Revista Prevenção 1ª Edição
Setembro de 2016
Setembro de 2016
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Mardônio Andrade (33 anos, Técnico de<br />
Segurança do Trabalho, Assessor Técnico<br />
em Brigadas de Incêndios, Gestor de SES-<br />
MT atuando a 8 anos no mercado).<br />
Dentre os vários pontos para a desvalorização,<br />
gostaria de enumerar aqueles que eu<br />
considero importantes:<br />
1 - Os profissionais de SST devem sim,<br />
serem bons vendedores do aspecto segurança do trabalho. Precisamos de<br />
profissionais que além de manterem suas rotinas diárias, sejam capazes de<br />
vender bem a idéia para ambos os lados (empregadores e empregados) à<br />
cerca da Segurança do Trabalho.<br />
2 - O sindicato vem apresentando evolução, mas me convenci que este sindicato<br />
só terá força, quando for reconhecido como tal por Tst’s e empresas.<br />
3 - O receio de muitos Tst’s de trabalhar em parceria com os fiscais, imaginam<br />
que os fiscais hajam contra o trabalho do Tst e enganam-se, afinal a fiscalização<br />
só ajuda.<br />
4 - Não existe um meio para o reconhecimento dos profissionais, nenhum tipo<br />
de mídia ou algo que reconheça e valorize os profissionais que temos. ( E olha<br />
que temos muitos).<br />
5 - As leis enrigessem mais não o tanto que deveriam. Quando a coisa aperta<br />
muito como foi o caso da NR12, a política entra em cena, os legisladores que<br />
muitas vezes escolhemos não são representantes dos interesses coletivos, do<br />
povo, mas sim representantes dos próprios interesses, basta observar que dos<br />
quase 513 deputados por baixo tem 400 empresários, estão muito mais preocupados<br />
com as penas que podem vir junto à empresa e fazem como fizerem<br />
na Nr citada, cancelam.<br />
6 - A formação dos Tst’s não tem uma base de aplicação, cada escola passa<br />
um projeto de formação diferente, com disciplinas muitas vezes que em nada<br />
ajudam a formação do profissional, contemplando apenas a carga horária e<br />
ainda colocam dentro de sala professores que não tem o mínimo de conhecimento<br />
para aplicação de conteúdo, que por muitas vezes necessita de vivência<br />
teórica e prática. Ex: Esta semana conheci um “professor” que dá aulas de<br />
primeiros socorros, sendo o mesmo Tst, sem formação na área de saúde e que<br />
nunca foi ao menos Tst , ou seja nunca trabalhou como tal.<br />
Obs.: Outro dia uma fiscal do MTE questionou em uma empresa que assessoramos,<br />
o porque de um Tst ter aplicado uma palestra sobre Dst e Aids, afirmando<br />
como podia um profissional que não estudou palestrar sobre esses temas...<br />
Em síntese estou há 8 anos no mercado sempre atuando, ao longo desses<br />
anos houve sim uma melhora silenciosa, os patrões tem ficado mais receosos<br />
com o aspecto Segurança e Saúde Ocupacional, a coisa parece que vem<br />
melhorando não dá forma que todos querem, mas vem melhorando, temos<br />
que entender é que jamais teremos regras, leis e políticos como na Europa ou<br />
mesmo nos Estados Unidos, portanto o que cabe é tentar cadenciar a situação,<br />
aceitando essas melhorias lentas.<br />
Só pra todos terem uma idéia, os políticos tentam desfazer as leis e os únicos<br />
profissionais que brigam pra que as mesmas fiquem de pé lá no congresso,<br />
são os auditores fiscais.<br />
Ireudo Almeida<br />
(25 anos Técnico<br />
de Segurança do<br />
Trabalho e Assessor<br />
Técnico<br />
em Brigadas de<br />
Incêndios).<br />
Eu acredito<br />
que a categoria<br />
é desvalorizada por conta de nós mesmos,<br />
devido a “necessidade”. Outrora, sabemos<br />
que a instituição que regulamenta nossa<br />
profissão MTE, falha conosco. Uma vez que<br />
somos funcionários do MTE, juntamente com<br />
a fiscalização dos serviços que as empresas<br />
prestam, era pra eles exigirem também a<br />
presença desses profissionais. Ou seja, não<br />
era para os auditores fiscalizarem somente as<br />
não conformidades das empresas e sim para<br />
exigirem nossa presença lá. Pois nós que nos<br />
responsabilizamos pelo andamento de segurança<br />
da empresa, dentre eles: fiscalização,<br />
emissão de documentos de SST, treinamentos,<br />
orientações, acompanhamento de<br />
atividades e demais afazeres. Sabemos que<br />
existe a distribuição dos profissionais pela NR,<br />
mas e as empresas que não se enquadram?<br />
Enfim, são vários pontos a serem analisados.<br />
O sindicato que era pra ajudar a alavancar a<br />
categoria, anda a passos curtos ainda.<br />
Embora temos ouvido algumas melhorias,<br />
sabemos que para ser um sindicato ativo e<br />
operante, é necessário mais empenho de<br />
quem está na frente dessa tarefa, que eu<br />
reconheço, não é fácil.<br />
Renata Pinheiro (28 anos, formada em Técnica de Segurança no Trabalho,<br />
atuando a 4 anos no mercado).<br />
Eu acredito que é por falta de fiscalização nas empresas. Se toda<br />
empresa, independente de grau de risco fosse obrigada à ter um técnico,<br />
as coisas seriam bem diferentes E se a fiscalização por parte do MTE<br />
e outros órgãos competentes fiscalizassem com mais rigor e com mais<br />
periodicidade, as empresas veriam a importância do nosso papel dentro<br />
delas, assim vindo a valorização que se precisa.<br />
REVISTA PREVENÇÃO ٢٧