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Conte-nos como é que a música<br />
surgiu na sua vida?<br />
- Tudo aconteceu há 17 anos...<br />
Todavia, convém aqui sublinhar que<br />
sempre foi um sonho de miúdo seguir a<br />
carreira de DJ mas por respeito à minha<br />
mãe, abandonei a ideia. Costumava dizer-me<br />
ela que, trabalhar à noite e dormir<br />
durante o dia não era vida para ninguém.<br />
Mas, decorria o ano 2000 e em<br />
conversa com o proprietário de um bar<br />
no Caniço, dei-lhe a conhecer a minha<br />
paixão pela música. Algum tempo depois,<br />
em Junho, recebia um convite para<br />
animar o dito espaço. Não apenas como<br />
DJ, mas também como animador<br />
de karaoke. Na altura, ele tinha adquirido<br />
um microfone equipado com vários<br />
instrumentais, na sua grande maioria<br />
ingleses. Recordo-me que o cliente<br />
cantava e, no final era o próprio programa<br />
que dava a pontuação, o que valeu<br />
alguns momentos de boa disposição. O<br />
“bichinho” foi crescendo e, um dia, o<br />
dono do bar pediu-me para cantar com<br />
ele o tema “My way”, do Frank Sinatra.<br />
No final, tudo o que sei dizer é que estava<br />
dado o pontapé de saída para a minha<br />
aventura no mundo da música. Estava<br />
certo de que era algo que eu queria<br />
fazer. Mais: o contacto com as pessoas<br />
e a descoberta de grandes vozes levou-<br />
-me a querer mais e acabei por investir<br />
na compra de diversos instrumentais,<br />
nomeadamente, portugueses. Algo que<br />
na Madeira, até então, era apenas disponibilizado<br />
por meia dúzia (se tanto)<br />
de animadores.<br />
Que momentos marcam o seu percurso<br />
musical?<br />
- Há vários que nem sei por onde começar.<br />
Desde logo, não posso esquecer<br />
a minha participação no “Funchal<br />
a Cantar” em 2009, bem como a minha<br />
passagem pela RTP-M em janeiro<br />
de 2016 ou ainda o espectáculo solidário<br />
no salão paroquial de Santa Rita<br />
em Dezembro de 2012, promovido pelo<br />
Conselho Central do Funchal das<br />
Conferências de São Vicente de Paulo.<br />
Mas, se tivesse que eleger o melhor,<br />
provavelmente, diria que o momento<br />
mais marcante foi aquele em que peguei<br />
num microfone e vi que até me<br />
conseguia desenrascar a cantar. Mas,<br />
há também todos aqueles espaços por<br />
onde passei enquanto animador - e não<br />
são assim tão poucos -, numa volta já<br />
quase completa pela ilha. Destes, destaco<br />
a primeira vez que pisei o palco da<br />
sala de jogos do Casino da Madeira, para<br />
a primeira de uma série de noites de<br />
karaoke, ao longo de 17 meses. Era uma<br />
honra pisar um palco por onde já passaram<br />
e passam grandes talentos de cá, de<br />
lá e mais além.<br />
Sendo jornalista, e agora DJ, o que é<br />
que mais o preenche e porquê?<br />
- Essa é daquelas perguntas complicadas<br />
e que ainda hoje não sei bem como<br />
responder... São dois amores diferentes.<br />
Sempre adorei o mundo das notícias.<br />
Sou daqueles que não consegue andar<br />
de carro sem estar ligado a uma estação<br />
de rádio de cariz noticioso (às vezes, para<br />
desespero de minha esposa mas também<br />
do meu filhote mais pequeno que<br />
se vê privado de ouvir o seu DVD com<br />
as músicas do Panda). Enquanto jornalista,<br />
houve datas e acontecimentos que<br />
me marcaram, mas o 20 de Fevereiro de<br />
2010 e os incêndios no verão desse mesmo<br />
ano acabaram por trazer ao de cima<br />
o que de melhor tinha enquanto jornalista.<br />
Dois momentos que me fizeram<br />
perceber o quanto amava aquele trabalho.<br />
Cheguei a colocar-me em perigo<br />
diversas vezes, sempre com o intuito<br />
de apanhar o “melhor ângulo” da notícia.<br />
Momentos que me fazem arrepiar<br />
só de lembrar.<br />
Pensa voltar ao jornalismo ou esta é<br />
uma página encerrada no livro da sua<br />
vida?<br />
- Confesso que sinto a falta da adrenalina<br />
que está inerente à profissão de jor-<br />
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