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REVISTA AUGE - EDIÇÃO 20

E chegamos à vigésima edição da Revista Auge, a revista do recôncavo e, agora, também do baixo sul. Não por intenção, mas por uma bela coincidência, comemoramos a edição 20 da Auge no mês da festa junina, a época de comidas típicas, de dançar um forró e se divertir com a família. Dessa forma, temos como matéria de capa Caminhos do Forró, a qual mostramos a programação do São João de três cidades do recôncavo: Santo Antônio de Jesus, Amargosa e Cruz das Almas. