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Tammy Falkner - Os Irmãos Reed #6 - A Revanche de Reagan e o Encerramento do Enlace de Emily

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A REVANCHE DE REAGAN E O ENCERRAMENTO<br />

DO ENLACE DE EMILY<br />

OS IRMÃOS REED 6<br />

TAMMY FALKNER


A revanche <strong>de</strong> <strong>Reagan</strong> e o encerramento <strong>do</strong> enlace <strong>de</strong> <strong>Emily</strong><br />

A revanche <strong>de</strong> <strong>Reagan</strong> e o encerramento <strong>do</strong> enlace <strong>de</strong> <strong>Emily</strong><br />

Copyright © 2015 por <strong>Tammy</strong> <strong>Falkner</strong><br />

Sinopse<br />

Dedica<strong>do</strong><br />

1. <strong>Emily</strong><br />

2. Logan<br />

3. <strong>Emily</strong><br />

4. Pete<br />

5. <strong>Reagan</strong><br />

6. Logan<br />

7. Conheça outros livros <strong>de</strong> <strong>Tammy</strong> <strong>Falkner</strong>


A R E V A N C H E D E R E A G A N E O E N C E R R A M E N T O D O<br />

E N L A C E D E E M I L Y<br />

(<strong>Os</strong> irmãos <strong>Reed</strong> 6)<br />

<strong>Tammy</strong> <strong>Falkner</strong><br />

Tradução: Andréia Barboza


C O P Y R I G H T © 2 0 1 5 P O R T A M M Y F A L K N E R - M E B<br />

Copyright da tradução © 2015 por Andréia Barboza<br />

To<strong>do</strong>s os direitos reserva<strong>do</strong>s e protegi<strong>do</strong>s pela Lei nº 9.610, <strong>de</strong> 19/02/1998. Nenhuma parte <strong>de</strong>ste<br />

livro, sem autorização prévia por escrito da autora, po<strong>de</strong>rá ser reproduzida ou transmitida, sejam<br />

quais forem os meios emprega<strong>do</strong>s: eletrônicos, mecânicos, fotográficos, gravação ou quaisquer<br />

outros, exceto para o uso <strong>de</strong> breves citações em resenhas <strong>do</strong> livro. Fontes usadas com a permissão da<br />

Microsoft.<br />

A violação <strong>do</strong>s direitos autorais é crime estabeleci<strong>do</strong> na Lei n° 9.610/98 e puni<strong>do</strong> pelo artigo<br />

184 <strong>do</strong> Código Penal.


S I N O P S E<br />

<strong>Os</strong> leitores <strong>de</strong> Calmamente, cuida<strong>do</strong>samente e completamente ficaram com uma pergunta em<br />

mente: será que <strong>Reagan</strong> jamais conseguirá justiça contra seu agressor?<br />

Um encontro casual, um mereci<strong>do</strong> chute na bunda e o fim <strong>do</strong> relacionamento <strong>de</strong> <strong>Emily</strong> e<br />

Logan?<br />

Descubra o que acontece logo após a revanche <strong>de</strong> <strong>Reagan</strong>!


D E D I C A D O<br />

Como autora, espero conseguir entreter meus leitores por algumas horas. Quan<strong>do</strong> recebo mensagens<br />

<strong>de</strong> leitores dizen<strong>do</strong> que encontraram fé, esperança, satisfação ou i<strong>de</strong>ntificação nas páginas <strong>de</strong> um <strong>do</strong>s<br />

meus livros, sinto-me verda<strong>de</strong>iramente tocada. Então, este livro é <strong>de</strong>dica<strong>do</strong> a to<strong>do</strong>s os meus leitores.<br />

Espero que gostem.


E M I L Y<br />

L<br />

ogan senta-se à mesa, ao meu la<strong>do</strong> e seu ombro toca o meu. Inclino-me para ele, para sentir seu<br />

corpo. Ele abaixa a cabeça e me beija, seus lábios macios e flexíveis. Não o vejo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> esta manhã,<br />

mas continuo sentin<strong>do</strong> meu estômago se agitar toda vez que olho em seus olhos, mesmo <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />

to<strong>do</strong> o tempo em que estamos juntos. Ele me beija como se não me visse há semanas, apesar <strong>de</strong> ter<br />

esta<strong>do</strong> <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> mim pela manhã.<br />

Minhas bochechas estão coradas quan<strong>do</strong> ele levanta a cabeça e preciso <strong>de</strong> um minuto para<br />

recuperar o fôlego.<br />

“Como foi seu dia?”, ele pergunta, por sinais. Logan é <strong>de</strong>ficiente auditivo e, normalmente, fala<br />

comigo assim quan<strong>do</strong> estamos sozinhos. Ele só abre a boca para falar quan<strong>do</strong> outras pessoas estão<br />

conosco ou suas mãos estão ocupadas. Normalmente, elas estão ocupadas comigo. Mas não estou<br />

reclaman<strong>do</strong>. Nem um pouco.<br />

“Tu<strong>do</strong> bem”, respon<strong>do</strong>, também por sinais. “Terminamos as compras”. É quase ação <strong>de</strong> graças e<br />

vamos passar este dia com seus irmãos. Sam concor<strong>do</strong>u em fazer a comida, mas fizemos um acor<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> que faríamos as compras. Estou feliz por estar frio, assim não preciso me preocupar com a comida<br />

que está no porta-malas.<br />

“On<strong>de</strong> está a comida?” Logan pergunta.<br />

“No porta-malas. Você po<strong>de</strong> levar para Paul, não é? Quan<strong>do</strong> sairmos daqui?” Afasto uma<br />

mecha loira <strong>de</strong> sua testa. Ele sorri e faz o mesmo comigo, colocan<strong>do</strong> uma mecha <strong>de</strong> cabelo atrás da<br />

minha orelha. “Como foi seu dia?”<br />

Ele faz um gesto como se estivesse pesan<strong>do</strong> algo com as mãos.<br />

“Mais ou menos”. Ele dá <strong>de</strong> ombros e olha para o relógio. “Pete e <strong>Reagan</strong> estão atrasa<strong>do</strong>s?”,<br />

ele pergunta.<br />

Encolho os ombros.<br />

Pete e <strong>Reagan</strong> são o único casal da família além <strong>de</strong> nós, por isso costumamos sair sempre com<br />

eles. Principalmente porque <strong>Reagan</strong> é nova no grupo.<br />

A garçonete para ao nosso la<strong>do</strong> e Logan levanta <strong>do</strong>is <strong>de</strong><strong>do</strong>s e os gira. Dois e <strong>do</strong>is. Ela nos<br />

conhece e sabe que isso significa que queremos <strong>do</strong>is pedaços <strong>de</strong> torta <strong>de</strong> maçã e duas cervejas.<br />

― Tu<strong>do</strong> bem ― diz ela, que aperta o ombro <strong>de</strong> Logan e vai embora.<br />

“Conseguiu terminar a campanha publicitária para a Madison Avenue?”, pergunto.<br />

Logan está estagian<strong>do</strong> na empresa <strong>do</strong> meu pai e trabalhou durante toda a noite para concluir uma<br />

proposta <strong>de</strong> última hora. A Madison Avenue é uma empresa <strong>de</strong> vestuário <strong>de</strong> luxo, e Logan está


começan<strong>do</strong>, por baixo, sua carreira na empresa. Ele é extremamente talentoso com <strong>de</strong>sign, então, não<br />

tenho dúvidas <strong>de</strong> que ele vai crescer rapidamente. Ele trabalha duro e se <strong>de</strong>dica muito a tu<strong>do</strong> que se<br />

propõe a fazer. Isto não é exceção.<br />

Ele balança a cabeça e faz sinal com seu polegar para cima.<br />

“Eles gostaram.”<br />

Sorrio.<br />

“É claro que gostaram”, acaricio seu ombro. “Estava preocupa<strong>do</strong> à toa.”<br />

“Era importante.”<br />

A garçonete volta com a torta e ouço um barulho na porta.<br />

“Pete e <strong>Reagan</strong>”, falo por sinais, apontan<strong>do</strong> atrás <strong>de</strong> nós.<br />

“Finalmente!”, Logan diz, mas está sorrin<strong>do</strong>. Ele enche a boca com uma garfada enorme <strong>de</strong> torta.<br />

<strong>Reagan</strong> senta-se à nossa frente e Pete se acomoda ao la<strong>do</strong> <strong>de</strong>la. Ela sorri para mim. Gosto <strong>de</strong>la.<br />

Sou muito possessiva com os meninos, mas com <strong>Reagan</strong> estou tranquila. Passei algum tempo com ela<br />

e acho-a engraçada e envolvente. Ela passou por situações ruins, assim como Pete quan<strong>do</strong> foi preso.<br />

Ambos têm seus próprios traumas e, talvez, nunca sejam aquilo que a socieda<strong>de</strong> po<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar<br />

como perfeitos, mas são maravilhosos juntos. Pete passa um braço ao re<strong>do</strong>r <strong>de</strong> seu ombro, que se<br />

aconchega a ele.<br />

― Você está atrasa<strong>do</strong> ― Logan fala. Ele usa sua voz, pois <strong>Reagan</strong> ainda está apren<strong>de</strong>n<strong>do</strong> a<br />

linguagem <strong>do</strong>s sinais. Logan disse que ela não era obrigada a apren<strong>de</strong>r, já que ele consegue ler lábios<br />

muito bem, mas ela está <strong>de</strong>terminada a fazer parte da família e a família <strong>Reed</strong> tem um membro sur<strong>do</strong>.<br />

To<strong>do</strong>s nós falamos e usamos sinais ao mesmo tempo quan<strong>do</strong> ela está por perto, e ela tem<br />

aprendi<strong>do</strong> rapidamente.<br />

― Desculpe ― diz Pete. Ele sorri para <strong>Reagan</strong>. Suas bochechas ficam coradas e Logan bufa.<br />

― Informação <strong>de</strong>mais, Pete ― diz Logan.<br />

― O quê? ― Pete protesta. Mas ele está sorrin<strong>do</strong>. ― Não disse nada.<br />

Logan aponta para <strong>Reagan</strong>.<br />

― O rubor em seu rosto diz tu<strong>do</strong>. ― Logan ri e <strong>Reagan</strong> fica ainda mais vermelha.<br />

Pete rouba um pedaço <strong>de</strong> torta <strong>de</strong> Logan com os <strong>de</strong><strong>do</strong>s, levan<strong>do</strong>-o aos lábios. Logan esten<strong>de</strong> o<br />

garfo.<br />

― Use um utensílio, babaca ― diz ele.<br />

― Vá se fo<strong>de</strong>r, otário ― Pete rebate, mas pega um pedação da torta <strong>de</strong> Logan, reviran<strong>do</strong>-a<br />

enquanto saboreia. ― Que torta maravilhosa ― fala, com a boca cheia <strong>de</strong> comida.<br />

― O quê? ― Logan pergunta. Ele não consegue ler os lábios quan<strong>do</strong> alguém fala com a boca<br />

cheia e as mãos <strong>de</strong> Pete estavam ocupadas com o garfo.<br />

― Eu disse: que torta maravilhosa ― Pete diz, novamente, <strong>de</strong>pois que engole.<br />

― Que bom que você aprovou ― Logan respon<strong>de</strong> <strong>de</strong> cara feia.<br />

<strong>Reagan</strong> se inclina para frente e pergunta:<br />

― Então, a que horas é o jantar amanhã? ― Ela arqueia a sobrancelha.<br />

Fico feliz por ela mudar <strong>de</strong> assunto, já que os meninos po<strong>de</strong>m implicar um com o outro por horas.<br />

― DURA O DIA inteiro ― Pete diz a ela. ― Po<strong>de</strong>mos entrar e sair a hora que quisermos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que,<br />

pelo menos alguns <strong>de</strong> nós, estejam lá para ajudar Sam a cozinhar pela manhã. ― Kelly vem esse ano?


