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ANISTIA INTERNACIONAL

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PANORAMA<br />

REGIONAL: ÁSIA E<br />

OCEANIA<br />

Enquanto muitos governos na região da Ásia<br />

e Oceania — que abriga 60% da população<br />

mundial — reprimiram cada vez mais os<br />

direitos humanos, também houve sinais de<br />

mudança positiva em alguns países e<br />

contextos.<br />

A demanda por liberdade de expressão e<br />

justiça falou alto e foi insistente. Ativismo e<br />

protestos contra violações cresceram. Os<br />

jovens ficaram cada vez mais determinados<br />

na defesa de direitos. As tecnologias on-line<br />

e as redes sociais permitiram que esses<br />

jovens compartilhassem informações,<br />

expusessem injustiças, se organizassem e<br />

defendessem seus direitos. Diversas vezes,<br />

defensores e defensoras dos direitos<br />

humanos, frequentemente trabalhando em<br />

situações difíceis e com recursos limitados,<br />

mantiveram uma posição firme contra a mão<br />

pesada da opressão estatal, agindo de forma<br />

corajosa e inspiradora.<br />

No entanto, em geral o preço foi caro.<br />

Muitos governos demonstraram indiferença<br />

pela liberdade, justiça e dignidade. E se<br />

esforçaram para calar as vozes da oposição e<br />

acabar com protestos e o ativismo, inclusive<br />

a dissidência on-line, usando a repressão, a<br />

força e a aplicação duvidosa de leis novas e<br />

antigas.<br />

Na Ásia Oriental, a transparência dos<br />

governos diminuiu e a percepção de uma<br />

lacuna cada vez maior entre os governos e<br />

seus cidadãos aumentou. A isso somou-se a<br />

repressão arraigada em países como a China<br />

e a República Democrática Popular da Coréia<br />

do Norte (Coreia do Norte). Um padrão de<br />

aumento da intolerância em relação às<br />

críticas e ao debate aberto se desdobrou no<br />

sul da Ásia. Blogueiros foram assassinados<br />

em Bangladesh, profissionais da imprensa<br />

atacados no Paquistão e o espaço para a<br />

sociedade civil em países como a Índia<br />

diminuiu. No sudeste da Ásia, as liberdades<br />

de pensamento, consciência, religião,<br />

opinião, expressão, associação e reunião<br />

foram amplamente atacadas, com repressão<br />

pelo regime militar na Tailândia e tentativas<br />

de calar as vozes políticas na Malásia.<br />

Como o espaço da sociedade civil<br />

encolheu em muitos lugares, a<br />

discriminação, em especial contra minorias<br />

étnicas e raciais, além de mulheres e<br />

meninas, se ampliou em uma variedade de<br />

países e contextos.<br />

Em países como China, Cingapura, Coreia<br />

do Norte, Filipinas, Malásia, Maldivas, Nepal,<br />

Tailândia, Timor Leste e Vietnã, a tortura e<br />

outros maus-tratos estavam entre as<br />

ferramentas usadas para atingir defensores<br />

dos direitos humanos, grupos marginalizados<br />

e outros.<br />

Essas violações foram, muitas vezes,<br />

sustentadas pela falta de responsabilização<br />

de torturadores e outros perpetradores de<br />

violações de direitos humanos. A impunidade<br />

foi prejudicial, por vezes crônica, e comum<br />

em muitos países. Às vítimas era negada a<br />

justiça, a verdade e outras formas de<br />

reparação. Houve algum progresso nessa<br />

frente, no entanto. Alguns exemplos: passos<br />

lentos para realizar a prestação de contas por<br />

supostos crimes previstos no direito<br />

internacional que atormentaram o Sri Lanka<br />

por décadas, embora a impunidade<br />

arraigada tenha persistido; e o acordo<br />

bilateral entre o Japão e a República da<br />

Coreia (Coreia do Sul) sobre o sistema militar<br />

de escravidão sexual antes e durante a II<br />

Guerra Mundial, que foi criticado por excluir<br />

os sobreviventes das negociações. Numa<br />

decisão histórica, um tribunal das Filipinas<br />

condenou um policial por tortura pela<br />

primeira vez desde a Lei de Combate à<br />

Tortura de 2009. O Gabinete do Promotor do<br />

Tribunal Penal Internacional indicou que<br />

poderia, em breve, abrir uma investigação no<br />

Afeganistão. Essa investigação cobriria as<br />

alegações de crimes cometidos pelo Talibã,<br />

pelo governo afegão e pelas forças dos EUA.<br />

Em Mianmar, a intensificação do conflito<br />

no estado de Kachin e a explosão da<br />

violência no norte do estado de Rakhine,<br />

onde a operação de segurança forçou os<br />

32 Anistia Internacional Informe 2016/17

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