Revista CriticArtes 7 Ed
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<strong>Revista</strong> Criticartes | 2º Trimestre de 2017 / Ano II - nº. 07<br />
Vou falar com<br />
o mundo!<br />
Lisié Champier<br />
Maputo, Moçambique<br />
@: lisiechampier@gmail.com<br />
Olá, mundo, estou aqui! Preciso falar-te.<br />
Como estás? Sei que tens olhos, coração e sentimentos!<br />
Que bom! És, como nós! Vejo que choras,<br />
porquê? Não percas a esperança, é a última<br />
que morre!<br />
Prometo: Um dia, o sorriso volta e as tuas<br />
lágrimas terão outros significados. Alguns de<br />
nós trabalham para isso, outros, esqueço-os, chegamos<br />
lá. Com muita pena, sinto o que não gostava<br />
de ver, e apercebo-me de semelhanças entre<br />
os teus e os nossos pensamentos. Ambos queremos<br />
a paz!<br />
Imploras: que não te magoem ou destruam.<br />
Tua vontade é explicar-nos que a felicidade<br />
não é infinita, mas é possível viver bem.<br />
Cedeste-nos tudo, até o livro com páginas em<br />
branco. A história, escrevemo-la nós. De que<br />
género se trata?<br />
Ficamos doentes com a poluição, que é<br />
muita. Lixo mental e físico, é terrível. Insciência<br />
e ganância são o veneno imparável. Como é possível?<br />
Porque te fazem isso? Tu és o nosso mundo.<br />
Uma ambição desmedida, querem tudo, até<br />
mesmo, ser felizes à força.<br />
A tua resposta não é uma vingança, é apenas<br />
uma necessidade. Precisas de sobreviver<br />
assim como nós, por isso respondes como<br />
sabes. Ficam chocados, os outros que te transformam<br />
num absurdo!<br />
Algumas pessoas, percebem-te ainda<br />
mais. Tatuam-te no corpo. O motivo é nobre,<br />
querem sorrir contigo! Merecemos isso e muito<br />
mais. Outros idolatram-te e querem cuidar de<br />
ti. Há ainda aqueles outros que brincam contigo,<br />
esquece-os. Nós tratamos desses!<br />
Continua forte, és um exemplo. Um dia,<br />
seremos todos como tu!<br />
Passageira<br />
Suely Sabino (Sys)<br />
Governador Valadares, MG, Brasil<br />
@: syspoetisa@yahoo.com.br<br />
Por esta estrada vou cantando<br />
Cantando alguns versos que sou<br />
Sou mais irreal do que real<br />
Real é o milagre chamado vida,<br />
Vida sou eu desfolhando flores<br />
Flores para perfumar o milagre<br />
Milagre sou eu na estrada<br />
Estrada é este espaço que sou,<br />
Sou um verso cantado<br />
Cantado por onde vou<br />
Vou ali e aqui, e sem pressa chego,<br />
Chego doando canção,<br />
Canção de versos ecoam<br />
Ecoam com simplicidade<br />
Simplicidade tem a alma<br />
Alma que brinca de sombras,<br />
Sombras tem na estrada<br />
Estrada que ecoa canção<br />
Canção que ganha vida<br />
Vida assim vou cantando.<br />
Acrobacia salmica<br />
Mary Acosta<br />
Argentina<br />
@: poemasdemary@hotmail.com<br />
Atardece en mi,<br />
Ante el desnudo audaz de los espejos.<br />
Desgrano la penumbra hambrienta<br />
Vistiendo un traje de epílogo,<br />
Sobre la fina piel gastada,<br />
Que expulsada en siete gritos<br />
Desarma cóncavos domingos de abril.<br />
Detrás del músculo agotado,<br />
La acróbata libélula<br />
Confabula el vuelo,<br />
En mitad del geodésico instante,<br />
Inventando el hálito de Dios resucitado.<br />
- 20 - www.revistacriticartes.blogspot.com.br