― ele pergunta.<br />

Kelly é a ex-namorada <strong>de</strong> Paul e mãe da sua filha, Hayley. Apesar <strong>de</strong> não termos certeza absoluta<br />

que eles estão separa<strong>do</strong>s. Tenho certeza <strong>de</strong> que eles ainda <strong>do</strong>rmem juntos algumas vezes, apesar <strong>de</strong><br />

saírem com outras pessoas. É estranho. Mas Paul é o melhor pai que conheço. Coloco a mão sobre a<br />

minha barriga lisa. Espero po<strong>de</strong>r ser uma boa mãe algum dia.<br />

Tenho me<strong>do</strong> <strong>de</strong> ter filhos. Será que a genética vai fazer com que meus filhos sejam disléxicos<br />

como eu? Espero que não. Não <strong>de</strong>sejo minha dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> aprendizagem para ninguém.<br />

Logan balança a cabeça.<br />

― Kelly tem planos. Mas Hayley estará lá.<br />

― Que planos Kelly tem? ― Pete pergunta, sua testa franzin<strong>do</strong>. ― O que po<strong>de</strong> ser mais<br />

importante que um jantar em família.<br />

― Paul disse que ela está sain<strong>do</strong> com alguém. Parece que está fican<strong>do</strong> sério. ― Logan solta um<br />

suspiro.<br />

― Hã? ― Pete parece surpreso. Quan<strong>do</strong> um irmão se magoa, to<strong>do</strong>s eles se sentem da mesma<br />

forma.<br />

― Talvez ele esteja bem com isso ― <strong>Reagan</strong> diz, timidamente.<br />

Pete a puxa para um abraço e beija seus lábios quan<strong>do</strong> ela vira o rosto para ele.<br />

― Amo você ― ele fala em voz baixa.<br />

Ver Pete assim me faz <strong>de</strong>rreter. Se alguém merece ser feliz para sempre, é ele. E ela.<br />

<strong>Reagan</strong> sorri.<br />

Ficamos conversan<strong>do</strong> por um bom tempo até que a garçonete traz mais <strong>do</strong>is pedaços <strong>de</strong> torta, que<br />

são <strong>de</strong>voradas pelos meninos, enquanto <strong>Reagan</strong> e eu saboreamos nossas cervejas <strong>de</strong> raiz.<br />

Estranhamente, o cheiro <strong>de</strong> torta está me <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong> um pouco enjoada. Empurro o prato na direção<br />

<strong>de</strong> Logan. Ele estreita o olhar para mim.<br />

― Não está com fome?<br />

Balanço a cabeça. <strong>Reagan</strong> sorri para mim. Será que ela sabe? Não tem como, pois nem eu tenho<br />

certeza ainda. Mas <strong>de</strong>sconfio.<br />

Logan termina a torta e se inclina para me beijar.<br />

― Acho que é melhor <strong>de</strong>scarregar logo os mantimentos. Você vem?<br />

Balanço a cabeça. Preciso ir à farmácia e comprar algo. E meio que quero conversar com<br />

<strong>Reagan</strong>.<br />

― Vejo você mais tar<strong>de</strong>. Ainda tenho algumas compras para fazer.<br />

― Tu<strong>do</strong> bem ― ele fala e me beija novamente, <strong>de</strong>moran<strong>do</strong>-se sobre meus lábios até Pete<br />

começar a tossir. ― Cale a boca ― Logan resmunga.<br />

― Leve Pete com você ― eu falo quan<strong>do</strong> vejo que Pete continua senta<strong>do</strong> com o braço ao re<strong>do</strong>r<br />

<strong>de</strong> <strong>Reagan</strong>.<br />

Logan estreita os olhos.<br />

― Por quê?<br />

Faço um movimento com os <strong>de</strong><strong>do</strong>s <strong>de</strong> mim para <strong>Reagan</strong>.<br />

― Papo <strong>de</strong> garotas ― falo.<br />

Ele parece confuso, quase como se quisesse voltar a sentar.<br />

― Vá ― falo, enxotan<strong>do</strong>-o com as mãos. ― Quero falar sobre coisas <strong>de</strong> mulher.<br />

― Que coisa <strong>de</strong> mulher? ― Logan pergunta. Ele parece preocupa<strong>do</strong> e eu amo isso nele. Mas,


ealmente preciso que ele saia.<br />

― Então, <strong>Reagan</strong> ― falo. ― Tentei usar aquela marca nova <strong>de</strong> absorventes internos que você me<br />

indicou. Sabe o que aconteceu?<br />

Ela ri alto. Ao mesmo tempo, Pete enfia os <strong>de</strong><strong>do</strong>s nos ouvi<strong>do</strong>s e canta " Lalalalalalalalalala."<br />

Logan empurra seu ombro.<br />

― Vamos <strong>de</strong>scarregar os mantimentos.<br />

Pete beija <strong>Reagan</strong>, cheira Logan no pescoço para provocá-lo e foge. Logan o persegue. Eles<br />

fazem essa porcaria o tempo to<strong>do</strong> e, se eles não fossem meus, eu provavelmente acharia isso chato<br />

pra cacete. Mas eles são meus, então, acho lin<strong>do</strong>.<br />

Quan<strong>do</strong> eles vão embora, <strong>Reagan</strong> olha para mim.<br />

― Você contou a ele?<br />

Brinco com meu copo.<br />

― O quê? ― murmuro e evito levantar os olhos, pois acho que ela po<strong>de</strong> ver <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> mim.<br />

― Quan<strong>do</strong> minha mãe estava grávida <strong>de</strong> Link, tu<strong>do</strong> que ela mais gostava <strong>de</strong> comer a <strong>de</strong>ixava com<br />

vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> vomitar. ― Meu estômago se agita só em pensar na torta. Tenho acorda<strong>do</strong> enjoada to<strong>do</strong>s<br />

os dias <strong>de</strong>sta semana.<br />

― Não fale sobre comida ― advirto e arroto baixinho.<br />

Ela ergue as mãos como se estivesse se ren<strong>de</strong>n<strong>do</strong>. Mas, então, fica séria.<br />

― Como você acha que Logan vai se sentir se você estiver grávida?<br />

Logan ficaria extasia<strong>do</strong>. Sou eu quem tem problemas com isso.<br />

― Acho que ele ficaria feliz ― falo baixinho.<br />

Ela esten<strong>de</strong> a mão e cobre a minha.<br />

― Por que você está preocupada? ― ela pergunta.<br />

Meus olhos se enchem <strong>de</strong> lágrimas e eu tento contê-las.<br />

― E se nosso bebê for como eu? ― pergunto baixinho. ― Tenho me<strong>do</strong> que isso aconteça.<br />

Sei que Pete contou a <strong>Reagan</strong> sobre minha dislexia, mas nós nunca falamos sobre o assunto.<br />

― Sua <strong>de</strong>ficiência não te <strong>de</strong>fine. É apenas uma parte <strong>de</strong> você, como a cor <strong>do</strong>s seus olhos ou a cor<br />

<strong>do</strong> seu cabelo. É parte <strong>de</strong> você, assim como o autismo <strong>do</strong> meu irmão é parte <strong>de</strong>le. Você é uma mulher<br />

maravilhosa. Sei que está preocupada, mas se pensar sobre isso, muitas pessoas ficariam <strong>de</strong>vastadas<br />

caso algo te acontecesse. Sua vida tem valor e significa<strong>do</strong> e não é por sua <strong>de</strong>ficiência. É porque você<br />

existe.<br />

Jesus Ama<strong>do</strong>! Ninguém nunca me falou isso antes. Que discurso po<strong>de</strong>roso ela acabou <strong>de</strong> fazer.<br />

― Obrigada ― falo em voz baixa.<br />

― Você já fez algum teste? ― ela pergunta e sorri.<br />

Balanço a cabeça.<br />

― Estava com muito me<strong>do</strong>.<br />

Ela aperta minha mão novamente.<br />

― Vamos fazer um.<br />

Balanço minha cabeça.<br />

― Se você preferir fazer com Logan ... ― ela começa.<br />

Concor<strong>do</strong>. Eu prefiro fazê-lo com Logan. Preciso dizer a ele. Imediatamente. Mas agora sinto que<br />

posso.<br />

― Não diga a Pete, tá? Não até que eu conte a Logan.


Ela balança a cabeça.<br />

― Você po<strong>de</strong> contar logo? Não gosto <strong>de</strong> manter segre<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Pete. Nem mesmo o seu. ― Ela<br />

sorri.<br />

Posso. E irei.<br />

― Ok. ― Sorrio, sentin<strong>do</strong>-me esperançosa <strong>de</strong> repente. A i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que po<strong>de</strong> haver uma vida<br />

crescen<strong>do</strong> <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> mim cria raízes.


L O G A N<br />

A<br />

lgo está erra<strong>do</strong> com <strong>Emily</strong>. Ela não me disse o que é, mas, <strong>de</strong>finitivamente, tem algo erra<strong>do</strong>. Mas<br />

vou <strong>de</strong>scobrir. Sei que vou.<br />

Fecho o carro <strong>de</strong> <strong>Emily</strong> e levo os mantimentos até o apartamento <strong>de</strong> Paul. Quatro lances <strong>de</strong><br />

escadas com ten<strong>de</strong>r, peru e to<strong>do</strong> tipo <strong>de</strong> comida <strong>de</strong> Ação <strong>de</strong> Graças quase roubam meu fôlego. Ainda<br />

bem que Pete está comigo. Mas, <strong>de</strong>pois que colocamos tu<strong>do</strong> em casa, <strong>de</strong>sejo que ele não estivesse.<br />

Descarregamos os mantimentos e, já que Sam está aqui, ele aproveita para organizar tu<strong>do</strong> <strong>do</strong> jeito<br />

que precisa para po<strong>de</strong>r cozinhá-los. Ele e Pete brigam, um empurra o outro até que eu me sinta mal a<br />

ponto <strong>de</strong> não po<strong>de</strong>r suportar. Viro-me para Paul.<br />

“Posso falar com você em particular? ”, pergunto por sinais.<br />

Ele faz um gesto para que eu o siga até seu quarto. Ele fecha a porta e eu me sento na beirada da<br />

cama.<br />

― Fala ― ele pe<strong>de</strong>.<br />

Paul fala e faz sinais ao mesmo tempo, assim como eu.<br />

― Algo está erra<strong>do</strong> com Em ― digo.<br />

Sua testa franze.<br />

― O que há <strong>de</strong> erra<strong>do</strong>?<br />

Levanto-me <strong>de</strong> repente sentin<strong>do</strong> como se tivesse formigas em minha calça. Vou até sua cômoda e<br />

passo o <strong>de</strong><strong>do</strong> sobre a foto da nossa mãe que está em um porta-retrato <strong>do</strong>ura<strong>do</strong>. Paul toca meu ombro e<br />

eu me viro para encará-lo.<br />

― Você realmente está me preocupa<strong>do</strong>. Qual é o problema?<br />

― Quan<strong>do</strong> Kelly estava grávida ― eu começo. Engulo em seco, porque preciso engolir o nó na<br />

garganta. ― Quan<strong>do</strong> Kelly estava grávida ― digo novamente. ― Como ela ficou?<br />

Olho para suas mãos com me<strong>do</strong> <strong>de</strong> encarar seu rosto, pois, posso, aci<strong>de</strong>ntalmente, olhar em seus<br />

olhos.<br />

― <strong>Emily</strong> está grávida? ― ele pergunta. Suas mãos estão voan<strong>do</strong> furiosamente. ― Que porra é<br />

essa, Logan? O que eu falei para você sobre usar preservativos? Eu disse que a pílula não seria<br />

suficiente.<br />

― Não sei se ela está ou não ― falo rapidamente. ― Só não sei o que dizer ou fazer, e você é o<br />

único com quem posso falar. ― Coloco a palma da minha mão sobre a <strong>de</strong>le, em cima da cômoda,<br />

pois tenho a sensação <strong>de</strong> que elas estão prestes a me castigar. ― Preciso que você me ouça.<br />

Ele congela e passa a mão pelo cabelo.


