EDIÇÃO ESPECIAL DO 1º ANIVERSÁRIO
ISSN 2525285-2
4º Trim. (Out-Dez) 2016 Ano II nº. 5
9 772525 285002
Entrevista
Mário
CARABAJAL
Fundador Global da Academia de Letras do Brasil
a 1ª Academia Mundial da Ordem de Platão
Pág. 5
Poetas brasileiros
homenageiam a
Revista Criticartes
pelo seu 1º aniversário
Bob Dylan ganha o prêmio
Nobel de Literatura 2016
Leonard Cohen
morre aos 82 anos
Dois anos sem Manoel de Barros
Pág. 16
Sumário
Homenagem à Criticartes (poetas Zé Adalberto e Aurineide Alencar), 4
Entrevista com Dr. Mário Carabajal (Presidente Global da ALB), 5
Morte (Marise Andreatta - ADL), 15
Chorinho (Varenka de Fátima Araújo), 15
Um jardim para o poeta (Maria Eugênia Amaral), 16
Nosso Manoel... (Bianca Marafiga), 17
Manoel Venceslau Leite de Barros (Joabnascimento), 17
Poesia manoelesca (Marcos Coelho - ADL), 17
Poeta Manoel de Barros (Odila Lange), 18
Ao poeta pantaneiro (Lindita), 19
O fazedor de amanhecer (Manoel de Barros), 19
Por uma política cultural pública (Dinovaldo Gilioli), 20
Políticos e População: Quem leva à Corrupção? (Antônio M. S. Santos), 21
Amor e esperança: dois sentimentos inseparáveis (Carlos A. N. Aragão), 22
Versos de amor (Eunice Guimarães), 23
Madrugada (Jani Brasil), 23
Dica de Filme (Ponto de Mutação), 23
A morte da vida que mata (Valeria Gurgel), 24
VIDA E OBRA - Conhecendo o Poeta (Cláudio Dortas), 25
A lua e o mar (Christian Fernandes), 26
A busca (Elia Macedo), 26
Minha alma e eu (Suely Sabino Reis), 26
Na praça (Antônio Amaro Alves), 26
Soneto de uma vida (Jakson Aguirre), 27
A lenda (Marlete Alves), 27
Amor (Leandra Vitória), 27
Ecosys do Amor (Angela Matos), 28
Espigas de nuestra patria (Beatriz Valerio), 28
Poeta virtual (Antonio Cabral Filho), 28
A cigarra que encanta e a formiga encantada (Edvânia Ramos), 29
Jogo da vida (Adail Alencar), 30
Desconfiança! (Carla Cristina de Oliveira Gomes - Cristal), 30
Medo (Marcelo de Oliveira Souza, IWA), 31
Partícula de Palavras (Rogério Fernandes Lemes - ADL), 31
O FESTACE (Campus Dourados), 32
Hoje não (Lúcia Morais - Luanda), 40
Estância, terra da Cultura (Sivaldo Cardoso Fontes), 40
Explosão (Teresinka Pereira), 41
Água (Leomária Mendes Sobrinho), 41
Sollozo americano (Mary Acosta - Argentina), 41
La Chispa (Mariano Errecar - Argentina), 42
Te disse? (Cláudio Dortas Araujo), 42
Ela é Bia... (Rosane Ozorio), 42
Ter Fé (Alaíde Souza Costa), 43
Amor de mãe (Ylvange Tavares), 43
Solilóquio poético (Flávia Kruck), 43
O palhaço (Isloany Machado), 44
O milagre da vida (Marta Amaral), 45
Tentando descrever Manoel (Nena Sarti), 45
Reprograme-se (Lucas Oliveira), 46
Rede de esgoto é um direito do cidadão (Itla Denise de Oliveira Amorim), 46
Ganhos na chuva para perder na seca! (Aécio Silva Júnior), 47
Desmatar: é preciso? (Luciene de Oliveira), 48
Por onde andam as histórias? (José Thiago Dantas Costa), 49
O livro (Aurineide Alencar - ADL), 50
A dança se foi (Pérola Bensabath), 50
Canção para a dor (Dinovaldo Gilioli), 50
A grande estação (Davi Roballo), 51
Entre fosas y día de Muertos (Reyna Valenzuela Contreras), 52
Mural (Chamada Coletânea e Resultado de Concurso de Poesia), 53
Confira as Normas para Publicação em:
www.revistacriticartes.blogspot.com.br
4º Trimestre 2016 Ano II nº. 5
Outubro-Dezembro
EXPEDIENTE
Publicação trimestral
Idioma
Português Brasil
Endereço eletrônico
www.revistacriticartes.blogspot.com.br
Redação
(67) 99939-4746
E-Mail
revistacriticartes@gmail.com
Design
BIBLIO Editoração Eletrônica
Foto da capa
Mário Carabajal
CONSELHO EDITORIAL
ROGÉRIO FERNANDES LEMES
Editor-Chefe - Jornalista
MTB 1588/MS
ELEANE REIS
Graduada em Letras
Profa. Formadora da SEMED
Dourados, MS
DAVI ROBALLO
Escritor e Jornalista
DRT 697/MS)
NENA SARTI
Poetisa, Contista e Cronista
Membro da Academia de Letras do Brasil
Seccional MS
JOSÉ AMÉRICO DINIZZ JÚNIOR
Professor Universitário
Mestre em Ciências da Religião
VALÉRIA GURGEL
Escritora, Compositora e
Professora de História
/revistacriticartes
Editorial
““A superioridade do sonhador consiste em que sonhar é muito mais prático
que viver, e em que o sonhador extrai da vida um prazer muito mais vasto e
muito mais variado do que o homem de ação. Em melhores e mais diretas
palavras, o sonhador é que é o homem de ação”. (Fernando Pessoa)
Às vésperas da finalização da edição especial de 1º aniversário da
Revista Criticartes recebeu-se, com pesar, a notícia do encerramento das
atividades literárias da Revista Varal do Brasil, atuante no intercâmbio de
autores e promoção da literatura brasileira pelo mundo há sete anos e
sob a direção da editora-chefe Jacqueline Aisenman.
Por razões ainda desconhecidas, o aviso no sítio informa aos
leitores que o Varal do Brasil “encerrou suas atividades em 15 de
setembro de 2016”. Seguramente a notícia é desoladora e um grande
prejuízo à comunidade literária lusófona internacional. Ao prosseguir
na extensa justificativa sobre o encerramento de uma literatura “sem
frescura” compreendem-se os dilemas, sonhos e frustrações daqueles
que respiram literatura, em um mundo cada vez mais “conectado”.
Registra-se neste editorial, em nome da Revista Criticartes e de todos os
seus leitores, o reconhecimento e admiração pelo incrível trabalho
literário da poeta Jacqueline Aisenman.
Nesta 5ª edição da Revista Criticartes, edição especial de seu
primeiro aniversário reverenciamos os autores e autoras, do Brasil e do
mundo, que fortaleceram e fortalecem a Literatura com suas
participações enviando poemas, artigo (científicos ou de opinião),
crônicas, contos, pinturas e música recebidos com tanto carinho e zelo.
Espera-se que os leitores agreguem conhecimento e cultura e
que divulguem a Revista Criticartes para que mais pessoas tenham acesso
à literatura brasileira e estrangeira, de forma gratuita e com qualidade.
A Revista Criticartes é um periódico sem fins lucrativos criado
com o intuito exclusivo de reunir, em suas singelas páginas, as
manifestações artísticas de novos autores e aqueles já consagrados.
Por fim, e não menos importante, parabéns a escritora Cléo
Bussatto, a primeira entrevistada da Revista Criticartes, por ocasião do
seu livro “A fofa do terceiro andar” ser uma das obras finalistas do 58º
Prêmio Jabuti 2016.
Nossa próxima entrevistada para a 6ª edição da Criticartes será a
poetisa, filósofa, psicóloga e psicanalista Viviane Mosé.
Rogério Fernandes Lemes
Editor-Chefe e Idealizador da Criticartes
CHAMADA PARA PUBLICAÇÃO NA
6ª EDIÇÃO DA REVISTA CRITICARTES
A Revista Criticartes convida autores a
submeterem suas produções literárias,
sejam em forma artigos, contos, crônicas,
poemas, cordel, resenhas para
compor a 6ª edição referente ao 1º
trimestre de 2017.
Entrevista confirmada com a poetisa e
filósofa Viviane Mosé.
Prazo: até 16 de dezembro/2016
Para o e-mail:
revistacriticartes@gmail.com
/revistacriticartes
Especial
Revista Criticartes | 4º Trimestre de 2016 / Ano II - nº. 05
Poetas homenageiam a Revista Criticartes pelo 1º aniversário
Zé Adalberto
Itapetim, PE
@: zedalberto@yahoo.com.br
A Revista CriticArtes
Está cada vez mais viva.
Em sua 5ª Edição,
É bem comemorativa
Por ser um dos feitos grandes.
Viva Rogério Fernandes
Por essa iniciativa!
“Basta desejar profundo”,
Como interpretou Raul,
Para o sucesso alcançar
Essa dimensão azul
Que há um ano pertence
À Revista douradense
Do Mato Grosso do Sul.
Rogério Fernandes Lemes,
Seu idealizador,
Afirma enquanto poeta,
Propaga como escritor
Que a mais nobre das partes
Da Revista CriticArtes
É com certeza o leitor.
Dispõe de um expediente
Harmonioso e legal.
Tudo passa pelo seu
Conselho Editorial,
Mostrando com sensatez
Idioma Português
E publicação trimestral.
Em seus atos virtuais,
Posta, divulga e revela
Que a arte vinda das ruas
Também tem espaço nela,
A exemplo do spray
Que ganhou poder de rei
Ao coroar uma tela.
Apresenta na sequência
Até a capa atual
Cléo Busatto, Giani Torres,
Davi Roballo, que tal
Destes seguir o destino.
Depois Suely Sabino
E Mário Carabajal.
É ferramenta atrativa
Inteiramente de graça
Que coloca seus achados
Literalmente na praça
Sem classificar por tino
De treinador de canino
A “Vendedor de Fumaça”.
Traz expressões populares
Para compor sua grade.
Além de espaço poético
Com interatividade,
Comprova em toda edição
Liberdade de expressão
Com responsabilidade.
Publica artigos diversos,
Minicontos e cordel,
Crônicas, desenhos, buscando
Enaltecer seu papel
De mostrar novos autores,
Fortalecendo valores
Dignos de todo laurel.
Da nossa literatura
Vem hasteando a bandeira,
Compartilhando ideais,
Atravessando fronteira,
Crescendo a cada conquista,
Sendo por mérito a Revista
Literária brasileira.
Aurineide Alencar
Dourados, MS
@: aurineidealencar@hotmail.com
A Revista Criticartes
Veio para divulgar
Buscando meios artísticos
Capazes de transformar
A simples concepção
Toda e qualquer criação
Pode ocupar um lugar.
Hoje o hábito de leitura
Está mais pra digital
Ela vendo o avanço
Adiantou-se e afinal
Encontrou uma maneira
De vencer toda barreira
Vivendo o mundo atual.
Modificando o trabalho
Conduzindo o artista
Dando oportunidade
De alcançar sua conquista
Cada um tem seu espaço
Há quem seja bizarraço
Conforme o ponto de vista.
Alimento Literário
Representa a história
Lugar de reflexão
De reviver a memória
Um papel indispensável
Conteúdo variável
Está vencendo com glória.
Constitui um objetivo
Que é o de trabalhar
Em periodicidade
Para melhor se informar
Apoiando, relatando
E agora só clicando
Pra no mundo espalhar.
Dia 15 de outubro
Começou a ser escrita
Do ano 2015
Porém, ninguém acredita
Pelo número de acesso
Tão grande foi o sucesso
Que ideia mais suscita.
Atenta a novas escritas
E proposta inovadora
É mais que um laboratório
Do artista é professora
Exercendo seu papel
Crônica, poesia ou cordel,
Ela é acolhedora.
Desenhos, artigos, contos,
É uma infinidade
Se eu fosse listar aqui
Não caberia na verdade
Instrumento de difusão
Com sua definição
Oferece potencialidade.
Com a moda do iphone
O modo de ler mudou
Por isso Rogério Lemes
Logo a idealizou
Fez design, pôs formato,
Empenhando-se de fato
A Criticartes criou.
- 4 -
www.revistacriticartes.blogspot.com.br
ENTREVISTA
Revista Criticartes | 4º Trimestre de 2016 / Ano II - nº. 05
por Rogério Fernandes Lemes - Jornalista @: rogeriociso@gmail.com
Fundador da ALB, Mário Carabajal e a esposa, Dra. Dinalva Carabajal, Diretora da ALB/Humanitária
Fotos: Arquivo pessoal do autor
Mário Carabajal
Nesta edição especial, do 1º aniversário
da Revista Criticartes, com satisfação
apresentamos aos leitores a entrevista
com o Dr. Mário Carabajal,
fundador da Academia de Letras do
Brasil, a 1ª Academia Mundial da
Ordem de Platão, em 1º de janeiro de
2001. Com mais de 24 obras publicadas,
é especialista em psicossomatologia
e pesquisa científica; mestre em
relações internacionais; doutor em
ciências educacionais; pós-doutor
em psiconeurofisiologia e em filosofia.
Por uma questão de espaço, deste
periódico, os leitores terão acesso ao
conteúdo desta entrevista, na íntegra,
no sítio da Revista Criticartes
em:
www.revistacriticartes.blogspot.com.br
Criticartes: Primeiramente meus
agradecimentos mais sinceros por
sua aceitação em conceder esta entrevista
quando a Revista Criticartes
completa seu primeiro ano de existência
literária. Iniciaremos por sua
vasta obra. Tem algum livro publicado
em outro idioma?
Mário Carabajal: Somam 24 livros
publicados. Uma exceção, o romance
“Amor eterno” (ficção com viagens
no tempo), conta com 4 reedições
e 40 mil exemplares vendidos. A
última se fez em 2015, pela Editora
Alternativa de Porto Alegre, prefaciada
pelo Diretor Presidente da
Alternativa, Editor Milton
Pantaleão. Outrossim, alguns foram
traduzidos para outros idiomas - inglês,
francês e espanhol. Na atualidade,
trabalho simultaneamente em
aproximados 40 outros títulos.
Faltam revisões e o que de mais nobre
e sagrado um escritor pode contar,
‘motivação’ – razões que justifiquem
suas finalizações e disponibilização
ao grande público. Sou muito
crítico, melhor, autocrítico. Para validar
um novo lançamento, necessito
antes convencer-me da importância
da obra – de sua contribuição àqueles
que virem a ler. Como a vida é um
c o m p l e x o b i o p s i c o f í s i c o -
sociopolítico, me exijo, mais e mais,
dando sempre tudo de mim ‘meu melhor’
na esperança que possa, de fato,
me fazer útil nesta conjuntura tão
complexa e difícil existencial, ‘humanocultural
e civilizadora’ - onde a escrita,
comprovadamente, pode significar
evolução. Logo,
“escrever é um ato de
grande responsabilidade
para com os destinos da
própria Humanidade”
- 5 -
@: escritores.alb@gmail.com
e sua História coesistencial para com
tudo quanto dela dependa à manutenção
da vida em harmonia com a
natureza e demais espécies.
Criticartes: Fale-nos sobre sua declaração
“vivemos uma crise de identidade”.
Mário Carabajal: Tamanha é a dinâmica
dos vetores que atuam sobre a vida
da Nação, ao ponto de tornar ultrapassada
a recente declaração supra.
Nos dias atuais de 2016 o Brasil
está saindo desta ‘Crise de
Identidade’. Por conseguinte, também
financeira, provocada pela corrupção
desenfreada. Porém, com fortes
promessas de reversão, por força
da competente atuação, em especial,
da Polícia e Justiça Federais.
Quaisquer iniciativas de investimentos,
como na própria cultura, não ultrapassavam
os limites teóricos, sem
quaisquer possibilidades reais de evoluírem.
Um país tomado pelo medo,
criminalidade, corrupção e insegurança.
Em nossos dias, mesmo longe
ainda de se contar com bons índices
internacionais de investimentos, vive-se
‘não mais o ápice da crise’. A
conquista da plena consolidação da
Identidade de um ‘Brasil Honesto’ e
estável politicamente, pronto para receber
investimentos internacionais e
apto à reversão dos índices negativos
educacionais, humanos e sociais, deve
ocorrer a partir de movimentos
maciços populares, em apoio aos atos
de correspondência e assertivas da
Polícia e Justiça Federal. Um país onde
todas as engrenagens passam a funcionar
em harmonia, interdependência
e sincronicidade. Nas ciências
encontram-se, com margens mínimas
de erros, as prioridades a serem
aproveitadas pelas instâncias legislativas
a um fazer executivo e judiciário
sob assertivas de eficiência e celeridade.
Prósperas e progressistas, contemplando
os segmentos municipais,
estaduais, nacionais e mesmo da
própria Humanidade.
Criticartes: Essa crise de identidade
afeta diretamente a produção literária?
www.revistacriticartes.blogspot.com.br
ENTREVISTA
Revista Criticartes | 4º Trimestre de 2016 / Ano II - nº. 05
Mário Carabajal: O Brasil encontrase
no estágio imediatamente seguinte
ao observado no ápice da ‘crise’.
Evidenciam-se traços de saída e recuperação.
Contudo,
“a produção literária
tem sofrido suas consequências,
com grande
impacto e profundas alterações
no fazer literocultural”.
Se por um lado as grandes editoras
deixaram de investir no escritor brasileiro,
por outro, a crise os conduziu
a confrontação do que se lhes verdadeiramente
importa – retirando o escritor
de uma ‘fila de espera’ de contratos
extraordinários com grandes
editoras, para, confrontado, sustentar-se
em sua autovalorização, passando
a investir pessoalmente naquilo
que acredita e produz – o livro.
Particularmente observei reações diametralmente
opostas nos escritores.
Tanto aqueles que demonstravam se
deixar atingir pela crise, desmotivando-se
em seu fazer literário, quanto
àqueles determinados, obstinados e
destemidos, emergindo da ‘crise’
com ânimo e maior autoconfiança,
abandonando o ‘mito’ de o escritor
depender de um ‘grande nome de
editora’ à conquista de seus sublimes
ideais. Frente ao ‘abismo’ porque
‘passou’ o Brasil, ergueu-se um escritor
com maior foco, consciente e independente,
resultando em um aumento
percentual dos índices de produção
literária. Isto, se considerando
o aumento de autores que ingressaram
no mercado literocultural brasileiro.
Estes, não apenas conscientes,
mas com forte determinação em auxiliar
o país à superação da crise.
Ainda, em consequência da crise, passam
a ocupar a lacuna deixada pelas
‘grandes editoras’, novas editoras,
em franca ascensão, como a
Alternativa de Porto Alegre,
Presidida pelo Editor Milton
Pantaleão; Life Editora, do Mato
Grosso do Sul, Presidida pelo Editor
Valter Jeronymo. Mais recentemente,
soma-se a este novo perfil editorial
brasileiro, a Rede Mídia de
Comunicação e Editora Sem
Fronteiras, do Rio de Janeiro, sob a
Direção Geral e Editorial da competentíssima
Jornalista Dyandreia
Portugal, identificando-se com este
universo consciente de independentes
escritores, em uma grande, plausível
e progressista parceria, apostando
no pensador brasileiro e sua obra.
Oportunizando a todo escritor, a visibilidade
e propagação do conjunto
de sua obra. Todavia, além deste importante
momento, deve o escritor
focar nas possibilidades de distribuição
e comercialização de sua obra, de
onde se lhe retornará, com os merecidos
lucros, seus investimentos. As
múltiplas consultas às editoras garantem
ao escritor independente sua satisfação
e pleno atendimento de suas
expectativas. Em especial, deve o autor
independente discutir o ‘preço de
capa’ e condições de pagamento, dentro
de uma realidade ‘custo/benefício’
de mercado e investimentos.
Dedicando especial preocupação
com o custo final da obra aos
seus leitores.
Criticartes: Quais os impactos positivos
e negativos da Semana da Arte
Moderna no Brasil?
Mário Carabajal: Nobre jornalista
Fernandes, seu questionamento, mais
uma vez, nos remete a Identidade,
desta vez, cultural brasileira. O que se
busca? Um Brasil voltado exclusivamente
para si ou aberto ao Mundo?
Há que se respeitar os argumentos daqueles
que defendem pontos de vista
antagônicos. Quem erra, sob as máximas
de ensaios, erros e acertos de sistematização,
mesmo em ensaios errôneos
postulatórios, objetiva contribuir
à evolução média da Nação.
Incorporar-se ou não elementos culturais
produzidos fora do Brasil, deve
precipuamente, em nossa visão, passar
antes pela análise crítica do que se
define como cultura e sua antítese – a
anticultura. Entendendo-se que o
conceito de cultura extrapola quaisquer
tentativas de limitação, há que
se fazer um esforço conjunto para di-
- 6 -
cotomizar cultura boa e cultura má.
Cultura e anticultura. A responsabilidade
do Estado limita-se a uma formação
obrigatória mínima de nossos
jovens. Daí para frente, abandonados,
é um verdadeiro ‘salve-se quem
puder’. A força do capital e restrição
seletiva de horizontes formativos,
por outro lado, dá maior ênfase à ‘fugaz
corrida de tolos’, em detrimento
as reais aspirações dos seres. Logo, tolhidos
de seguirem o caminho científico
que os realizaria plenamente, para
muitos, sem criatividade e competências
pessoais, o que passa a importar
é a entrada intrépida, desmedida
e sem quaisquer pudores de incessantes
e ilimitados ‘capitais’. Sobretudo,
em um país com tantos exemplos negativos,
em especial, àqueles emanados
pela classe política, refletindo os
‘transtornos de identidade’ sobre o
ser em formação da própria personalidade.
Poucos, no entanto, se atrevem
apontar objetivamente para a anticultura,
independentemente se gerada
dentro ou fora de nossas fronteiras.
Apontar ‘objetivamente’ para a
‘anticultura’ significa expor-se, ao assumir
uma postura. Posicionamento
o qual, para àqueles que usurpam da
liberdade, é associado à censura. Por
ocasião da Semana da Arte
Moderna, de um lado aqueles que
buscavam por uma identidade cultural
própria e genuína para o Brasil.
De outro, aqueles que aludiam a um
fazer cultural sem fronteiras, incorporando-se
o que era também produzido
em outros países. Sabidamente
havia de se fazer algo em relação ao
que ser aceito, incorporado e validado
à práxis cultural brasileira.
Acredito haverem sido estes os maiores
objetivos da Semana da Arte
Moderna em 1922: clarificar pontos
de desequilíbrio da ‘balança cultural’.
A priori, tais objetivos, atingidos
ao serem geradas discussões que perduram
ainda nos dias atuais. Em nossas
análises e visões, de pretensas contribuições,
ser brasileiro não se faz excludente
à incorporação de culturas
internacionais. Contudo, sob um
olhar inteligente, crítico e comedido,
capaz de otimizar experiências e cul-
www.revistacriticartes.blogspot.com.br
ENTREVISTA
Revista Criticartes | 4º Trimestre de 2016 / Ano II - nº. 05
turas, independentemente de sua origem
e época, livre, contudo, de psicossugestões
e induções anticulturais
contrárias a natural ordem ‘humanoevolutiva’.
Não obstante, aos leitores
da Revista Criticartes, dirigida por este
exime sociólogo, jornalista e poeta,
Rogério Fernandes Lemes, solicito,
se escritores, jornalistas, professores
e ou cientistas, dedicarem espaço,
em suas produções, à análise de ‘letras
de músicas’ com poderes psicossugestivos
anticulturais, apontando
‘critico-construtivamente’ tais resultados
aos seus autores, na esperança
que estes, confrontados pelas críticas,
redimensionem e redirecionem
suas inequívocas capacidades aglutinadoras
e conducionais, para tornarem-se
‘artistascidadãos’ do bem, auxiliando
na difícil condução de uma
imensa população, como a brasileira,
com prazerosas e estimulantes produções
musicais, em harmonia e
equilíbrio com as necessidades humanas
de saúde e hábitos saudáveis à
construção de personalidades fortes
e com perspectivas de longas e saudáveis
existências.
Criticartes: Qual sua percepção sobre
a ética e a estética na literatura
brasileira atual? Teria alguma crítica
à produção brasileira?
