strong>Madeira</strong> conquista para Portugal<br />
prémios de Turismo<br />
Portugal's Leading Hotel 2016<br />
Belmond Reid's Palace<br />
Vários hotéis madeirenses conquistaram para Portugal, diversos prémios<br />
nos World Travel Awards de 2016, na gala final de entrega dos prémios<br />
que aconteceu na Sardenha, Itália. Portugal tinha 91 nomeações a concurso,<br />
tendo vencido 23 categorias a nível europeu e muito graças à hotelaria<br />
madeirense. A <strong>Madeira</strong> ganhou o prémio de Melhor Destino de Ilhas,<br />
enquanto que, ao nível da hotelaria, foram as seguintes distinções: Resort<br />
all-inclusive para o Pestana Porto Santo All Inclusive & Spa Beach Resort,<br />
Boutique Resort para o Choupana Hills Resort & Spa, Hotel e Spa de ilhas<br />
para o The Vine Hotel, Hotel Verde para o Hotel Quinta do Lorde Resort,<br />
Hotel & Marina e Melhor Hotel para o Belmond Reid’s Palace. ><br />
This certifies that the holder has been voted the winner of this<br />
award by the voters of the 23 rd annual World Travel Awards.<br />
GRAHAM E. COOKE<br />
President & Founder<br />
worldtravelawards.com<br />
2 0 1 6<br />
2 0 1 6<br />
DB Fotos: O Liberal<br />
saber | Setembro | 2016 43
SOCIAL<br />
Concerto da PSP para crianças<br />
Este evento aconteceu por ocasião da comemoração do 138.º aniversário<br />
da PSP <strong>Madeira</strong> e destinou-se a crianças entre os 6 meses e os 6 anos de<br />
idade que, na Fnac do <strong>Madeira</strong> Shopping, assistiram a este evento único.<br />
Ainiciativa realizada pela Orquestra Sinfónica da PSP, deu música a muitas<br />
crianças e aos seus pais. ><br />
DB Fotos: gentilmente cedidas por Bruno Olim<br />
44<br />
saber | Setembro | 2016
PUB<br />
XIII Semana Europeia<br />
de Folclore<br />
O evento, organizado pelo Grupo de Folclore e Etnográfico<br />
da Boa Nova, decorreu no Jardim Municipal do<br />
Funchal.Integrado na Festa do Vinho <strong>Madeira</strong> 2016,<br />
evento esse da responsabilidade da Direcção Regional<br />
de Turismo, a Semana Europeia de Folclore teve a participação<br />
de diversos grupos folclóricos madeirenses,<br />
continentais e açorianos, europeus e América Latina.<br />
Ivone Fernandes e Carlos Pereira apresentaram o evento<br />
que teve como palco principal, o auditório do Jardim<br />
Municipal e que foi presenciado por muitos madeirenses<br />
e turistas. ><br />
DB Fotos: D.R.<br />
saber | Setembro | 2016 45
SOCIAL<br />
Cocktails tema de workshop<br />
Fazer um cocktail tem as suas regras e técnicas e foi isso que Fernando<br />
Olim, conhecido especialista madeirense nesta área, apresentou na Escola<br />
Básica dos 2º e 3º Ciclos Dr. Alfredo Ferreira Nóbrega Júnior. A convite<br />
desta escola, situada na freguesia da Camacha, Fernando Olim explicou<br />
aos alunos, técnicas básicas da arte de fazer cocktails, e consta que os<br />
alunos adoraram assistir. ><br />
DB Fotos: Fernando Olim<br />
46<br />
saber | Setembro | 2016
César Mourão e Herman José no<br />
Humor Forum <strong>Madeira</strong> Fest 2016<br />
Herman José, Aldo Lima e Eduardo <strong>Madeira</strong> encerraram as três últimas<br />
noites do Forum <strong>Madeira</strong> Humour Fest 2016, o evento de humor que o<br />
centro comercial Fórum <strong>Madeira</strong> organizou pela primeira vez e contou,<br />