― Tu<strong>do</strong> bem ― diz ele. Suas mãos estão mais suaves agora. ― Certo ― ele diz novamente. ―<br />

Estou ouvin<strong>do</strong>.<br />

― Ela não menstruou ― digo.<br />

― Como você sabe? ― ele pergunta.<br />

Levanto as mãos.<br />

― Como você acha que eu sei? ― Essa era a pergunta mais idiota <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os tempos.<br />

Seu peito incha com um suspiro.<br />

― Sei que vocês transam, mas, às vezes, alguns dias... ― ele não termina.<br />

― Não ficamos alguns dias sem transar ― falo e sinto meu rosto esquentar.<br />

― Você transa com ela to<strong>do</strong>s os dias? ― ele pergunta, as sobrancelhas arqueadas.<br />

Não vou respon<strong>de</strong>r a isso. Só arqueio minhas sobrancelhas. Fico <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>la praticamente to<strong>do</strong><br />

maldito dia. Não consigo ficar sem ela.<br />

― Tu<strong>do</strong> bem ― diz ele. ― Então, ela não menstruou?<br />

― Ela tem passa<strong>do</strong> mal ao acordar.<br />

― Certo ― ele diz, fazen<strong>do</strong> um movimento para que eu continue.<br />

― E os peitos <strong>de</strong>la estão fican<strong>do</strong> maiores. ― Faço um movimento como se estivesse seguran<strong>do</strong><br />

seus seios e apertan<strong>do</strong>-os.<br />

― Logan ― diz ele. ― Sério? ― Mas ele está sorrin<strong>do</strong>. Ele balança a cabeça e não posso<br />

<strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> sorrir também.<br />

― Eles são meus. Posso fazer o que quiser com eles. ― Dou uma risada ao ver a expressão em<br />

seu rosto.<br />

― Ela já fez algum exame?<br />

Balanço a cabeça.<br />

― Não tenho certeza <strong>de</strong> que ela já percebeu isso.<br />

― Por que diabos você está aqui falan<strong>do</strong> comigo em vez <strong>de</strong> com ela? ― Ele olha para mim.<br />

Paul tem esse jeito <strong>de</strong> olhar para as pessoas como se enxergasse exatamente o que está <strong>de</strong>ntro da<br />

sua alma.<br />

― Não estou certo <strong>de</strong> que ela quer ter filhos ― admito.<br />

Ele bate as mãos.<br />

― Então você <strong>de</strong>veria ter usa<strong>do</strong> a porra <strong>de</strong> um preservativo.<br />

Passo as mãos pelos cabelos.<br />

― Você não enten<strong>de</strong> ― eu falo e vou em direção à porta. Ele agarra meu ombro e me vira.<br />

― Explique ― diz ele. ― Estou ouvin<strong>do</strong>.<br />

― Em tem me<strong>do</strong> <strong>de</strong> ser mãe ― falo. O<strong>de</strong>io falar sobre sua dislexia quan<strong>do</strong> ela não está presente.<br />

― Eu a vi com Hayley. Ninguém que eu conheça seria uma mãe melhor.<br />

Meu coração acelera ao saber que ele pensa assim. Também penso.<br />

― Acho que você tem que fazer duas coisas ― diz ele.<br />

É por isso que quis conversar com Paul. Ele sempre sabe o que fazer. Faço um movimento para<br />

que ele continue.<br />

Ele levanta um <strong>de</strong><strong>do</strong>.<br />

― Um: você precisa conseguir a porra <strong>de</strong> um teste para ela.<br />

― E? ― pergunto.<br />

― Dois: você precisa tranquilizá-la. ― Ele se senta. ― Você sabe que ela está com me<strong>do</strong>. É seu


<strong>de</strong>ver apoiá-la nisso. Oferecer tu<strong>do</strong> o que ela precisar.<br />

― Mas não sei o que ela precisa! ― resmungo.<br />

― Ela precisa <strong>de</strong> você, idiota. ― Ele sorri. ― Você é tu<strong>do</strong> que ela sempre vai precisar. Quan<strong>do</strong><br />

vejo vocês <strong>do</strong>is juntos e percebo o quanto você está feliz, às vezes, fico com inveja, sabia?<br />

Não sabia. Não fazia i<strong>de</strong>ia.<br />

― Você sabia que ela era sua <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que a conheceu. E que ela se sentia da mesma maneira com<br />

relação a você. Vocês <strong>do</strong>is foram feitos um para o outro. Então, vá até ela e seja o que ela precisa.<br />

Você é tu<strong>do</strong> o que ela vai precisar, você mesmo, seu babaca.<br />

Ele tem razão. Po<strong>de</strong>mos fazer qualquer coisa juntos.<br />

― Preciso ver <strong>Emily</strong>.<br />

Ele bate a mão no meu ombro.<br />

― Compre um teste no caminho <strong>de</strong> casa ― diz ele. ― Então, quan<strong>do</strong> souber o resulta<strong>do</strong>, man<strong>de</strong><br />

uma mensagem <strong>de</strong> texto.<br />

Concor<strong>do</strong> com a cabeça e puxo-o para um abraço. Ele se surpreen<strong>de</strong>, mas me abraça <strong>de</strong> volta.<br />

Quan<strong>do</strong> ele se afasta, alcanço a maçaneta. Ele me para.<br />

― Você está se sentin<strong>do</strong> esperançoso, certo? ― ele pergunta.<br />

Aceno, um sorriso surge em meus lábios.<br />

― Serei o homem mais feliz <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> se ela estiver grávida.<br />

― Você é um sortu<strong>do</strong> filho da puta. ― Ele sorri. E <strong>de</strong>seja boa sorte por sinais.<br />

― Obriga<strong>do</strong>. Mais tar<strong>de</strong>, man<strong>do</strong> mensagem.<br />

Estou prestes a sair, mas paro apenas por um minuto para falar com Sam e Pete. Depois, paro na<br />

farmácia. Compro um teste <strong>de</strong> gravi<strong>de</strong>z e vou para casa, esperan<strong>do</strong> que Em esteja lá.<br />

Abro a porta e vejo que ela já está em casa, sentada no sofá. Estou com o pacote da farmácia<br />

atrás escondi<strong>do</strong> atrás <strong>de</strong> mim.<br />

― Oi ― ela fala.<br />

― Você está bem? ― pergunto.<br />

Ela está agitada, torcen<strong>do</strong> as mãos.<br />

― Acho que <strong>de</strong>vemos terminar o nosso compromisso ― diz ela.<br />

A porra <strong>do</strong> meu coração quase para.


E M I L Y<br />

E<br />

le parece ter leva<strong>do</strong> um soco.<br />

― Oh, Deus ― murmuro e vou até ele, tentan<strong>do</strong> segurá-lo.<br />

Ele me afasta, seu rosto parecen<strong>do</strong> enfureci<strong>do</strong>.<br />

― O quê? ― ele pergunta.<br />

― Oh, isso saiu erra<strong>do</strong> ― respon<strong>do</strong>.<br />

Ele aperta meu braço com força, fazen<strong>do</strong>-me contorcer um pouco. Mas o que me <strong>de</strong>ixa mais<br />

nervosa é o olhar em seus olhos. Logan po<strong>de</strong> ser intenso, mas isso é diferente. Esse é reserva<strong>do</strong> só<br />

para mim.<br />

― É melhor mesmo que tenha saí<strong>do</strong> erra<strong>do</strong> ― ele resmunga.<br />

Sua sacola <strong>de</strong> compras caiu no chão ao me segurar e eu olho para ela, curiosa. Se parece com a<br />

que eu escondi no sofá.<br />

― O que é isso? ― pergunto, apontan<strong>do</strong> como se aquilo fosse uma cobra prestes a me mor<strong>de</strong>r.<br />

― Por que você quer terminar o nosso noiva<strong>do</strong>? ― ele pergunta e dá <strong>de</strong> ombros enquanto tira seu<br />

casaco e o pendura no cabi<strong>de</strong>iro junto à porta. ― Que porra é essa que você está pensan<strong>do</strong>, Em? ―<br />

Ele está tremen<strong>do</strong> e só então percebo o que acabei <strong>de</strong> fazer.<br />

― Oh, eu não quis dizer terminar, Logan ― eu digo e uma risada nervosa escapa <strong>de</strong> meus lábios.<br />

― Não estou achan<strong>do</strong> engraça<strong>do</strong> ― ele fala.<br />

Torço minhas mãos.<br />

― Eu quis dizer... que talvez pudéssemos... nos casar. Tipo, muito em breve.<br />

Falamos a respeito <strong>de</strong> nos casarmos o tempo to<strong>do</strong>, mas não tínhamos feito planos muito<br />

concretos. Eu não queria toda a pompa e circunstância e ele não queria um festão. Então, po<strong>de</strong>ríamos<br />

fazer dar certo.<br />

― Por quê? ― ele pergunta.<br />

Vou até o sofá, pego a minha sacola, que se parece com a <strong>de</strong>le, e a entrego. Ele abre e murcha<br />

como um balão. Então, começa a rir. Quan<strong>do</strong> Logan ri, uma parte <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> mim brilha <strong>de</strong> pura<br />

felicida<strong>de</strong>. Sei que parece estúpi<strong>do</strong>, mas é a verda<strong>de</strong>.<br />

Ele pega a sua sacola e me entrega. Abro-a e olho para <strong>de</strong>ntro. Então, sorrio também. Ele ri, me<br />

puxa para si e me gira ao re<strong>do</strong>r da sala.<br />

― Porra, te amo tanto ― ele fala ao meu ouvi<strong>do</strong>.<br />

― Como você sabia? ― pergunto.<br />

― Conheço seu corpo, Em ― ele diz suavemente e segura meu seio. ― Seus peitos estão


maiores e você não comeu a torta. ― Ele ri.<br />

― E estou atrasada ― admito.<br />

― Quanto tempo <strong>de</strong> atraso?<br />

― Cerca <strong>de</strong> um mês e meio.<br />

― Foi o que achei. ― Ele sorri como um bobo e balança o polegar em direção ao banheiro. ―<br />

Vá fazer xixi na porra <strong>do</strong> bastão, Em ― ele fala, abrin<strong>do</strong> uma das caixas e me segue. Ele não sai <strong>do</strong><br />

meu la<strong>do</strong> enquanto faço xixi no teste. Coloco o bastão sobre a bancada da pia, sentin<strong>do</strong> meu coração<br />

mais leve que nunca. Lavo as mãos e olho no espelho, afastan<strong>do</strong> o cabelo <strong>do</strong> meu rosto. Mor<strong>do</strong> uma<br />

unha e espero.<br />

Logan para atrás <strong>de</strong> mim e me olha pelo espelho, fazen<strong>do</strong> com que eu me lembre da primeira vez<br />

que ele me olhou assim. Estávamos no banheiro <strong>de</strong> um restaurante e ele tinha acaba<strong>do</strong> <strong>de</strong> me beijar<br />

pela primeira vez. Ele olhou em meus olhos pelo reflexo e me ganhou.<br />

― Está com me<strong>do</strong>? ― ele pergunta enquanto empurra meu cabelo para o la<strong>do</strong> e beija meu<br />

pescoço.<br />

― Eu estava ― admito ―, mas não mais. Agora que você está aqui, estou bem. ― Ele<br />

tranquiliza minha alma. É tu<strong>do</strong> o que preciso, além <strong>do</strong> outro pedacinho <strong>de</strong> nós <strong>do</strong>is. Coloco a mão<br />

sobre a barriga.<br />

Ele pega o bastão e o observa. Mais um segun<strong>do</strong> se passa e, então, ele olha para mim. Seus olhos<br />

se enchem <strong>de</strong> lágrimas e ele pisca. Então, acena. É um balançar rápi<strong>do</strong> <strong>de</strong> cabeça. Apenas um.<br />