Mário Carabajal: Ética e estética caminham
juntas. Difícil suas desvinculações.
“O bom gosto e os valores
contributivos difundidos
através dos livros
somam-se e ganham forma,
a priori, em mentes
de escritores com comprovada
maturidade humana,
política e social”.
Quando de seu distanciamento, a
obra encontra naturais obstáculos
em meios de maiores exigências.
Contudo, não é incomum de obras
sem estes valores primordiais serem
contempladas como se profícuas fossem.
Mas, ainda assim, cumprem relevante
papel, ainda que pela formação
do hábito da leitura, em leitores principiantes,
menos exigentes. Não nos
compete criticar a forma e formato como
nossos escritores expressam-se.
Em especial, por admitir que a produção
literária, individualmente, passa
por estágios psicomaturacionais
de seus autores, desde aquelas sem
quaisquer pretensões, traduzindo
pulsões, latências e nuances emocionais
daqueles que escrevem, as quais
são reveladas como autoterapia, iniciando
com uma problematização,
evoluindo a uma confrontação de
conceitos e ideias catexizadas – interiorizadas,
pelos contundentes valores
axiológicos – externos, conquistando
em suas finalizações respostas
de equilíbrio e momentâneo bem estar
àquele que as produz. Isto, por
emergirem a mente a partir de ‘inquietações’
emocionais, atendendo por
extensão, aqueles em estágios psicomaturacionais
semelhantes, detentores
e vivenciadores de momentos experienciais
de equivalência ao escritor.
Inequivocamente os fatores emocionais
sempre estarão presentes e influenciando
quaisquer produções literárias,
mesmo àquelas científicas.
T u d o t e m u m a o r i g e m .
Absolutamente nada tem vida própria.
A interdependência e atuação
‘dinamicomental’ de todos os seres
está para o escritor como o macro para
o microcosmo. No universo ou como
apontam as teorias mais atuais,
universos, não se observa o fenômeno
da ação. Tudo é reação. Logo, quaisquer
estágios porque passe a dinâmica
mental de escrita daqueles que
transitam no mundo producente literário,
obedece a leis e ordens intrínsecas
evolucionais, inerentes a todos
os seres. Logo, a ética e estética correspondem
ao estágio cultural médio
da Nação, demonstrado em intrínsecas
amostras de produções literárias,
musicais, Leis, prolatações de sentenças
judiciais, teses, dissertações, monografias,
Estatutos sociais... Atrás
da Ética e Estética existem seres, com
maiores ou menores domínios, com-
- 7 -
petências e saberes. Por trás dos seres,
existem sistemas educacionais, acessos
à leitura, organizações culturais e
heranças ‘sociofamiliares’ civilizatórias.
Sob tais premissas, pode-se enunciar
o ensaio de serem, Ética e
Estética, fruto da evolução humana,
em seus respectivos estágios de correspondências.
O Brasil, em nossa
análise, conta com fortes elementos,
nas pessoas de seus escritores, jornalistas,
pesquisadores, professores e
profissionais dos mais amplos segmentos,
como também de organizações
voltadas à cultura, à conquista
de níveis de excelência Ética e
Estética – veja-se exemplo concreto
no jornalista Rogério Fernandes
Lemes, ao apontar em seu questionário
de entrevista para a Ética e
Estética, passando a inferir perspectivas
evolucionais no fazer literário de
um país gigante como o Brasil.
Potencializando a produção literária
de qualidade ao inferir referenciais
de observância àqueles que escrevem.
Criticartes: Como recebeu a informação
do prêmio Nobel de
Literatura 2016 ser concedido ao cantor
Bob Dylan? É fato que a decisão
não agradou e tem gerado muitas críticas.
Mário Carabajal: Bob Dylan enquanto
‘escritor/poeta’ se expressa
em composições poéticas musicalizadas
altamente críticas. Onde satiriza
a cultura americana de exaltação ao
espírito patriótico de incentivos à xenofobia,
guerra e ódio contra russos,
reservando um conceito de Deus aos
mais altos propósitos da política americana.
Em suas letras, Dylan, soma a
seu tempo ao colocar questões como
a segregação racial e diversidade.
Aponta para a necessidade de uma
justiça imparcial, independente da
cor da pele. Seria um tanto pretencioso
de minha parte escrever sobre a
vasta obra de Bob Dylan, merecedor,
sem dúvidas, desta Imortal honraria.
Particularmente, se Bob Dylan,
Adail Maduro Filho (roraimense),
Daniel Chaves (paranaense - autor de
5 mil provérbios, superando o pró-
www.revistacriticartes.blogspot.com.br
ENTREVISTA
Revista Criticartes | 4º Trimestre de 2016 / Ano II - nº. 05
Letras do Brasil. Sob o axioma de
uma Cultura Ativa, a ALB propõe
despertar a consciência política da
sociedade. E assim se fez, de forma
contundente e ininterrupta, de
Norte a Sul do Brasil, desde a sua
fundação em janeiro de 2001, até os
dias atuais de 2016. A Academia de
Letras do Brasil é uma organização
de Cultura atípica. Ao contrário
das demais academias e entidades
culturais, a ALB é uma organização
Cultural 'Ativa' Politicamente.
Traduzindo-se por esta razão, na
Primeira Academia Mundial da
Ordem de Platão.
“O 'Grande Sonho' encontra-se
no fomento de
uma Cultura Literária
mais Ativa e menos
Telúrica”.
Razão pela qual o escritor do
Terceiro Milênio necessita acreditar,
sobretudo, na menor fagulha de seus
pensamentos. Pois, representam as
centelhas que unidas transformarão
a vida sobre a Terra. Nossos
Pensadores devem, sem nenhum receio,
assumirem o rótulo de 'sonhadores'.
Pois, a priori, o sonho é aquilo
que de mais concreto a humanidade
possui. Toda realidade construída pelos
seres, por mais concreta que aparente,
encontra nos sonhos, suas origens.
Nossa contribuição vai desde
oferecer espaço para novos autores à
geração de projetos que visem a erradicação
da pobreza mundial, desarmamento
Nuclear, fim das guerras,
melhorias na educação, apoio à diversidade
cultural e combate à corrupção.
Resumidamente, a ALB –
Academia de Letras do Brasil nasce
em dezembro de 1994, quando sugerimos
ao então Presidente da
Academia Brasileira de Letras,
Imortal Josué Montello, a abertura
da ABL ou criação de uma academia
brasileira mais representativa, com
extensões em seccionais Estaduais e
Municipais. Contudo Montello acenou
positivamente à segunda proposição,
de criação de uma nova organiprio
Rei Salomão), Fídias Telles (pernambucano),
entre outros milhares
de eximes escritores, e dentre estes,
poetas e compositores de todo o mundo,
extremamente críticos para suas
épocas, com palavras e filosofias de
ordem, humildade, verdade, igualdade,
liberdade e fraternidade, são todos
dignos de se tornarem referenciais.
A priori,
“a crítica maior à
Dylan deveu-se ao seu silêncio
após ao anúncio
oficial de haver sido eleito
pela academia para
o prêmio Nobel de
Literatura 2016”.
Contudo, os seres reagem diferentemente
aos estímulos. Diante a morte
de um irmão, em passado próximo,
não chorei, soando como insensível.
Contudo, meu sentimento de perda,
ainda hoje permanece. Minha reação
a semelhante anúncio, de tamanha
magnitude, como o Nobel, sabedor
de existirem milhares de outros escritores
aos quais admiro e admito com
maiores obras, ações e filosofias, também
careceria de tempo a sua assimilação.
Provavelmente, o sentimento
que o ‘travou’ não vibrando e comemorando,
tenha sido de ‘vergonha’ e
mesmo em respeito aos seus ídolos literários,
os quais, em sua provável
opinião, seriam os verdadeiros merec
e d o r e s d o N o b e l d e
Literatura/2016. Salve Dylan!
Parabéns a academia pela escolha!
Criticartes: Nesta 5ª edição da
Revista Criticartes homenageamos
nosso poeta conterrâneo Manoel de
Barros. O Senhor teve algum contato
ou mesmo influência da poética dele?
Mário Carabajal: O intelectoirreverente
pantaneiro, Imortal Manoel de
Barros, influenciou a cultura brasileira
com seu lirismo, humor e crítica,
assim observo, ao rigor gramatical,
enquanto literatura popular. Ao fazêlo,
sem receios à crítica, Manoel de
Barros lança as bases de um prémodernismo,
mais despojado e comprometido
com a mensagem, confrontando
a ordem em razão do deleite
e prazer da leitura, por assim dizer.
Em sua obra ‘Livro Sobre Nada’ com
leveza, requinte e sutileza sem precedentes,
poesia e prosa unem-se em
um ‘eu poético’, tornando-se creio, o
momento de maior inspiração de
Manoel de Barros, projetando-o definitivamente
na História Literária
Brasileira. Contudo, como em toda a
sua obra, a despretensão ganha lugar
irrefutável. Provavelmente por isso seja
amado e respeitado em todos os
segmentos e tempos da literatura.
Manoel de Barros identifica-se com
seus leitores ao utilizar-se de ‘realidades’
comuns a todos, demonstrando
que a Imortalidade encontra-se lado
a lado com a simplicidade e humildade.
Querido e saudoso amante da alegria
e natureza, com humor e estilo
inconfundíveis! Manoel de Barros -
um escritor Imortal de obra literária
operante e Eterna! Eis um exemplo
que inspira e motiva à arte literária!
Criticartes: Fale-nos um pouco sobre
o ideal da fundação da ALB em âmbito
global? O que é, de onde vem e o
que pretende?
Mário Carabajal: A Academia de
Letras do Brasil - ALB, instituição
de integração dos escritores e artífices
da Cultura Literária Brasileira e
veículo à criação do CONSALB –
Conselho Superior das Academias
de Letras do Brasil, encontra-se, em
2016, presente no Território
Nacional Brasileiro e 19 países. A
ALB instala-se oficialmente no início
do Terceiro Milênio, com o objetivo
de integrar, estimular e valorizar
o escritor, a cultura literária brasileira
e internacional. Muitas academias,
em todo o Brasil, mantemse
alheias, sem manifestarem-se em
relação ao Movimento Nacional de
Integração das Academias de Letras
do Brasil, traduzido pelo
CONSALB. Não obstante, nossa
proposta de criação do CONSALB,
em 1995, resultou no amadurecimento
à criação da Academia de
- 8 -
www.revistacriticartes.blogspot.com.br
ENTREVISTA
Revista Criticartes | 4º Trimestre de 2016 / Ano II - nº. 05
nhem ou delimitem suas trajetórias,
restringindo-as as visões institucionais,
como se em ‘algo’ a eles fosse a organização
superior. Compete àqueles
que representam a ALB, em quaisquer
instâncias, colocarem-se nas trajetórias
dos escritores Membros como
se grandes espelhos fossem refletindo,
ao máximo, as manifestas e irradiantes
luzes daqueles que integram
o ‘Sonho ALB’. A nenhum
Presidente, Diretor, Conselheiro,
Representante ou Membro, em quaisquer
extensões da ALB, se lhe é permitido
utilizar o nome da entidade
para angariar recursos pessoais.
Salvo ‘Patrocínio’ – definido e identificado
como tal, de doações espontâneas,
sem ‘moedas de trocas’ em forma
de títulos ou medalhas, os quais
apontem metas claras literoculturais
do Membro ou da Organização, sem
especulações e vantagens individuais,
com prestações de contas públicas
e abertas.
“A ALB, como as demais
organizações culturais
que preservam a
Liberdade de Expressão,
sofrem distorções internas,
com o não entendimento
dessa máxima”.
As academias surgem exatamente para
oferecerem um meio de paz e tranquilidade,
capaz de abrigar Livres
Pensadores. A ALB, com foco na
Ordem de Platão e de Sócrates por
herança - os quais se dedicavam à difusão
de uma cultura politicamente
ativa, sob máximas da liberdade resultante
da aquisição de novas culturas,
refuta ao telurismo pragmático
corporativista, o qual discrimina, ilude
e mantém o poder e status de grupos
de intelectuais, pela antevisão
‘precursória’ de serem todos os demais
grupos e seres inferiores. Quando
em uma só voz os seres unirem-se ao
que de fato interessa, respeitando-se
mutuamente, sob equivalências isonômicas
de contribuições laborais,
em prol da saúde e prosperidade inzação
literária brasileira, admitindo a
impossibilidade e dificuldade a um
redimensionar estatutário da tradicional
Brasileira. Seis anos depois, estávamos
com as bases da ALB prontas à
conquista de sua Personalidade
Jurídica. Isto, em 01 de janeiro de
2001 - a ‘Nova Academia’ de todo escritor
brasileiro, com maiores possibilidades
integrativas dos pensadores
das diversas Regiões de um país com
dimensões continentais como o
Brasil. Ultrapassando, contudo, nossas
expectativas. A ALB passou a receber
escritores brasileiros residentes
no Brasil e no exterior.
“Os ideais de fundação
remetem a uma instituição
literocultural com
propósitos de servir ao
Brasil a partir da práxis
literária”,
ao incorporar, institucionalmente, o
pensamento da ampla maioria dos escritores
brasileiros - servindo como
referencial a um país em construção
da própria identidade. Isto, não apenas
sob as bases fundamentais dos pilares
elementares do fazer literário estrito,
com máximas na língua portuguesa.
Mas, em particular, propondo-se
unir escritores em torno de
uma organização politicamente ativa,
suprapartidária, como aspirava
Sócrates e Platão. Por um fazer menos
telúrico, aproximando o pensamento
producente individual, em
torno de um centro canalizador polarizante,
onde os pensamentos se fundem,
apurando-se e retornando à ampliação
da extensão paradigmaximizativamente.
As Seccionais Estaduais
e Municipais devem desenvolver
ações ‘literocontributivas’ à institucionalização,
a partir dos Planos de
Expansões Municipais, onde se encontrem,
ao plantio de mudas de árvores
frutíferas em canteiros públicos,
praças, logradouros, estradas municipais,
para que em futuro próximo,
números astronômicos de frutas
encontrem-se fora das práticas comerciais
como objetos de mercado, livres
da troca por moedas, ao alcance
de um simples estender de braço daqueles
acometidos pela fome. Para o
emergente alcance das metas, a ALB
criou uma diretoria própria,
ALB/Humanitária, dirigida pela
Primeira Dama da ALB, Imortal,
Dra. Dinalva Carabajal – PhI e
Embaixadora para o Brasil, da
Divine Académie Française des Arts
Lettres et Culture (Fundada e dirigida
pela Imortal Diva Pavesi). A ALB,
mesmo caminhando para o seu décimo
sexto ano de fundação e vigésimo
segundo de concepção, ainda estrutura-se,
perseguindo o ideal de completar-se
enquanto entidade literocultural
politicamente ativa. Como o
faz o nobre confrade, entrevistador,
sociólogo e jornalista Fernandes
Lemes, ao dar forma e formato à
Revista Criticartes, sinalizando à cultura
literária brasileira, em questionamentos
personalizados daqueles a
quem entrevista, não delimitando espaço,
em ‘liminar mensagem’ traduzida
em incentivo à produção literária
brasileira. Transcendendo ao objeto
inicial ‘entrevista’, para dar lugar a
possibilidades expansionais ‘literodifusionais’
de novas visões. Estas, por
excelência, no que se absorve como
objeto final da Revista Criticartes, de
expectativas paradigmaximizativas e
evolucionais, de promessas plausíveis
‘filosofoimplementacionais’ que sinalizem
a um novo tempo à literatura.
As experiências concretas em
Municípios, Regiões, Estados e
Países ganham dinamicidade ao enc
o n t r a r e m ‘ P r e s i d e n t e s e
Representantes’ preparados para a
complexa tarefa de conduzirem uma
‘Entidade de Livres Pensadores’ – os
quais têm total liberdade de expressarem
suas opiniões e resultados de suas
análises, sem que o corpo dirigente
da ALB lance, sobre os mesmos,
quaisquer represálias ou tente limitálos
ou calá-los. Ao contrário, entre as
Missões da ALB encontra-se o total e
irrestrito apoio - mesmo aos sonhos e
ideais mais impossíveis de cada um
dos Membros. Sem quaisquer hipocrisias,
a ALB não oferece diretrizes
ou exige que os Membros acompa-
- 9 -
www.revistacriticartes.blogspot.com.br
ENTREVISTA
Revista Criticartes | 4º Trimestre de 2016 / Ano II - nº. 05
que se faça presente na vida brasileira
e mundial por incontáveis anos.
Inúmeras antologias foram produzidas
a partir de iniciativas de nossos
Presidentes, Diretores e Membros,
em instâncias Regionais, Estaduais,
Municipais e Internacionais.
Contudo, somente agora retomou-se
a proposta de uma obra, em formato
de Coletânea, proposta pelo Imortal
Vladimir Cunha Santos, Vice-
Presidente da ALB/RS. Em 2015,
por ocasião de encontro com um dos
Diretores da Editora Alternativa de
Porto Alegre, ao participarmos do
evento de lançamento de outra antologia
pela Alternativa lançada, com
preponderância de escritores da
ALB/Amazonas, presidida pela escritora,
Imortal, Dra. Silvia
Carvalho, conseguimos delinear a
obra que atenderá integralmente o
questionamento levantado pela
Revista Criticartes. Trata-se da
Coletânea Imortais, de publicação
anual, a qual objetiva ampliar a visibilidade
dos escritores Membros da
ALB. A Coordenação de lançamento
da campanha publicitária de adesões
elegeu novembro/2016 para difusão
do Projeto. Objetiva-se reunir, ano
após ano, os aproximados 8.600
Membros, considerando-se 900 jovens
‘escritores potenciais’ identificados
por concursos literários escolares
ou por indicações de seus professores,
fundamentados em trabalhos em
sala de aula, no âmbito da Secretaria
de Educação do Estado de Roraima,
tanto da capital quanto do interior,
passando a integrarem, estes jovens,
a ALB/Estudantil de Roraima.
Projeto este, desenvolvido em conjunto
pelas Direções escolares e a
Presidência da ALB, dentro das próprias
escolas, em atendimento ao
Projeto Piloto da ALB. No primeiro
volume da Coletânea Imortais, como
procedimento usual em antologias,
participarão, prioritariamente,
Presidentes, escritores Membros e seus
convidados, precipuamente aqueles
que confirmarem em tempo suas
adesões. O volume I contará com
não mais de 150 autores, estimandose
máximas 300 páginas, com uma tidiscriminadamente,
encontrar-se-á, a
civilização em seu estágio inicial de
fraternidade à sincronicidade de exigência
a um viver em comunhão, sob
a premissa efetiva e assertiva de serem
todos os seres iguais. Os pensamentos,
sonhos, filosofias e ideais
são o que demais concreto os seres
possuem. Todas as conquistas e edificações
humanas iniciam nos sonhos
e pensamentos. São os escritores,
aqueles que mais se exercitam na arte
de sonhar e pensar criativamente.
Logo, a ALB sonha com a produção
de livros, poesias e filmes, com efetivo
caráter contributivo à condução
da humanidade. A partir de visões
claras que possam modificar, para
melhor, os sistemas e o próprio
Mundo.
“O grande sonho da
ALB, quando de sua
criação, fora reunir os
escritores brasileiros em
torno de uma entidade
que os convida e os incentiva
a exporem-se
um pouco mais, dedicando
parte de suas escritas
e competências literárias
a possibilidades
resolutivas dos grandes
problemas Nacionais e
Mundiais.”
Imprimindo à escrita, um traço útil,
de maior frequência com nosso tempo,
realidade e mais comprometida
com o futuro da Humanidade. Uma
escrita Criticoevolucionista ou
Criticomaturacional, denotando
compromisso e responsabilidade humana,
política e social, em comunhão
com os sofrimentos e necessidades
humanocivilizatórias.
Utilizando-se de pequenas contribuições
em análises e geração de alternativas
sugestivas e criativas à resolução
e equação de problematizações conjuntas
sociais. Isto, sem perda da escrita
que forma, informa, alegra, inspira
e sistematiza. Alimenta a criatividade,
acalma, distrai e orienta, também
indispensáveis ao equilíbrio e
sustentação psicoemocional pessoal
e social.
Criticartes: A ALB possui um repositório
literário com as obras dos membros
para acesso? Existe esse repositório
online?
Mário Carabajal: Essa meta compõe
também nossos objetivos. Iniciamos
esse trabalho. Os autores Membros
da ALB enviavam exemplares para o
nosso Departamento de Registros
Históricos Documentais em Brasília,
objetivando-se reunir em uma biblioteca
as obras de Membros da ALB.
Contudo, após alguns anos, os livros
foram doados. A maior possibilidade
transformadora de um livro encontra-se
em sua disponibilização aos leitores.
Assim se fez com todos os livros
enviados para o acervo da ALB em
Brasília. Atualmente, estuda-se, com
um de nossos webdesign do
Departamento de Tecnologias da
ALB, uma forma facilitada e automática
de nossos Membros disponibilizarem
suas obras através do Site
Oficial da organização. Um mapa
mundial deve ser colocado no Site,
onde pontos com links apontarão para
nossas Seccionais. Ao serem estas
acessadas, conduzirão os visitantes à
História da Seccional, Diretoria e
Membros, seus patronos e obras, inclusive
à livraria da ALB, com possibilidades
de aquisição das obras.
Criticartes: Em linhas gerais, como
está o desenvolvimento da produção
literária da ALB em todo o país?
Existe uma coletânea ou antologia
com a produção dos membros de todo
o Brasil?
Mário Carabajal: Isso já aconteceu
ou há previsão? Nas bases da filosofia
de fundação da ALB, os sonhos ocupam
lugar ímpar, preponderante e de
supremacia ao demais. Assim, a produção
literária da ALB encontra-se
em plena e infinita construção.
Sonhando-se com uma academia
- 10 -
www.revistacriticartes.blogspot.com.br
ENTREVISTA
Revista Criticartes | 4º Trimestre de 2016 / Ano II - nº. 05
ragem de 10 mil exemplares.
Participam, observem-se, Membros
da ALB e Convidados. Logo, os
Membros que convidem escritores externos
à ALB, estarão paralelamente
fazendo suas indicações à Cadeiras
Vitalícias nas respectivas instâncias
de suas residências. Espera-se uma
g r a n d e a d e s ã o i n i c i a l p o r
Presidentes, Diretores e Membros da
ALB. Ainda, em resposta ao questionamento
da Revista Criticartes, a
ALB acredita que todos os seres, independentemente
de suas formações,
contem com potenciais latentes,
prontos a aflorarem, desde que estimulados,
como o faz a escritora
Imortal, doutora em Filosofia
Univérsica, Pérola Bensabath, ao organizar
volumes anuais, em regime
de coautoria, revelando centenas de
excepcionais escritores, sem perda de
maior visibilidade também àqueles já
consagrados que participam do
Movimento Literário Brasileiro Elos
Literários. Ou, como o faz a escritora
brasileira, Imortal Apolônia
Gastaldi, Presidente da ALB/SC –
Ibirama e Microrregional do Alto
Vale Itajaí – Presidente do Conselho
Estadual da ALB/SC e Membro do
Conselho Superior Nacional da
ALB, ao lado do Professor Doutor,
Miguel Simão, Presidente Fundador
daquela Seccional Est adual
Autônoma, ao fomentarem, orientar
e acompanhar produções solo dos escritores
Membros, inclusive de escritores
‘crianças, jovens e adolescentes’.
A ALB/SC – Ibirama, presidida
pela Imortal Apolônia Gastaldi, pelo
terceiro ano seguido, em 2016, promove
o Terceiro Encontro de
Academias, Escritores e Poetas de
Santa Catarina. Ainda, como o faz
anualmente o escritor Imortal, Dr.
Carlos Venttura, com a obra bilíngue
A era das palavras, oportunizando visibilidade
internacional àqueles que
participam desta belíssima e profícua
Coletânea. Não obstante, também o
escritor Imortal, Dr. Mauro
Demarch tem oportunizado grande
visibilidade a escritores novos e consagrados,
através da Coletânea
Encontro de Escritores, reunindo escritores
nacionais e internacionais.
Também a ALB/Brasília – DF, sob a
presidência da Imortal, Dra. Vânia
Diniz, tem produzido anuários e antologias.