nas primeiras sessões com Pedro Tochas, César Mourão e António Raminhos.<br />
Durante cerca de uma hora, os humoristas disseram piadas, cantaram<br />
e tocaram, a exemplo de Herman José que foi dos humoristas que<br />
teve o maior número de público. À <strong>Saber</strong> <strong>Madeira</strong>, Herman José confessou<br />
estar radiante por ter tido a oportunidade de participar neste festival<br />
de humor, assim como César Mourão, que também se destacou neste<br />
evento. ><br />
DB Fotos: D.R.<br />
saber | Setembro | 2016 47
À MESA COM...<br />
as Sugestões<br />
Fotos: Fernando Olim<br />
Agradecimento: Associação Barmen da<br />
<strong>Madeira</strong>, Restaurante O Almirante (excelência<br />
da cozinha portuguesa, regional e<br />
internacional)<br />
de Fernando Olim<br />
Um casamento é um momento único, por variados motivos. Um<br />
deles, é a possibilidade de apresentar uma mesa variada e<br />
adaptada a diferentes gostos, como esta que se apresenta nesta<br />
rubrica. Das entradas aos pratos principais, passando pelas<br />
sobremesas, bebidas e coktails, um casamento é um momento<br />
único e imperdível para mostrar o quanto gostamos e apreciamos<br />
a presença dos nossos convidados. À mesa tocam-se sabores mas<br />
também emoções e sentimentos, e uma festa de casamento é um<br />
momento especial para o demonstrar. O que apresentamos aos<br />
outros, diz muito de quem somos, por isso, não nos privemos de<br />
oferecer fartura, boa comida, qualidade e beleza, especialmente<br />
numa festa de casamento.<br />
48<br />
saber | Setembro | 2016
Entrada<br />
Tábua de queijos “Quatro Estações”<br />
Tábua de queijos “Quatro Estações”. Conjugação de variedades<br />
de queijos a gosto. Decorado com pimento vermelho,<br />
ervas aromáticas, azeitonas verdes e pretas, a que se adiciona<br />
azeite balsâmico e folha de alface.<br />
Prato Principal<br />
Polvo à Provençal<br />
Cozinhado no molho provençal, alho, cebola e ervas aromáticas.<br />
Decorado com limão, hortelã, tomate cherry, a que se<br />
adiciona o molho de cozedura do polvo.<br />
Sobremesa<br />
Pudim de caramelo “Reinventado”<br />
Decorado com estrelas e corações feitos à base de frutas<br />
e frutos silvestres, ramo de hortelã, maçã e cereja cristalizada.<br />
saber | Setembro | 2016 49
SITE DO MÊS<br />
www.visitfunchal.pt<br />
E-mail:<br />
www.sabermadeira.pt<br />
Facebook: Revista <strong>Saber</strong> <strong>Madeira</strong><br />
sabermadeira@yahoo.com<br />
Telf. 291 911 300<br />
Propriedade:<br />
OLC, Lda<br />
Audiovisuais, TV, Multimédia,<br />
Jornais e Revistas, Lda<br />
Sociedade por Quotas; Capital Social:<br />
€100.000,00 Contribuinte: 509865720<br />
Matriculado na Conservatória Registo<br />
Comercial de Lisboa<br />
Sede: Centro Comercial Sol Mar, Sala 303,<br />
Av. Infante D. Henrique, nº71<br />
9500 - 769 Ponta Delgada Açores<br />
Sócio-Gerente com mais de 10% do Capital:<br />
Edgar R. de Aguiar<br />
Director<br />
Edgar Rodrigues de Aguiar<br />
Redação<br />
Dulcina Branco<br />
Secretária de Redação<br />
Maria Camacho<br />
Colunistas<br />
António Cruz, Hélder Spínola, João Lucas,<br />
Jorge Faria, Teresa Brazão, António Castro<br />
Depart. Imagem<br />
O Liberal, Lda.<br />
Design Gráfico<br />
OLC<br />
> A autarquia do Funchal tem um novo<br />