Seguro seus ombros e choro.<br />

― Vamos ter um bebê, Em ― diz ele em voz baixa.<br />

Logan segura minha bunda e eu passo minhas pernas ao re<strong>do</strong>r da sua cintura. Ele me leva para o<br />

quarto, puxan<strong>do</strong> a camiseta por sobre a minha cabeça. Em seguida, ele solta meu sutiã com<br />

movimentos ágeis e me <strong>de</strong>ita, puxan<strong>do</strong> minha calça e minha calcinha até que eu esteja nua e exposta.<br />

Não consigo me mover. Meu coração está acelera<strong>do</strong>. Ele fica nu, aproxima-se <strong>de</strong> mim, mas não<br />

beija meu rosto. Ele se inclina e beija minha barriga, <strong>de</strong>pois me levanta e me puxa mais para cima,<br />

fican<strong>do</strong> por cima <strong>de</strong> mim.<br />

― Eu e você, Em ― ele fala, seus <strong>de</strong><strong>do</strong>s acarician<strong>do</strong> minha barriga.<br />

Ela ainda está plana. Ainda é muito ce<strong>do</strong> para aparecer, mas seu toque é repleto <strong>de</strong> ternura e<br />

reverência. Sua palma cobre minha barriga e eu coloco minha mão sobre a sua.<br />

― E se o nosso bebê for como eu, Logan? ― pergunto. Minha voz, <strong>de</strong> repente, falha. ― Jamais<br />

serei capaz <strong>de</strong> ler uma história para ele antes <strong>de</strong> <strong>do</strong>rmir.<br />

Ele segura minha mão sobre seu coração.<br />

― Mas eu posso. ― Ele respira fun<strong>do</strong>, com os olhos fecha<strong>do</strong>s e, em seguida, volta a olhar<br />

diretamente para os meus. ― Eu sequer falava antes <strong>de</strong> conhecer você, Em ― ele fala. ― Você me<br />

<strong>de</strong>u isso. Deixe-me usá-la. Vou ler para ele. Vou ler até minha garganta <strong>do</strong>er.<br />

― Mas o que vou fazer?<br />

Ele sorri suavemente.<br />

― Você vai fazer o que não posso. Vai cantar com ele. Ensinar ao bebê sobre música. Nunca<br />

po<strong>de</strong>rei fazer isso. ― É verda<strong>de</strong>. Logan sente a batida da música, mas não muito mais que isso. Ele<br />

nunca conseguirá apreciar a música da mesma forma que uma pessoa que escuta. ― Nós<br />

complementamos um ao outro, Em ― ele diz. ― Nós sempre seremos a meta<strong>de</strong> <strong>do</strong> outro. Você me<br />

<strong>de</strong>u um soco na cara, porque eu estava agin<strong>do</strong> como um babaca, mas, na verda<strong>de</strong>, você roubou meu


fôlego e eu <strong>de</strong>sejei cada pedacinho seu. ― Ele segura meu pé, leva até sua boca e começa a beijar<br />

meu tornozelo, seguin<strong>do</strong> até a parte <strong>de</strong> trás <strong>do</strong> meu joelho. Meu corpo se arrepia e eu levanto o outro<br />

pé, apoian<strong>do</strong> em seu ombro. Ele sorri e abre minhas pernas, afundan<strong>do</strong> <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> mim com um<br />

empurrão lento.<br />

Ele me toma em um balanço preguiçosamente lento até que resmungo.<br />

― O que há <strong>de</strong> erra<strong>do</strong>? ― ele brinca.<br />

Ele sabe que o<strong>de</strong>io fazer amor <strong>de</strong>vagar. Ele empurra <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> mim, fazen<strong>do</strong> com que meu corpo<br />

receba cada centímetro maravilhoso <strong>de</strong>le.<br />

― Mais ― murmuro. Ele beija meu tornozelo e segura minhas pernas, <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong>-as cair para seus<br />

la<strong>do</strong>s. Seguro seus ombros com força e ele me vira, nossos corpos ainda liga<strong>do</strong>s. É exatamente assim<br />

que Logan e eu estamos: liga<strong>do</strong>s das formas mais elementares. Nós sempre estivemos. Sempre<br />

estaremos.<br />

―Use-me ― ele brinca. ― Leve-me como quiser.<br />

Ele cruza os braços atrás da cabeça, um sorriso preguiçoso em seu rosto. Aperto-o <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> mim<br />

e seus olhos se fecham.<br />

― O que há <strong>de</strong> erra<strong>do</strong>? ― pergunto, subin<strong>do</strong> e <strong>de</strong>scen<strong>do</strong> sobre ele rapidamente.<br />

― Muito bom ― ele murmura, fechan<strong>do</strong> os olhos. ― Muito aperta<strong>do</strong>. Demais.<br />

Ele coloca as mãos sobre meus quadris e me faz parar <strong>de</strong> me mover. Seu aperto, <strong>de</strong> aço, me<br />

seguran<strong>do</strong>.<br />

― Você ainda será capaz <strong>de</strong> fazer isso quan<strong>do</strong> sua barriga estiver gran<strong>de</strong>? ― ele pergunta<br />

baixinho. Seus polegares traçam círculos em meus quadris.<br />

― Você quer dizer quan<strong>do</strong> eu ficar realmente gorda? ― pergunto. Rio e ele estremece quan<strong>do</strong> eu<br />

o aperto.<br />

― Não é gordura, Em ― ele diz, seguran<strong>do</strong> meus seios com ternura. ― É o resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> nosso<br />

amor ― ele sussurra.<br />

― Devagar ― queixo-me. ― Estão <strong>do</strong>lori<strong>do</strong>s.<br />

Ele olha para cima, franzin<strong>do</strong> a testa.<br />

― Sério? ― ele pergunta, mas não para seu toque lento em meus bicos túrgi<strong>do</strong>s. ― Sinto muito<br />

por tê-la machuca<strong>do</strong> ― diz ele em voz baixa.<br />

Ele está toman<strong>do</strong> meu corpo quase como se fosse algo novo para ele.<br />

― Apenas seja gentil ― eu digo.<br />

Ele ri.<br />

― Oh, isso dito pela mulher que não gosta <strong>de</strong> fazer amor <strong>de</strong>vagar. Você precisa <strong>de</strong>cidir o que<br />

quer.<br />

Monto sobre ele rapidamente, meus movimentos rápi<strong>do</strong>s, levan<strong>do</strong>-o cada vez mais fun<strong>do</strong> <strong>de</strong>ntro<br />

<strong>de</strong> mim. Ele toca em meus cachos, fazen<strong>do</strong> aquela coisa em que ele é tão bom. Acaricia meu clitóris,<br />

encontran<strong>do</strong> um ritmo que gosto. Minhas pernas estremecem e tenho que espalmar minhas mãos sobre<br />

seu peito.<br />

― Logan ― murmuro.<br />

― Agora ― ele pe<strong>de</strong>. ― Por favor, goze. Não vou conseguir segurar por muito tempo.<br />

Ele não quebra o contato visual comigo. Como sempre, observa meu corpo, perceben<strong>do</strong> que estou<br />

chegan<strong>do</strong> lá ao ver a vibração da minha garganta, minha respiração aceleran<strong>do</strong> e o tremor das minhas<br />

coxas.


― Agora ― eu digo e minhas costas curvam-se com a força <strong>do</strong>s meus sentimentos por ele. Gozo<br />

montada nele, que pulsa <strong>de</strong>baixo <strong>de</strong> mim, ao mesmo tempo, grunhin<strong>do</strong> alto e me enchen<strong>do</strong>.<br />

Caio sobre seu peito. Suas mãos acariciam preguiçosamente minhas costas, para cima e para<br />

baixo, para frente e para trás. Em seguida, ele se move e rola, colocan<strong>do</strong> sua orelha em minha barriga<br />

e olha para mim.<br />

― Há um pedaço <strong>de</strong> nós aí ― diz ele com reverência.<br />

Passo as mãos por seus cabelos e sorrio.<br />

― Sim ― eu digo. ― Eu sei. ― Puxo seus cabelos para que ele olhe para mim. ― Está feliz?<br />

Seus olhos azuis são tão profun<strong>do</strong>s e verda<strong>de</strong>iros que não duvi<strong>do</strong> <strong>de</strong> sua sincerida<strong>de</strong>.<br />

― Não po<strong>de</strong>ria estar mais feliz ― diz ele. E eu acredito. Sempre acreditei, mesmo quan<strong>do</strong> ele<br />

não podia confiar em mim. ― O que você vai fazer com relação à faculda<strong>de</strong>?<br />

― Vamos dar um jeito ― eu digo. ― Sempre damos.<br />

― Sim ― ele respira e seus olhos se fecham. Sua orelha, pressionada em minha barriga como se<br />

estivesse ouvin<strong>do</strong> pistas sutis <strong>de</strong> que há vida lá <strong>de</strong>ntro.<br />

Há uma vida aqui <strong>de</strong>ntro. Nossa. Junta.<br />

― Quer casar? ― <strong>de</strong>ixo escapar.<br />

Ele balança a cabeça e vem para me beijar.<br />

― Sim ― ele diz com um aceno <strong>de</strong> cabeça. E não duvi<strong>do</strong> por um minuto que ele quis dizer isso.


P E T E<br />

R<br />

eagan vai me matar quan<strong>do</strong> chegar em casa e ver essa garotada aqui. Eu sabia que Gonzo estava<br />

vin<strong>do</strong>, porque ele ligou e perguntou se po<strong>de</strong>ria dar uma passada por aqui à noite. Ele faz isso às<br />

vezes. Gosto realmente <strong>de</strong>le, então, recebê-lo não é um problema. Mas ele chamou sua namorada,<br />

que vem a ser a irmã mais nova <strong>de</strong> Edward, um garoto que conheci quan<strong>do</strong> estava preso, e eles estão<br />

vin<strong>do</strong> também. Tenho certeza <strong>de</strong> que <strong>Reagan</strong> só queria aproveitar uma noite calma em casa,<br />

principalmente porque teremos que ficar praticamente o dia to<strong>do</strong> amanhã com a minha família.<br />

Tiro algumas uvas da gela<strong>de</strong>ira e as lavo, porque Gonzo come pra caramba. O menino parece ter<br />

um estômago sem fim às vezes. Ele está com <strong>de</strong>zesseis anos e finalmente atingiu seu pico <strong>de</strong><br />

crescimento. Ele começa a enfiá-las na boca assim que as coloco sobre o balcão.<br />

“Obriga<strong>do</strong>”, ele fala por sinais, com um sorriso.<br />

― Como vão as coisas com Susan? ― pergunto.<br />

Ele cora e engole as uvas.<br />

― Isso é bom, né? ― Dou um soquinho em seu ombro.<br />

“Ela é diferente”, ele respon<strong>de</strong> por sinais. Ele não po<strong>de</strong> falar, pois tem um tubo <strong>de</strong><br />

traqueostomia. Além disso, ele está há anos em uma ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> rodas, mas isso não impacta no seu<br />

<strong>de</strong>senvolvimento intelectual.<br />

― Diferente é bom ― falo e levanto a sobrancelha para ele, esperan<strong>do</strong> que ele confirme ou<br />

negue. ― Você já a beijou? ― pergunto, puxan<strong>do</strong> uma banqueta.<br />

Seu rosto fica ainda mais otimista.<br />

― Você fez mais <strong>do</strong> que beijar? ― pergunto. Gonzo não tem pai, sei que ele não tem outro<br />

homem com quem conversar. Sempre tive meus irmãos, então, tento ser como um para ele.<br />