Agora, busca-se reunir os
Membros da ALB na obra que se traduzirá
no pensamento da organização,
sob o sugestivo título designativo
de seus Membros ‘Imortais’, estendendo-se
aos escritores ‘Convidados’
por nossos confrades e confreiras.
Criticartes: O que é ser um poeta verdadeiramente?
Qualquer pessoa que
faz versos é um poeta?
Mário Carabajal: Em meu ver e entender,
sem a pretensão de encerrar a
questão, ser poeta, não significa escrever
versos bem ou mal. O verso deve
expressar sentimento e sensibilidade.
Também exige uma mensagem
que resulte em evolução do ser, sociedade,
humanidade, harmonizando-o
com a natureza.
“Ser poeta denota uma
condição de vida, esta,
no comportamento, no
humor, na forma encontrada
à resolução de problemas.
Ser poeta, em
minha ‘pretensa’ análise,
ultrapassa os limites
das palavras, ganhando
significado mesmo em
um traço, um ângulo,
uma curva”.
Um pensamento! Uma contemplação!
Um simples sorrir ou olhar, puro,
com ódio, envergonhado ou de altivez.
O poeta pode não ser humano,
como um movimento de galhos, folhas
ou ondas do mar. Está no som,
textura. Necessitando, tais instâncias
surreais do ‘Ser Poeta’, serem capitadas
e decodificadas em linguagem
poética convencional. Ser poeta pode
ultrapassar limites e delimitações,
regras e convenções. Na poesia a pró-
- 11 -
pria matéria, astros e animais se comunicam,
jamais são sacrificados e
até mesmo falam através do autor.
Cantos se calam para dar lugar a simples
sons em poesias expressos pelo
ar. Ser Poeta, humano, de livro na
mão, em comunhão com a gramática
e academia, sem críticas e ironia, aplausos!
O poeta é todo ser que utiliza a
forma poética, em versos, observadas
a beleza e a estética, para transmitir
suas análises da natureza e impressões
emocionais, em todo seu esplendor,
espanto e admiração, dúvidas e
conclusões, alegrias e tristezas, amor
e ódio, anseios, medos, saudades... O
verdadeiro poeta vive sua poesia.
Admiro e respeito muito os poetas,
por se fazerem a própria expressão
‘pura, sábia e artística’ da luz do pensamento
emotivo humano. No entanto,
atrevo-me aconselhá-los serem
um pouco menos rigorosos consigo.
Isto, por observar-se nos poetas, um
desgaste pessoal muito profundo, como
resultado de vidas e mentes que
se entregam e se consomem pela própria
arte poética e exercício reflexivo
filosófico.
Criticartes: Quais foram os autores
que o influenciaram em sua produção
literária?
Mário Carabajal: Quando criança,
eu lia tudo o que encontrava. Mas foi
Olavo Bilac, aos 9 anos, por incentivos
da professora Margarida, na quarta
série, meu primeiro autor. Minha
mamãe (Manuela Cacilda), me presentou
posteriormente com um dos
livros de Bilac. Contudo, só adquiri
o hábito de ler, de fato, salvo livros de
disciplinas escolares, aos 17 anos,
quando no Rio de Janeiro, na
Fortaleza de São João, um grande
amigo, tenente Moura, convidou-me
para organizar a biblioteca dos oficiais.
Livros empilhados e empoeirados,
onde ‘sozinho’ sentia-me acompanhado
por centenas de autores e suas
filosofias. Não conseguia colocar um
só livro na prateleira, em sua ordem,
sem antes aventurar-me em suas páginas.
Isto em 1977. O conhecimento e
liberdade, propostos pelos livros, fazem
com que os leitores acabem por
www.revistacriticartes.blogspot.com.br
ENTREVISTA
Revista Criticartes | 4º Trimestre de 2016 / Ano II - nº. 05
confrontar e criticar os sistemas, retornando-lhes
a ‘força diametralmente
oposta’. Mas é a única forma e
meio de evolução. Não há evolução
sem a otimização da cultura. Salvas
aos nossos autores!
Criticartes: Dentre seus livros publicados,
quais os gêneros? Existe algum
de poemas?
Mário Carabajal: Imortal Rogério
Fernandes Lemes, assim o trato por
ser o nobre sociólogo e jornalista,
também escritor, Membro Vitalício
da ALB/MS - somente um entre os
meus livros ‘Estado de Espírito’ ganhou
traços poéticos. Não!
Equivoco-me, também o quinto ‘Em
Busca da Evolução’, utilizei-me da
poética, para registrar, a priori, o que
jamais pretendia publicar, mas por incentivos
de amigos, acabei encorajando-me.
Isto em 1993, se não me falha
a memória! Antes de dormir eu
sempre orava/rezava e, por achar muito
interessante o que conversava
com Deus, passei a registrar tais pensamentos,
resultando no livro ‘Orações
Filosóficas’. Outra excepcionalidade
em minha linha de escrita ocorreu
em 1995, quando a partir de um
sonho, ao acordar, em um sábado,
“trazia na mente um romance
completo, com lugares,
épocas, enredo,
personagens, protagonistas”
e o mais incompreensivo, interessante
e impressionante, o sonho o qual
transformei em livro, trazia minha esposa,
Dinalva Pereira Barbosa, a qual
só conheci/reconheci, identificando-a
como a protagonista de meu sonho/livro
alguns pouco anos depois,
em 2001, confirmando matrimônio
em dezembro de 2016, em igreja de
Copacabana, no Rio de Janeiro. Este
sonho/livro, o qual me apresentou a
‘Mulher da Minha Vida’, comecei a
escrevê-lo em um sábado pela manhã,
ao acordar, finalizando-o no dia
seguinte, domingo à noite, quando
coloquei o ponto final. Fora estas
três exceções de gêneros literários, os
demais livros são técnicos e científicos.
Escrevi muito na área de psicanálise.
Atualmente trabalho sobre aproximados
40 outros títulos de futuros
livros.
Criticartes: Quais os livros que o senhor
indicaria para os novos escritores
e poetas brasileiros, no sentido
dessas leituras contribuírem para o
aprimoramento intelectual e artístico,
bem para manter e alimentar a
musa, tão falada pelo Ray Bradbury,
por exemplo.
Mário Carabajal: O mato-grossense
Manoel de Barros ou o alegretense
Mário Quintana e o carioca Olávo
Bilac, entre uma centena de outros
excepcionais escritores de fascinantes
obras referenciais, podem auxiliar
na formação de valores iniciais dos seres.
Estes foram àqueles que mais influência
cultural exerceram sobre o
meu ser em minha infância. Martha
Barros, filha de Manoel de Barros,
ilustrou o livro do pai ‘Poeminhas
em Língua de Brincar’, de onde, pela
união de palavras e ilustrações, resulta
em um lindo mundo, atraente e recheado
de simbologias para crianças.
Bons livros (lidos ou adaptados para
a TV e Cinema) moldam e auxiliam
na importante formação de valores
originais – por serem, após aos ‘mandados
parentais – emitidos pela família’,
os seguintes a serem interiorizados
e validados pelos seres, passando
a balizar condutas e comportamentos
presentes e futuros de quem os lê
ou assiste.
“Um mundo sem maiores
distorções e criminalidades,
necessariamente,
passa pelos humanos
e criativos escritores de
literatura infantil”.
Os quais, aproximam os iniciantes leitores
de um fazer construtivo, consciente
e responsável de suas vidas, sob
assertivas integradoras e harmônicas
com a natureza. Ensinam a contemplar
e melhor apreciar o belo, dócil,
- 12 -
rústico, humilde e verdadeiro.
Revelam às crianças a arte de abstrair
ensinamentos de suas experiências,
ainda que de difíceis, inóspitas e por
vezes dramáticas realidades. Não obstante,
os escritores revelam ensinamentos
até mesmo pinçados da tragédia.
Meio aos atuais responsáveis
por esta linda e magistral arte de levar
às crianças e adolescentes os verdadeiros
valores que dignificam e
bem justificam o crescer e expandir
horizontes, sonhar e contribuir à edificação
de um mundo harmônico,
próspero e humano, observam-se
efervescentes especialistas, mestres e
‘doutos’ nessa mágica contribuição,
como as escritoras Lorena Zago,
Apolônia Gastaldi, Arlete e Júlio
Cesar Bridon. Também, entre outras
joias da ALB, a jovem Membro da
A L B / S C – P r e s i d e n t e
Getúlio/Mirim, Eduarda Gabriely
Bairros, autora de ‘A gatinha de julinha’.
Seriam incontáveis os escritores
que fazem da literatura uma linda
e verdadeira arte de iluminar mentes,
irradiar e resgatar vidas, como o
Imortal, Dr. Gustavo Dourado, da
ALB/DF – o qual defendeu sua dissertação
de Mestrado, utilizando-se
da forma poética, mesmo abordando
o difícil tema ‘Fome no Mundo’.
Criticartes: Para aqueles que desejam
fazer parte da ALB quais os critérios
a serem atendidos?
Mário Carabajal: Mestres e
Doutores não necessitam comprovar
serem escritores, por força de suas indispensáveis
e obrigatórias produções
cientificoliterárias à conquista
de tais títulos.
“O principal quesito de
‘imortalidade’ de um escritor
é a sua obra”.
Ainda que um escritor conte com o título
Imortal, por pertencer a uma
academia, poderá outro, sem esse
mesmo título, ser imortalizado na perenidade
de sua filosofia e obra. Não
basta ‘estar’ Imortal. No entanto,
por força de uma organização acadêmica,
contarão seus Membros com
grande atenção sobre suas obras e no-
www.revistacriticartes.blogspot.com.br
ENTREVISTA
Revista Criticartes | 4º Trimestre de 2016 / Ano II - nº. 05
Criticartes, com apenas um ano, dirigida
por seu idealizador, o editor
Rogério Fernandes Lemes, consegue
tocar profundamente o âmago de
quem entrevista. Base essencial a um
retorno aos leitores sob máximas de
exposição das mentes apontadas pela
Revista. Assim senti-me, comprometido
em oferecer aos leitores da
Revista Criticartes a minha mais ampla
e profunda impressão sobre os temas
levantados e de questionamentos.
Dessa forma, com o passar dos
anos, inequivocamente a Revista
Criticartes contará com uma verdadeira
mostra do fazer literário brasileiro,
constituindo-se em uma fonte de
pesquisas, séria e comprometida, ao
alcance de todos. Imprimir tamanho
ritmo a um veículo de comunicação
em seu primeiro ano, bem identifica
aquele que o dirige – seus ideais e horizontes.
Parabéns pelo primeiro ano
da Revista Criticartes! Saio desta entrevista
à ‘Aniversariante Revista
Criticartes’, renovado, emocionado
e infinitamente agradecido por tamanho
privilégio que me foi concedido
por seu Diretor Presidente,
Fundador e Editor Chefe, Rogério
Fernandes Lemes. Sobretudo por encontrar-me
vivo e presente neste marco
histórico da literatura brasileira,
de comemoração do primeiro aniversário
de um veículo Nacional e
Internacional de Comunicação, com
evidentes princípios, nobres propósitos
e irrefutáveis proficuidades.
“Em nome da
Academia de Letras do
Brasil, utilizando-me
das prerrogativas estatutárias,
para indicar a
Revista Criticartes ao
Prêmio ‘Causas
Imortais/ALB/2016’,
pelos relevantes serviços
prestados à Cultura
Literária Brasileira”.
Outrossim, desejo êxito contínuo, sames,
pela lembrança e ações acadêmicas,
ano após ano, sem jamais cessar.
Isto, por assumirem o status natural
de Patronos ‘de novas Cadeiras’
quando de suas mortes. Logo, as academias
influenciam no reconhecimento
público dos escritores ‘imortalizados’
em Cadeiras Vitalícias.
Não obstante, em vida, unidos em
torno de academias, encontram caminhos
e facilidades a uma maior visibilidade
de suas obras, com naturais
projeções pessoais.
“A academia motiva, incentiva,
fomenta e auxilia
significativamente à
editorialização do que é
produzido por seus
Membros”.
Tanto pelo natural meio multiliterário
ensejar trocas experienciais, quanto
pela formação de elos entre autores
e editoras, resultando em maiores
facilidades de publicação. Os escritores
necessitam fazer com que suas
obras sejam lidas, propiciando reflexões
e profundas mudanças comportamentais,
políticas e sociais. Suas teses,
ensaios, pesquisas, filosofias e dissertações
científicas; e ainda contos,
crônicas e poesias necessitam chegar
ao grande público. Isto, em nossas visões,
traduz-se como o mais importante,
ao realizar pessoalmente àquele
que produz, além de imprimir maior
significado e sentido a sua obra. A
conquista de uma Cadeira Vitalícia,
em uma organização acadêmica, evidencia
encontrar-se o escritor ou escritora
que a ocupa, em um avançado
estágio em sua carreira literária, devendo,
esse importante marco, ser
muito comemorado, em especial,
por remeter ao escritor profissional,
Imortal, pelo desígnio acadêmico.
Certamente, isto se constitui em motivo
de grande alegria pessoal, familiar
e social. A diplomação e posse de
um escritor (a) em uma academia de
letras, em especial, se entende como
o reconhecimento e comprovação pública
daquele escritor haver consolidado
seu espaço no mundo formal literário.
Ou, minimamente, em franco
caminho estabilizador do escritor
profissional. A ALB, entre outras propostas,
coloca-se ao lado de todo escritor
à conquista desta nova fase em
sua vida. No entanto, a ALB foge aos
padrões estilizados apresentados pela
Academia Francesa. A História da
ALB remete diretamente a Ordem
de Platão. Buscando-se na fonte, com
o próprio precursor, sem estilizar, os
exemplos a que deve a instituição fundamentar-se
em sua trajetória e ideais,
com propósitos organizacionais,
procedimentais, filosóficos e normativos
de Identidade Própria, como a
não limitação de números de
Cadeiras nas Seccionais da ALB ou,
a n a l i s a d a s a p e n a s ‘ q u a l i -
quantitativamente’ a obra dos
Membros. Isto, por não haver razões
que justifique a distinção entre àqueles
que se dedicam à arte de escrever.
O escritor que queira aderir à ALB
exige-se tão somente comprovar ser
escritor. Uma vez comprovado, será o
escritor orientado ao processo de diplomação
e posse em solenidade oficial
da ALB aberta ao público. Vale
ressaltar que a ALB não exige quaisquer
contribuições mensais ou anuais
para a outorga de seus diplomas e
medalhas. Quaisquer exigências nesse
tocante, em quaisquer instâncias
da organização, distorcem e extrapolam
os ideais e propósitos institucionais
da Academia de Letras do Brasil.
Criticartes: Por gentileza faça suas
considerações finais sobre nossa entrevista.
Mário Carabajal: Agradeço com veemência
à Revista Criticartes pelo estimulante
e motivacional convite.
“A entrevista à Revista
Criticartes propiciou-me
um grande momento de
reflexão sobre a trajetória
da Academia de
Letras do Brasil, seus
ideais e metas”
a serem perseguidas. A Revista
- 13 -
www.revistacriticartes.blogspot.com.br
ENTREVISTA
Revista Criticartes | 4º Trimestre de 2016 / Ano II - nº. 05
úde e sabedoria aos Editores e
Colaboradores. Salvas à Revista
Criticartes! Nossos sinceros votos de
‘Imortalidade’ a esta verdadeira e extraordinária
Obra trimestral de referenciais
a um fazer literário em um país
‘pobre politicamente’ - ‘rico em sonhos
e ideais’ – ‘riquíssimo em coragem,
perseverança e iniciativas’ a
exemplo do Escritor e Poeta Rogério
Fernandes Lemes e Revista
Criticartes – o ‘Criador e a sua
Obra’, juntos, completando sua ‘Primeira
Volta ao Sol’, em demonstração
da possibilidade real de implementação,
consecução e transformação
de ‘Sonhos em Realidade’. Salvas
ao seu idealizador e Presidente - celebridade
literocultural brasileira por
excelência e força de sua obra, ao conquistar
e consolidar espaço meio a
um segmento de leitores ‘altamente
críticos’ – de intelectos maduros,
conscientes, esclarecidos e politiza-
dos. Curvo-me para cumprimentar
esses célebres intelectuais, cientistas,
ativistas culturais, professores e escritores,
leitores da Revista Criticartes,
com votos sinceros de saúde, prosperidade
e uma passagem de ano repleta
de alegria, paz e vitórias em seus
projetos pessoais, familiares, institucionais
e profissionais. Muito obrigado!
A ALB/Ceará é a mais recente Seccional Estadual
A ALB/Ceará foi instalada e seus Membros diplomados no dia 2 de julho de 2016. A Solenidade ocorreu em
Fortaleza, na Assembleia Legislativa do Estado. Assumiu a Presidência da ALB no Estado do Ceará, o escritor,
Imortal, Dr. Luiz Aldir.
Registro Histórico Documental – Membros Fundadores Vitalícios da ALB/Ceará. Foto: ALB.
Comitiva da ALB presente na Solenidade de
Instalação da ALB/Ceará: Manuela
Cacilda, Vice-Pres. do Conselho Superior da
ALB; Clara Maciel, Pres. da ALB/BA; Casal,
Professora Lorena Zago, Vice-Presi. ALB/SC-
Presi. Getúlio, e esposo, escritor Zago.
Vice-Presidente da ALB/SC – Presidente
Getúlio, Profa. Lorena Zago, é diplomada na
ALB/Humanitária pela Dra. Dinalva
Carabajal - Árbitra Jurídica.
Presidente e Diretora da ALB Humanitária,
Carabajal e Dinalva, diplomam e empossam
o Presidente Fundador da ALB/Ceará,
Dr. Luiz Aldir.
Primeira Dama da ALB/Ceará, Dra. Sandra
Marques Lima, diplomada por Dinalva
Carabajal, na ALB/Humanitária.
- 14 -
Convite para atividade literária alusiva
ao Dia Nacional do Livro organizada
pela Seccional/MS/Dourados,
sob a coordenação da poetisa e membro
da ALB/MS Odila Lange, apoio
e presença da escritora Nena Sarti,
Presidente da ALB/MS. Foram distribuídos,
gratuitamente, mais de
mil exemplares de autores douradenses.
Estiveram presentes os membro
da ALB/MS Aurineide Alencar e
Rogério Fernandes; os membros da
Academia Douradense de Letras
Leonir Menegati e Merlinton Braff.
www.revistacriticartes.blogspot.com.br
Poesia
Revista Criticartes | 4º Trimestre de 2016 / Ano II - nº. 05
Morte
Marise Andreatta
Dourados, MS
@: mariseandreatta.2013@gmail.com
Morte...
Quem quer saber de ti?
Infame presença,
Pois, de súbito, retira o desejo de ser pessoa.
O sorriso dos lábios se esvai...
Permanece apenas a matéria fria
Testificando que o tempo fechou...
E o dia na terra findou.
A marcha silenciosa do sepultamento
carrega as dores de quem ficou.
Choro... tristeza...
Poderia ter abraçado um dia mais?
A morte diz que não.
A família desunida, estranhamente unida no
dia da visitação da morte.
Os laços de intrigas, como névoa,
parecem desfeitos!
Pura aparência.
Não há mais tempo de consertar os relacionamentos,
já que o fôlego de vida cessou.
A morte levou a esperança
de prosseguir os sonhos!
Estranha morte.
O único som é o barulho da terra
lançada em cima do caixão.
Porém, a alma alcançou liberdade da prisão
do corpo de uma eterna mesmice na terra.
... Eu pergunto:
Viverá a alma em outro tempo?
Se sim, que seja um tempo melhor que este...
http://img.theepochtimes.com
Chorinho
Varenka de Fátima Araújo
Salvador, BA
@: venkadefatima@hotmail.com
Só e abandonada no meu quarto
Naquele silêncio noturno
Fiquei a divagar em sonhos
Ouvi sons de choro
Este ritmo puramente brasileiro
Da janela visualizei
Estavam, Osmar e os Regionais
Um tocava flauta,outro no bandolim
O cavaquinho executava a melodia
Dois violões de cordas acompanhavam
E o pandeiro marcando o ritmo
Tocaram música de Pixinguinha
O carinhoso me emocionou!
Com o tico-taco no fubá
O coração transbordou de alegria
A serenata acabou....
Minha alma em desejos
Ficou sentindo o chorinho
E no dia 23 de abril comemoro
Ouvindo muito chorinho.
- 15 -
SINOPSE - Nau dos Amoucos
Em que o amor é diferente da loucura? Este é um dos questionamentos
de Inácio, homem de cinquenta anos que acaba de enterrar
a mãe, consumida pela loucura. Esta morte faz com que ele seja
lançado na roda do tempo. Até ali, passara a vida preso em fendas
temporais, dividido entre amores presentes e passados. Ao
reencontrar um amor suspenso há anos, o sentimento que estava
congelado começa a derreter e toma sua vida de forma que sua
velha casca já não lhe cabe mais. Os dois acontecimentos fazem
com que se depare com a pergunta sobre seu desejo, e terá que se
haver com isso, reescrevendo uma nova história.
Autora: Isloany Machado Contato: isloanymachado@gmail.com
www.revistacriticartes.blogspot.com.br
Artigo
Revista Criticartes | 4º Trimestre de 2016 / Ano II - nº. 05
http://papodehomem.com.br
Um jardim para o poeta
Maria Eugênia Amaral
Dourados, MS
@: mariaeugenia.amaral@gmail.com
- 16 -
Há meses que trabalho nele, planejando, organizando,
encomendando mudas e plantando.
Uma jabuticabeira, dezenas de chuvas-de-ouro fixadas
em uma antiga mangueira, canteiros de alecrim,
lavanda e amendoinzinho, além de duas árvores
para colher pitangas e acerolas. Um jardim feito
com e para os sentidos: para olhar, tocar, colher,
cheirar, comer. Mas sempre faltava um pé de alguma
coisa, cobertura para algum canteiro, uma muda
pra transplantar... E hoje, ao sentir o aroma do
alecrim e me alegrar com os primeiros botões da alamanda
amarela, decidi que o jardim estava pronto.
Foi então que encontrei um joão-de-barro caído,
agonizante sobre o gramado. Um calafrio me percorreu
e pensei, com tristeza profunda: “O poeta está
partindo...”. Ontem mesmo eu havia conversado
com amigos sobre sua hospitalização e a fragilidade
de sua saúde.
A tristeza não me atingiu em vão. Manoel de
Barros foi embora e deixou órfãos incontáveis: borboletas,
pedras, sapos, árvores, lesmas, jabutis, pássaros,
rios e até o vento. Nem o cachorro Ramela escapou.
Ficamos todos à deriva, buscando terra firme,
sem asas, com ramos caídos, pernas e patas sem
chão.
Faz muito tempo que nos conhecemos, e no
começo achei muito esquisitas aquelas suas palavras,
à primeira vista tão sem pé nem cabeça — como
se a alguma delas faltasse cabeça ou pé. E então, baixando
a guarda e deixando-me contaminar por suas
invencionices, fui abduzida em 1985.
A nave alienígena foi um livro seu. Na época,
coordenando um grupo de pesquisa na UFMS,
estudávamos sobre biodiversidade de plantas aquáticas
e sua fauna associada. E eu passava a vida envolvida
com questões a serem respondidas sobre padrões
e processos reguladores, com planilhas, análises
estatísticas e uma parafernália de teorias e hipóteses
sobre a diversidade biológica no Pantanal. Foi
quando li em seu “Livro de pré-coisas” que “no
Pantanal ninguém pode passar régua. Sobremuito quando
chove. A régua é existidura de limite. E o Pantanal não
tem limites” — e uma revelação me atingiu como um
raio. Eu era uma besta! Tanto trabalho, tanta pesquisa,
e o poeta matava a questão a pau, nua e crua.
Nunca mais fui a mesma.
Hoje não tem mais jeito; vou deixar a tristeza
me derrubar. Mas amanhã, prometo, vou dançar
de cabelos soltos no jardim, dando bom dia às lesmas
e beija-flores, celebrando a alegria de ter em
mãos (a ao alcance de minha compreensão) poemas
como os seus.
Obrigada, Manoel de Barros!
Publicado no dia 13/11/2014 em: www.mariaeugeniaamaral.com
www.revistacriticartes.blogspot.com.br
Homenagem
Revista Criticartes | 4º Trimestre de 2016 / Ano II - nº. 05
Nosso Manoel...