site de turismo, novidade que foi apresentada<br />
pelo presidente da edilidade<br />
funchalense, Paulo Cafôfo, na Semana<br />
do Turismo do Funchal 2016 e ao qual de<br />
referiu como um “domínio forte e reconhecível<br />
em muitas cidades europeias,<br />
que congrega informação detalhada e<br />
uma vasta galeria de fotos sobre o que de<br />
melhor há para conhecer no Funchal.” O<br />
site divide-se em três grandes categorias,<br />
que são as descobertas, as experiências<br />
e o planeamento, foi desenvolvido pela<br />
autarquia e está disponível em português<br />
e inglês.<br />
Departamento Comercial<br />
OLC<br />
Serviço de Assinaturas<br />
Dulce Sá<br />
19º<br />
ANIVERSÁRIO<br />
2016<br />
Nome<br />
Empresa<br />
Morada<br />
Código Postal<br />
Concelho<br />
Data de nascimento<br />
Telem.<br />
Telefone<br />
E-mail<br />
Nova Assinatura<br />
CUPÃO DE ASSINATURA<br />
Renovação Assinatura<br />
Localidade<br />
Contribuinte Nº<br />
Assinatura Data / /<br />
Fax<br />
SIM, quero assinar e escolho as seguintes modalidades:<br />
Cheque<br />
à ordem de ‘’O Liberal Comunicações, Lda’’<br />
Pago por transferência Bancária/Multibanco<br />
MPG NIB nº 0036.0130.99100037568.29<br />
“O.L.C., comunicações”, Parque Empresarial Zona Oeste, Lote 7, Socorridos,<br />
9304-006 Câmara de Lobos • <strong>Madeira</strong> / Portugal<br />
Telefones: 291 911 300<br />
Fax: 291 911 309<br />
email: sabermadeira@yahoo.com<br />
ASSINATURA<br />
expresso<br />
Ligue já o Telefone: 291 911 300<br />
ou pelo Fax: 291 911 309<br />
PREÇOS ESPECIAIS!<br />
TABELA DE ASSINATURA - 1 ANO<br />
MADEIRA € 24,00<br />
EUROPA € 48,00<br />
RESTO DO MUNDO € 111,00<br />
* desconto sobre os valores da capa.<br />
Os valores indicados incluem os portes do correio e I.V.A. à taxa de 4%<br />
Administração, Redacção,<br />
Secretariado, Publicidade,<br />
Composição e Impressão<br />
Ed. “O Liberal”, Parque Empresarial da<br />
Zona Oeste, Lote 7, Socorridos,<br />
9304-006 Câmara de Lobos<br />
<strong>Madeira</strong> / Portugal<br />
Telefones: 291 911 300<br />
Fax: 291 911 309<br />
Email: preimpressao@oliberal.pt<br />
Depósito Legal nº 109138/97<br />
Registo de Marca Nacional nº 376915<br />
ISSN 0873-7290<br />
Registado no Instituto da Comunicação<br />
Social com o nº 120732<br />
Membro da Associação da Imprensa<br />
Não Diária - Sócio P-881<br />
Tiragem<br />
6.000 exemplares
Semanário | Ano 17 | Nº 835<br />
1,50 € Sexta-feira | 20 de novembro de 2015<br />
iniciativa contará com a presença do conhecido<br />
médico daniel sampaio. | Pág. 12<br />
editados por o liberal. | Pág. 28 e 29<br />
presidente da república falou no âmbito da sétima jornada do roteiro para uma<br />
economia dinâmica, que foi dedicada à região autónoma da <strong>Madeira</strong>. | Pág. 8 a 1<br />
Director: Edgar R. Aguiar<br />
tribunadamadeira.pt<br />
Carlos Pereira diz que<br />
presença como deputado em Lisboa<br />
não o afasta da política regional<br />
o presidente do ps-M, Carlos pereira, garante que<br />
os deputados do seu partido que foram eleitos<br />
à a sembleia da república não estarão com<br />
“paninhos quentes ou tacticismos oportunistas”.<br />
o dedo é apontado ao psd-M, que acusa de<br />
“dizer uma coisa nos cartazes de campanha<br />
e fazer outra na governação”. Quando à<br />