Ele balança a cabeça, evitan<strong>do</strong> o meu olhar.<br />

“Não muito”, ele respon<strong>de</strong>. Em seguida, seus olhos encontram os meus. “Ela tem mais<br />

experiência <strong>do</strong> que eu”.<br />

Susan foi abusada sexualmente. Nós to<strong>do</strong>s sabemos disso. Ela foi estuprada pelo namora<strong>do</strong> da<br />

mãe e, em seguida, foi abusada em um lar a<strong>do</strong>tivo também.<br />

― Experiência boa ou ruim? ― pergunto.<br />

“Ambos”, ele admite. “Não há o que falar sobre o estupro. Já o segun<strong>do</strong> cara, o pai <strong>do</strong> lar<br />

a<strong>do</strong>tivo, foi consensual. Ela queria agradá-lo. Susan sentia-se suja pelo que aconteceu antes e<br />

achou que isso a faria sentir-se limpa, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que fosse feito em seus termos”.<br />

In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente disso, o cara era décadas mais velho que ela, logo, isso nunca <strong>de</strong>veria ter


aconteci<strong>do</strong>.<br />

Como eu sei que ela superou o estupro?”, ele pergunta.<br />

― Ah... Uau. ― Suspiro e passo a mão em meu queixo. ― Acho que vítimas <strong>de</strong> abuso sexual<br />

jamais superam isso ― falo. ― Mas o erro que alguns homens cometem é pensar nelas como vítimas.<br />

Suas experiências são contaminadas quan<strong>do</strong> algo que, supostamente, <strong>de</strong>veria ser belo é transforma<strong>do</strong><br />

em algo trágico, mas coisas trágicas acontecem to<strong>do</strong>s os dias. Será que isso vai afetá-la pelo resto da<br />

vida? Provavelmente, sim. Mas, será que isso precisa frear seu crescimento em todas as áreas da<br />

vida? Definitivamente, não.<br />

Tento falar o máximo que posso, sem trair a confiança <strong>de</strong> <strong>Reagan</strong>.<br />

<strong>Reagan</strong> contou a Susan o que aconteceu com ela”, ele admite.<br />

― Mas ela contou como li<strong>de</strong>i mal com isso <strong>de</strong>pois? ― pergunto.<br />

Ele balança a cabeça.<br />

― Fiquei mais assusta<strong>do</strong> que ela. Quis tanto mostrar o quanto a amava que fiquei trava<strong>do</strong>. Não<br />

conseguia ser eu mesmo. Nem a <strong>de</strong>ixei ser ela mesma. Tentei ser <strong>do</strong>ce, suave, agir <strong>de</strong>vagar,<br />

calmamente. Mas não era o que ela precisava. <strong>Reagan</strong> precisava que eu a amasse completamente<br />

para que ela pu<strong>de</strong>sse me amar da mesma forma. Quan<strong>do</strong> percebi isso, as coisas entraram nos eixos.<br />

Então, pare <strong>de</strong> se preocupar que esteja fazen<strong>do</strong> algo <strong>de</strong> erra<strong>do</strong> ― falo. ― Pergunte a ela se você está<br />

erran<strong>do</strong>. Deixe-a guiá-lo. Não assuma que sabe o que ela está sentin<strong>do</strong>. Nunca.<br />

Ele sorri.<br />

“Certo”.<br />

― E não se apresse ― advirto, balançan<strong>do</strong> o <strong>de</strong><strong>do</strong> para ele. ― Lembro-me <strong>de</strong> quan<strong>do</strong> tinha sua<br />

ida<strong>de</strong>, <strong>do</strong> quanto queria ter minha primeira vez. Mas trata-se <strong>de</strong> mais <strong>do</strong> que isso. E quan<strong>do</strong> você<br />

perceber isso é que sua vida vai mudar.<br />

Aperto seu ombro e ele sorri para mim.<br />

― E espere alguns anos.<br />

“Não sei se tenho alguns anos pela frente”, ele me diz. Sinto um frio no estômago. Não posso<br />

imaginar meu mun<strong>do</strong> sem esse garoto.<br />

― Tenha cuida<strong>do</strong> ― eu digo ― Você precisa <strong>de</strong> preservativos? ― Não posso impedir que um<br />

a<strong>do</strong>lescente faça o que quer, mas posso me certificar <strong>de</strong> que ele esteja prepara<strong>do</strong>.<br />

Ele balança a cabeça.<br />

“Po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar. Tenho tu<strong>do</strong> sob controle”.<br />

― Acho bom ter mesmo ― advirto, apontan<strong>do</strong> o <strong>de</strong><strong>do</strong> para ele.<br />

Ele sorri e levanta as mãos como se estivesse se ren<strong>de</strong>n<strong>do</strong>.<br />

Uma batida soa na porta e vou abri-la. Edward entra e Susan está bem atrás <strong>de</strong>le. Seu rosto se<br />

ilumina quan<strong>do</strong> vê Gonzo e ela vai até ele, beijan<strong>do</strong>-o na bochecha. Ele a puxa para seu colo e ela<br />

cai ali, rin<strong>do</strong>. Seu irmão reclama.<br />

― Encontre sua própria ca<strong>de</strong>ira.<br />

Ela faz uma careta, mas levanta <strong>do</strong> colo <strong>de</strong> Gonzo, que começa a falar com ela por sinais. Quan<strong>do</strong><br />

se conheceram, ele usava um computa<strong>do</strong>r para falar com ela, mas Susan apren<strong>de</strong>u alguns sinais<br />

básicos e está apren<strong>de</strong>n<strong>do</strong> mais a cada dia. Ela já consegue enten<strong>de</strong>r o que ele fala.<br />

Eles saem da cozinha e sentam-se na sala, com ela em uma ca<strong>de</strong>ira ao la<strong>do</strong> da <strong>de</strong>le e <strong>de</strong> mãos<br />

dadas.<br />

Edward me segue para a cozinha. Ele ainda po<strong>de</strong> vê-los, então, fica toman<strong>do</strong> conta <strong>do</strong> que eles


estão fazen<strong>do</strong>.<br />

― Deixe <strong>de</strong> ser implicante ― falo. ― Ele é bom para ela.<br />

― Ela ainda é minha irmã ― ele resmunga.<br />

― Po<strong>de</strong> confiar nele ― eu digo. Não tenho cem por cento <strong>de</strong> certeza, mas é quase isso.<br />

― Não confio em ninguém com ela ― diz ele em voz baixa.<br />

― Ele não vai machucá-la.<br />

― Se ele não a machucar, ela ainda po<strong>de</strong> machucá-lo ― diz ele.<br />

Oh, ele está preocupa<strong>do</strong> com Gonzo.<br />

― E se ela estiver com ele porque ele não é ameaça<strong>do</strong>r? ― ele pergunta.<br />

― E se for? ― digo com um encolher <strong>de</strong> ombros. ― E se ele for o que ela precisa?<br />

Ele é um menino <strong>do</strong>ce, inteligente, a faz rir e não a intimida. E ela lhe oferece amor irrestrito, que<br />

muitas vezes é difícil <strong>de</strong> encontrar quan<strong>do</strong> você está em uma ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> rodas.<br />

― Deixe-os tentar ― sugiro. ― Como vão as coisas para você? ― pergunto.<br />

Ele balança a cabeça e sorri.<br />

― Bem. Está tu<strong>do</strong> ótimo na faculda<strong>de</strong>. ― Edward acabou <strong>de</strong> começar na faculda<strong>de</strong> comunitária.<br />

Ele quer ser técnico automotivo e sei que vai ser muito bom nisso.<br />

― Estou muito orgulhoso <strong>de</strong> você ― digo a ele.<br />

Ele cora, assim como Gonzo há alguns minutos atrás.<br />

Ouço a porta da frente se abrir e olho para cima para encontrar a mulher que amo andan<strong>do</strong> pela<br />

casa. Ela para ao ver as visitas que temos hoje e levanta a sobrancelha para mim, sorrin<strong>do</strong> em<br />

seguida e balançan<strong>do</strong> a cabeça.<br />

― Oi, Gonzo ― ela fala baten<strong>do</strong> a mão na <strong>de</strong>le e se inclina para abraçar Susan. Elas<br />

compartilharam o que aconteceu no passa<strong>do</strong> e isso as aproximou. Fico contente por Susan ter <strong>Reagan</strong><br />

como exemplo, já que nunca conheci mulher mais forte que ela. E ela é minha.<br />

<strong>Reagan</strong> beija Edward na bochecha e ele cora um pouco. A<strong>do</strong>ro a forma como ela o trata. Quan<strong>do</strong><br />

o conheci, chamava-o mentalmente <strong>de</strong> Tic Tac, porque ele precisava <strong>de</strong> um tratamento <strong>de</strong>ntário e<br />

tinha mal hálito. Não fazia i<strong>de</strong>ia <strong>do</strong> tipo <strong>de</strong> infância que ele teve ou que ele estava na prisão por ter<br />

mata<strong>do</strong> o homem que havia viola<strong>do</strong> sua irmã mais nova. Uma vez, ele disse para mim algo como<br />

“Sinto que ele roubou quem ela po<strong>de</strong>ria ter si<strong>do</strong>”. Mas não acredito nisso. Ela tem Edward para<br />

orientá-la e protegê-la. E está disposta a amar e ser amada. Sim, ela tem um longo caminho a<br />

percorrer, mas vai chegar lá.<br />

<strong>Reagan</strong> olha para mim e pergunta:<br />

― O que vamos jantar? ― Ela abre a gela<strong>de</strong>ira e pega uma garrafa <strong>de</strong> água.<br />

Encolho os ombros e sorrio para ela.<br />

― Por que não peço uma pizza ou duas ― ela pergunta. ― enquanto você vai com os meninos até<br />

o merca<strong>do</strong> da esquina para comprar refrigerante? ― Ela faz um movimento entre ela e Susan. ―<br />

Precisamos <strong>de</strong> um tempo para conversa <strong>de</strong> garotas mesmo.<br />

Ela pisca para Susan e a menina sorri.<br />

― Parece que recebemos uma missão, rapazes ― falo enquanto <strong>Reagan</strong> pega o telefone e começa<br />

a pedir as pizzas. Posso ouvi-la perguntar quem é a pessoa que fará a entrega. Quan<strong>do</strong> a pessoa <strong>do</strong><br />

outro la<strong>do</strong> da linha respon<strong>de</strong>, ela fecha os olhos e respira fun<strong>do</strong>. Que merda é essa?<br />

Beijo-a rapidamente.<br />

― Você está bem? ― pergunto. Ela parece evitar meu olhar. Que coisa estranha. <strong>Reagan</strong> não é


assim.<br />

Ela balança a cabeça.<br />

― Estou bem. Traz creme <strong>de</strong> cebola e batata frita? ― Ela dá um tapinha no meu braço<br />

distraidamente, mas a conheço bem <strong>de</strong>mais para saber que algo está acontecen<strong>do</strong>.<br />

Vou com os garotos, pelo corre<strong>do</strong>r, até o eleva<strong>do</strong>r. Eles ficam <strong>de</strong> sacanagem um com o outro por<br />

to<strong>do</strong> o caminho e isso faz com que eu me distraia <strong>do</strong> comportamento <strong>de</strong> <strong>Reagan</strong>. O que po<strong>de</strong> dar<br />

erra<strong>do</strong> nos trinta minutos que vou levar para comprar as coisas?