Bianca Marafiga
Dourados, MS
@: biancamarafiga@hotmail.com
Renovando o homem usando borboletas,
Arquitetando silêncios...
Em uma casa ou em uma rua sem nome.
Ele, um homem simples.
Escuta a voz dos passarinhos que recitam,
E canta a canção das cigarras que arrebentam o verão.
O glorioso...
E não um Manoel qualquer...
Aquele criado no mato,
Que aprendeu a gostar das coisinhas do chão,
Antes mesmo das coisas celestiais.
Aprendeu mais com as abelhas do que com aeroplanos.
Manoel não queria significar,
Apenas queria assim como eu,
Inventar caminhos com novas palavras.
Hoje não mais apenas Manoel de Barros, mas Manoel dos Céus,
“Fecho os olhos, descanso. Os ventos levam-me longe... Longe”
E assim, por aqui ficam os poetas que Manoel inspirou.
Fica também a certeza de que encontrou por lá,
Coisas mansas, e a liberdade para o silêncio das formas e das
cores.
Manoel Venceslau Leite de Barros
Joabnascimento
Camocim, CE
@: joaobnascimento55@gmail.com
Aos dezenove dias do mês
Ano de mil novecentos e dezesseis
O mês era dezembro
Manoel de Barros nascia
Trazendo consigo a poesia
A hora exata eu não lembro.
Aquele pequeno menino
Com alcunha de “neguinho”
Precisava estudar
Aos oito anos de idade
Partiu pra outra cidade
Para o colégio se internar.
Marcos Coelho
Dourados, MS
@: sagitariusdin@hotmail.com
Menino Manoel...
Barros de Manoel...
Barros – Olaria...
Barros – Poesia...
Manias de Manoel...
Carrossel Quebrado...
Garoto Levado...
Quinquilharias...
Desprezos e Incertezas...
Durezas e Asperezas...
Sentir dualizado...
Impossível de ser decifrado...
Apenas sentido, domado...
Bugigangas...
Roncos de Bugio...
Pé de Cedro...
Corumbás e Cuiabás...
Letras, Cigarras, Lesmas...
Caracóis...
Águas e Chão...
Um Encontro amoroso...
Fecundante...
O Dialeto Manoelês...
O Seu Ressonante poema...
Ser de Bugre e de Brejo...
Águas: Início das Aves... dos Peixes...
dos Homens...
Manoel – de Barros –
de Brejo – de Tudo...
TUDO: Poesia... Matéria –
Química – Essência.
Original – Origem: Menino – Poesia...
Após ter um monumento pichado
Um livro que nunca foi publicado
O livrou certa vez da prisão
A dona da pensão o protegeu
Aos policiais o livro ele deu
“Nossa senhora de minha escuridão”.
Com um ano de idade
Mudou-se pra outra cidade
Foi morar em corumbá
Na região do pantanal
Viveu no meio de curral
Deixava a cidade de Cuiabá
Após dez anos de internato
Com os livros teve contato
Do padre Antonio Vieira
Partiu para o rio de janeiro
Foi comunista e grafiteiro
Quase foi preso ao dar bobeira.
- 17 -
Com o seu idealismo
Aderiu ao comunismo
Formou-se em advocacia
Foi membro da “juventude comunista”
Assim de vez ele conquista
Tudo aquilo que queria.
www.revistacriticartes.blogspot.com.br
Homenagem
Revista Criticartes | 4º Trimestre de 2016 / Ano II - nº. 05
Desde os treze anos de idade
Já demonstrava afinidade
Admirava a poesia
Só aos dezenove anos escreveu
O primeiro poema seu
Para o nosso prazer e alegria.
O primeiro livro publicado
“Poemas concebidos sem pecados”
Foi feito artesanalmente
Esse foi o ponto de partida
De tantos outros em sua vida
Que viriam naturalmente.
“Não assumir reponsabilidade
Com a prática da verdade
No meio da literatura”
Com seu rico material sensitivo
Usando o seu arbítrio criativo
Fez da poesia a sua arte pura.
Do comunismo se desligou
Quando prestes o decepcionou
Após dez anos de prisão
“Quando o seu discurso escutei
Sentei na calçada e chorei”
Foi grande a decepção.
Saiu sem rumo desconsolado
Largou tudo de lado
E voltou para o pantanal
Dali foi pra Bolívia e Peru
Depois saiu da América do Sul
Em Nova York fez uma pausa afinal.
Passou um ano estudando
Cinema e pintura cursando
Reforçou seu sentido de liberdade
Ao voltar par o seu país
O destino deus assim quis
Conheceu o motivo da sua felicidade.
Stella o seu grande amor
Após três meses com ela casou
Viveram sempre apaixonados
Pedro, Marta e João.
São frutos dessa união
Filhos por deus abençoados.
Com muitos prêmios conquistados
Sempre viveu no anonimato
Por sua culpa e opção
Depois que Millôr o descobriu
Sua fama logo emergiu
Popularidade em toda a nação.
Carlos Drummond com bom motivo
Recusou o epíteto de maior poeta vivo
Que existia nessa nação
Em prol do poeta Manoel
Pra quem ele tirou o chapéu
Com autoridade e razão.
Foi um poeta renomado
Seu nome é considerado
Em qualquer parte, que for
Conhecido nacionalmente
Suas obras estão presentes
No Brasil e no exterior.
Entre muitas homenagens
Enriqueceram a sua bagagem
Com prêmios que colecionou
São tantos para falar
Os maiores eu tenho que citar
Dois prêmios jabuti ele ganhou.
Estabeleceu-se como fazendeiro
Da propriedade que foi herdeiro
Do seu velho genitor
Continuou poetisando
Suas obras sempre editando
Encantado o seu leitor.
O homem parte a obra permanece
E assim ele enriquece
De uma forma genial
O grande poeta partiu
Seu legado ao povo serviu
Será sempre um imortal.
No ano do seu centenário
É justo, é extraordinário.
Esse grande reconhecimento
Com meu modo simples de falar
Estou a lhe homenagear
Com honraria no meu pensamento.
“O tempo não
morre, o tempo
nasce, então não
devemos ter esse
sentimento
melancólico pelo
tempo que passa”.
Manoel de Barros
(1916-2014)
- 18 -
Poeta
Manoel de Barros
Odila Lange
Dourados, MS
@: odilalange@yahoo.com.br
Manoel de Barros,
Poeta? Escritor? Pensador?
Pregador ou Escultor?
Escultor, sim, pois
Esculpe com as palavras!
Pregador de sentimentos.
Poeta,
Em qualquer momento
É um monumento!
Poesia é esquecer:
O frio, a fome,
O salário.
É não explicar nada,
Nem o imaginário.
Poesia não se come,
Nem se veste,
Mas se investe,
Na mente inteligente
De muita gente!
Poetar é não dizer nada.
É jogar com as palavras.
É confeccionar ilusões.
Iluminar corações.
É esquecer o útil.
É trabalhar com o inútil!
Manoel de Barros,
Fala por metáforas,
Busca incorporação
Em sua criação!
Manoel de Barros,
Exige transcendência
E um certo grau
De inteligência!
Seus poemas
Fogem do banal,
São para serem lidos
Mas não entendidos,
Por qualquer mortal!
www.revistacriticartes.blogspot.com.br
Homenagem
Revista Criticartes | 4º Trimestre de 2016 / Ano II - nº. 05
www.noticias.ms.gov.br
Ao poeta
pantaneiro
Lindita
Belo Horizonte, MG
@: etsimoes@gmail.com
O Poeta já cantou
Toda a sua incompletude
Sua vida renovou
No caminho da virtude.
Eu tenho em mim também
Um atraso de nascença
Nunca vou muito além
Apesar da benquerença.
Eu também sou aparelhada
Pra gostar da natureza
Ela é a minha amada
Por sua imensa beleza.
Borboletas sei amar
Pela luta que empenharam
Meu quintal é o meu lar
Meus sonhos nele ficaram.
Já morei em meu abismo
Mas guardei no peito o amor.
Com as fraquezas nunca cismo
A vida me dá vigor.
Eu não sei fotografar
O silêncio que adoro
Mas quero fotografar
A existência em que moro.
O fazedor de
amanhecer
poema de Manoel de Barros
Sou leso em tratagens com máquina.
Tenho desapetite para inventar
coisas prestáveis.
Em toda a minha vida só engenhei
3 máquinas
Como sejam:
Uma pequena manivela
para pegar no sono.
Um fazedor de amanhecer
para usamentos de poetas
E um platinado de mandioca para o
fordeco de meu irmão.
Cheguei de ganhar
um prêmio das indústrias
automobilísticas pelo
Platinado de Mandioca.
Fui aclamado de idiota pela maioria
das autoridades na entrega do prêmio.
Pelo que fiquei um tanto soberbo.
E a glória entronizou-se
para sempre em
minha existência.
Nos pensamentos meus,
A vida é sempre assim
Vejo o perfume de Deus
Nas flores do meu jardim.
- 19 -
Alguns dos livros de Manoel de Barros
www.revistacriticartes.blogspot.com.br
Artigo
Revista Criticartes | 4º Trimestre de 2016 / Ano II - nº. 05
Por uma política
cultural pública
C
Dinovaldo Gilioli
Florianópolis, SC
@: dinogilioli@yahoo.com.br
ultura não é só literatura, música, cinema,
teatro, dança, artes plásticas. É também
o conjunto das chamadas “culturas populares”,
o artesanato, as festas e o folclore. Além
disso, é a forma de comer, de vestir, de enterrar
nossos mortos, de viver. Enfim, é um processo
de construção permanente no qual homens
e mulheres são sujeitos criadores. Mais
do que entretenimento, é o modo pelo qual
uma sociedade dá sentido à sua própria existência.
Compartilhando da ideia de que nenhuma
cultura é superior a outra, uma política cultural
de caráter público, democrático, pluralista
não deve reforçar as diferenças entre o
que se conhece geralmente como “cultura
erudita” (música clássica, balé, literatura,
ópera, etc.) e “cultura popular”. Pelo contrário,
para que não haja uma sobreposição de
valores, deve-se estimular a diversidade de
práticas culturais e provocar o encontro das
várias maneiras do fazer cultural. Sem esquecer
que certas atividades são simplesmente
invenções da indústria cultural que recorrem
à padronização/massificação, visando
apenas ao lucro. Ou ainda servem a interesses
populistas e dominantes.
Neste sentido, uma política cultural
pública deve incentivar e provocar a autoorganização
dos setores culturais, a fim de
que a produção cultural não fique sujeita aos
interesses do Estado e/ou iniciativa privada,
contribuindo para que a pluralidade cultural
que compõe o município assuma o destino
de suas práticas, não abdicando de sua herança
ancestral, nem do direito à invenção.
Essa política deve ainda resgatar a memória
cultural do povo, preservar a sua identidade
e estimular o intercâmbio dentro e fora do
país.
É preciso romper com a lógica privatista,
em que o poder público procura se desvencilhar
de sua função social. Afinal de contas,
por que pagamos impostos, a serviço de
que, e de quem, deve estar o Estado? É fundamental
e urgente cobrar dos gestores da coisa
pública a responsabilidade perante as necessidades
culturais da cidade, que leve em
consideração os artistas, os produtores culturais
e a população.
Por fim, uma política cultural pública
deve estimular a produção e possibilitar o
acesso aos bens culturais sem privilégio de
qualquer espécie e contribuir para a efetiva
construção da cidadania, em que sujeitos críticos
– verdadeiros fazedores da história, tomem
em suas mãos o controle das práticas
culturais.
Em tempos neoliberais, de endeusamento
do mercado, de exacerbado culto ao
individualismo, de selvagem competição e
egoísmo, nunca foi tão importante valorizar
a cultura, como identidade genuína de um
povo e da nação, pois a ação cultural pode
propiciar espaços que resgatem, preservem e
criem novos vínculos de solidariedade, em
que o ser humano sobreponha todas as coisas.
- 20 -
www.revistacriticartes.blogspot.com.br
Artigo
Políticos e População:
Quem leva à
Corrupção?
Antônio Marcos da Silva Santos
Estudante da 3ª série do Ensino Médio
Monte Alegre de Sergipe, SE
M
onte Alegre de Sergipe, esta pequena
cidade do sertão sergipano possui cerca de
quinze mil habitantes. Apesar da sua pequena
extensão territorial, bem como a sua quantidade
populacional, a mesma sofre constantemente
do mal denominado corrupção. Vivo nesta
cidade há nove anos, e ao longo desse tempo
percebi várias irregularidades nos sistemas políticos
vigentes. Estas, de certa forma, são notórias,
entretanto, parece que a população se recusa
enxergar tamanhas putrefações. Já que desregrados
são eleitos continuamente.
Avaliando essas falcatruas, notei primeiramente
a situação social e econômica do município.
Este está estagnado, não há produtividade
e muito menos sinais de desenvolvimento.
Obras, somente construções particulares; apoio
hospitalar, encontra-se na cidade vizinha; entretenimento,
apenas a feira municipal. Nessas
perspectivas, anos se passam e não consigo visualizar
nenhuma diferença na cidade, a não ser
os bancos da praça pintados com as cores do
partido em épocas de eleições municipais.
De acordo com o que já foi dito, surge
uma dúvida: Para onde vai o dinheiro público?
Isso é notório, uma pequena parcela será aplicada
para persuadir a população com distintas
formas de propina, e o restante será utilizado
para o bem próprio. Ações corruptas como essa,
acontecem frequentemente por todo Brasil.
A exemplo disso, de acordo com o site cidadeverde.com,
atualmente um prefeito e mais
quinze pessoas foram presas suspeitas de corrupção
na cidade de Redenção do Gurgueia,
município do Piauí. De acordo com a fonte,
ocorreu um rombo de R$ 17 milhões nos cofres
públicos nos últimos três anos. Com essa
Revista Criticartes | 4º Trimestre de 2016 / Ano II - nº. 05
- 21 -
informação, é perceptível afirmar que a corrupção
se alastra por todo território nacional, infectando
o país incessantemente.
Nesse contexto, lembro-me das ideias do
célebre pensador Montesquieu, responsável pela
sistematização e ampliação da divisão dos poderes,
os quais consistiam na concretização de
uma democracia plena. Consequentemente,
percebo que aqui em Monte Alegre de Sergipe
esses poderes, executivo, legislativo e até o judiciário,
estão repletos de políticos corruptos. À
vista disso, ideias elaboradas por filósofos iluministas
e regidas por várias nações, estão comprometidas
pelo mal da corrupção nos dias atuais.
À medida que essa ilegalidade aumenta,
o ambiente politicamente democrático decresce,
causando assim o lento desenvolvimento
do espaço atingido. Monte Alegre de Sergipe
engloba-se nesse espaço, visto que o município
sofre com um constante decréscimo socioeconômico,
acarretado pela má administração dos
políticos eleitos pela maioria da sua população.
Esta, geralmente leiga, persuadida com bastante
facilidade por políticos desregrados durante
as eleições, contribui indiretamente com o retrocesso
da cidade.
Dessa forma, é válido ressaltar que a população
a mercê da escassez de conhecimento
político, é convencida pelos corruptores através
de “suportes” fajutos, como o botijão de gás
por exemplo, um dos principais objetos de propina
utilizado pelos imorais. Situações como essa
ocorrem constantemente durantes as eleições
municipais. E com isso, noto que a maioria
populacional se satisfaz com míseras ações
fraudulentas dos políticos. Estes, quando eleitos,
dissipam-se das ruas e somente ressurgem
na próxima caça aos ignorantes, enquanto a
massa convive com a escassez de políticas públicas
dignas para o seu bem-estar.
Portanto, concluo que, inescrupulosos
são eleitos repetidamente. E, com isso, a cidade
não floresce. Monte Alegre de Sergipe, de fato,
mergulha em um oceano profundo de corrupção.
Mas, e a população? Espera ansiosamente
pelo próximo botijão de gás?
www.revistacriticartes.blogspot.com.br
Crônica
Revista Criticartes | 4º Trimestre de 2016 / Ano II - nº. 05
Amor e esperança:
dois sentimentos inseparáveis
O
dia surge com o raiar do sol. Logo vem a
esperança de cada ser humano, alguns agradecem
por ter conseguido visualizar o brilho de mais
um amanhecer, outros lamentam por ainda viver.
O fato é: nunca estaremos compartilhando
da mesma energia astral.
Não sei o motivo de isso acontecer, mas
sei que aquela mulher, residindo no mais longínquo
lugar, Dona Rose, sempre traz consigo a
esperança de o dia de hoje ser muito melhor que
o de ontem. Onde ela busca esta energia? Por
que ela nunca está do lado contrário?
Acredito que deve haver algum mistério
rondando a vida dessa jovem mulher, o que será?
Diante dessa interrogação, comecei a observar
essa criatura com mais frequência e aproximação.
Assim, fui descobrindo que cada ser humano
busca acreditar em uma esperança capaz
de tornar-se real ou não, mas mesmo assim não
desacredita no amanhã.
A senhora, olhos claros, pele branca e cabelos
pretos, traz consigo a marca de uma vida estigmatizada
pela força da ideologia machista,
personificada na pessoa do seu esposo, um homem
de olhos e cabelos pretos, estatura mediana,
pele parda e não possuidor de um físico saudável.
Desde que se casou, aos 14 anos de idade,
não sabe ou nunca presenciou uma palavra de
afeto/carinho do seu companheiro. Como pode
um ser sobreviver a tal situação?
Esse questionamento é feito, caro leitor,
para que possamos pensar, mas continuo sem saber
o motivo para tão honroso respeito e cuidado
que a renegada atribui ao seu homem.
Quando começo a analisar, logo percebo
que o comportamento da refém deve-se, uma
parte, à sua criação, pois sempre foi admirada
- 22 -
Carlos Alexandre Nascimento Aragão
Monte Alegre de Sergipe, SE
@: cana_aragao@yahoo.com.br
por seus irmãos e pais. A criação reflete na construção
do sujeito adulto. A outra parte está atrelada
ao imaginário social perpetuado no seio da
sociedade quando as mulheres são desacompanhadas
dos seus esposos. Elas tornam-se vulneráveis
ao famoso pensamento “separou-se para
vadiar com outros homens”.
Será mesmo que as Roses existentes neste
vasto mundo compartilham desta ação? É fácil,
leitor, apontarmos o indicador na direção de
qualquer ser, mas é muito difícil buscarmos o real
motivo de uma separação. É por isso que continuaremos
ver Roses sendo machucadas, assassinadas
e em muitos casos silenciadas por não terem
forças para enfrentar a voz de uma sociedade
hipócrita.
Nesse sentido, a energia emanada do
olhar, sorriso e atenção da Dona Rose advém da
esperança de um dia poder ouvir do seu grande
e único amor, um obrigado ou até mesmo um
perdão. Ela estará pronta para perdoá-lo, porque
o amor é o laço mais forte que os une. Ah,
como é bom amar! Mas amar exige retorno, ser
amado também.
Será que diante da arrogância, do machismo
não deve existir um pequeno afeto? Pode
não ser visível, porque homem não ama.
Homem trabalha para manter a sobrevivência
do clã.
É, nobre, leitor, enquanto alguns demonstram
o seu amor, mesmo se submetendo às
situações constrangedoras, outros preferem esconder
esse sentimento. Sejamos como a Rose,
exalando esse perfume de esperança por dias melhores,
esperando a Rosa se abrir, enfeitando o
dia de cada ser que busca viver, independente da
situação, um amor viniciano.
www.revistacriticartes.blogspot.com.br
Poesia
Revista Criticartes | 4º Trimestre de 2016 / Ano II - nº. 05
Versos de amor
DICA DE FILME
Ponto de Mutação
Eunice Guimarães
Aracaju, SE
@: eunicegarcia07@gmail.com
Sobre a terra, paira a quietude de um novo alvorecer!
A esta hora vinde beijar-me a boca,
Que eu sinta teu calor por um instante!
Suave riso em tua face resplandece!
Ó sonhos cor de sol nascente!
Tua voz tão linda se fez... a cantar como
Um pássaro, a mais doce melodia!
O amor impera nesse momento!
Nossas Almas, uno se transformam!
Meu coração palpita d'amor por ti!
Um sonho que em realidade se fez...
A noite que se fez dia!
Teus olhos de mel, em Luz se fez!
A falar do amor que no peito trazia...
E em versos esse amor jorrou!
https://petusp54.files.wordpress.com
Madrugada
Jani Brasil
Brasília, DF
@: janibrasil7@gmail.com
Na madrugada fria
Ouço a voz da solidão
A me abraçar...
Ouço o tic tac
De um coração a pulsar
Ouço o pensamento voar...
Em desejos ardentes a pulsar...
Ouço o sonho a derramar...
Ouço a lágrima a rolar...
Mas acima de tudo...
Ouço Deus a me acalmar!
- 23 -
Sinopse
Adaptação cinematográfica do físico
Fritjof Capra, um dos maiores pensadores
da atualidade, para seu best-seller, em
que reflete sobre a sociedade
contemporânea a partir de um
paradigma holístico de ciência e de
espírito. Na belíssima cidade medieval
de Saint Michel, na França, uma física
afastada do trabalho devido a conflitos
éticos (Liv Ullmann, de Sonata de
Outono); um candidato à presidência
dos EUA derrotado nas eleições (Sam
Waterston, de Gritos do Silêncio) e um
poeta que acabou de viver uma
decepção amorosa (John Heard, de
Prison Break) se encontram e conversam
sobre ecologia, guerra, políticas e
filosofias alternativas para o século XXI.
Fonte: www.interfilmes.com
www.revistacriticartes.blogspot.com.br
Revista Criticartes | 4º Trimestre de 2016 / Ano II - nº. 05
http://somostodosum.ig.com.br
A morte da
vida que mata
Valeria Gurgel
Itabirito, MG
@: vallecrisgur@yahoo.com.br
A
morte sempre tem sido um tema visto pelo
âmbito da ambiguidade. Como uma controvérsia
que ao mesmo tempo em que aterroriza, angustia,
traumatiza, apavora, também desperta certo fascínio
e curiosidade, pois que a única certeza dessa vida,
ainda que inadmissível por muitos, é a morte.
Assim, mesmo que o medo pelo desconhecimento
e vulnerabilidade do tema que engloba a vida
diante da morte exista, aí mora a curiosidade indomável
por essa suscetibilidade de uma complexidade
heterogênica, quando o tema é estudado e
pesquisado por filósofos, religiosos, céticos, povos
de todos as origens e de todas as culturas, de
todos os tempos.
E desde a criação do mundo e dos seres viventes,
surge a morte, que passa a ser enxergada
como o fim de uma etapa, de uma jornada, cumprimento
de uma missão, castigo, fechamento de
um ciclo evolutivo, ou o extermínio do próprio
corpo físico, da matéria densa, do invólucro da
energia cósmica que forma a vida e até um desfragmentar
do etéreo para os que interpretam a
energia também como uma matéria sutilmente
cósmica. São as formas curiosas e diferentes de se
analisar o tema, mas sempre acolhendo o respeito
pelo receio ao desconhecido ao incompreendido,
ao que foge do controle humano. Talvez, seja necessário
desmitificarmos o real sentido da vida para
não mais precisar aterrorizar se com a morte.
Mas e se enxergássemos a morte por um aspecto
analítico da morte da vida que mata?
A morte vista de uma forma efêmera e distinta
acontecendo a cada fração de segundos como certa
renovação celular, energética e cósmica?
Como ensinamento, lapidação da ideia
grotesca que alimenta a vida que se mata aos poucos,
acreditando estar vivendo para um dia morrer?
E, a partir daí, perceber o comprometimento
que ambas temem entre si, ao ponto de numa
dicotomia entre a vida e a morte não poder
prever quando a vida mata a morte ou quando a
morte mata a vida?
Pois que se morre vivendo a cada dia e muitos
estão se matando a todo instante sem perceber!
Quando o deserto do egoísmo nutre a solidão
de areia desenhando formas irreais do viver.
Amores sem essência e valores sem consistência.
A morte poderia ser nada mais nada menos que a
morte que a vida mata!
Então porque essa utopia que afirma que a
morte sempre chega de forma estupidamente repentina
em nossas vidas? Ou que nos pega de surpresa?