po sibilidade de o ps formar governo<br />
em lisboa, o presidente do socialistas<br />
madeirenses diz que “é um salto na robustez<br />
da no sa democracia” e “uma normalidade<br />
que nem é inédita na europa”. | Pág. 4 a 7<br />
a estreia será a 1 de<br />
dezembro, em Machico,<br />
por baixo do aeroporto.<br />
| Pág. 14<br />
autarca cumpre um desejo esperado há 40 anos. | Pág. 32<br />
Cais 8 já levou “negas” de navios<br />
em dua semanas. | Pág. 18<br />
| Pág. SOCIAL<br />
Rede de Mupis e Abrigos de Paragem na Ilha do Porto Santo<br />
O clima e a Praia da Ilha do Porto Santo,<br />
proporciona às pessoas o bem-estar e felicidade.<br />
O Liberal, comunicações, lda.<br />
Edifício “O Liberal”<br />
PEZO - Lote 7<br />
9300 Câmara de Lobos<br />
T. 291 911 300 F. 291 911 309<br />
E. comercial@oliberal.pt<br />
MUPIS<br />
ABRIGOS DE PARAGEM<br />
DIMENSÃO<br />
. 1,20 x 1,76 mts<br />
ALUGUER<br />
. 24 faces de Mupis<br />
.12 faces de Abrigos<br />
LOCAL<br />
. Mupis no Centro<br />
. Abrigos de Paragem<br />
nas Zonas Rurais<br />
suiCídio é teMa<br />
Central de<br />
seMinário na<br />
CâMara pestana<br />
alBuQuerQue | Pág. 20 e 21<br />
anteVê ContriButo<br />
da eVerjets na<br />
aproxiMação da<br />
<strong>Madeira</strong> ao Mundo<br />
Violante Matos,<br />
antónio Cruz e CaB<br />
<strong>Madeira</strong> lançaM<br />
liVros na próxiMa<br />
seMana<br />
ilha proMoVe a<br />
desCentralização<br />
Cultural | Pág. 30<br />
“A geStãO<br />
dA dívIdA<br />
PúbLICA<br />
mAdeIrenSe<br />
nãO mudOu<br />
umA vírguLA”<br />
Cafôfo “presenteia” Moradores de são pedro<br />
CaVaCo<br />
desafia à<br />
diVersifiCação<br />
da eConoMia<br />
regional<br />
CirCo dallas<br />
traz aniMais<br />
à <strong>Madeira</strong><br />
Cais “ensoMBrado”<br />
ConferênCia | Pág. 15<br />
reflete soBre as<br />
proBleMátiCas da<br />
segurança e defesa<br />
atiVidade eConóMiCa<br />
portuguesa regista<br />
aBrandaMento | Pág. 2<br />
Tribuna diário em www.tribunadamadeira.pt<br />
pai natal<br />
Chegou<br />
ao fóruM<br />
PUB<br />
Porta mupis [Porto Santo]<br />
2A Entr. Zona Velha 2B<br />
3A Centro Antigo 3B<br />
4A Saída da Galp 4B<br />
6A Praça do Barqueiro 6B<br />
8A Acesso ao Cais 8B<br />
9A Descida/Subida do Tribunal 9B<br />
10A Descida/Subida do Tribunal 10B<br />
11A Centro Cívico 11B<br />
12A Caixa Geral de Depósitos 12B<br />
13A Biblioteca 13B<br />
14A Entr. do Parque de Campismo 14B<br />
15A Bar Henrique 15B<br />
Abrigos de paragem [Porto Santo]<br />
2A Rua Augusto Bettencourt (Professor) - Lapeira 2B 3A Est. Dr. Francisco Rodrigues Jardim - Lapeira 3B<br />
5A Est. Dr. Francisco Rodrigues Jardim - Lapeira 5B 6A Est. Dr. Francisco Rodrigues Jardim - Campo de Cima (Gazela) 6B<br />
Plotter de Impressão<br />
Plotter de Corte<br />
Temos um serviço de Plotter de Corte e de Plotter de Impressão<br />
• Decoração de Viaturas • Decoração de Montras • Outdoors<br />
7A Estrada Benvinda Ascenção Oliveira - Campo de Cima 7B 8A Estrada Jorge Bruno do Canto - Campo de Cima 8B<br />
O.L.Comunicações, Lda<br />
Parque Empresarial Zona Oeste, lote 7<br />
9304-006 Câmara de Lobos<br />
291 911 300 291 911 309 comercial@oliberal.pt<br />
9A Estrada Regional 120 - Escola do Farrobo 9B<br />
Alugamos espaço<br />
de porta mupis<br />
e abrigos de paragem<br />
no Porto Santo
PUB