R E A G A N<br />

S<br />

ó tenho cerca <strong>de</strong> trinta minutos até que Pete e os meninos voltem. A pizza <strong>de</strong>ve chegar em <strong>de</strong>z,<br />

mas será tempo suficiente. Há uma semana, quan<strong>do</strong> pedimos pizza, soube, imediatamente, que o cara<br />

que fez a entrega foi quem me violentou. Ele cometeu o erro <strong>de</strong> me olhar nos olhos ao entregar a<br />

pizza. Ao fazer isso, rapidamente afastou os olhos, mas nem acho que tenha si<strong>do</strong> por ter me<br />

reconheci<strong>do</strong>. Tenho certeza <strong>de</strong> que ele não lembra <strong>de</strong> ter me empurra<strong>do</strong> para o chão naquela noite. De<br />

ter enfia<strong>do</strong> seu membro <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> mim e me viola<strong>do</strong>. Ele, provavelmente, me vê como um rosto sem<br />

nome. Uma vítima. Mas não sou. Sou uma pessoa e precisava saber quem ele era, então, pesquisei.<br />

Ele se chama Ben. O cara da pizzaria me disse seu primeiro e último nome, então, passei horas<br />

pesquisan<strong>do</strong>-o. Ele já foi preso por assalto, mas foi libera<strong>do</strong>, pois as provas não eram suficientes.<br />

Tenho certeza <strong>de</strong> que cometeu outros crimes. Quero que ele saiba que não vou <strong>de</strong>scansar até <strong>de</strong>rrubálo.<br />

Provavelmente, <strong>de</strong>veria ter passa<strong>do</strong> essas informações para o meu pai, que é advoga<strong>do</strong> criminal,<br />

mas ele teria impedi<strong>do</strong> meus planos.<br />

Susan olha para mim como se estivesse preocupada quan<strong>do</strong> começo a andar pela sala. Tenho<br />

tenta<strong>do</strong> me manter calma <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que os meninos saíram. Não quero dizer a ela o que está acontecen<strong>do</strong>.<br />

Quero que ela seja inocente nisto. Preciso que ela não esteja envolvida. Deveria tê-la manda<strong>do</strong> com<br />

eles, mas, agora, é tar<strong>de</strong> <strong>de</strong>mais.<br />

Uma batida soa na porta e <strong>do</strong>u um pulo. Não consigo evitar.<br />

― Susan ― digo em voz baixa ―, preciso que você vá para o quarto e ligue para a emergência.<br />

Mantenha a porta fechada. Não saia, não importa o que aconteça; ainda que você ouça algo que te<br />

assuste, não saia, enten<strong>de</strong>u?<br />

― Por quê? ― ela sussurra.<br />

― Susan ― eu digo. ― O homem que me estuprou está <strong>do</strong> outro la<strong>do</strong> da porta.<br />

Ela balança a cabeça e vai para o quarto, fechan<strong>do</strong> a porta. Ouço o clique da trava. Boa garota.<br />

Vou até a porta e a abro. No crachá <strong>do</strong> homem está escrito Ben. Sei o sobrenome <strong>de</strong>le, mas tu<strong>do</strong><br />

que posso pensar é que ele, agora, é Ben, o estupra<strong>do</strong>r.<br />

Seu cheiro quase me faz titubear. É o mesmo perfume que ele usava na noite em que me atacou. A<br />

noite em que ele arrancou minhas roupas no banheiro principal <strong>de</strong> uma casa <strong>de</strong> fraternida<strong>de</strong>. Na noite<br />

em que tentou arruinar minha vida. Começamos a nos beijar, mas quan<strong>do</strong> pedi que parasse, ele não<br />

parou. E esse foi o momento que mu<strong>do</strong>u minha vida.<br />

Faço um movimento para que Ben entre no apartamento. Tranco a porta e passo a corrente. Ele<br />

parece confuso e coloca minhas pizzas no balcão.


― São vinte e oito dólares ― ele fala.<br />

Sorrio para ele.<br />

― Não lembra <strong>de</strong> mim, não é? ― digo baixinho.<br />

― Estive aqui semana passada entregan<strong>do</strong> uma pizza ― ele fala.<br />

― Não ― falo. ― De antes disso.<br />

Sua cabeça se inclina para o la<strong>do</strong>. Ele é ainda maior <strong>do</strong> que me lembro. Mas, tu<strong>do</strong> bem. Sou mais<br />

forte <strong>do</strong> que ele se lembra também. Além disso, não planejo feri-lo. Só preciso mantê-lo aqui até a<br />

polícia chegar.<br />

― Sinto muito, mas, não ― ele respon<strong>de</strong>.<br />

Mas agora seus olhos estão pulan<strong>do</strong> <strong>de</strong> um la<strong>do</strong> para outro. Ele sabe que algo está acontecen<strong>do</strong>,<br />

mas não sabe o quê.<br />

― Quase três anos atrás ― digo. Vou até a gela<strong>de</strong>ira e pego outra garrafa <strong>de</strong> água. Ofereço a ele,<br />

que a pega. Sua mão treme enquanto ele a tira <strong>do</strong> meu alcance. ― Nós estávamos em uma festa <strong>de</strong><br />

fraternida<strong>de</strong>. Estávamos nos beijan<strong>do</strong>. Te achei realmente bonito.<br />

― Sinto muito, mas ainda não me lembro. Você sabe como são festas <strong>de</strong> fraternida<strong>de</strong>s. ― Ele dá<br />

<strong>de</strong> ombros.<br />

― Sim, eu sei ― digo, forçan<strong>do</strong> uma risada. ― Estávamos no banheiro e você me virou em<br />

direção ao espelho. Acho que pensou que era sexy. ― Rio novamente. ― Mas, então, você agarrou<br />

meu cabelo. ― Passo a mão na parte <strong>de</strong> trás da minha cabeça e pego um pedaço <strong>de</strong>le, com força. Isso<br />

me traz lágrimas aos olhos, mas não paro. ― Então, você bateu minha cabeça na porta.<br />

Ele segue para a porta, mas passo por ele, fican<strong>do</strong> entre os <strong>do</strong>is.<br />

― Você não vai a lugar nenhum ― eu digo.<br />

― Uma ova que não vou ― ele resmunga. Agarra minha camisa, mas fico fora <strong>do</strong> seu alcance,<br />

permanecen<strong>do</strong> entre ele e a porta. ― Saia <strong>do</strong> meu caminho ― diz ele. Saliva voa <strong>de</strong> seus lábios.<br />

― Você sabe o que aconteceu <strong>de</strong>pois? ― pergunto. ― Você se lembra?<br />

― Não ― ele resmunga.<br />

― Você mu<strong>do</strong>u minha vida.<br />

― Você queria, porra ― diz ele. Suas palavras soam como gargalhadas ao re<strong>do</strong>r da sala.<br />

Meu coração bate.<br />

Bate.<br />

Bate.<br />

Bate.<br />

Mas estou viva, então, assumo o controle.<br />

― Queria que você violasse meu corpo? ― pergunto baixinho. Seu rosto empali<strong>de</strong>ce. ―<br />

Enquanto eu implorava “pare, pare, pare”, isso o fez pensar que eu queria?<br />

De repente, ele salta para a frente, agarra minha camisa, torce-a e me puxa contra si. Ele está<br />

duro contra meu quadril. Ele está excita<strong>do</strong>? Claro que está. Então, vai para o meu cabelo e o agarra.<br />

Por que homens como ele pegam logo no cabelo? Deve ser por que eles po<strong>de</strong>m, acho. Congelo e ele<br />

rosna contra meu rosto.<br />

― Você queria, porra. É uma prostituta, assim como as outras ― ele rosna, seu rosto tão perto<br />

que sua saliva bate no meu como gotas <strong>de</strong> chuva. Ele levanta a mão para segurar meu braço para trás.<br />

Quase me pego vacilan<strong>do</strong>, mas, então, o que tenho que fazer vem naturalmente. Bloqueio seu golpe.<br />

Ele se assusta e grita quan<strong>do</strong> giro em torno <strong>de</strong>le e seguro seu braço atrás das costas.


― Como se sente? ― pergunto em voz baixa ao la<strong>do</strong> <strong>de</strong> sua orelha. ― Sen<strong>do</strong> <strong>do</strong>mina<strong>do</strong>?<br />

Liberto-o com um empurrão. Ele esfrega o ombro, seu rosto refletin<strong>do</strong> ódio. Ele se aproxima,<br />

mas o bloqueio novamente, baten<strong>do</strong> em seu nariz com a palma da minha mão. O sangue jorra <strong>de</strong> suas<br />

narinas e escorre sobre a camisa. Ele levanta as mãos, como se fosse tentar me pegar <strong>de</strong> novo, mas<br />

<strong>do</strong>u uma joelhada em suas bolas. Ele abaixa, seguran<strong>do</strong> o saco. Agacho ao la<strong>do</strong> <strong>de</strong>le e olho para seu<br />

rosto.<br />

― Como está se sentin<strong>do</strong>? ― pergunto novamente.<br />

Ele começa a se levantar, mas não permito. Chuto a lateral <strong>de</strong> seu rosto e ele cai no chão, <strong>de</strong><br />

bruços.<br />

Coloco o joelho no centro das suas costas e puxo a luminária que está sobre a mesa. Arrasto-a<br />

para o chão, quebran<strong>do</strong>-a em cacos, mas tu<strong>do</strong> que quero é o cabo. Ele grunhe quan<strong>do</strong> empurro meu<br />

joelho em suas costas e puxo suas mãos para cima, atrás <strong>de</strong>le. Enrolo o fio, firmemente, em torno <strong>do</strong>s<br />

seus pulsos e tornozelos, <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong>-o curva<strong>do</strong>, com as pernas esticadas. Ele per<strong>de</strong>u o sapato na briga,<br />

então, puxo sua meia e a enfio na boca.<br />

― Susan! ― grito.<br />

Ela abre a porta <strong>do</strong> quarto e seus olhos se arregalam. Ele está to<strong>do</strong> sujo <strong>de</strong> sangue e me sinto mal<br />

por fazê-la passar por isso.<br />

― Po<strong>de</strong> abrir a porta? ― pergunto-lhe. Balanço o polegar. ― A porta da frente.<br />

Assim que ela abre, a polícia corre para on<strong>de</strong> estamos. Eles me seguram e me tiram <strong>de</strong> cima <strong>de</strong><br />

Ben. Pete entra corren<strong>do</strong> logo atrás.<br />

― Que porra é essa? ― ele pergunta.<br />

Mas estou calma. Sorrio para ele.<br />

― É ele, Pete ― eu digo.<br />

― Quem? ― ele pergunta e me olha como se eu estivesse louca.<br />

― O homem que me estuprou ― admito. E, finalmente, um soluço sai <strong>do</strong> meu peito. ― É ele. ―<br />

Aponto para o homem caí<strong>do</strong> no chão.<br />

A raiva, imediatamente, toma o rosto <strong>de</strong> Pete. Ele avança para Ben, e sinto que tenho que ficar<br />

entre eles, embora a polícia já esteja no coman<strong>do</strong>. Pete me empurra para o la<strong>do</strong>, e tento impedi-lo.<br />

Puxo seu braço e me jogo na sua frente, colocan<strong>do</strong> minhas pernas ao re<strong>do</strong>r da cintura, agarran<strong>do</strong>-me a<br />

ele como um coala. Ele ferve <strong>de</strong> raiva. Mas não posso <strong>de</strong>ixá-lo arruinar sua vida. Não posso <strong>de</strong>ixálo<br />

ferir aquele bastar<strong>do</strong>, não importa o quanto eu gostaria <strong>de</strong> ver isso acontecer.<br />

― Que porra é essa, <strong>Reagan</strong>? ― Ele grunhe, toman<strong>do</strong> meu rosto em suas mãos para que ele possa<br />

olhar nos meus olhos.<br />

Coloco minha cabeça em seu ombro e seguro-o com força, finalmente permitin<strong>do</strong> que a emoção<br />

me atinja. Soluço no pescoço <strong>de</strong> Pete até que ele cai em uma ca<strong>de</strong>ira e me segura em seu colo. A<br />

polícia faz perguntas e ele as respon<strong>de</strong>. Edward e Susan ficam <strong>de</strong> braços da<strong>do</strong>s e ela conta tu<strong>do</strong> o<br />

que ouviu.<br />

Ouço as palavras "DNA" e “recolha os elementos da prova" e "isso po<strong>de</strong> ser o suficiente."<br />

Levanto a cabeça e olho para o rosto <strong>de</strong> Pete quan<strong>do</strong> a polícia leva Ben para o corre<strong>do</strong>r,<br />

algema<strong>do</strong>.<br />

― Consegui ― digo. Fungo, mas uma risada sai <strong>do</strong>s meus lábios.<br />

― Por que você não me contou? ― ele pergunta.<br />

― Não queria que você o matasse ― admito.


― Você chutou a bunda <strong>de</strong>le, princesa ― ele diz e, <strong>de</strong> repente, sorri.<br />

― Sim, meio que chutei, não foi? ― pergunto e começo a rir. Não consigo segurar. Tenho certeza<br />

<strong>de</strong> que ele cometeu outros crimes, mas sei que o estupra<strong>do</strong>r vai pagar pelo crime que cometeu<br />

comigo e, possivelmente, com outras também.<br />

Pete dá a Edward um maço <strong>de</strong> dinheiro e pe<strong>de</strong> para que ele leve Susan e Gonzo até o fliperama.<br />

Eles vão, ainda assusta<strong>do</strong>s com o que aconteceu.<br />

Fico no colo <strong>de</strong> Pete até que minhas pernas parecem ficar <strong>do</strong>rmentes. Mas ele não me move.<br />

Apenas fala baixinho no meu ouvi<strong>do</strong> que somos incríveis juntos. Como é maravilhoso estar comigo e<br />

quanto ele está orgulhoso <strong>de</strong> mim. Como ele ficou assusta<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> viu a polícia entran<strong>do</strong> pela<br />

porta.<br />

― Ele me tocou, Pete ― digo.<br />

Ele se levanta, as mãos apertan<strong>do</strong> minha bunda e me carrega até o nosso banheiro. Apoia-me,<br />

cuida<strong>do</strong>samente, na banheira, <strong>de</strong>senrolan<strong>do</strong> as minhas pernas <strong>de</strong> sua cintura. Ele me <strong>de</strong>spe,<br />

lentamente, e liga o chuveiro.<br />

Entran<strong>do</strong> <strong>de</strong>baixo da ducha comigo, ele passa o sabonete <strong>de</strong>vagar e com cuida<strong>do</strong> em mim,<br />

lavan<strong>do</strong> meu cabelo.<br />

― Ele agarrou meu cabelo ― digo.<br />

Pete me lava e ao meu cabelo novamente.<br />

― Vou fazer você esquecer isso ― ele fala.<br />

Pete usa uma esponja para limpar meu corpo, passan<strong>do</strong>-a, lentamente, por meus seios e quadris.<br />

Em seguida, ele levanta uma perna para um <strong>do</strong>s la<strong>do</strong>s da banheira, <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong>-me aberta.<br />

― Não estou suja aí ― digo.<br />

― Você nunca esteve suja aqui ― ele fala e me olha. ― Mas preten<strong>do</strong> lambê-la e quero lavá-la.<br />

Não aceito reclamação.<br />

Ele me toca com a ponta <strong>do</strong>s <strong>de</strong><strong>do</strong>s e me inclino para trás, contra a pare<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong>-me entrar<br />

em nosso mun<strong>do</strong> <strong>de</strong> prazer. Ele é meu e sempre sabe o que preciso. Ele afasta meus lábios inferiores,<br />

com os <strong>de</strong><strong>do</strong>s, e insere um <strong>de</strong><strong>do</strong> <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> mim. Pete costumava ter me<strong>do</strong> <strong>de</strong> me amar, mas, agora, ele<br />

brinca com meu corpo como se fosse <strong>do</strong>no <strong>de</strong>le, porque ele é. Se eu não quiser algo, ele para, sei<br />

disso. Levou um tempo para que ele enten<strong>de</strong>sse isso, mas conseguiu. Ele é o que preciso, em to<strong>do</strong>s os<br />

senti<strong>do</strong>s.<br />

Seus lábios encontram meu clitóris e ele o agarra, sugan<strong>do</strong> suavemente e provocan<strong>do</strong> um vulcão<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> mim. Sinto como se meus joelhos fossem vacilar, mas não quero que ele pare. Não quero<br />

nem mesmo ir para cama, porque como estamos está bom. Está tão bom. Ele suga meu clitóris e<br />

adiciona outro <strong>de</strong><strong>do</strong> <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> mim. Seus olhos estão fecha<strong>do</strong>s, pois a água <strong>do</strong> chuveiro está baten<strong>do</strong><br />

sobre sua cabeça. Puxo- para a esquerda. Posso sentir seu sorriso contra mim, mas ele não para.<br />

De repente, o orgasmo me atinge e não consigo segurar meu grito. Enfio meus <strong>de</strong><strong>do</strong>s em seu<br />

cabelo molha<strong>do</strong> e seguro-o no lugar.<br />

― Não pare ― digo, <strong>de</strong>sfrutan<strong>do</strong> <strong>do</strong> prazer. Meu corpo estremece. Puxo seu cabelo e ele me<br />

lambe <strong>de</strong>vagar até que paro <strong>de</strong> gozar em seu rosto. Meu Deus. Ele po<strong>de</strong> me <strong>de</strong>sfazer.<br />

Pete se levanta e pren<strong>de</strong> minhas pernas ao re<strong>do</strong>r da sua cintura novamente, me empurran<strong>do</strong> contra<br />

a pare<strong>de</strong> <strong>do</strong> chuveiro. Ele, normalmente, não é bruto assim.<br />

― Eu te amo pra caralho ― diz enquanto empurra para <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> mim.<br />

Deslizo sobre seu pau gran<strong>de</strong>, grosso e molha<strong>do</strong>, e ele não para <strong>de</strong> entrar até que eu tenha


toma<strong>do</strong>-o por inteiro. Estou tomada por ele e tão feliz por tê-lo <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> mim que não me importo<br />

com a posição em que estamos.<br />

― Não vou segurar por muito tempo ― ele fala.<br />

― Não ― murmuro. Olho para seu rosto, seguran<strong>do</strong>-o enquanto ele empurra <strong>de</strong>ntro e fora <strong>de</strong><br />

mim, acarician<strong>do</strong>-me, tentan<strong>do</strong> segurar seu clímax, a espera <strong>do</strong> meu.<br />

― Mais rápi<strong>do</strong> ― digo.<br />

Ele está seguran<strong>do</strong> to<strong>do</strong> o meu peso, mas não parece se importar. De repente, ele resmunga e<br />

acelera os movimentos. Aperto-o <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> mim, meus braços em volta <strong>do</strong> seu pescoço. Ele me<br />

empurra mais contra a pare<strong>de</strong>.<br />

― Se você fizer uma porra assim novamente, vou bater na sua bunda. ― Ele ri, mas estremece ao<br />

mesmo tempo. ― Faz i<strong>de</strong>ia <strong>do</strong> me<strong>do</strong> que senti? ― Ele <strong>de</strong>ixa minhas pernas caírem e nos lava<br />

novamente. Ao acabar, envolve uma toalha no meu corpo e outra no seu. Sigo-o para fora <strong>do</strong><br />

banheiro. ― Como você pô<strong>de</strong> me assustar assim? ― ele pergunta.<br />

― Sinto muito ― respon<strong>do</strong>. ― Mas se eu falasse para você ou para o papai, vocês teriam<br />

tenta<strong>do</strong> matá-lo. Desta forma, foi melhor.<br />

― Você está certa ― diz ele. ― Não que essa tenha si<strong>do</strong> a melhor forma <strong>de</strong> conduzir as coisas,<br />

mas que eu gostaria <strong>de</strong> tê-lo mata<strong>do</strong>.<br />

Ele <strong>de</strong>ixa cair a toalha e começa a se vestir.<br />

― Precisa ligar para o meu pai e contar a ele o que aconteceu ― sugiro.<br />

Ele zomba.<br />

― Tenho cara <strong>de</strong> trouxa? ― Ele aponta para mim. ― Você fez isso. Você conta a ele. ― Ele se<br />

aproxima e me beija rapidamente. ― Estou muito orgulhoso <strong>de</strong> você ― diz ele contra os meus<br />

lábios.<br />

Em seguida, ele sai para a cozinha e pega o telefone celular. Presumo que esteja ligan<strong>do</strong> para<br />

seus irmãos. Eles vão precisar saber disso também. Assim como meu pai. Ligo para o meu pai, que<br />

tenta me dar uma lição sobre o fato <strong>de</strong> que me expus ao perigo, mas posso ouvir minha mãe ao fun<strong>do</strong>,<br />

chorosa enquanto falam comigo.<br />

― Estou orgulhoso <strong>de</strong> você, <strong>Reagan</strong> ― papai fala.<br />

― Obrigada, pai ― respon<strong>do</strong>. Em seguida, <strong>de</strong>sligo o telefone e vou me sentar no sofá com Pete.<br />

Suas sobrancelhas estão arqueadas;<br />

― Recebi uma mensagem estranha <strong>de</strong> Logan ― diz ele.<br />

― Oh ― Suspiro. ― O que ele disse?<br />

Disse que ele e Em vão se casar em poucos dias no cartório. ― Ele olha para cima. ― Por que<br />

eles fariam isso?<br />

Sorrio.<br />

Ele empurra meu ombro.<br />

― O que você sabe?<br />

Estremeço.<br />

― Eu não <strong>de</strong>veria dizer nada.<br />

― Bem, eu não <strong>de</strong>veria lamber sua boceta, mas faço isso toda vez que você quer. ― Ele ri.<br />

― <strong>Emily</strong> estava preocupada achan<strong>do</strong> que estava grávida ― admito.<br />

― O quê? ― Ele suspira e pega o telefone.<br />

― Espere! ― Pego o telefone. ― É segre<strong>do</strong>. Não diga a ele que você sabe.


― Tenho que guardar um segre<strong>do</strong> como esse? ― ele pergunta, espanta<strong>do</strong>.<br />

Eu concor<strong>do</strong>.<br />

― Sim. Você não po<strong>de</strong> sequer dizer a Sam. ― Acho que ele conta tu<strong>do</strong> a Sam. ― Prometi que<br />

não contaria a você.<br />

― Logan vai ser pai ― diz ele em voz baixa. Reverentemente.<br />

― Sim ― eu digo e inclino minha cabeça em seu ombro.<br />

― Então, quan<strong>do</strong> nós vamos tentar? ― ele, <strong>de</strong> repente, <strong>de</strong>ixa escapar.<br />

Fico olhan<strong>do</strong> para ele.<br />

― Você quer tentar?<br />

― Bem, sim ― diz ele, como se eu tivesse feito a pergunta mais idiota <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>. Pete tem um<br />

bom emprego agora que trabalha com menores infratores e faz faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> direito. Ainda não me<br />

formei, mas logo isso vai acontecer.<br />

Sorrio, mas temos que parar <strong>de</strong> falar porque os meninos voltam. Eles batem na porta e, em<br />

seguida, entram. Susan me abraça.<br />

― Você está bem? ― pergunto.<br />

― Sim ― ela diz. ― Melhor <strong>do</strong> que nunca. Mas po<strong>de</strong> me mostrar como fazer as coisas que você<br />

fez?<br />

Tenho ensina<strong>do</strong> a ela alguns movimentos, mas nada como os que usei hoje.<br />

― Claro. ― Vou ensinar-lhe qualquer coisa que ela queira apren<strong>de</strong>r.


