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Revista Prevenção 1ª Edição

Setembro de 2016

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que mostra o seu diferencial e<br />

que a questão de gênero é irrelevante<br />

diante da sua qualificação<br />

profissional, eu acredito<br />

que o mercado vai expandindo.<br />

Com quantos trabalhadores<br />

você já chegou a<br />

lidar dentro do canteiro<br />

de obras?<br />

Na primeira empresa já<br />

cheguei a trabalhar com<br />

300 funcionários, o mesmo<br />

número da Colmeia.<br />

Você já sofreu preconceito dentro<br />

da área?<br />

Já sofri preconceito de trabalhador. Ele estava<br />

em determinada situação trabalhando<br />

em altura e precisava estar acoplado,<br />

usar cinto e fui conversar com ele que disse<br />

que não ia me ouvir, porque não ia perder<br />

o tempo dele ouvindo uma mulher falando.<br />

E como você contornou a<br />

situação?<br />

Eu tive o apoio da administração e do<br />

mestre (de obra). Eu vi que indo conversar<br />

com ele de uma forma legal não deu<br />

certo então entrei em contato com o mestre<br />

que me ajudou, juntos conversamos<br />

com o trabalhador, que foi punido. Aos<br />

poucos fui trabalhando com ele que essa<br />

questão de segurança tem que ser feita<br />

não porque sou mulher e ele homem, mas<br />

sim pelo bem dele e consegui contornar a<br />

situação. Depois ele foi me ouvindo e consegui<br />

ter um bom relacionamento com ele.<br />

Você está na profissão desde<br />

2010, o que mudou de lá para<br />

cá?<br />

Eu amadureci muito, eu era uma pessoa<br />

difícil de lidar, eu queria que as coisas<br />

acontecessem e hoje você vê que existem<br />

formas melhores de caminhar, há<br />

“o caminho das pedras” como dizem, e<br />

quando você amadurece o seu lado profissional<br />

amadurece junto. Meu primeiro<br />

emprego foi muito difícil, ainda tinha muita<br />

gente que não queria trabalhar com<br />

mulher. Lembro do primeiro mestre de<br />

obras com quem trabalhei, o Mairton, me<br />

ajudou muito em relação a isso, sempre<br />

me apoiava. De lá pra cá eu fui evoluindo<br />

em saber lidar com o trabalhador e fazer<br />

a segurança acontecer. As normas também<br />

vão evoluindo, hoje em dia existe<br />

a NR35, que tem especificação em trabalho<br />

na altura e quando acontecia um<br />

acidente era mais grave, não existiam<br />

equipamentos que hoje existem. Hoje em<br />

dia através da NR35 existe talabarte com<br />

abs, com elástico, em Y, em I e naquele<br />

tempo era só o antigo canarinho com a<br />

corda azul, o trabalhador caia e se quebrava<br />

todo. Hoje ele possui um sistema<br />

de amortecimento, algo que melhora para<br />

gente como profissional também, até para<br />

o socorro que prestamos para a pessoa.<br />

A questão de segurança do trabalho, se<br />

renova muito, hoje há uma maior cobrança<br />

da NR12, a segurança do trabalho em<br />

LAURA PIMENTEL<br />

máquinas e equipamentos, e a<br />

partir do momento que é mais<br />

cobrado você tem força para<br />

que aquilo aconteça porque<br />

você sabe que vai ser cobrado<br />

do outro lado. Tem empresas<br />

que fazem segurança porque<br />

é obrigatório por lei e existem<br />

empresas que entendem<br />

que segurança é um investimento<br />

e não um desperdício.<br />

Você já sofreu algum<br />

po de assédio dentro<br />

do ambiente de trabalho?<br />

As vezes tem coisas que você escuta e<br />

deixa passar para evitar uma situação<br />

e as vezes você responde. O assédio<br />

acontece e você tem que saber lidar<br />

com ele, infelizmente acontece em todas<br />

as áreas e não somente na minha.<br />

Como é sua relação com os<br />

trabalhadores?<br />

Posso dizer que em 90% é boa, não dá<br />

pra ser 100%. Mas tenho um bom relacionamento<br />

com os colaboradores, a<br />

gente se ajuda. Posso dizer que é determinante<br />

na postura que a administração<br />

interna tem em relação aos colaboradores.<br />

Nossa administração é muito unida,<br />

sou muito apoiada, é muito importante<br />

na minha área. O técnico em segurança<br />

que não tem apoio do engenheiro,<br />

do mestre ou dos encarregados não faz<br />

nada. Nosso papel é orientar, a gente não<br />

pega no martelo e faz, a gente diz o que<br />

melhorar, o resto da administração é que<br />

faz o negócio rodar. A união e o respaldo<br />

que o engenheiro me dá é decisivo<br />

no meu trabalho diário, isso torna meu<br />

relacionamento melhor com os colaboradores,<br />

pois eles nos enxergam unificados.<br />

REVISTA PREVENÇÃO ٥

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