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SAÚDE<br />
| Por Dª Mariana Halla<br />
ÁLCOOL NA GRAVIDEZ<br />
A <strong>in</strong>gestão de bebida alcoólica durante a gravidez e até<br />
mesmo, pouco antes, no período pré-concepção, pode<br />
causar danos irreversíveis ao feto<br />
Uma comb<strong>in</strong>ação que pode gerar danos irrem<strong>ed</strong>iáveis<br />
à criança. Se o álcool em excesso é prejudicial<br />
à saúde de qualquer pessoa, imag<strong>in</strong>e quando essa<br />
atitude é adotada por uma gestante.<br />
A <strong>in</strong>gestão excessiva de álcool no período da gestação<br />
pode desencadear a Síndrome do Alcoolismo Fetal<br />
(SAF), que implica problemas graves e irreversíveis ao<br />
bebê. Esse transtorno pode comprometer o sistema nervoso<br />
da criança e gerar má formação congênita facial,<br />
neurológica, cardíaca e renal; déficit de crescimento;<br />
atraso no desenvolvimento neuropsicomotor; prejuízos<br />
no desenvolvimento cognitivo e comportamental, dentre<br />
outros.<br />
A criança com SAF pode apresentar a<strong>in</strong>da baixo peso<br />
ao nascer, microcefalia, alterações na visão e na audição,<br />
alterações neurológicas como convulsões, baixo QI, distúrbios<br />
comportamentais, dificuldade de aprendizagem,<br />
l<strong>in</strong>guagem, memória e atenção. Tais s<strong>in</strong>tomas variam e se<br />
diversificam já que a passagem do etanol pela placenta e<br />
o grau de metabolização pelo fígado são variáveis.<br />
A g<strong>in</strong>ecologista e obstetra, Mariana Halla explica<br />
que o álcool atravessa a placenta pelo sangue materno e<br />
concentra-se no líquido amniótico, o qual funciona como<br />
um reservatório. Cerca de 40 a 60 m<strong>in</strong>utos após a <strong>in</strong>gestão,<br />
os níveis de álcool no sangue fetal são iguais ao materno.<br />
Entretanto, o organismo do feto não está apto a metabolizar<br />
o álcool, permanecendo, desse modo, com uma<br />
concentração elevada, ou seja, o<br />
feto demora duas vezes mais <strong>para</strong><br />
elim<strong>in</strong>ar o álcool que a mãe. Ele<br />
sente seus efeitos por muito mais<br />
tempo e mais <strong>in</strong>tensamente.<br />
De acordo com a médica,<br />
diagnosticar a Síndrome do Alcoolismo<br />
Fetal é complicado, porque<br />
não existe um exame laboratorial<br />
que a comprove. “Para isso, é feita<br />
uma avaliação clínica, levando<br />
em conta o histórico da paciente,<br />
observando seu comportamento,<br />
bem como suas alterações físicas<br />
e o desenvolvimento do feto”, esclarece<br />
Mariana Halla.<br />
Não existe cura <strong>para</strong> a SAF,<br />
mas o tratamento deve ser feito de<br />
forma multidiscipl<strong>in</strong>ar, <strong>in</strong>clu<strong>in</strong>do<br />
prescrição de m<strong>ed</strong>icamentos <strong>para</strong><br />
certos s<strong>in</strong>tomas, terapia cognitiva<br />
comportamental, tre<strong>in</strong>amento<br />
com os pais, acompanhamento fisioterápico<br />
<strong>para</strong> os problemas de<br />
coordenação motora e acompanhamento psiquiátrico <strong>para</strong><br />
demais transtornos mentais.<br />
Drª Mariana Halla, especialista em g<strong>in</strong>ecologia endócr<strong>in</strong>a,<br />
g<strong>in</strong>ecologia geral clínica e cirúrgica; anticoncepção e<br />
climatério; reposição hormonal e hormônios bioidênticos;<br />
pré-natal, parto e puerpério; e envelhecimento saudável<br />
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