L O G A N<br />

H<br />

avíamos planeja<strong>do</strong> nos casar no cartório, mas a mãe <strong>de</strong> <strong>Emily</strong> não aceitou. Ela ficou louca<br />

quan<strong>do</strong> Em contou e Paul precisou correr atrás <strong>de</strong> alguém que pu<strong>de</strong>sse nos casar em uma pequena<br />

cerimônia. Mas estou feliz, porque estamos nos casan<strong>do</strong> no apartamento <strong>de</strong> Paul. Empurramos os<br />

móveis para o la<strong>do</strong> e arrumamos as ca<strong>de</strong>iras em fileira.<br />

Achamos que seria apenas a família, mas resolvemos convidar Henry, o porteiro <strong>do</strong> nosso<br />

prédio. Ele é um romântico incorrigível. Sua esposa morreu recentemente e ele a<strong>do</strong>ra uma história <strong>de</strong><br />

amor, logo, não po<strong>de</strong>ríamos <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> convidá-lo. Ele trouxe sua neta, Faith, que é recém-casada com<br />

Daniel. Nós o conhecemos há alguns meses. Daniel per<strong>de</strong>u a perna no Afeganistão, mas quan<strong>do</strong><br />

encontrou Faith, encontrou algo para mantê-lo vivo. Ele fez um longo tratamento para TEPT e já não<br />

está tão abala<strong>do</strong> quanto antes. Algumas vezes, ele fica um pouco cabisbaixo, mas to<strong>do</strong>s nós também<br />

ficamos, não é?<br />

Friday veio e trouxe sua colega <strong>de</strong> apartamento, Lacey, que trouxe seu namora<strong>do</strong>, Sean. Tive que<br />

comer um pote <strong>de</strong> picles inteiro para conseguir fazer os <strong>do</strong>is ficarem juntos, então, estou feliz por vêlos<br />

aqui.<br />

Hayley está usan<strong>do</strong> um vesti<strong>do</strong> bonito, e Paul a pega e a coloca sentada em seu joelho. Alguém<br />

faz um gesto para que to<strong>do</strong>s se sentem e Paul se levanta in<strong>do</strong> para on<strong>de</strong> Em vai ficar. Não quero<br />

per<strong>de</strong>r uma palavra, então, ele vai traduzir tu<strong>do</strong>. Ele é meu padrinho e meu melhor amigo. Sempre<br />

será. A mãe <strong>de</strong> <strong>Emily</strong> sai <strong>do</strong> meu antigo quarto e enxuga as lágrimas. Ela se senta e o pai <strong>de</strong> Em sai<br />

<strong>do</strong> quarto com o braço entrelaça<strong>do</strong> ao <strong>de</strong>la, fazen<strong>do</strong> uma gran<strong>de</strong> brinca<strong>de</strong>ira ao entregá-la a mim.<br />

Como se ele pu<strong>de</strong>sse recuperá-la neste momento. Isso nunca vai acontecer.<br />

Ela está usan<strong>do</strong> um vesti<strong>do</strong> branco que sua mãe escolheu, com suas botas <strong>de</strong> cowboy. E está tão<br />

perfeitinha que me faz <strong>de</strong>sejar puxá-la para mim e bagunçá-la. Semana passada, ela fez uma mecha<br />

azul em seu cabelo. Gostei. Gostei muito.<br />

Seus pais ainda não sabem que ela está grávida, e Paul é o único <strong>do</strong>s meus irmãos que sabe.<br />

Acho que <strong>Reagan</strong> contou a Pete, porque ele continua sorrin<strong>do</strong> para mim e esfregan<strong>do</strong> a barriga. Ele é<br />

um idiota, mas é um <strong>do</strong>s meus idiotas, então, tenho que aturá-lo.<br />

<strong>Emily</strong> quer esperar até chegar ao terceiro mês para começar a dizer às pessoas sobre o bebê,<br />

apenas no caso <strong>de</strong> algo dar erra<strong>do</strong>. Por mim, tu<strong>do</strong> bem.<br />

O pastor começa a falar e eu olho nos olhos <strong>de</strong> <strong>Emily</strong>. Não consigo enten<strong>de</strong>r nada que ele fala até<br />

que ela ri e acena na direção <strong>de</strong> Paul, que está acenan<strong>do</strong> como um lunático.<br />

“Preste atenção, idiota”, ele fala por sinais. Eu rio e começo a observá-lo. Prefiro olhar nos


olhos <strong>de</strong> <strong>Emily</strong> <strong>do</strong> que olhar para ele, mas também não quero per<strong>de</strong>r nada.<br />

A cerimonia se <strong>de</strong>senrola e chegamos aos votos. Decidimos escrever nossos votos e sei o quanto<br />

isso é difícil para Em, então, estou preocupa<strong>do</strong> com a forma como ela vai fazer isso. Não <strong>de</strong>veria<br />

estar. Porra, ela é muito capaz e quero que to<strong>do</strong>s saibam disso.<br />

Pego meu papel e leio para ela.<br />

― Apaixonei-me por você na primeira vez que te vi. Foi o que aconteceu quan<strong>do</strong> você me<br />

enfeitiçou e, ao mesmo tempo, quebrou meu nariz. ― As pessoas riem. ― Mereci por ter banca<strong>do</strong> o<br />

idiota, mas se tivesse que fazer tu<strong>do</strong> <strong>de</strong> novo, não mudaria nada. Prometo amar e cuidar <strong>de</strong> você.<br />

Prometo cuidar <strong>de</strong> você para sempre e tratá-la com respeito e carinho. Mas, acima <strong>de</strong> tu<strong>do</strong>, prometo<br />

nunca escolher ninguém em <strong>de</strong>trimento à você, nem <strong>de</strong>ixar que nada se interponha entre nós. Prometo<br />

cuidar <strong>do</strong>s nossos filhos da mesma maneira que vou cuidar <strong>de</strong> você.<br />

<strong>Os</strong> olhos <strong>de</strong> Em se enchem <strong>de</strong> lágrimas na última frase e as enxugo com os polegares.<br />

― Você está bem? ― pergunto.<br />

Ela balança a cabeça.<br />

― Sim.<br />

Em puxa uma folha <strong>de</strong> papel <strong>do</strong>brada <strong>de</strong> sua manga, e eu me encolho. Sei que ela lutou com isso<br />

durante a semana toda. Ela usou papel colori<strong>do</strong>, porque as palavras são mais legíveis para ela <strong>de</strong>sse<br />

jeito, e escreveu <strong>de</strong> forma bastante espaçada.<br />

Ela funga e começa a ler.<br />

― Logan ― diz ela. ― Pro.. meto... ― Ela olha para mim, parecen<strong>do</strong> em pânico e quero salvála.<br />

Quero ajudá-la.<br />

De repente, ela rasga a carta e joga os papeis no ar, que caem no chão como confete. Ela sorri<br />

para mim.<br />

― Não preciso <strong>de</strong> papéis para dizer o quanto amo você, Logan. ― Outra lágrima rola por sua<br />

bochecha e posso sentir meus olhos fican<strong>do</strong> enevoa<strong>do</strong>s também. ― Tu<strong>do</strong> começou com uma tatuagem<br />

― diz ela. ― Você pegou minha i<strong>de</strong>ia e a <strong>de</strong>ixou ainda mais perfeita. Você adicionou uma chave ao<br />

meu violão. Meu violão e minha música eram minha vida, e você pensou que a chave seria uma<br />

adição superficial, mas não foi. Você era a chave, Logan. Você era a única coisa que eu precisava. ―<br />

Ela respira e sorri para mim em meio às lágrimas. ― Prometo amá-lo acima <strong>de</strong> tu<strong>do</strong>, da melhor<br />

maneira possível. Comprometo-me a <strong>de</strong>ixá-lo ler para os nossos filhos enquanto vou ensiná-los<br />

sobre música, um completan<strong>do</strong> o que o outro po<strong>de</strong> fazer. Comprometo-me a confiar em você e ser<br />

fiel. ― Ela se abaixa e pega um pedaço <strong>de</strong> seus votos. Ela o lê. ― Amo você, Logan ― diz ela. ―<br />

Fim.<br />

― Não ― eu digo. ― Esse é apenas o começo.<br />

― Eu vos <strong>de</strong>claro mari<strong>do</strong> e mulher ― diz o pastor. ― Po<strong>de</strong> beijar a noiva.<br />

Agarro-a, rapidamente, e a puxo para mim. Ela cai contra meu corpo e passa seus braços ao<br />

re<strong>do</strong>r <strong>do</strong> meu pescoço com uma risada. Meus lábios tocam os <strong>de</strong>la. Ela é a Sra. Logan <strong>Reed</strong> agora.<br />

Minha para sempre.<br />

Olho ao re<strong>do</strong>r e vejo Henry. Ele enxuga uma lágrima e leio seus lábios quan<strong>do</strong> ele diz “É a única<br />

coisa que importa, Logan”.<br />

― O quê? ― pergunto.<br />

― Amor ― diz ele. ― É a única coisa que importa.<br />

Paul bate palmas.


― Vamos comer o bolo! ― ele grita.<br />

Celebramos por alguns minutos, e, então, vejo Pete e <strong>Reagan</strong> no canto e parece que ela está<br />

choran<strong>do</strong>. Aproximo-me <strong>de</strong>les.<br />

― O que há <strong>de</strong> erra<strong>do</strong>? ― pergunto.<br />

Pete me olha preocupa<strong>do</strong>.<br />

― Não queremos estragar o seu dia ― diz ele. ― Sinto muito.<br />

― Diga-me o que está erra<strong>do</strong>. ― Quero saber. Agora. Depois <strong>do</strong> que aconteceu na semana<br />

passada com seu agressor, to<strong>do</strong>s nós andamos senta<strong>do</strong>s sobre agulhas esperan<strong>do</strong> para <strong>de</strong>scobrir o que<br />

aconteceria. Seu DNA havia si<strong>do</strong> combina<strong>do</strong> a vários outros recolhi<strong>do</strong>s <strong>de</strong> estupros ocorri<strong>do</strong>s na<br />

área, então, ele, <strong>de</strong>finitivamente, ficaria preso por um tempo, mas ninguém sabe quanto tempo ainda.<br />

― Meu pai acabou <strong>de</strong> ligar ― diz <strong>Reagan</strong>. ― Meu agressor cometeu suicídio em sua cela hoje.<br />

Ele está morto. ― Ela funga.<br />

― Isso <strong>de</strong>ixa você triste? ― pergunto. Eu meio que fico feliz por ele ter morri<strong>do</strong>, mas tenho<br />

me<strong>do</strong> <strong>de</strong> dizer isso em voz alta.<br />

― Eu queria justiça para suas vítimas ― admite ela. ― Mas o que aconteceu me <strong>de</strong>ixa aliviada.<br />

― Ela sorri. ― Muito aliviada.<br />

― Estou contente que filho da puta está morto ― diz Pete.<br />

Aperto o ombro <strong>de</strong> Pete e os levo <strong>de</strong> volta para o grupo. Vamos fazer um brin<strong>de</strong> à justiça. Pego<br />

uma taça <strong>de</strong> champanhe e a levanto.<br />

― Dizem que a vingança é <strong>do</strong>ce ― começo ―, mas o bolo <strong>de</strong> Sam é ainda mais. Então, vamos<br />

aproveitar!<br />

― Ao o casal feliz! ― Paul brinda.<br />

Puxo <strong>Emily</strong> para perto <strong>de</strong> mim e ela se inclina para me beijar.<br />

― Te amo ― digo a ela.<br />

― Te amo mais ― diz ela com um sorriso.


C O N H E Ç A O U T R O S L I V R O S D E T A M M Y F A L K N E R<br />

O<br />

s irmãos <strong>Reed</strong><br />

TATUAGEM, toque e tentação<br />

Sagaz, sexy e secreto<br />

Calmamente, cuida<strong>do</strong>samente, completamente<br />

Balas e beijos<br />

Enfim encontran<strong>do</strong> esperança

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