Ou até que nunca estaremos preparados para
encará-la de frente? Aquele que mais viveu seria
então o que permaneceu longos anos sobre a
Terra? Ou talvez o que menos viveu fosse aquele
que temendo a morte tentou evita-la de forma infantil,
e covarde, enterrando sonhos, dormindo
oportunidades, conservando ideias em cérebros
congelados para não deteriorar os sentimentos?
Quantos nós já foram dados em laços de liberdade
e quantas algemas o destino permitiu pela ânsia
de ser feliz?
A morte só mata a vida que não se deixa viver!
Que não se permite burilar o oleiro da consciência!
Pedras brutas se deslocam da inércia
quando a morte sacode o deserto da ignorância!
E levanta a poeira que os ventos da inconsciência
exalam, contaminando consciências letárgicas de
vidas em decomposição, meros cadáveres ambulantes
circulam pelas academias do saber em busca
de um sentido real que os façam ressurgir do
abismo da incoerência de saber viver.
- 24 -
www.revistacriticartes.blogspot.com.br
Vida e Obra
Revista Criticartes | 4º Trimestre de 2016 / Ano II - nº. 05
Conhecendo
o Poeta
Cláudio Dortas
Estâncias, SE
@: claudiodortas@gmail.com
O Poeta com as Antologias Logos, da Fénix e O Colecionador de Poesias somamos 17 publicações desde 1982.
O Poeta e Escritor, Cláudio Dortas Araújo,
nasceu na Cidade de Itabuna, no Estado da Bahia,
reside na Cidade de Estância, O Berço da Cultura
do Estado de Sergipe, onde nasceu o Primeiro
Jornal O Recopilador Sergipano, desde 03 (três)
meses de Vida. Começou a escrever poemas,
contos e textos de cunho com abrangência social
com 14 anos de idade, e no ano de 1982, começou a
escrever nos Jornais Estancianos: Nosso Jornal,
Jornal Folha Trabalhista, Jornal do Conselho
Tutelar, Jornal Gazeta de Estância, Jornal O
Caminho, Jornal da Diocese de Palmeira dos
Índios (AL), Jornal Sul de Sergipe, Jornal A
Tribuna Cultural, Jornal Folha da Região, Jornal
Cidade Nova Notícias, Jornal do Piauitinga, Jornal
do Dia(Aracaju), Jornal Cinform (Aracaju),
Correio de Sergipe (Aracaju), Jornal Super Popular
(Aracaju), Jornal de Pomerode (SC).
No ano de 1991, precisamente no dia 24 de
fevereiro, junto com mais de duas dezenas de
poetas, funda o Clube dos Poetas Estanciano,
Entidade de Utilidade Públicas Municipal e
Estadual, Leis: 819/1991 e 8.092/2016. No ano de
1999 Lança o seu primeiro Livro “Horizontes de
liberdade e fé”; no ano de 2001 lança o Livro
“Estrada de infinito e de paz”; no ano de 2010 lança
o seu terceiro Livro “Alumbramentos d’alma”;
nesse mesmo ano participa da Antologia Nacional
Poesias Encantadas Vol. I; no ano de 2012
participa do Vol. IV; em 2014 participa do Vol. VII.
No ano de 2015 participa da Antologia
Nacional Talento Poético; no ano de 2013
- 25 -
participa da Antologia Internacional Asas da
Liberdade “Desde o Brasil até o Chile em verso e
Prosa”. No ano de 2015 participa das Antologias: I
Antologia dos Escritores Aracajuanos e
Convidados e I Antologia Poética de Sergipe
Poetizando A Vida. Ainda no ano de 2015, torna-se
Colunista do Jornal Leopoldinense, da Cidade de
Leopoldina, no Estado de Minas Gerais.
É Membro do Clube dos Escritores da
Cidade de Piracicaba, no Estado de São Paulo. No
ano de 2016 participa da Antologia I Encontro
Sertanejo de Escritores e Convidados e da
Antologia 3º Encontro dos Escritores
Canindeenses e Convidados; da 100º Antologia
Beco dos Poetas, da Antologia Enamorados, e da
Antologia Virtual O Colecionador de Poesias,
também do Beco dos Poetas e da Antologia Poesias
Sem Fronteiras.
Ainda no Ano 2016, participa da Revista
eisFluência e da Antologia Virtual Logos, da Fénix;
da Antologia Nacional Justiça e Igualdade Social e
do 5º Encontro de Escritores Sergipanos, que será
lançado no dia 19 de novembro, na Capital
Sergipana Aracaju. O poeta Cláudio Dortas
continua colaborando com Jornais e Revistas de
repercussão e credibilidades nacionais, a exemplo
da Revista Criticartes, que tem ampla divulgação
no Nordeste e em todo o Brasil. Esta é a realidade e
o momento “desvelado” do Poeta e Escritor,
radicado e vivendo na Cidade de Estância, “o
berço da cultura de Sergipe”, desde o ano de 1964
até os dias atuais.
www.revistacriticartes.blogspot.com.br
Poesia
Revista Criticartes | 4º Trimestre de 2016 / Ano II - nº. 05
A lua e o
mar
Christian Fernandes
Aracaju, SE
@: locutorfernandes@yahoo.com.br
Noite a noite
Quando o sol
Vai repousar,
Nos amamos
Sem enganos,
A lua e o mar.
Sou o mar
e você é a lua
E ao anoitecer
Encontramo-nos
E as estrelas
Testemunham
Todo o prazer.
Noite a noite
Sentimos a brisa
Sobre o nosso
Momento ímpar.
A lua e o mar,
Um eclipse total,
Uma metamorfose
Total do amor.
Eu mar e você lua.
A busca
Elia Macedo
Canavieiras, BA
@: eliamacedo@hotmail.com
Busco palavras em vão
Vão e vem, depois se perdem
Perdem o sentido, nem sei
Sei que busco, mas, em vão.
Minha
alma e eu
Suely Sabino Reis
Coronel Fabriciano, MG
@: syspoetisa@yahoo.com.br
Não bastam os espinhos
naturais
Naturais ainda são fracos
Fracos sentimentos eu tenho
Tenho outras defesas,
Defesas que criei
Criei ou copiei
Copiei uma cerca
Cerca de arame,
Arame não basta ainda
Ainda grito
Grito se me tocar
Tocar aqui é morte,
Morte que avisa
Avisa exalando perfume
Perfume de mulher
Mulher eu sou,
Sou uma fera também
Também tenho garras
Garras nascida em versos
Versos muito naturais.
- 26 -
Na praça
Antônio Amaro Alves
Ipatinga, MG
@: antonioamaro.ipatinga@gmail.com
Passou por mim
Uma louca,
Que me contou
Uma história.
Não vi nela
Nenhum herói
Ou vilão;
Amor ou paixão.
Mas, despertou-me
A atenção.
Uma história,
Apenas,
Sem penas de
Pavão, mas cheia
De suspenses
E emoção.
Uma história que
Ronda na contramão
Da lucidez e despensa
O Era uma vez...
Sem derrotas
Nem vitórias.
Passou por mim,
Ainda agora,
Uma louca varrida
Da vida
E me contou
Uma história,
Sem dores
E nem glórias;
Cheia de risos e
Guizos
Com gente que
Perdeu o juízo.
Não é tão
Tragicômica;
Tem lá uma certa graça
A história que, a louca,
Me contou na praça.
www.revistacriticartes.blogspot.com.br
Poesia
Soneto de uma vida
Jakson Aguirre
Rondonópolis, MT
@: jakson.aguirre@gmail.com
Revista Criticartes | 4º Trimestre de 2016 / Ano II - nº. 05
Amor
Se formado do pó, fostes da terra
E do sopro de Deus idealizou
E teus passos cansados, se encerra
Voltarás para o autor, que te formou.
Se crescestes sem ter sabedoria
Aprendeu com o mundo, árdua pena
Conquistou com seu sangue, a auforria
Com amor aprendeu sair de cena.
Laborou pelos campos, vasto e fértil
Conquistou entre prantos seu espaço
Aprendeu com a vida o que é vencer.
Viu na vida suas forças se esvaindo
A vetustez aborda de mansinho
Sei que um dia pro pó retornarás.
A lenda
Marlete Alves
Aracaju, SE
@: netapoetisa@hotmail.com
Sabe aquela torneira quebrada,
Que fica o tempo todo pingando?
É o pensamento do poeta
Que fica todo tempo pensando.
Sabe aquela beira de mar,
Com ondas indo e vindo?
É como um poeta a pensar
Um mar de poemas sorrindo.
Sabe aquele vendaval que passou,
Que até as arvores derrubou?
Foi a força do pensamento
De um poeta que veio com o vento.
Sabe aquelas palavras soltas,
Umas, que se agarraram às outras?
Era um poeta despedaçado
Se colou e virou um poema rimado.
Sabe as lendas que a gente conta,
As que carregamos para sempre?
É a criança que virou poeta
E se fez lendário eternamente.
- 27 -
Leandra Vitória
Juventude sem Caô - Dourados, MS
@: barbosaleandra2000@gmail.com
Quero saber mais sobre ti, amor.
Quero te decodificar por inteiro.
Conhecer-te no mais profundo sentimento.
Quero que me conte histórias amor
Tuas histórias, histórias dos outros.
O que importar é saber sobre ti, amor.
Diga-me tuas dores
Quero sará-las
Uma por uma.
Beijar teus machucados
Viajar nos teus pecados
Permita-me tocar-te, amor?
Não amor, não é toque de corpo.
É alma amor, quero tocar tua alma.
Conte-me sobre o amor, amor.
Já amaste?
Já te perdeste?
Já sofreu ao amar, amor?
E o que mais amas, amor?
Eu amo a liberdade, amor.
E tu o que amas?
Amas um esporte?
Uma comida?
Um seriado?
Algo deve amar.
Ou ama alguém?
Esse alguém pode não ser eu, amor.
Mas eu não me importo.
Por que eu te amo.
Mas também amo a liberdade.
E por ama lá, amor
Deixo-te livre para liberdade
De amar outro alguém
Por que amar, amor
É ser livre.
Desenho do poeta Manoel de Barros
www.revistacriticartes.blogspot.com.br
Poesia
Ecosys do Amor
Angela Matos
Frei Inocêncio, MG
@: angelfiamatos@hotmail.com
Respirar está difícil
Difícil os dias sem você
Você que mora nos meus sonhos
Sonhos que não me deixam viver.
Viver de saudades tua
Tua boca e seu amor
Amor que sustenta o ego
Ego de querer viver.
Revista Criticartes | 4º Trimestre de 2016 / Ano II - nº. 05
Poeta virtual
Antonio Cabral Filho
Rio de Janeiro, RJ
@: letrastaquarenses@yahoo.com.br
Vida é como definimos este espaço
Entre o nosso nascimento e agora.
Mas poderia ter outro nome,
Ou vários, como passagem, estada...
Viver um romance a dois
Dois amores, dois amigos
Amigos que se entrelaçam
Entrelaçam feito raízes.
Raízes do bem-querer
Querer ficar para sempre
Sempre contigo a viver
Viver e aliviada respirar.
Espigas de
nuestra patria
Beatriz Valerio
Campana - Buenos Aires, Argentina
@: beatrizvalerio@gmail.com
Siembra tierra mojada,
Campesino, la esperanza,
Germina ténue la semilla,
En surcos de sol y luz.
Manos, sudor, paciencia
Cosechan extenso cultivo.
Nacen y crecen las espigas
Frutos de nuestra patria.
Destino de etéreo labrador
Forja sueños de cosecha.
Dios bendice su sembrado
Abundante lluvia y amor.
E muitos outros, sei lá, quem sabe...
Enquanto tudo ocorre intempestivamente
À nossa margem, nessa caminhada,
Por um caminho indelével
Que não grava nossos rastros,
Mas que capta nossas emoções,
Como ondas elétricas nos ares,
Até pegar em nossas mãos
E seguir junto em silêncio,
Sem sabermos nada um do outro.
Isso lembra aquela brincadeira
Do Amigo Oculto ao fim do ano
Em que apontamos os eleitos
Com detalhes imprecisos,
Lhes cobrimos de mistérios
Só pra dar-lhes um presente.
Eis a vida dos poetas,
Seres transfigurados em anjos,
A servir amor em altas doses,
Felizes com a felicidade alheia.
- 28 -
www.revistacriticartes.blogspot.com.br
Conto
Revista Criticartes | 4º Trimestre de 2016 / Ano II - nº. 05
A cigarra que
encanta e a
formiga encantada
Edvânia Ramos
Aracaju, SE
@: edvania.escritora@hotmail.com
Todo o dia lá ia a formiga Dudinha
ladeira abaixo com uma folha na cabeça. No
caminho sempre encontrava a mesma
companheira. A cigarra Milena havia se tornado
sua amiga no inverno do ano passado e descia,
com ela, aquele enorme caminho de barro
diariamente, sempre cantando e falando como a
pior das tagarelas.
Dudinha sorria com o gesticular
exagerado de Milena, outras vezes balançava a
cabeça de um lado para o outro como se a
achasse meio maluquinha.
Todos os dias era a mesma rotina, o que
mudou é que agora, Milena, quando via que
Dudinha estava cansada ajudava a amiga a
carregar suas folhas, mas nunca em hipótese
alguma de boca fechada, sempre cantarolando
ou contando estórias da floresta.
Certo dia chovia muito, muito mesmo,
um temporal assustador. Em dias como este
Milena gostava de ficar escondida no oco de
alguma árvore escura, apenas cantarolando para
disfarçar seu medo dos trovões. Ficava tremendo
imaginando no que poderia lhe acontecer.
Sentiu que algo estava errado. Com a
forte chuva o dia pareceu terminar mais cedo e
não viu sua amiga voltar. Permaneceu no seu
lugar, mas, Dudinha não voltou e isso a deixou
triste. Suas pernas pequenas e finas tremiam de
medo em pensar que tinha que fazer algo e, o
algo, era sair na noite escura a procura da sua
amiga.
Olhou pro céu nenhuma estrela, nem
mesmo a lua, apenas os trovões e os relâmpagos,
mas foi forte e desceu ladeira abaixo, gritando
seu nome e cantando para esquecer o medo que
tomava seu ser. “Eu não sou medrosa, sou
mesmo é corajosa”. Amiga formiga se me ouve
responde! Onde está a graça de brincar de
esconde-esconde se o sol ainda não brilhou nem
o trovão passou? Essa formiga é mais doida que
eu. Exclamou a cigarra encharcada de chuva.
Desceu mais um pouco já quase desistindo
quando ouviu um respirar fundo, mas lento.
– Dudinha é você?
– Ajude-me amiga cigarra, estou presa no
lamarão, não consigo me mexer.
A cigarra correu apresou-se a ajudar a
amiga. Retirou primeiro a folha que ela teimava
em segurar na cabeça e logo depois puxou seu
frágil corpo da lama que prendia suas pernas
pequeninas. A formiga sorriu agradecida e
perguntou emocionada com o abraço que
recebeu.
– Como venceu seu medo de trovões cigarra
Milena?
E com olhos marejados ela responde:
– Tudo que vem da natureza é obra divina,
devemos respeitar, mas nenhum trovão,
nenhum raio, nem a chuva, nem o sol, nem o dia
e nem a noite é mais forte que o amor e a
amizade que podemos sentir pelo próximo.
A amiga formiga abraçou sua amiga
cigarra e juntas retornaram para casa na certeza
de que nunca mais estariam sozinhas, seja qual
for a tempestade do momento, juntas elas
venceriam.
– Sabe o que estive pensando amiga cigarra?
– Formiga pensa? Risos. Sorrindo ela
completou.
– No encanto que tem sua melodia, foi o que
pensei durante todo o tempo em que estive ali
presa.
– Não foi a minha música. Foi o desejo de
continuar vivendo. A vida é a mais bela canção
amiga formiga e, o coração, é o violão que
decifra a letra da melodia que trazemos na alma.
– Vamos cantar?
– Canta cigarra, canta que na chuva eu danço.
Elas seguiram, sorrindo, abraçadas,
celebrando a vida e o encanto do ato viver. Seu
medo tem o tamanho que você dá para ele.
Procure o deixar menor que um grão de areia e
logo um mar de vitórias surge para banhar teus
mais belos sonhos.
(Texto dedicado Leonardo Ramos e Izabela Ramos)
- 29 -
www.revistacriticartes.blogspot.com.br
Poesia
Revista Criticartes | 4º Trimestre de 2016 / Ano II - nº. 05
Jogo da Vida
Desconfiança!
www.paisfilhoseescola.com.br
Adail Alencar
Dourados, MS
@: adailataveira70@gmail.com
Se você não acreditar no futuro,
Não adianta viver o presente,
Se você só pensar no passado,
Não vai sentir o que vem pela frente.
Se você não tiver esperanças, nem sonhos,
Você vai vegetar vivendo a esmo,
Para não viver tristonho,
Você tem que acreditar em si mesmo.
Tenha coragem de lutar por uma vida melhor,
Vença a sua insegurança com força de vontade,
Se você não tiver coragem vai ser pior,
No jogo da vida temos que jogar com a verdade.
Viva intensamente cada segundo,
O passado tem que ficar na lembrança,
Semeie de amor o seu mundo,
Que você vai colher num futuro de esperança.
Reconheça com humildade seus defeitos,
Aprimore com amor suas qualidades,
Resplandeça com ternura o seu peito,
Valorize cada momento de felicidade.
Faça dos seus desencontros passados,
Um motivo para se reencontrar,
Reaja com otimismo quando tiver cansado,
E nunca deixe de amar.
Faça com que a sua sinceridade,
Seja retratada no seu semblante,
Nunca aja com falsidade,
Acalente a sua ternura a cada instante.
Procure ser sempre consciente,
Valorizando a sua dignidade,
Para que possa se orgulhar de ser gente,
Sem perder a humildade.
Na grandeza dos seus sentimentos,
Na pureza das suas atitudes,
Você vai sentir a cada momento,
A paz na sua plenitude.
E quando você envelhecer,
E for analisar o que produziu,
As marcas do passado vão dizer,
Se você realmente existiu.
Ou se passou pela vida,
Sem objetivos, sem ideal,
Sem razão para viver,
Se o seu jogo foi uma batalha perdida,
Que você não soube como vencer.
- 30 -
Carla Gomes (Cristal)
Aracaju, SE
@: ccogomes@hotmail.com
Ampla de um ser ter,
Sou eu,
És tu,
Somos assim por natureza...
E onde estar a altivez?
Esquecemos?
Talvez!
É que desafiamos as leis,
Não pagamos fiança
Se o peito doe, chora o olhar,
Seguimos com a desconfiança...
Fantasio-me de ausências alheias,
Preâmbulo entre a paixão e o Amor,
Destaco os vassalos da vida
Do dono, da flor...
Falta-me o Amor,
Verdadeiro, o qual preciso descobrir,
Aja sexo sem amor
Apenas no desejo de ser...
Então amanhã eu vá ter,
Amar, sem preciso estar,
E assim sairemos por aí,
Sem mais, sem desconfiança...
Subjetividade na Pós-modernidade
Livro recordes de vendas
Peça já o seu autografado pelo Autor
através do e-mail: revistacriticartes@gmail.com
Frete grátis para todo o Brasil
www.revistacriticartes.blogspot.com.br
Crônica
Medo
Revista Criticartes | 4º Trimestre de 2016 / Ano II - nº. 05
www.biomagazine.gr
Marcelo de Oliveira Souza, IWA
Salvador, BA
@: marceloosouzasom@hotmail.com
A violência nas grandes cidades está
aumentando cada vez mais, as pessoas já têm medo
de sair de casa, ficar no domicílio, já nem sabem mais
como proceder.
O medo do outro virou uma rotina, andamos
já olhando para trás, quando uma pessoa demora
caminhando atrás da gente, já bate uma súbita
preocupação.
As crianças já estão preocupadas com tudo
isso, o bicho papão virou o bandido, a bruxa, virou o
maníaco; ou até o palhaço que virou símbolo de
brincadeiras mortais, onde pessoas fantasiadas desse
“inocente” personagem saem com facas, machados,
motosserras, para assustar todos no caminho.
Agora apareceu aqui em Salvador, um grupo
de pessoas com seringa na mão furando outras,
simplesmente por malvadeza, alguns deles se
regozijam com o fato mostrando o objeto esvaziado.
Esse “modus operandi”, já está ultrapassando as
fronteiras da “Boa Terra” já acontecendo incidentes
até em Feira de Santana.
O nosso país já é caracterizado pela violência,
onde o número de homicídios já supera a guerra da
Síria, mas nem por isso temos leis que trabalham
firmemente encima dessa grande problemática, até
no futebol que é nosso grande “circo” vemos cenas
deprimentes de violência, onde “marginais” vestidos
de torcedores espancam policiais; matam torcedores
de outros times, onde o medo se arrasta em todos os
sentidos, pois os brasileiros perderam tudo, os seus
direitos a cada dia são vilipendiados, na “mão”
grande, até em aposentar-se o medo se instala, não
mais por causa da defasagem salarial, mas pelo
simples motivo que o “nosso” novo governo governa
com o cajado da tirania, apoiado pelos
parlamentares, tirando o direito de aposentar-se no
seu tempo, dito certo.
Assim o medo se alastra em todos os aspectos,
não vemos alguma saída, senão por meio do voto,
mas como se até para votar somos obrigados e somos
sutilmente dirigidos a votar em quem vai nos meter
medo no futuro?
- 31 -
Partícula de
PALAVRAS
Rogério Fernandes Lemes
Dourados, MS
@: rogeriociso@gmail.com
Cada letra me é como um átomo.
Agradável é o cheiro frenético de suas
Vibrações harmônicas.
Observando-as, vivo minha possibilitância
Manuseando o infinito que há em mim.
Diferente dos muitos medrosos
O infinito me atrai.
Leio nele, todos os dias,
minha subjetiva finitude;
Contemplo, nas paredes cronológicas,
Minhas gorduras digitais;
Meus rastros cadavéricos.
Tudo isso vem à lume
Quando manipulo verbos e adjetivos
Como um bebê, atônito,
e encantado com a luz.
A cada desinência, um novo universo.
Letras são átomos criadores de multiversos.
Letras são tesouros dadoS aos poetas
Para conferir-lhes o poder de criar tudo;
Para trazer ao existir
O que hoje é ausência,
É silêncio...
É anônimo.
Letras são partículas de palavras;
Palavras são dínamos reveladores,
Destrutivos e reconfortantes.
E a palavra volte às letras, como o era;
E as letras voltam ao Criador
Que as deu, sabiamente,
Aos poetas.
www.revistacriticartes.blogspot.com.br
Cultural
Revista Criticartes | 4º Trimestre de 2016 / Ano II - nº. 05
O FESTACE
Fotos:
Alison Antônio de Souza
Ariana Trajano de Oliveira
Emerson Brandão da Silva
José Wilton Fonseca da Silva
O
Por
Carmem Silvia Moretzsohn Rocha
IFMS Campus Dourados, MS
Festival de Arte e Cultura dos Estudantes
(FESTACE) é promovido pelo Instituto Federal
de Educação (IFMS) – Campus Dourados. Seu
principal objetivo é fomentar a expressão das
manifestações artístico-culturais dos estudantes
do município de Dourados, e tem por pretensão
valorizar as atividades culturais dos estudantes;
promover o intercâmbio no interior e exterior da
comunidade do IFMS; incentivar os jovens a
desenvolver suas aptidões artísticas por meio de
atitudes competitivas saudáveis; oportunizar a
visibilidade de talentos dos estudantes; contribuir
para a cultura douradense e promover a diversidade
cultural.
As oportunidades foram abertas ao público,
sem restrições, nas categorias música, crônica
e desenho. O primeiro FESTACE, promovido
pelo IFMS – Campus Dourados, ocorreu nos dias
13/05/2016 e 25/05/2016, às 19 horas, no Teatro
Municipal de Dourados. Foram diversas as
apresentações culturais gratuitas: músicas, exposição
de desenhos e crônicas narrativas. Agitou o
cenário cultural douradense, promoveu o encontro
entre as pessoas, festejou a vida e a cultura!
Integraram a programação as seguintes apresentações:
* Banda “Evandro e os Aloprados”,
formado pelos professores do IFMS Campus
Dourados: Evandro Falleiros (voz, violão e composições),
Carmem Rocha (teclado), Carlos
Vinícius Figueiredo (cajón) e Jair Costa (baixo).
