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― Como se sente? ― pergunto em voz baixa ao la<strong>do</strong> <strong>de</strong> sua orelha. ― Sen<strong>do</strong> <strong>do</strong>mina<strong>do</strong>?<br />
Liberto-o com um empurrão. Ele esfrega o ombro, seu rosto refletin<strong>do</strong> ódio. Ele se aproxima,<br />
mas o bloqueio novamente, baten<strong>do</strong> em seu nariz com a palma da minha mão. O sangue jorra <strong>de</strong> suas<br />
narinas e escorre sobre a camisa. Ele levanta as mãos, como se fosse tentar me pegar <strong>de</strong> novo, mas<br />
<strong>do</strong>u uma joelhada em suas bolas. Ele abaixa, seguran<strong>do</strong> o saco. Agacho ao la<strong>do</strong> <strong>de</strong>le e olho para seu<br />
rosto.<br />
― Como está se sentin<strong>do</strong>? ― pergunto novamente.<br />
Ele começa a se levantar, mas não permito. Chuto a lateral <strong>de</strong> seu rosto e ele cai no chão, <strong>de</strong><br />
bruços.<br />
Coloco o joelho no centro das suas costas e puxo a luminária que está sobre a mesa. Arrasto-a<br />
para o chão, quebran<strong>do</strong>-a em cacos, mas tu<strong>do</strong> que quero é o cabo. Ele grunhe quan<strong>do</strong> empurro meu<br />
joelho em suas costas e puxo suas mãos para cima, atrás <strong>de</strong>le. Enrolo o fio, firmemente, em torno <strong>do</strong>s<br />
seus pulsos e tornozelos, <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong>-o curva<strong>do</strong>, com as pernas esticadas. Ele per<strong>de</strong>u o sapato na briga,<br />
então, puxo sua meia e a enfio na boca.<br />
― Susan! ― grito.<br />
Ela abre a porta <strong>do</strong> quarto e seus olhos se arregalam. Ele está to<strong>do</strong> sujo <strong>de</strong> sangue e me sinto mal<br />
por fazê-la passar por isso.<br />
― Po<strong>de</strong> abrir a porta? ― pergunto-lhe. Balanço o polegar. ― A porta da frente.<br />
Assim que ela abre, a polícia corre para on<strong>de</strong> estamos. Eles me seguram e me tiram <strong>de</strong> cima <strong>de</strong><br />
Ben. Pete entra corren<strong>do</strong> logo atrás.<br />
― Que porra é essa? ― ele pergunta.<br />
Mas estou calma. Sorrio para ele.<br />
― É ele, Pete ― eu digo.<br />
― Quem? ― ele pergunta e me olha como se eu estivesse louca.<br />
― O homem que me estuprou ― admito. E, finalmente, um soluço sai <strong>do</strong> meu peito. ― É ele. ―<br />
Aponto para o homem caí<strong>do</strong> no chão.<br />
A raiva, imediatamente, toma o rosto <strong>de</strong> Pete. Ele avança para Ben, e sinto que tenho que ficar<br />
entre eles, embora a polícia já esteja no coman<strong>do</strong>. Pete me empurra para o la<strong>do</strong>, e tento impedi-lo.<br />
Puxo seu braço e me jogo na sua frente, colocan<strong>do</strong> minhas pernas ao re<strong>do</strong>r da cintura, agarran<strong>do</strong>-me a<br />
ele como um coala. Ele ferve <strong>de</strong> raiva. Mas não posso <strong>de</strong>ixá-lo arruinar sua vida. Não posso <strong>de</strong>ixálo<br />
ferir aquele bastar<strong>do</strong>, não importa o quanto eu gostaria <strong>de</strong> ver isso acontecer.<br />
― Que porra é essa, <strong>Reagan</strong>? ― Ele grunhe, toman<strong>do</strong> meu rosto em suas mãos para que ele possa<br />
olhar nos meus olhos.<br />
Coloco minha cabeça em seu ombro e seguro-o com força, finalmente permitin<strong>do</strong> que a emoção<br />
me atinja. Soluço no pescoço <strong>de</strong> Pete até que ele cai em uma ca<strong>de</strong>ira e me segura em seu colo. A<br />
polícia faz perguntas e ele as respon<strong>de</strong>. Edward e Susan ficam <strong>de</strong> braços da<strong>do</strong>s e ela conta tu<strong>do</strong> o<br />
que ouviu.<br />
Ouço as palavras "DNA" e “recolha os elementos da prova" e "isso po<strong>de</strong> ser o suficiente."<br />
Levanto a cabeça e olho para o rosto <strong>de</strong> Pete quan<strong>do</strong> a polícia leva Ben para o corre<strong>do</strong>r,<br />
algema<strong>do</strong>.<br />
― Consegui ― digo. Fungo, mas uma risada sai <strong>do</strong>s meus lábios.<br />
― Por que você não me contou? ― ele pergunta.<br />
― Não queria que você o matasse ― admito.