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nalista... De estar em cima do acontecimento.<br />

Mas, infelizmente, e é com<br />

mágoa que o digo, o jornalismo na Madeira<br />

está a precisar de uma lufada de<br />

ar fresco, sobretudo, ao nível de quem<br />

dirige os órgãos de comunicação social<br />

locais. Assim sendo, penso que será<br />

uma página encerrada na minha vida.<br />

As “jogadas de bastidores” a que<br />

vamos assistindo e a centralização cada<br />

vez maior dos órgãos, onde se dá prioridade<br />

ao novo e barato em detrimento<br />

da experiência, não me dão esperanças<br />

de voltar a fazer aquilo que em tempos<br />

amei fazer. Já a música... Bem, a música<br />

é o meu escape, o meu ioga, por assim<br />

dizer. Quando estou por detrás de<br />

uma mesa de som e com um microfone<br />

pela frente sinto-me num outro mundo,<br />

cantando os temas que mais gosto.<br />

Ver as pessoas interagir e pôr toda uma<br />

sala a cantar comigo ou a dançar ao<br />

som dos meus temas, é um momento<br />

sem igual. Amo, vivo e respiro karaoke<br />

há 17 anos. Só tenho pena que não seja<br />

encarado com o devido respeito que<br />

merece e, para mim, não há coisa pior<br />

do que ver num concurso de talentos<br />

um jurado a denegrir um concorrente<br />

só porque cantou “nos karaokes”. Muitas<br />

estrelas começaram assim. Enfim...<br />

Quanto à vertente de Dj, é uma aventura<br />

mais recente: tem 11 anos. Começou<br />

com o casamento de uma amiga.<br />

Desde então, não mais parou.<br />

O que é que o define enquanto dj?<br />

- Quando era novo, dava as minhas fugidas”<br />

à discoteca Copacabana, no Casino.<br />

Na cabine, estava então o DJ Freddy,<br />

e desde logo identifiquei-me com<br />

o seu estilo. Ou seja, um beat mais comercial,<br />

com aquela música que roça<br />

os 80’s mas sem esquecer os temas mais<br />

quentes do momento. Adoro o house<br />

e alguma música electrónica, sem esquecer<br />

o reggae. Gosto do rock, sobretudo,<br />

o dos anos 80 com destaque para<br />

o português. E este estilo tem uma razão<br />

de ser, uma vez que a maior parte<br />

do meu trabalho, enquanto DJ, acontece<br />

em casamentos, onde o estilo é mais<br />

“popular” (não no verdadeiro sentido<br />

da palavra, claro), mas onde se privilegia,<br />

por exemplo, o reggaeton, os pimbas,<br />

o rock dos anos 70 e 80, o kuduro,<br />

o kizomba... enfim, os ritmos mais alegres,<br />

propícios aquele momento.<br />

Vale a pena investir no ‘djiing’?<br />

- Respondo por mim ao dizer que sim.<br />

Para mim, é um conforto poder dizer a<br />

quem confia no meu trabalho que tudo<br />

o que faço está legal. Trabalho para<br />

uma empresa que tem hoje disponível,<br />

por exemplo, um número infindável<br />

de instrumentais para karaoke 100 por<br />

cento legais em português, inglês, francês,<br />

italiano, espanhol, finlandês, dinamarquês,<br />

holandês... Mais, todas as<br />

músicas que uso enquanto DJ são adquiridas<br />

através do iTunes sem recorrer<br />

ao mais barato e ao desenrasque<br />

que é o youtube. Neste momento, digamos<br />

que há uma falta de coordenação<br />

e entendimento sobre quem deve<br />

fiscalizar o quê. O karaoke e o “djing”<br />

na Madeira foram tomados de “assalto”<br />

por algumas pessoas que vulgarizaram<br />

e desvirtuaram a concorrência salutar,<br />

sendo que hoje, o conceito passou<br />

a ser “quanto mais barato, mais qualidade<br />

tem”. Na área do karaoke, existe já<br />

uma Associação no continente (a AKA-<br />

POR) que está a tentar dar a volta a isto.<br />

Já estamos filiados e, em conjunto, temos<br />

procurado identificar o que poderia<br />

estar melhor.<br />

O que é que gostaria de vir a desenvolver<br />

ao nível musical mas que ainda<br />

não teve oportunidade de concretizar?<br />

- Sem dúvida, a gravação de um CD,<br />

cantando os meus temas de eleição.<br />

São todos eles na faixa dos anos 70/80,<br />

com cerca de uma dúzia de canções<br />

que me tiram do serio. Casos de “Spanish<br />

eyes” de Engelbert Humperdinck,<br />

“Green green grass of home” de Tom<br />

Jones, “Walk of life” dos Dize Straits e<br />

outros. Mas, tenho também a pretensão<br />

de organizar um concurso de talentos<br />

a sério, com um júri também ele sério,<br />

pois existe nesta nossa Madeira muitas<br />

vozes que merecem ser ouvidas e reconhecidas.<br />

São tantas as que já passaram<br />

pelos nossos palcos que nos fazem pensar<br />

num evento fora de série...<br />

Como é que olha para ‘fenómenos’<br />

como Maria Leal e Zé Cabra?<br />

- Outra pergunta difícil. Inicialmente,<br />

critiquei. Confesso que sim. Estamos<br />

numa época em que vale tudo para<br />

encher espaços comerciais. Se os proprietários<br />

de bar estão dispostos a pagar<br />

mais de 1000 euros para ter uma<br />

casa cheia, então quem sou eu para criticar?<br />

Sempre fui de valorizar o meu trabalho<br />

e sei as minhas capacidades. Não<br />

admito que brinquem com o meu trabalho,<br />

nem tão pouco que desvirtuem<br />

o karaoke. Tenho aprendido muito. Pela<br />

simples escolha de temas, consigo<br />

perceber qual o estado de uma pessoa.<br />

Muitos escolhem músicas feitas à sua<br />

medida, temas que falam da sua vida.<br />

6

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