As apresentações ocorreram nos dias 13/05 e
25/05.
* Rapper Senkapuz: nascido em
Diadema/SP, começou a cantar em 1995 e gravou
o CD “Educação é a Saída”. Atualmente cursa
Pedagogia na UFGD e trabalha como educador
social. A apresentação ocorreu no dia 13/05.
* Guga Borba: começou a carreira musical
em Campo Grande, aos 15 anos, como vocalista
da banda Inverno Russo. Guga obteve o Prêmio
Palco MP3 – Mais acessado Folk – atingindo hoje
a marca de 200.000 acessos, com 92 músicas
disponíveis para download gratuito, gravadas ao
longo de 25 anos de carreira. A apresentação
ocorreu no dia 25/05/2016.
- 32 -
www.revistacriticartes.blogspot.com.br
O FESTACE
Revista Criticartes | 4º Trimestre de 2016 / Ano II - nº. 05
Um sonho que
se sonha junto
Carmem Silvia Moretzsohn Rocha
Criadora e Coordenadora do FESTACE
@: carmem.rocha@ifms.edu.br
“Quando me dei por mim, cá estava eu.
Muito distante de onde nasci, trazida por
outros sonhos que não este, o de estar aqui. Já
circulei entre sons, música, instrumentos de
outros mundos. Porém, quando menos esperava,
recebi esta missão: criar um Festival. Recémchegada,
entre muros e outras gentes, iniciei a
tarefa.
Deixei-me levar pela imaginação! Fechei
os olhos e vi dançarinos, músicos, poetas,
escritores, palhaços, pintores, enfim, uma
plêiade de artistas perfilando em meu imaginário.
Arte e cultura eram o meu norte. Professora
de Sociologia do Instituto Federal de Mato
Grosso do Sul, ganhei este prêmio, o de fazer
nascer essa fábrica de sonhos, algo inédito, dar
o primeiro passo, sempre cheio de emoção!
Dessa forma, em meio aos meus delírios, veio o
nome: Festival de Arte e Cultura dos
Estudantes, o FESTACE. Como numa procissão,
outros vieram e ele nasceu, muito maior do
que no início.
Bem, o som de festa já estava lá! E foi com
muita alegria que pude ver pela primeira vez no
Teatro Municipal de Dourados, jovens se
aventurando no mundo das artes, na viagem de
criar músicas, textos e desenhos em belas performances
regadas de alegria!
E um dia, andando despretensiosamente
pelos corredores, um deles me disse: “nossa, há
quanto tempo que eu sonho tocar numa banda
e, de repente, lá estava eu no palco, pela primeira
vez cantando com a minha banda”! E tudo
isso graças ao FESTACE: um sonho que se
sonha junto”.
- 33 -
Texto de Abertura do FESTACE
Sem você
Carmem Silvia Moretzsohn Rocha
Sem você? Solidão.
Espera e loucura.
A vagar pelos sonhos,
pelos medos, pela rua.
Sem você, incompletude.
Pela metade, sem atitude,
sem vontade, é tarde!
E você, quem é?
Quem é você?
Você é alguém, é claro!
Você é o sentido
D’eu estar aqui.
De minha sede de vida,
minha busca,
meus feitos.
Meus feitos são nossos!
Cada pensamento,
cada palavra,
cada construção!
Nossos feitos são elos,
São belos porque nossos!
E eu e você, quem somos?
Somos nós, é claro!
Humanos, que somos.
Somos nós que construímos,
que criamos, inventamos, sim,
um mundo melhor!
Um mundo de afetos,
de esperança,
de sonhos,
de vida!
Sim, somos capazes de construir
O belo,
O puro
O porvir.
Esperança, de quê, afinal?
De verdade
De luz,
De vida,
De futuro,
De utopia,
De arte e cultura.
Sejam Bem-Vindos!
Ao... Meu, teu, seu, nosso...
O Primeiro
esperado, amado, conquistado
Por mim, por você, por nós...
O FESTIVAL DE ARTE E
CULTURA DOS ESTUDANTES...
FESTACE!!!
www.revistacriticartes.blogspot.com.br
O FESTACE
Revista Criticartes | 4º Trimestre de 2016 / Ano II - nº. 05
FESTACE:
um ato de fé
DESENHOS VENCEDORES
DO 1º CONCURSO FESTACE
Evandro Falleiros
Mestre em Ciência da Computação
Professor do IFMS Campus Dourados
Começo rascunhando minhas singelas
impressões e memórias, imerso em um sentimento
nostálgico, repleto de fracionados sentimentos de
alegria, mistos à saudade. Alegria por ter vivenciado
um momento ímpar, no qual pude observar pessoas
se perdendo no tempo, esquecendo-se, mesmo que
por um breve período, de seus mais incômodos
percalços.
Alegrei-me por ver crianças, adolescentes,
adultos, idosos, estudantes, profissionais, um mar de
gente que parou no tempo para ouvir e apreciar arte e
cultura. Confesso que, quando os vi ali sentados,
compondo um teatro repleto de diversidade, cultura
e saberes diversos, emocionei-me, sabendo que cada
um dos que ali estavam deixaram algo para trás para
aquele ambiente compor.
Mas, mais ainda, surpreendi-me com o
engajamento de todos os envolvidos. Iniciei os
trabalhos de organização, juntamente com meus
companheiros, um pouco preocupado com a repercussão
e com a recepção da proposta por parte do
público alvo. Eu havia criado uma impressão errônea
sobre o que os indivíduos pensam sobre eventos que
envolvem arte e cultura.
Imaginava eu que um festival de arte e cultura
movimentaria apenas um pequeno grupo de pessoas
interessadas, ainda mais se tratando de um evento
que motivava a produção de obras inéditas.
Acompanhei, descrente, todo o processo de inscrições.
Muitas vezes, cheguei a pensar que o evento
deveria ser adiado.
Contudo, nesse processo, ensinaram-me a ter
fé. Aprendi a acreditar que podemos movimentar e
criar o que quisermos, pois depende apenas de nós
assumirmos a missão de engajar e fomentar a cultura.
Ressalto que praticar o supracitado não é tão simples,
uma vez que exige mudanças no que pensamos,
acreditamos e defendemos.
E, por fim, refiro-me e resgato a saudade! Um
sentimento misto que, nesse momento, no qual
concluo minhas impressões, embriaga-me de alegria e
desejo de que tudo o que outrora aconteceu se
repetida para todo o sempre. Amém!
- 34 -
Guilherme Ayala de Paula, 1º lugar no concurso de
desenhos do 1° FESTACE (Festival de Arte e Cultura dos
Estudantes), aluno do 1º ano do Curso Técnico em
Informática para Internet do IFMS Campus Dourados.
Jarilson Freitas, 2º lugar no concurso de desenhos do 1°
FESTACE (Festival de Arte e Cultura dos Estudantes), aluno
do 1º ano do Curso Técnico em Informática para Internet do
IFMS Campus Dourados.
www.revistacriticartes.blogspot.com.br
O FESTACE
Revista Criticartes | 4º Trimestre de 2016 / Ano II - nº. 05
Guilherme Ayala de Paula
1º lugar
Jarilson Freitas
2º lugar
Guilherme Ayala de Paula e Jarilson Freitas (direita)1º e 2º colocados no concurso de desenhos do 1° FESTACE (Festival de Arte
e Cultura dos Estudantes), alunos do 1º ano do Curso Técnico em Informática para Internet do IFMS Campus Dourados.
Isto não é uma crônica
Karina Kristiane Vicelli
Doutoranda em Letras pela UFMS
Professora de Português/Literatura no IFMS Campus Dourados
@: karina.vicelli@ifms.edu.br
Rubens Aquino de Oliveira, Brígido Ibanhes e
Carlos Vinícius Figueiredo foram os escolhidos como
os componentes da comissão julgadora de crônicas do
1° FESTACE (Festival de Arte e Cultura dos
Estudantes) do IFMS Campus Dourados de 2016.
Nessa primeira edição, a tradição e a ruptura uniram-se
para apresentar a renovação da linguagem, num festival
que revelou talentos e mostrou que a arte pulsa e se
vivifica nas e das palavras. Engraçado usar a palavra
tradição para Rubens Aquino e Brígido Ibanhes,
escritores que ao longo de sua carreira quebraram
regras, romperam com estereótipos, inovaram, politizaram,
polemizaram, enfim, fizeram tudo aquilo que se
espera de grandes escritores: manipularam e remoçaram
a linguagem.
Queria fazer desse texto algo impessoal, mas o
FESTACE foi carregado de emoção, repleto de alma,
músicas, crônicas, desenhos e vísceras. É preciso
lembrar que meu primeiro contato com Rubens
Aquino foi na minha infância, por meio de seu livro
“Coragem Moçada, ai vem os caçadores!”, o livro
tratava de ecologia em uma época em que nem se falava
disto. De Brígido Ibanhes, li “Silvino Jaques – o último
dos bandoleiros” para ministrar aulas a vestibulandos, e
de repente estou trocando e-mails com o autor desse
livro polêmico. E por causa do FESTACE mandando
textos de alunos meus para serem avaliados por esses
escritores consagrados, uau! E o melhor, esses escritores
elogiando os pupilos do IFMS!
Carlos Vinícius Figueiredo, não vou poder falar
dele, vai parecer que estou puxando saco, é nosso chefe.
O que dizer de um cacique que toca numa banda
chamada “Evandro e os aloprados”? Além disto, estuda
Clarice Lispector, fica indignado com injustiças, ama
Literatura, acredita nos nossos projetos, e não me acha
maluca de corrigir caderno por caderno de 83 alunos.
Estes foram os componentes da primeira
comissão julgadora de crônicas do FESTACE, e não
apresentamos uma biografia de cada um, mas o que de
humano esses seres ofertaram em algum momento da
vida, pois cultura é acima de tudo movimentação
humana, é a aproximação das pessoas, é o contato dos
seres, é a voz entoada que alegra a alma, é o sorriso nos
rostos, é o abraço fraterno dos estudantes quando um
amigo é desclassificado, é o aplauso forte aos competidores,
é uma banda com nome de nota baixa (2,77), é o
arrepio na espinha com um tom perfeito, é uma equipe
unida fazendo o melhor por seus alunos, é a educação
acontecendo em todos os seus poros, é o FESTACE, é o
IFMS em ação, é o poder das palavras e da amizade em
seu infinito movimento artístico.
- 35 -
www.revistacriticartes.blogspot.com.br
O FESTACE
Revista Criticartes | 4º Trimestre de 2016 / Ano II - nº. 05
CRÔNICAS VENCEDORAS DO 1º CONCURSO FESTACE
Cultura é
respeito
Laiza Tayná Reetz - 1º lugar
Aluna do 1º ano IFMS/Ddos
O que é cultura? Bom, de
acordo com o dicionário cultura
é ação, efeito, arte ou maneira
de cultivar a terra, é aplicação
do espírito a uma coisa, estudo,
civilização. Cultura é bem mais
que linguagem, dança, vestuário,
religião, é a plena identidade
de um país ou pessoa.
O quão chato seria
acordar de manhã, pegar um
ônibus e ver todo mundo
fazendo a mesma coisa? Desde
vestir roupas iguais até ouvir a
mesma música, seria totalmente
entediante, pois a graça é ver
pessoas diferentes todos os dias,
cada um com seu estilo, modo
de agir e falar.
Quando eu era apenas
uma menininha com 9 anos,
ficava me perguntando porquê
as mulheres usam burcas em
certos países, ou por qual
motivo as pessoas comem
cachorros ou outros animais
que para mim é estranho de se
ingerir, entre outras perguntas
como: qual é o sentido de
acreditar em vários deuses? Por
que em outros países é tão
comum as gorjetas? Ou até
mesmo a briga que gera quando
alguém pergunta se é biscoito
ou bolacha, claro que para mim
é bolacha, mas não é por isso
que julgo as pessoas que falam
que é biscoito. Depois de certo
tempo comecei a compreender
e cheguei a conclusão que
cultura é uma bicicleta e para
saber como conduzi-la é necessária
competência de saber e
conhecer do que se trata, e o
mais importante, percebi que a
diversidade é o essencial.
A cultura é inteligente,
pois nos remete a respeitar
aquilo que para nós nos parece
estranho ou diferente, mas para
outros é completamente normal.
A solução é amar a todos
não se importando com o
modo de pensar de cada pessoa,
é fazer como Albert Einstein
disse: “Se um dia tiver que
escolher entre o mundo e o
amor... Lembre-se: se escolher o
mundo ficará sem o amor, mas
se escolher o amor, com ele
conquistará o mundo”.
A cultura
presente no
nosso
cotidiano
Adrielly Santos Silva - 2º lugar
Aluna do 1º ano IFMS/Ddos
Há alguns dias estava
caminhando na praça principal
de Dourados quando reparei
um grupo de vendedores de
artigos artesanais fazendo
propaganda de suas mercadorias;
eles vendiam pulseiras e
colares feitos à mão e algumas
carteiras.
Os vendedores vestiam roupas
simples: um deles estava com
- 36 -
shorts, sem camisa e o cabelo
rastafári; uma mulher estava
com um longo vestido marrom
e cabelos trançados.
Estive algum tempo
olhando os objetos de venda e
reparei certo sotaque daqueles
comerciantes. Eles aparentavam
serem seguidores da religião
jamaicana e fãs de Bob
Marley, já que o cabelo rastafári
e o cigarro lembra muito o
cantor.
Ao continuar minha
caminhada, vi outro grupo de
vendedores, só que desta vez
eram indígenas; vendiam
CD’S, DVD’S, pulseiras e
colares confeccionados pela
tribo deles. Ao deixar o grupo
fiquei pensando o quanto é
importante a variedade de
povos e culturas no nosso dia a
dia.
O Brasil foi privilegiado
com a diversidade de povos que
vieram para cá; pois, nós temos
grande influência da cultura
deles, como dos indígenas
aderimos o hábito de plantar
mandioca e milho; dos italianos
o hábito de comer pizza,
polenta e macarrão; dos portugueses,
a língua portuguesa e
algumas comemorações populares
como festa junina, páscoa
e natal e vários outros costumes.
Se não tivéssemos esta
diversidade de cultura, não
teríamos essa mistura de povos
de diferentes costumes e tradições
que habitam entre nós;
somos um povo rico em cultura,
pois aderimos um pouco de
cada uso e costumes e formamos
a cultura brasileira.
www.revistacriticartes.blogspot.com.br
O FESTACE
Revista Criticartes | 4º Trimestre de 2016 / Ano II - nº. 05
CRÔNICAS VENCEDORAS DO 1º CONCURSO FESTACE
Um
Passado
Interessante
Afonso Barbosa de Souza
3º lugar
Aluno do 1º ano IFMS/Ddos
Bose Yacu, matriarca da
tribo dos Pacahuanas, na
Amazônia peruana, morreu e
levou consigo tradições, costumes,
uma língua hoje já não
mais falada, entre tantas outras
coisas. Atualmente sua tribo já é
considerada extinta e é aí então
que vemos o quão frágil é a
cultura e como pode simplesmente
em segundos deixar de
existir.
Olhando para os dias
atuais, se torna fácil notar a
ameaça que rodeia a diversidade
cultural. Temos vários exemplos
como a morte de índios, porém,
para melhor entendimento o
melhor exemplo são nossos
avós. A juventude está tão
obcecada em aprender novas
tecnologias e entrar ainda mais
no mundo moderno que está se
esquecendo de ouvir histórias
de épocas passadas, de fatos que
já aconteceram como a tentativa
de extinção dos judeus durante
a Segunda Guerra Mundial e
poder ouvir da boca de um
sobrevivente seus costumes, suas
tradições antes de tudo aquilo
acontecer.
Temos uma antiga geração
disposta a diante suas
crenças, sua própria cultura em
si e que somada com a de várias
pessoas diferentes, gera uma
diversidade cultural imensa.
Todavia vivemos em uma geração
preocupada apenas com si
mesma e é por conta disso que
várias culturas se perdem, assim
como aconteceu com Bose Yacu
e todas as pessoas que vieram
depois dela. Nos dias atuais sua
tribo colhe os frutos de sua
ignorância com o saber do
passado.
Ignorância
ou
Intolerância?
Jean Pereira Ribeiro - 4º lugar
Aluno do 1º ano IFMS/Ddos
Há algum tempo atrás, eu
estava sentado em frente da
minha casa, tomava tereré e
ouvia RAP. Enquanto eu tomava
tereré, uma senhora se aproximou
de mim e perguntou se o
ônibus já havia passado, pois ao
lado da minha casa ficava o
ponto de ônibus.
Respondi que o ônibus
havia acabado de passar. A
senhora olhou para mim e então
proferiu a frase, “Não escute esse
tipo de música, isso é música de
bandido”. Ao ouvir essa frase,
fitei a senhora e respondi que o
RAP fez eu ser o que eu era. Em
seguida entrei para dentro da
minha casa e comecei a refletir.
Aquela senhora era
hipócrita, não aceitava novas
culturas e ainda praticava o
preconceito com um estilo
musical. As pessoas do nosso
século são robôs, movidas pelo
- 37 -
papel verde que move o mundo.
A senhora disse que o RAP era
música de bandido, Adolf Hitler
não ouvia RAP e matou milhões
de pessoas. Por outro lado,
Sabotage, um grande rapper
brasileiro, falecido, nunca
aconselhou a prática do crime.
Os robôs do nosso século
não aceitam novas culturas,
talvez por isso o mundo anda tão
mal, o homem mata em nome
da religião, as crianças brincam,
mas suas brincadeiras são nas
redes sociais. Ainda existem
hipócritas criticando sem
entender. O RAP é como o sol,
ilumina caminhos. A arma do
rapper não é um calibre 38, uma
colt, uma glock. A arma do
rapper é a caneta, o papel e a
poesia.
Será que aquela senhora
já ouviu uma poesia do poeta da
periferia, Sérgio Vaz? Acho que
não. A alma daquela senhora
fica presa na pior de todas as
prisões, fica presa no corpo da
intolerância. A hipocrisia é uma
doença. É como a AIDS, que
mata as pessoas aos poucos. A
hipocrisia é a cocaína dos ricos,
destrói vidas. A intolerância é o
crack, enlouquece a mente. A
ignorância é a maconha, confunde
a alma. O julgamento é o
álcool, corrompe as pessoas. O
preconceito é a heroína, traz a
infelicidade. A falta de humildade
é o ecstasy, traz a felicidade e
parte deixando a mágoa.
Quando pararmos com o
preconceito e percebermos o
quão é importante a diversidade
cultural, conviveremos em paz, e
assim entenderemos o real
significado da vida.
www.revistacriticartes.blogspot.com.br
O FESTACE
Revista Criticartes | 4º Trimestre de 2016 / Ano II - nº. 05
Parte da equipe FESTACE, em pé da esquerda para a direita: Ariana Trajano de Oliveira, Gicelma Chacarosqui,
Carmem Silvia Moretzsohn Rocha, Carla Renata Capilé Silva, Thaís Costa, Roberta Ferreira de Souza, Joanne
Romão de Oliveira, Carlos Marinho, Lígia Karina Meneghetti, Karina Kristiane Vicelli, Francielle Priscyla Pott,
Janaína Mara Pacco Mendes, Alison Antônio de Souza, Rafael Mendonça dos Santos, Nátalli Macedo Rodrigues
Falleiros. Na fileira à frente Valdomiro Lima, Isnael de Camargo Dias, Carlos Vinícius da Silva Figueiredo, Jair Brito da
Costa (Jack), Evandro Luís Souza Falleiros e Bruno Torquato Silva Ferreira.
Um Festival, muitas aprendizagens
Lígia Karina Meneghetti
Mestre em Música pela UDESC
Professora de Arte no IFMS Campus Dourados
@: ligia.meneghetti@ifms.edu.br
Ensaios, experimentações, conversas e
possivelmente algumas discussões. Este provavelmente
foi o clima vivido pelas bandas que se apresentaram
no FESTACE. Por que um festival de músicas
autorais e não apenas interpretação? Haverá público
interessado em participar e apreciar um evento dessa
natureza? Estas foram dúvidas que estiveram presentes
durante todo o processo de preparação e divulgação
do evento.
Foram dias de dedicação de todos os envolvidos,
equipe organizadora, colaboradores e candidatos.
Na categoria Música o júri contou com a participação
de importantes nomes da área da cultura no
município de Dourados: Thaís Fernandes Costa,
maestrina da Orquestra da UFGD e Carlos
Marinho, diretor da Secretaria de Cultura do município.
O apoio deles é um demonstrativo da relevância
do evento para Dourados e região.
Voltando às questões que permearam a
preparação e execução do evento. É provável que
toda atividade que incentive a prática artística e
musical possa ser considerada válida. O que um
festival de músicas autorais traz de diferente? Uma
gama de aprendizagens que ultrapassam o contexto
musical. Além de habilidades técnicas para execução
instrumental e vocal, um imenso exercício criativo
em tentar combinar intenção, voz, harmonia e
instrumentos. Interagir, dialogar, gerenciar conflitos,
foram experiências vividas pelos estudantes com
o intuito de criar algo novo e tornar pública sua
produção.
O FESTACE se apresenta como uma proposta
de divulgação de talentos e incentivo às atividades
artísticas, mas vai muito além disto. O espaço e
tempo que se configuram desde a idealização até a
realização do espetáculo são espaços e tempos de
múltiplas aprendizagens. E sim, houve reconhecimento
desse potencial tanto por parte de quem
idealizou quanto de quem prestigiou o evento.
Houve público interessado e vibrante com essa
proposta. Houve satisfação, emoção e reconhecimento
também por parte dos candidatos que viram o
público vibrando com suas criações. Que as aprendizagens
continuem, que venham as novas edições do
FESTACE!
- 38 -
www.revistacriticartes.blogspot.com.br
O FESTACE
Revista Criticartes | 4º Trimestre de 2016 / Ano II - nº. 05
Rapper Senkapuz
Carmem e o rapper Jean Pereira Ribeiro
Carlos Dir IFMS, Gicelma UFGD, Airton Pró-
Reitor IFMS e Carmem criadora do FESTACE
Banda 2 e 77
Banda Four
Banda Voice Power
Banda FHJ
Gabrielly Gentil
Jean Pereira Ribeiro
Banda Evandro e os Aloprados
abertura do FESTACE
Festacio, mascote do FESTACE.
Criação de Evandro Falleiros
- 39 -
Bandas reunidas no momento da
divulgação do resultado final
www.revistacriticartes.blogspot.com.br
Poesia
Revista Criticartes | 4º Trimestre de 2016 / Ano II - nº. 05
Hoje
não
Lúcia Morais
Luanda, Angola
@: luciamorais89@hotmail.com
E como dizer que acabou?
Que o nosso amor terminou?
Hoje não, hoje vou lembrar-te
Da praia, do céu laranja e do gelado
Talvez fiquemos colados aqui no passado.
Hoje não, hoje vou mimar-te
Para que fique em ti a certeza que foste feliz
Pintar uma bela tatuagem, não essa dolorida
cicatriz.
Hoje não, hoje vou abraçar-te
E procurar ficar assim o resto da vida
Não há o que enganar eu sei que é batalha
perdida.
Hoje não, hoje vou beijar-te
Para que fique em mim o sabor
Porque não alimentaste esse amor?
Hoje não, hoje vou amar-te
Para que fique gravada a sensação
Quem sabe nasce um perdão.
Hoje não, hoje vou desculpar-me
Para que actos de verdade
Possam quem sabe salvar a amizade.
Hoje não, hoje vou dizer-te
Que ainda podemos dar certo
Sim me escutarás se te dizer de coração aberto.
Hoje não, não hoje.
Sivaldo Cardoso Fontes
Estância, SE
@: sivaldoopoeta@hotmail.com
Estância, terra do amor,
Das amizades e das culturas,
Dos imigrantes e dos teus filhos leais,
Das tuas histórias tradicionais,
Dos teus heróis, a coragem e bravura.
És símbolo do amor,
Das tradições e dos sonhos,
Passados, melancólicos,
Outros, porém risonhos,
Dos que pisaram nesta terra abençoada.
És o marco da nossa grande história
Do teu passado coberto de glória,
De grande valor na nossa Pátria Amada.
Pátria dos guerreiros valentes!
Das batalhas contra povos desumanos;
Lutaste contra os poderes soberanos;
Com o desejo de sermos independentes.
