Jornal Cocamar Abril 2017
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9 | <strong>Jornal</strong> de Serviço <strong>Cocamar</strong><br />
Pecuária tradicional<br />
não se sustenta<br />
Ao pronunciar-se na abertura do Dia de Campo na Fazenda<br />
Campina, o presidente do Conselho de Administração<br />
da <strong>Cocamar</strong>, Luiz Lourenço, destacou que a região<br />
oeste de São Paulo “passará por uma grande transformação<br />
econômica nas próximas décadas, impulsionada, em<br />
grande parte, pelos sistemas agropecuários integrados”.<br />
De acordo com o dirigente, o modelo pecuário tradicional,<br />
ainda predominante na região, onde o que mais se vê são<br />
pastagens degradadas, não se sustenta por muito tempo.<br />
“A maior parte dos pecuaristas não conseguirá sobreviver<br />
produzindo apenas quatro arrobas de carne por<br />
hectare/ano, média que se observa atualmente”.<br />
Considerando a cotação atual da arroba por volta de R$<br />
150, seriam R$ 600 de faturamento bruto, “um valor muito<br />
baixo”, na avaliação de Lourenço. Ele compara que, na Fazenda<br />
Campina, a média de produtividade, após a adoção<br />
da ILPF, subiu para a faixa de 27 a 31 arrobas/hectare/ano.<br />
Na visão dele, não compensa para o pecuarista adubar<br />
os pastos, pois isso vai onerar a atividade e demandar um<br />
longo período para o retorno do investimento. “Quando ele<br />
pensa que terá retorno, será preciso adubar de novo”, completa.<br />
Crescimento da agricultura<br />
na região é atribuído à integração<br />
Luiz Lourenço, presidente do Conselho de Administração da <strong>Cocamar</strong> (dir.),<br />
com o agropecuarista Carlos Viacava, presidente do grupo CV: “região<br />
passará por uma grande transformação econômica nas próximas décadas,<br />
impulsionada, em grande parte, pelos sistemas agropecuários integrados”<br />
De acordo com o professor Edemar Moro, coordenador<br />
do curso de Pós-Graduação em ILPF na Universidade do<br />
Oeste Paulista (Unoeste), embora ainda tímido, tem se observado<br />
um crescimento da atividade agrícola na região<br />
de Presidente Prudente, alavancado pelo cultivo de soja.<br />
“As outras atividades, como cana-de-açúcar e pecuária de<br />
corte tradicional, estão estagnadas ou em retração”, considerou,<br />
mencionando que a oleaginosa é cultivada, principalmente,<br />
em sistemas integrados.<br />
Moro citou também que, diferente do que se observa no<br />
Paraná, praticamente não há arrendatários de terras para<br />
o plantio de soja no oeste paulista. E surpreendeu ao afirmar<br />
que, ali, o pecuarista tem sido mais receptivo em adotar<br />
a integração, do que o agricultor. “O pecuarista, apesar<br />
de sua resistência às novas tecnologias, já tem as cercas<br />
e as estruturas prontas, fica mais fácil para ele investir em<br />
máquinas e implantar a reforma dos pastos com agricultura”,<br />
enfatizou.<br />
Embora o avanço ainda seja tímido,<br />
observa-se que a cultivo de soja é<br />
irreversível na região de Presidente Prudente