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MOMENTO PET<br />
| Por Gabriela Giraldi<br />
MAUS-TRATOS<br />
Como denunciar maus-tratos e abandono de animais?<br />
Todos os dias, na TV ou na <strong>in</strong>ternet, não é raro encontrarmos<br />
vídeos e relatos de maus-tratos e abandono<br />
de animais. É impressionante a frequência com que<br />
esses casos acontecem, isso porque só temos acesso a algumas<br />
ocorrências, imag<strong>in</strong>em a quantidade de bich<strong>in</strong>hos que<br />
tem sofrido sem que n<strong>in</strong>guém saiba ou tome uma atitude.<br />
Para evitar que essa situação cont<strong>in</strong>ue se repet<strong>in</strong>do, todos<br />
precisam fazer a sua parte.<br />
Resolvi escrever sobre o assunto, porque recentemente,<br />
vivenciei um dos casos mais marcantes da m<strong>in</strong>ha vida<br />
profissional. Estava em São Miguel Paulista a trabalho,<br />
quando vi do carro dois vira latas muito bem cuidados andando<br />
com um pit bull todo queimado no rosto e em estado<br />
de desnutrição avançada.<br />
Ao presenciar essa cena, parei, abri a porta e chamei-os.<br />
Por um <strong>in</strong>stante o pit bull, que estava com coleira,<br />
olhou pra mim, com muita dificuldade deu duas abanadas<br />
no rabo e veio ao meu encontro. Nesse momento, perguntei<br />
<strong>para</strong> uma moça e um senhor que estavam me observando se<br />
o animal t<strong>in</strong>ha dono e eles responderam que não, que estava<br />
ali por dias. Na mesma hora, não tive dúvidas, agora ele<br />
t<strong>in</strong>ha dono. Abri a porta do carro e o ajudei a subir.<br />
Quando cheguei ao meu local de trabalho, as pessoas<br />
se apavoraram. “Como assim você pegou um pit bull?<br />
Como teve coragem?”, perguntaram. Respondi que em 12<br />
anos de profissão lidando com muitas raças de cães e gatos<br />
nunca fui mordida por um pit bull. Resolvi chamá-lo de El<br />
Toro, como o animal forte e l<strong>in</strong>do, que um dia ele havia<br />
sido.<br />
Desde então, estou tratando <strong>para</strong> deixá-lo saudável<br />
novamente. Já fizemos duas cirurgias, uma de castração e<br />
outra <strong>para</strong> a ruptura de ligamento no joelho. Em 40 dias,<br />
o El Toro já ganhou 10 quilos, mas a<strong>in</strong>da está magro e em<br />
tratamento.<br />
Parando <strong>para</strong> analisar o problema é perceptível que<br />
nem todo mundo tem coragem ou condições de fazer isso<br />
e, por não saberem como lidar com a situação, acabam<br />
deixando <strong>para</strong> lá. Assim, <strong>para</strong> evitar que mais casos como<br />
esse aconteçam e fiquem impunes, preparei três passos que<br />
possa seguir <strong>para</strong> ajudar no combate ao abandono e maustratos<br />
contra animais.<br />
1º Passo: saiba quais atitudes caracterizam maustrato:<br />
• Abandono: períodos acima de 48 horas já caracterizam<br />
abandono, ou seja , mesmo que seja por um f<strong>in</strong>al de<br />
semana.<br />
• Agressões físicas (espancamento, mutilação, envenenamento);<br />
• Manutenção do animal preso a correntes ou cordas,<br />
em locais sem ventilação ou entrada de luz, em locais pequenos<br />
e sem cuidados com a higiene ou desprotegido contra<br />
o sol, chuva ou frio;<br />
• Privação do animal à- alimentação adequada e diária<br />
ou ao atendimento veter<strong>in</strong>ário, caso esteja doente ou<br />
ferido;<br />
• Submissão do animal a tarefas exaustivas de trabalho<br />
mesmo que sejam exercícios de competição, ou além<br />
de suas forças;<br />
• Utilização de animais em espetáculos que possam<br />
submetê-los a pânico, estresse, agressões;<br />
• Captura de animais silvestres, seja lá em que condições<br />
forem.<br />
Agora, caso presencie a ocorrência de qualquer uma<br />
dessas situações, você já pode partir <strong>para</strong> o próximo passo.<br />
2º Passo: tenha certeza e reúna evidências<br />
Todas as situações descritas acima caracterizam crimes<br />
contra os animais. Portanto, os responsáveis por cometê-los<br />
devem ser punidos.<br />
Como sua <strong>in</strong>tenção não é prejudicar n<strong>in</strong>guém <strong>in</strong>justamente,<br />
o ideal é que você tenha certeza quanto à denúncia<br />
que está prestes a fazer. Para isso, procure evidências e<br />
testemunhos que comprovem suas suspeitas, fotografe ou<br />
filme os animais que estão sofrendo maus-tratos e procure<br />
o maior número de <strong>in</strong>formações possíveis <strong>para</strong> identificar o<br />
agressor. Feito isso, é hora de partir <strong>para</strong> ação.<br />
3º Passo: denuncie<br />
Bom, <strong>para</strong> de fato conseguirmos mudar, mesmo que<br />
pouco a pouco, essa realidade, sempre que presenciarmos<br />
algum desses casos devemos denunciar.<br />
Esses atos, tanto de abuso como de crueldade, são<br />
considerados crimes ambientais e devem ser apresentados<br />
à polícia, que formalizará a ocorrência e <strong>in</strong>staurará um <strong>in</strong>quérito.<br />
Em todo o país, os casos podem ser relatados ao “Disque-Denúncia“,<br />
pelo telefone 181, que realiza atendimento<br />
24 horas por dia, todos os dias da semana.<br />
Com essa atitude você poderá contribuir <strong>para</strong> mudar<br />
a realidade e a qualidade de vida de muitos animais que<br />
estão em situação de risco ou abandono por aí.<br />
Trata-se de um ato de amor e consciência, não hesite<br />
em fazê-lo!<br />
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