Teu nome é honrado pelos teus filhos amados,
Teu braço sempre foi mais firme e forte.
És o valente leão do sul de Sergipe;
Tua garra e teu punho, são elos entrelaçados.
És força, és energia vital
Formoso pelo heroísmo dos teus bravos guerreiros,
Pela bondade dos teus filhos hospitaleiros,
És infinito! És grande!
Estância imortal!
Estância berço da cultura!
Felizes com a felicidade alheia.
- 40 -
www.revistacriticartes.blogspot.com.br
Poesia
Revista Criticartes | 4º Trimestre de 2016 / Ano II - nº. 05
Explosão
Sollozo
Teresinka Pereira
Toledo, Ohio-USA
@: tpereira@buckeye-express.com
americano*
A estrela que explodiu
Luminosa e ardente
Foi recolhida na Terra
E cada átomo foi se instalar
No ser humano.
Viemos do céu
E somos relâmpagos metálicos
Permanecendo na Terra
Que aprendemos a transformar.
Algum dia explodiremos
Outra vez
E voltaremos para o Universo
De onde viemos.
Água
Leomária Mendes Sobrinho
Salvador, BA
@: lea.sobrinho@gmail.com
A água é essencial
Para o banho,
Para o ganho.
Para energia é crucial.
A água é magia sem cor
Ao transformar-se em formosura.
Muda o volume e a mistura.
Não possui cheiro ou odor.
A água não deixa marca.
Sua sombra depois exala.
Dos precipícios à montanha escala.
Nenhum espírito abarca.
- 41 -
Mary Acosta
Argentina
@: poemasdemary@hotmail.com
Cuando América llora
Entristecen las lenguas milenarias
Ante el curso abierto de la cruel indiferencia.
Las flechas del hombre
Penetran en el hombro de la sana inocencia,
Intentando descartar
Fortalezas desposeídas de futuro.
Cuando América llora
Gime el aire ante múltiples culpables,
Que oxidan sus credos
Goteados de remordimiento.
Ante los altares de Dios
Ángeles y demonios se disputan delirantes
Como fieras en celo, a la pródiga tierra,
La piel del tiempo en la sumisión del día,
Y al hombre, como último pájaro
Que busca amparo en la cima de la esperanza.
Voces de América se arrodillan
Sobre la selva hostil y sollozante,
Y la humanidad enferma fluye
A través de lenguas llagadas de injusticia.
Siluetas infernales deforman las batallas,
Partiendo suelos con los surcos del hombre.
Detrás de vengadores se oculta la muerte
Por antiguas revelaciones existenciales,
Depredan rostros sin credo
Exiliados hacia paralelas razones.
América sangra por derrotas diluidas
Sobre el cáliz de los delirios.
Racimos de dolores, tatúan sus suplicas
Frente al destino de pañuelos blancos.
El vértice de la torturante quimera
Punza olvidos entre los límites,
Y brazos multiplicados rodean en cruz
La figura de América,
Inaugurando rosarios benditos
En ofrenda por una aspirada libertad.
* Primer premio “Jorge Luis Borges” (George Zanun Editores
2007) Del Libro La Republica de los Tristes.
www.revistacriticartes.blogspot.com.br
Poesia
Revista Criticartes | 4º Trimestre de 2016 / Ano II - nº. 05
La Chispa
Te disse?
Mariano Errecar
Garupá - Provincia de Misiones, Argentina
@: marianorkr@gmail.com
Chispa mágica, te espero,
Como el pehuen desvelado
Espera nocturno, helado,
Al rayo del sol primero.
Ansío, anhelo y quiero,
Más cerceno el cutre ruego,
Que en tangencia me hagas fuego.
Fuego en centellar de versos,
Como corderos perversos
Nutren el piño de mi ego.
Así de mi mano en llamas
Se esparcen por el papel
Libres voces en tropel,
Cual flores por las retamas.
La pluma es punta de flamas,
Que con impiadoso ardor
Declama amor y candor.
Palabras que son tizones
Tizones que abren pasiones
Para el joven trovador
Y muy luego, sosegada,
Y en la hoguera de mi mente,
Por un destello silente
Cesa la chispa adecuada.
Como redoma blindada
El cuarto, aun arrebolado
Sustenta firme, extasiado,
La ceniza espiritual
Que se templa en el ritual
Del numen ya consumado.
- 42 -
Cláudio Dortas Araujo
Estância, SE
@: claudiodortas@gmail.com
E de tudo já lhe falei...!
Te disse da dor lancinante
Da simplicidade dum sorriso
Do gostoso que é um abraço apertado
Deste meu sentir
Que sempre te quis... e quer!
Sim, te declamei poemas e versos,
Até a poesia mais linda
“Eu fiz para você”! Lembro das lágrimas
De emoção incontida quando a minha voz
Em cada sílaba a carinhar deliciosamente
Teus tímpanos sensíveis.
E vi você estremecer de emoção!
Inda continuo a ditar o que vai n’alma
Como prenúncio de dias felizes
Melancolias transformadas em alegrias
Para ver teu contentamento...
Para que me ouça... como Eu te Amo!
Ela é Bia...
Rosane Ozorio
Dourados, MS
@: rosanecosta_ozorio@hotmail.com
Ela é Bia...
Ela é pura sabedoria...
Ela tem o dom da poesia...
Ela é Bia...
Ela é pura magia...
Ela até parece fada sem fantasia...
Ela contagia a todos com sua alegria...
Ela é Bia...
Ela encanta com seu doce olhar da Biologia...
Ela é princesa é guerreira, com maestria...
Ela é Bia...
Ela é doce e valente,
Com muita ousadia...
Ela veio no mundo pra brilhar, pois...
Ela é Bia...
www.revistacriticartes.blogspot.com.br
Poesia
Revista Criticartes | 4º Trimestre de 2016 / Ano II - nº. 05
Ter Fé
Alaíde Souza Costa
Aracaju, SE
@: caalaide@hotmail.com
O que é ter fé?
“É um salto no escuro”
Por cima do muro
“Nos braços de Deus”?
Verdade, irmão querido
Sabemos muito bem, disso.
Mas, ter fé é ir mais além!
Defendo que é praticar o bem
Sem sequer esperar um vintém!
Simplesmente porque acredito
Ser filha de um Deus justo e bonito
Que nos colocou nessa bela Terra
Para auxiliarmos uns aos outros.
Seguir, praticando sempre o bem
Sem escolher, sem olhar a quem
Até chegarmos ao glorioso dia
De voltarmos ao céu, ô Maria!
Prestarmos conta do que fizemos
E do que deixamos de fazer, então
Pelo nosso próximo, o nosso irmão!
Amor de mãe
Ylvange Tavares
Aracaju, SE
@: ylvange100@gmail.com
Um dia ensolarado,
Eu nasci do ventre
Dela.
Fui cuidado
Por ela.
Eu cresci;
Fui orientado
Por ela.
Um dia eu parti;
Vazio ficou o coração
Dela.
Ela ficou doente.
Voltei para cuidar
Dela.
Seu último suspiro,
Eu estava do lado
Dela.
- 43 -
Solilóquio
poético
Flávia Kruck
Marilândia do Sul, PR
@: flaviakkruck@hotmail.com
O que são poemas?
Pra mim?
Conjunto de rimas, versos e estrofes
Com ou sem sentido?
Apenas palavras soltas.
Esconderijo das ilusões.
O que são poemas?
Refúgio dos mal-amados,
Confissão dos apaixonados.
O que são poemas?
Rimas de amadores,
Versos de dores,
Estrofes de amores,
Sonetos de idealizadores.
O que são poemas?
Pra mim, pra ele ou pra nós?
Poemas são textos,
Poemas são pretextos,
Poemas são discursos,
Poemas são esdrúxulos,
Poemas são a tradução do que é o amor,
E de todo o caminho que o transforma em dor.
Painel redondo (Inspiração)
Diâmetro: 80 cm - Técnica: Mista
Ano: 2011 - Artista: Jani Brasil
Contato: janibrasil7@gmail.com
www.revistacriticartes.blogspot.com.br
Conto
Revista Criticartes | 4º Trimestre de 2016 / Ano II - nº. 05
https://afremov.com
City clown - Palette Knife Oil Painting On Canvas
By Leonid Afremov - Size 24”x30”
O palhaço
Isloany Machado
Campo Grande, MS
@: isloanymachado@gmail.com
Olhava o palhaço e estava
convicto de que havia algo de
errado ali. Seus pais sentaram-se
com ele na primeira fileira do
circo, de modo que pode olhar
cada detalhe. Era a primeira vez
que via um palhaço tão de perto,
na verdade aquela figura sempre
lhe causara uma espécie de medo
inexplicado, daqueles que chamam
fobia. Ninguém entendia
como uma criança podia ter um
medo assim de um palhaço, uma
figura que só quer fazer rir. Sentiase
idiota por ter tanto medo.
Evitava qualquer contato.
Quando o carro de som passava
anunciando a chegada do circo,
escondia-se embaixo da cama
durante horas. Seus pais insistiam
em levá-lo, pois acreditavam que
um homem precisa enfrentar seus
medos desde sempre. Encolhia-se
entre as pernas da mãe e virava o
rosto diante da aparição da figura
tragicômica, sentia o peito pular
sob a camisa xadrez preferida dele.
Já um pouco maior, pode sentar-se
na primeira fila e olhar mais
demoradamente para ele. O que
sentia era algo da ordem de um
vazio, uma coisa que suas palavras
não conseguiam alcançar. Há
pouco deixara de ser criança e
ainda carregava uma dificuldade
grande de pensar seus sentimentos.
Muitas pessoas carregam essa
dificuldade sempre. Mas por ter-se
mantido firme na primeira fileira,
ganhou elogios de seus familiares,
que diziam ser ele um moço já.
Não era mais um medo paralisante,
era algo diferente, quase dó em
alguns momentos. Ah, que coisa
difícil de definir, achou melhor
deixar pra lá. Devia ser coisa da
sua cabeça. No meio do espetáculo
o palhaço aproximou-se dele e
ofereceu-lhe uma flor de plástico.
Ao final, viu seus amigos tirando
fotografias com o palhaço.
Recusou-se ao convite de um
deles.
Remexendo nas suas
coisas de infância encontrou a
flor de plástico, empoeirada, e
imediatamente a imagem do
palhaço ocupou sua memória.
Nunca entendera, por exemplo,
por que havia uma lágrima num
rosto pálido cuja boca era marcadamente
feliz. Como vira de
muito perto, pode notar que o
riso era desenhado, não era dele.
Por que mentia? Havia um par de
sobrancelhas muito arqueadas
dando a impressão de olhos que a
tudo viam o tempo todo. No meio
da face um nariz vermelho tão
grande que provavelmente o
impediam de ver qualquer coisa
que estivesse debaixo de si.
Tampouco podia compreender o
fato daquele sujeito usar roupas e
sapatos muito maiores do que os
seus pés, sendo que sempre
tropeçava neles e caía.
Remexendo nas memórias
pode entender o medo inicial e o
posterior vazio que sentia ao ver o
palhaço. Agora que já era homem
feito, podia contar com as palavras
em vários momentos, não em
todos, infelizmente. Entendeu
que o palhaço era uma caricatura,
um exagero do humano. A lágrima
em paradoxo com o riso
desenhado no rosto denotava que
a felicidade é um estado inconstante,
paradoxal, flutuante, mas
que muitos precisam colocá-lo
como permanência. É preciso
olhar de perto para notar que um
sorriso pode ser um belo disfarce,
mas que a verdade nunca se diz
toda, sempre há um resto não
dito. Era pra denunciar isso a
mascarada dele. Sobrancelhas
arqueadas para alguém que vê
longe e muito, talvez até mais do
que gostaria. Um nariz grande
para dizer que muitos homens,
apesar da impressão de que tudo
veem, às vezes não enxergam o que
está embaixo do próprio nariz. Por
fim, as roupas e sapatos grandes
denunciavam que o homem
sempre quer muito mais do que
precisa, ou ainda, quer sempre o
que não precisa. Mas é nisso que
ele sempre tropeça e cai. Todo este
conjunto causava riso nas crianças
e nos adultos, mas não causava
nele. Aquelas pessoas riam do
palhaço, sem saber que riam de si
mesmas. Ele não ria. Algumas
outras pessoas provavelmente
também não riam. Sentia algo
diferente e agora sabia que era
pena.
Olhou novamente para a
flor de plástico. Uma lágrima
correu em seu rosto. Mirou o
espelho que estava a dois metros
de si e imediatamente deixou
escapar um sorriso, pois agora não
tinha mais medo. Compreendeu
perfeitamente que uma lágrima e
um sorriso podem coexistir, pois
das incoerências se constitui o
homem.
- 44 -
www.revistacriticartes.blogspot.com.br
Crônica
Revista Criticartes | 4º Trimestre de 2016 / Ano II - nº. 05
O milagre
da vida
Marta Amaral
Arapiraca, AL
@: martaamaral41@hotmail.com
Um sonho de um casal era formar uma
família, um filho queria ter, mas o tempo parece
enlouquecer em meio às adversidades, a criança
não podia nascer.
De um sonho sem realização, que é transformando
em aflição. É o choro da madrugada, a
pergunta sem resposta o silêncio no meio da
angústia. E nesse contratempo da vida, tudo parece
ficar perdido, já não há mais esperança, onde está o
sonho do nascer daquela criança?
A vida não é injusta, nem tudo se dar por acabado,
quando se crer pode esperar, o tempo tem um
dono, que ensina a buscar, clamar e suportar a
espera alcançada. É da promessa esquecida, renovada
pelo Senhor é a oração feita em meio a dor. A
criança chegou!
Quando já não havia mas esperança o
impossível virou possível, como um novo amanhecer
que deu sentindo para o novo viver. É uma
sementinha que começa a crescer, uma nova vida
há de aparecer e nove meses a percorrer. Um sonho
que vira realidade, a Fé que deu a certeza daquilo
que não se ver, é uma nova história, do ontem, do
hoje e do agora...
A história que virou um conto, que deu
esperança outras vidas, dela surgiu novas experiências,
não o que diz a ciência, mas a Fé e a cresça é
que leva a crer. Que nesse mundo a um Deus de
grande poder.
É o nada que vira tudo, a dúvida que vira a
certeza, o não pode, que vira tudo pode. E bem
longe disso tudo, aquele sonho quase morto,
ressuscitou da fé e do amor, a criança se formou. E
um nome ganhou, Giovanna. Assim se chama,
nove anos ela ganhou, a sementinha que era morta
uma vida ganhou, hoje em nosso convivo, vive
cercada de amor.
São os mistérios da vida das mãos do
Criador.
É o milagre da vida, de um sonho em realização, a
Fé envolvida no meio da oração. Giovanna a
menina do milagre... O milagre da vida! O impossível
só torna possível mediante a Fé que sentimos.
Deus tem sempre um milagre a operar na vida dos
que crer!
- 45 -
Tentando
descrever
Manoel
Nena Sarti
Campo Grande, MS
@: msarti60@gmail.com
Falar de Manoel de Barros não é tarefa
fácil. O conheci em um Congresso Literário em
uma tarde nublada. Quando ele entrou na sala
o sol apareceu lá fora e dentro do recinto. Não
lembro o ano, também nem quero lembrar,
porque a sua imagem continua nítida em
minha mente.
Descrevê-lo seria audacioso de minha
parte. Ele nasceu com o sorriso estampado.
Tudo nele é esplendor. Vou deixar os verbos no
presente uma vez que poeta não morre, posto
que é imortal.
Literalmente tem perfume de flores.
Quando consegui sentar ao seu lado senti o
quão frágil e pequena sou diante dessa figura
que Deus nos mandou para amar.
Enquanto estava na ativa, nas escolas e
afins levava para sala de aula seus livros, seus
poemas ramificados de poesia, ou não, como
ele mesmo diz. E ensinava, e lia, e escrevia e os
alunos entendiam. Sim, entendiam, pois, eu
esmiuçava palavra por palavra de seus versos, de
suas frases, de seus pensamentos sobre a natureza.
Eu o conheci, ficamos de mãos dadas, eu
olhando para ele embevecida e ele sorrindo,
rindo, divertindo-se com o meu amor à primeira
vista, porque não os dois olhos dentro de seus
olhos de um azul que até doía.
Foi um instante em um Congresso
Literário em uma tarde nublada que conheci a
luz transcendente de luz.
Saudades? Talvez. Quem o conheceu e o
tocou continua com a sua presença impregnada
nesse universo de versos e canções.
www.revistacriticartes.blogspot.com.br
Artigo
Revista Criticartes | 4º Trimestre de 2016 / Ano II - nº. 05
Reprograme-se
Lucas Oliveira
Juventude sem Caô - Dourados, MS
@: lukasdaschagas@hotmail.com
Ter consciência de que está onde está, de
saber que todo seu presente está apenas ali e não em
sua imaginação distante de um presente não vivido.
Mas, imaginado a auto-observação tem grande
relevância com a transformação do seu ser e a
concretização do seu Eu indecifrável.
Acabamos por nos tornar complexos por
deixarmos sermos construídos por mãos desconhecidas
e se desfazer de se construir, se desfazer do
autoconhecimento procurado e se deliciar com o
autoconhecimento servido a mesa. Chegamos ao
ponto de questionar o nosso ser e achar que estamos
errados em fazê-lo. Isso deveria ser tão natural,
se perguntar se é bom se é ruim, se você gosta
realmente de um tipo de roupa ou se você o usa por
ser apenas bonito ou confortável.
Infelizmente nos ferimos todos os dias com
algo que não é nosso, mas também não é algo que
foi imposto, sempre temos escolhas e não escolher
também é uma escolha.
Quando nos desfazemos do livre arbítrio de
decidir o que é bom ou não, nós estamos dando a
alguém esse poder, esse poder de controlar, de
organizar algo robótico, copiar e colar.
Somos infinitamente completos por nossas duvidas,
mas a superfície de certezas nos parece mais
agradável, não se perguntar e apenas aceitar nos
parece mais adequado e menos trabalhoso. Por que
atualizar se nessa versão já está boa?
Algumas coisas não foram criadas do nada,
elas foram copiadas, eles apenas pegaram uma
parte dos humanos e transferiram para um objeto
com mais facilidade de usar. Nossa memória foi
transferida para o celular, computador, nosso
conhecimento está no google, nós conhecemos
nossos recursos e capacidades, mas não os desenvolvemos
para poder usar ao máximo.
Não preciso me atualizar se um clique na
tela do meu celular vai abrir possibilidades com
mais facilidade do que o autoconhecimento. É
como se desmembrasse os humanos, mas não
apenas pegando a forma física e transformando em
maquinas para substituir o trabalho braçal, mas
também substituir o pensar, o trabalho do intelecto.
Seja a máquina que evolui, não de melhorar
apenas para si, mas para o próximo, que sejamos
um dia uma competição de atualizações emocionas
e intelectuais. Estamos em mudança todos os dias e
todos os dias podemos nos reaprender e adicionar
no nosso inconsciente ou consciente a infinidade
de coisas que somos capazes de ser, as vidas que
temos a oportunidade de viver.
Então, atualize-se, pense, questione-se, abra
a porta e veja o que tem atrás dela, o medo pode ser
algo ruim. Mas também pode ser o que vai te
motivar a alcançar seus objetivos, tudo depende da
forma em que você escolheu enxergar o mundo.
Rede de
esgoto é um
direito do
CIDADÃO
Itla Denise de Oliveira Amorim
Estudante da 3ª série do Ensino Médio
Monte Alegre de Sergipe, SE
Resido no cantinho de Sergipe, em uma
cidade que até em seu nome traz alegria -Monte
Alegre de Sergipe -, um município que agrega mais
de 14 mil habitantes, tendo como características ser
um povo hospitaleiro e acolhedor. Mas todo
município tem seus pontos positivos e negativos.
Desde que o município foi fundado, a
população sofre com a falta de uma rede de esgoto.
Esse fato gera uma grande polêmica: Por que,
nenhum dos representantes que o povo escolhe, se
mobiliza no sentido de realizar projetos que capitalizem
recursos para que o problema venha ser
resolvido, já que a falta de saneamento afeta diretamente
toda a população?
No dia 27 de junho de 2013, foi postado um
vídeo nas redes sociais, pelos moradores deste
munícipio, falando sobre, a preocupação e os riscos
de contrair alguma doença através do contato com
o esgoto a céu aberto e o lixo que acumula. Ainda
de acordo com os que convivem nessa situação o
odor é tão forte que atrapalha até mesmo nos
momentos de refeições.
- 46 -
www.revistacriticartes.blogspot.com.br
Artigo
Revista Criticartes | 4º Trimestre de 2016 / Ano II - nº. 05
Ademais, os moradores da Rua Secundino
Soares da Costa afirmam que sofrem com a encanação,
que é feita pelos mesmos, e quando chove os
canos não suportam e acabam entupindo, alagando
os quintais das casas. Alguns moradores fazem
fossas nas calçadas para cair direto no esgoto, que
como citado acima é a céu aberto, isso não só
prejudica o meio ambiente como afeta a saúde da
população, principalmente das crianças, pois de
acordo com uma pesquisa feita pela SVE (Secretaria
de Vigilância Epidemiológica), consta que no
município de Monte Alegre de Sergipe em 2015
foram notificados 146 casos de doença diarreica
aguda.
No entanto, no dia 15 de julho do corrente
ano, o Portal Mais Sertão trouxe a informação de
que em algumas ruas, redes de esgotamento sanitários
foram implantadas trazendo um olhar de que a
situação poderá mudar. E apesar dos riscos alguns
ainda defendem a atual gestão, pois, é sabido que
moramos em uma cidade pacata, a qual maioria dos
moradores se prendem em “defender partidos” e
não pensam que esse é um direito do cidadão.
Poderia até concordar, mas vale ressaltar
que é ano de eleição e com isso, podemos especular,
que a benfeitoria não foi com a intenção ou preocupação
em melhorar o estado de vida da população,
mas pensando em uma possível reeleição?
A lei nº 11.445 que exige atendimento dos
princípios da universalidade e da integridade dos
serviços de saneamento básico, afirma que a
população tem direito sobre os serviços. Antes que
falem que “a lei não é cumprida”, irei mostrar que
tendo alguém para intermediar o problema ou uma
fiscalização severa é cumprida sim!
A prova é a cidade de Lucélia (SP), no qual, o
Ministério Público Estadual (MPE), através da
Promotoria de Justiça do Meio Ambiente e do
Urbanismo, ingressou com uma ação civil pública
ambiental contra a Companhia de Saneamento
Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e a prefeitura
de Lucélia por falta de saneamento básico aos
moradores. Conforme o site do G1, o documento
pede que seja feita a universalização de uma ligação
da rede de esgoto, e em caso de descumprimento,
poderá haver multa diária de R$ 1 milhão.
Em síntese, a falta de uma rede de esgoto na
qual envolve infraestrutura e saneamento básico,
tem afetado os residentes desse município supracitado.
E apesar da iniciativa de sanear algumas ruas,
pelas circunstâncias da proximidade do pleito
eleitoral sou contra, principalmente, porque
estamos falando de um direito do cidadão e que
deveria ser prioridade no início de cada gestão,
aliás, esta concepção é válida também para os
gestores que antecederam a atual gestão, sem
contar, que é uma questão que compromete a saúde
e a qualidade de vida da população Montealegrense.
Ganhos na
chuva para
perder na
SECA!
Aécio Silva Júnior
Estudante da 3ª série do Ensino Médio
Monte Alegre de Sergipe, SE
Resido na fazenda Saco da Serra, situada no
município de Porto da Folha, SE. Aqui, já há alguns
anos, o rebanho caprino vem sofrendo uma drástica
redução em seu número de cabeças e propriedades
onde esses animais sejam a criação principal.
Há quase uma década atrás, na maioria das
fazendas e sítios dessa região, as cabras eram criadas
em grandes quantidades e proporcionavam as
famílias (principalmente os agricultores familiares)
a carne, o leite e seus derivados, além de ajudar no
complemento da renda, contribuindo na feira
semanal de centenas de lares que vendiam os
cabritos e o leite das mesmas.
Também é sabido, que fora essa ajuda toda,
as cabras são em sua maioria, muito bem adaptadas
ao clima semiárido do Sertão Nordestino, e sobrevivem
bem com que esta terra tem a lhes oferecer de
alimento.
Contudo, falando especificamente de
minha região (o Alto Sertão Sergipano), os pequenos
e médios criadores de cabras passaram a introduzir
aos poucos o rebanho bovino em suas terras,
desbastando, assim, as cabrinhas que eram e ainda
são vendidas aos montes para ajudar na compra de
vacas.
Alguém pode até perguntar: mas que mal
tem em deixar de criar cabras e passar a criar vacas?
- 47 -
www.revistacriticartes.blogspot.com.br
Artigo
Revista Criticartes | 4º Trimestre de 2016 / Ano II - nº. 05
Por isso eu vos digo, com o passar dos anos, as secas
que neste chão de Porto da Folha (e outras regiões
do semiárido) sempre fizeram parte da rotina, estão
se intensificando e durando mais a cada ano. Com
isso, a produção de ração cai, o preço sobe, o pasto
para o gado diminui ou até mesmo acaba e os
pecuaristas têm que comprar alimentos e água para
seu rebanho.
Dessa forma, o custo para criar esses animais
fica muito alto, chegando a acabar com o lucro, isso
quando não se perde todo o investimento perante a
morte de um ou vários animais da boiada. O gado
bovino em sua grande parte não é adaptado ao
nosso clima, porém, os agropecuaristas daqui
insistem nessa criação.
Diante desses fatos, resolvi entrevistar dez
criadores vizinhos de minha residência (a fazenda)
que criavam cabras e passaram a criar vacas. Destes,
oito afirmaram ter mudado o tipo de criação pelo
fato da cabra ser muito arisca e proporcionar
maiores gastos e cuidados com o cercado, se comparado
à vaca. Dois dos entrevistados disseram ter
feito à troca, pois visavam maiores lucros que
viriam num menor tempo.
O que me intriga, é saber que todos têm a
noção que por mais lucros que a vaca dê no período
de chuvas, este será gasto na seca com ração e água
para as mesmas, enquanto a cabra, exige pouca ou
nenhuma ração em ambos os períodos, graças a sua
adaptabilidade.
Agora, diante dos fatos apresentados acima
lhe pergunto, será que vale a pena ter lucros com as
vacas na época das chuvas para depois gastar na
seca? Com certeza não! Com essa atitude, os sertanejos
enfraquecem sua economia, e tornam-se
dependentes dos grandes comerciantes que fazem
“gato e sapato” do pequeno criador.
Desmatar:
é preciso?
Luciene de Oliveira
Estudante da 3ª série do Ensino Médio
Monte Alegre de Sergipe, SE
O desmatamento é um problema recorrente em
nosso país, com danos incalculáveis. Tal prática surgiu
com o “descobrimento do novo mundo, ‘pelos portugueses’”
por volta do século XV. Desde então, as matas
brasileiras sofrem com a derrubada de árvores para o
abastecimento de grandes indústrias. Quando se fala
em biomas desmatados vem à mente de todos, as
exuberantes florestas amazônicas, mata atlântica,
cerrado que somam 86,3% do território brasileiro. É
verdade, essas áreas sofrem constantemente com os
efeitos da degradação de suas matas, no entanto, temos
outro bioma com valor também inestimável que está
desaparecendo rapidamente, causando transtornos
para os moradores da região e em longo prazo para as
demais.
Estou me referindo à Caatinga (10% do território
nacional), apesar de ser esquecida por muitos e
insignificante para outros ela é o único bioma exclusivamente
brasileiro e de suma importância para a manutenção
do equilíbrio ecológico. Assim, vemos que é
essencial a sua preservação, mas, na realidade ela vem
sofrendo severamente com a derrubada de suas árvores.
Segundo o IBAMA, cerca de 260 mil caminhões
com lenha advinda da caatinga são transportados
para atender a demanda energética apenas do
estado de Pernambuco. Estima-se que 30% da energia
usada pelas indústrias da região venham de lenha da
caatinga.
Aqui em Monte Alegre de Sergipe, a situação
não é diferente. A madeira da mata branca é posta
abaixo e alimenta os fornos de padarias, caieiras, fogões
à lenha (nas pequenas residências), além de abastecer as
madeireiras e serrarias. Algumas das atividades citadas
ocorrem de forma ilegal perante a lei, uma vez que no
artigo 46 da lei n° 9.605/1998, receber ou adquirir
madeira, lenha, carvão etc., sem a exibição de licença do
vendedor, configura crime ambiental.
Mas, aqui na região não há fiscalização, então,
os moradores promovem as queimadas, tanto para
limpar o terreno, pois, segundo eles é necessário para a
agricultura, tendo em vista que o milho plantado na
terra queimada cresce mais forte, como também para
aumentar a renda (por meio da venda de carvão) que é
muito baixa. E assim, o ciclo da poluição/desmatamento
é repassado ao longo das gerações.
Contudo, pesquisas revelam que a prática
citada mais acima, causa perdas consideráveis na
biodiversidade, com o desaparecimento de plantas e
animais (Araújo Filho e Barbosa, 2000) e declínio de
sua produtividade (Menezes et al. 2005). É necessário
deixar o solo descansar, recuperando-se assim dos
danos. Entretanto, as práticas do passado ainda continuam
em voga. Vemos o uso intensivo da terra, o que
encurta o tempo de repouso, deixando o solo pobre em
nutrientes, prejudicando as próximas plantações,
gerando transtornos para a caatinga (que está com suas
espécies em extinção) e para a população, pois, com
terras inférteis a produção de alimentos diminui, por
conseguinte os preços aumentam. O que resta é um
simples questionamento: é mesmo necessário?
- 48 -
www.revistacriticartes.blogspot.com.br
Artigo
Revista Criticartes | 4º Trimestre de 2016 / Ano II - nº. 05
Por onde
andam as
histórias?
José Thiago Dantas Costa
Estudante da 3ª série do Ensino Médio
Monte Alegre de Sergipe, SE
Quem nunca se sentou ao redor de uma
fogueira e se pôs a ouvir ou a contar uma história?
Foi esse o questionamento feito por mim a 10
entrevistados, sendo cinco com idades inferiores a
18 anos, e cinco outros com idade superior a 40
anos.
Os cincos jovens afirmaram não ter o hábito
de realizar programas desse tipo, enquanto com
faixa etária superior a 40, afirmaram que já tiveram
tal hábito, mas que não o exercem atualmente.
A história oral, não somente é importante
para promover a intenção social, como também é
responsável por conservar e propagar narrativas ao
longo do tempo, como explica e complementa
Antônio Roberto Xavier em um dos seus artigos: "A
história oral é considerada como fonte identitária
de um povo, capaz de retratar as realidades, as
vivências e os modos de vida de uma comunidade e
suas mais variadas sociabilidades".
Antigamente, as pessoas daqui do sertão de
Monte Alegre de Sergipe, SE, sentavam-se sempre
em pequenos grupos, a fim de compartilharem
feitos dos seus antepassados. Estes contos ganhavam
vida respirando pela oralidade, cuja função era
perpetuar as histórias. A pesquisa inicialmente
comentada deixa explícito o desaparecimento das
histórias no cotidiano sertanejo.
Observa-se que no correr do relógio, os
costumes e as histórias vanescem não tanto por
serem ignoradas, mas sim pelo feito de terem sido
substituídas por outros meios de entretenimento.
Atualmente, ver-se uma interrupção no
processo de repasse de narrativas, uma vez que não
há uma preocupação por parte dos profissionais da
história da região, em absorver e imprimir essas
histórias. Pensava-se, também, que na medida em
que o sertão se desenvolvesse, no sentido educacional,
as histórias orais iriam adotar a matriz escrita.
A contrariedade é que no contexto do
advento da alfabetização e da cultura literária, a
globalização se fez presente e impediu a existência
de um grande e exótico acervo literário regional. O
entretenimento gerado por filmes, novelas, reality
shows entre outros, apagaram aquela velha fogueira
e baniram todas aquelas histórias para o reino do
esquecimento.
Outro agravante dar-se pelo fato de que,
aqueles repartidores de folclore estão parecendo-se,
com estes, estão indo surpreendentes fatos fictícios
e reais que poderiam estar fornecendo cultura
literária identitária do sertão para seus conterrâneos.
A mudança de hábitos, o desaparecimento de
valores e tradições figuram como questões “bobas”,
no entanto, é aparato de estudos em história,
Antropologia, Sociologia e Filosofia.
Certamente, daqui a alguns anos, todos se
lembrarão da figura de Chico Bento, estarão
prontos a assistirem o mesmo. O revés é que dificilmente
alguém irá ver, em algum sertão desse Brasil
um “Tabaréu” e menos ainda ouvirão uma outra
história. Então descobriremos que a padronização
ultrapassou e encobriu nossa identidade cultural.
SINOPSE - Pauperremia
A obra de Gerson Lourenço traz um instigante Manifesto denominado
Cauilinismo e finaliza com um enigmático poema concreto
que presentificam a vida e a poesia em tempo de uma democracia
fragilizada. Entre a vida e a poesia, o poeta diante do caos, propõe
uma operação cirúrgica à aclamada democracia em estado de
choque e mantidas por MPs antidemocráticas. Frente a isso, poeta
brada: há de se libertar e de se igualar a todos por meio de uma
educação capaz de ser rio corrente e não asas acorrentadas.
Autor: Gerson Lourenço Contato: poetasinocentes@hotmail.com
- 49 -
www.revistacriticartes.blogspot.com.br
Artigo
Revista Criticartes | 4º Trimestre de 2016 / Ano II - nº. 05
O livro
Aurineide Alencar
Dourados, MS
@: aurineidealencar@hotmail.com
É no livro que se aprende
O saber do dia a dia!
Porém é durante a vida,
Que se adquire sabedoria!
Pois a página do amor
Está no livro da flor
Que cada um cultivar!
Quem planta felicidade,
Isto é a pura verdade,
Sua colheita brilhará!
Os bons livros são tão raros
Que sãos como os amigos!
Quem quiser pense outra coisa,
Ou então pense comigo!
Veja hoje o que acontece
A gente quase enlouquece,
Com as tais redes socais!
São mais de dois mil “contato”,
Consume o tempo de fato,
Com isso ninguém lê mais!
Ter citações gravadas
Dentro de sua memória!
É fonte de inspiração,
Isso já provou a história!
Para que isso aconteça,
Pra refrescar a cabeça
Você só precisa ler.
Pense só em um estilo
E no livro que traz aquilo
Do que você entender!
Aquele que tem um livro
Jamais sente solidão.
Ele faz com que você
Solte a imaginação.
O livro é um veleiro
E te leva ao mundo inteiro.
Dia e noite sem parar,
É a fonte inesgotável,
A vontade insaciável.
Que te leva a viajar.
A dança
se foi
Pérola Bensabath
Salvador, BA
De repente lembrei-me d’eu dançarina.
Esvoaçante na leveza do meu corpo juvenil.
A mágica da minha dança não mais
permanece na harmoniosa melodia e nem na
contradança do presente.
O coração me pergunta: onde está a
menina que dançava sutil, volteante, tal boneca
da caixinha de música? Aquela garotinha que
bailava com a alma... ao personagem se entregava,
vibrava na música e no diapasão da maestria?
La petite femme com a dança correndo tal
sangue nas veias em pulsante paixão de rodopios
incontidos.
Ela se foi.
A maternidade levou a minha dança.
Agora... o tempo inclemente cobra os reflexos
da purpurina, da adrenalina. Não mais dança a
bailarina. O saiote se mistura às sapatilhas,
envoltos em véus e guardados no fundo do baú.
Os acordes da música clássica ressoam docemente
como ecos do passado. O meu voltear
agora se resume aos palcos da vida, pois em
versos e reversos, o show tem que continuar.
Canção
para a dor
Dinovaldo Gilioli
Florianópolis, SC
@: dinogilioli@yahoo.com.br
em notas musicais
la
si
vão
meus ais
- 50 -
www.revistacriticartes.blogspot.com.br
Artigo
Revista Criticartes | 4º Trimestre de 2016 / Ano II - nº. 05
A grande
estação
Davi Roballo
Dourados, MS
@: daviroballo@gmail.com
Certa vez um garoto encontrava-se inconsolável
por ter perdido sua avó materna, não entendia
o porquê de sua avó ter partido, como toda criança
ele possuía uma vaga noção sobre o morrer, noção
baseada na morte de animais de estimação. O
garoto não contendo sua inquietação e com toda
inocência de uma criança de sete anos de idade
perguntou a seu pai: o que é morrer? O que é a
morte? Como estavam no carro da família esperando
escoar um imenso comboio de vagões, o pai do
garoto respondeu: “morrer é deixar de viver aqui
para viver em outro mundo e a morte é um trem de
passageiros que recolhe a alma das pessoas em uma
cidade e as leva para um bom lugar, no qual descansam
e curam seus males enquanto esperam os
parentes que ficam, pois todos nós também morreremos,
mas a morte é imprevisível e insensível, não
avisa quem vai levar e muito menos se preocupa se o
passageiro viveu pouco ou muito tempo.” Ao
imaginar um trem cheio de almas indo para um
bom lugar o garoto aceitou com tranquilidade a
morte de sua avó.
Sem entender muito a morte, esse fenômeno
natural rodeado de tabus, evitamos pensar que
temos no futuro uma data reservada aos atos
fúnebres de nosso próprio corpo. Ao refletir sobre
a finitude - talvez como forma de aliviar o terror que
representa para nós o próprio fim -, imagino que ao
nascermos entramos em uma grande estação e nela
aguardamos com resignação o expresso que sinaliza
que nossa hora chegou. Nessa estação como não
possuímos bilhetes não nos é possível saber a hora,
dia, mês e ano do embarque. Nossa partida pode
ocorrer a qualquer momento, fato que torna nossa
vida uma incógnita, algo totalmente imprevisível.
Mesmo que nos doa e não admitamos em um
primeiro momento, viver é antes de tudo uma
espera silenciosa pela morte.
Durante essa espera que hora estamos
mergulhados vamos esbarrando em contradições
como a de afirmar que estamos vivendo, quando na
verdade estamos morrendo e essa morte se inicia no
nascimento, pois nesse importante instante da
existência a ampulheta inicia seu processo de
contagem regressiva. Talvez nosso choro ao respirarmos
pela primeira vez denote toda a incerteza
em relação ao próprio fim, indefinição que o ser
humano carrega por toda vida.
Entre 365 dias de um ano, o que marca
nosso nascimento é tido como especial, pois
comemoramos nosso aniversário, no entanto, se
refletirmos sobre isso perceberemos que comemoramos
na verdade o encurtamento do tempo de
espera pelo dia derradeiro, não fosse isso não
assopraríamos velas para apagá-las, ou seja, a
mensagem inconsciente de que apreciamos e
desejamos o apagar das luzes da própria existência.
Particularmente acredito que viver é antes
de tudo resignar-se por ignorar a data da própria
partida. Embora vivamos em uma espera inconsciente
pelo próprio fim, temos medo da morte, pois
geramos em nós apreensão e angústia ante a tudo
aquilo que desconhecemos, isto é, paira sobre nós
uma determinada insegurança quanto a nossa
própria vida. Acredito que no fundo não tememos
a morte, mas assusta-nos as inúmeras formas em
que a vida chega ao fim, entre elas o sofrimento.
Ninguém quer sofrer em seus últimos dias, todos
desejamos um desenlace tranquilo e sem traumas,
mas somos impotentes, pois isso não depende
apenas de nosso desejo.
A vida pode ser compreendida como uma
grande estação, na qual prontos para partir e
alheios ao ano, dia e hora de embarque, perambulamos,
trabalhamos, casamos e temos filhos como
forma de passar o tempo, simplesmente por ignorarmos
a data de nossa partida. Para a maioria de
nós, o tempo de espera se faz tão longo, que nos
afeiçoamos a esta grande estação, julgando-nos
donos da mesma e a ignorar que ela pode ser apenas
um ponto de transição entre outras tantas.
Se nos fosse dado a dádiva de saber de
nossos dias e do próprio fim, talvez viveríamos mais
intensamente do que vivemos atualmente, pois a
data de partida seria uma certeza pontual e não
uma incógnita, se isso fosse possível, com certeza
seria excluída dos dicionários a palavra adiar. Se
pudéssemos ter conhecimento da data de nossa
finitude, talvez pudéssemos viver em paz e harmonia
uns com os outros, sem ganância, sem guerras e
com mais humanidade, pois perceberíamos claramente
que as coisas materiais são tão fúteis, que
não conseguem embarcar conosco no expresso da
morte.
- 51 -
www.revistacriticartes.blogspot.com.br
Poesia
Revista Criticartes | 4º Trimestre de 2016 / Ano II - nº. 05
Entre fosas y
día de Muertos
Reyna Valenzuela Contreras
Durango, México
@: dr_reyna@hotmail.com
Bien sabido por el pueblo mexicano, es
noviembre, mes en el que recordamos a los parientes
que ya partieron a otra dimensión, afortunados
aquellos que siguieron los lineamientos de la santa
iglesia y se encuentren disfrutando de los placeres
eternos, los menos afortunados, esos seguro estarán
retorciéndose en las llamas del infierno, bueno, eso lo
escuchábamos de las abuelas refiriéndose a algún
difuntito mal portado, es mes de hablar de los que ya
colgaron los tenis, a los que se les acabó el veinte, ó los
que en definitiva, ya andaban en tiempos extra, que
diciembre y enero, mes de desviejadero, y ni hablar de
todos a los que han mandado con las patas por
delante, ahora sí que por pura mala voluntad.
La tradición nos viene desde tiempos ancestrales
en donde las etnias Mexica, Maya, Purépecha y
Totonaca ya celebraban rituales a los ancestros
difuntos, fiestas presididas por la diosa
Mictecacihuatl “Dama de la muerte” actualmente la
conocemos como “La Catrina” esposa de
Mictlantecuhtli, “Señor de la tierra de los muertos”
originalmente estas fiestas se celebraban en el octavo
mes del calendario solar mexica, cerca del inicio de
agosto, pero con la llegada de los evangelizadores
cristianos en tiempo de la colonia estos aceptan parte
de las tradiciones de los antiguos pueblos mesoamericanos
, para poder imponer el cristianismo entre los
pueblos.
Nuestros ancestros concebían el paso de la
vida a la muerte como un momento emblemático,
que causaba admiración, temor, incertidumbre, es así
que en estas fechas seguimos en el intento de venerarla,
espantarla o hasta burlarnos de ella. Nacen así en
el siglo XIX versos en forma de epitafios burlescos
donde podemo expresar ideas o sentimientos que en
otras ocasiones sería mejor no decir. Son entonces las
calaveras un recurso literario para expresar el descontento
del pueblo con los políticos de la época, cuando
el descontento no es mucho, podríamos versar textos
como el que sigue:
Que si le dio la rubeola
Disque fue por sarampión
Que por culpa de las chelas
Fue a parar hasta el panteón.
Que fue por andar de cuzco
Que al fin ella se entero
Culpa de malos amores
La muerte se lo llevó.
Que es joven y bien portado
Que mal ninguno ha de hacer
Que nomas debe cuidarse
Y en tentación no caer.
Que la muchacha es bonita
Que el muchacho es lo que es
Que los dos han de cuidarse
Pa’ no salir… con ser tres.
Calaveritas que entre letras nos ayuden a
hacer mofa de situaciones triviales, aunque seria
valido también, hacer huso de la calavera como
herramienta literaria, esa que nos permite la protesta.
Siendo así, bien podríamos hacer espacio para hablar
de problemas actuales, podría entonces abrirse un
espacio para la calavera siguiente;
Que de problemas señores,
Es mejor de eso ni hablar
Que si fue la gasolina
O impuestos mil que pagar
Que en mi México señores
Ya no hay con que festejar.
No nos alcanzan los dedos
Para el sol poder tapar
Ya mi México no tiene
Mas sangre pa’ derramar.
Que día de muertos festejo
Si los jóvenes no están
Hasta ahorita no regresan
Al calor de aquel su hogar.
Que día me muertos festeja
Un país que años atrás
Podía reír de la muerte
Ésa hoy no nos deja en paz.
Hay fosas por todos lados
No los fuimos a enterrar
No hubo panteón para ellos
Ni quien los fuera a llorar
Que día de muertos festeja
Un país que años atrás
Podía reír de la muerte
Hoy… solo quiere llorar.
- 52 -
www.revistacriticartes.blogspot.com.br
Mural
Revista Criticartes | 4º Trimestre de 2016 / Ano II - nº. 05
Prezado Artista da Literatura:
Obra cooperativada: quando esquecemos o “eu” e
trabalhamos o “nós”.
Com alegria, estamos iniciando a captação
de textos para o 6º volume das COLETÂNEAS
ELOS LITERÁRIOS, com a coordenação da
Promotora Cultural Pérola Bensabath e edição da
Editora Alternativa.
Neste volume 6, o prefácio estará a cargo do
escritor David de Oliveira Leite e estaremos homenageando
o escritor Darcy Pinheiro da Silva.
Tema: serão aceitos temas inéditos ou não,
em prosa e verso.
Remessa de textos - os textos deverão ser
remetidos para o endereço eletrônico: perolabensabath@hotmail.com,
contendo título do texto,
nome ou pseudônimo, endereço completo, e-mails
e telefones, foto, além de uma minibiografia do
autor.
Contato: 71 - 33413719
Prazo final para remessa dos textos: 20 de
novembro de 2016.
Valor - preço por página: à vista: R$ 90,00 (com dois
exemplares) ou 03 parcelas de R$30,00.
Formas de pagamento: boleto ou depósito bancário
ou até em 18 vezes no cartão de crédito, com os
juros da operadora.
Exemplares extras poderão ser repassados por R$
15,00 a unidade, desde que previamente reservados.
Lançamento da Coletânea – 06 de maio de 2017,
sábado, em Salvador e posteriormente na Feira do
Livro de Porto Alegre.
Pretendemos que a edição do volume 6 das
COLETÂNEAS ELOS LITERÁRIOS possa
apresentar, ao leitor, visões de mundo diversificadas
dos autores e contar com a sua efetiva participação.
Finalistas do XXV Concurso Nacional
de Poesias Augusto dos Anjos
Após o cumprimento do que determina o
artigo 6 do Edital do 25º Concurso Nacional de
Poesias Augusto dos Anjos, informamos os títulos
das poesias classificadas para a final que será
realizada no dia 11 de novembro de 2016, às 19:30
horas, no Museu Espaço dos Anjos, à Rua Barão de
Cotegipe nr. 386, em Leopoldina, MG.
Foram escolhidas as seguintes poesias, em
ordem alfabética:
- A culpa é minha (Pseudônimo: Balburgo)
- A Queda da Folha (Pseudônimo: Kearney)
- Augusto Cadáver (Pseudônimo: Amor Tecido)
- Cicatriz (Pseudônimo: João Pureza)
- Clandestino (Pseudônimo: Icamiaba)
- Colheita (Pseudônimo: Lustral)
- Com Amor e Com Farinha (Pseudônimo: Macaíba)
- Exílio (Pseudônimo: Faroleiro)
- Fim da Estrada (Pseudônimo: Caminhante)
- Horas mortas (Pseudônimo: Saturnino Domênico)
- Mar imaginário (Pseudônimo: Daniel Ladeira)
- Minhas asas (Pseudônimo: Xuxu de Xocolate)
- O Assoalho do Velho Casarão (Pseudônimo: Antônio
Inconformado)
- O Coração (Pseudônimo: Ana Carter)
- Oco Domingo (Pseudônimo: Witalo Wonka)
- Opsígono (Pseudônimo: Jeremias Sanlape)
- Patético, sublime poeta (Pseudônimo: Ângela)
- Roda da Vida (Pseudônimo: Destino)
- Sacos de Lixo (Pseudônimo: Tigre da Ásia)
- Verdades Análogas (Pseudônimo: Allived)
No dia 11 de novembro, após a apresentação
das poesias e a decisão pelo júri do resultado final,
haverá a cerimônia de premiação, quando serão
conhecidos os nomes dos autores das poesias.
COLETÂNEAS ELOS LITERÁRIOS
Pérola Bensabath
Coordenadora
EDITORA ALTERNATIVA
Milton J. Pantaleão
Diretor
- 53 -
www.revistacriticartes.blogspot.com.br
Curta nossa página no Facebook
/revistacriticartes
ISSN 2525285-2
9 772525 285002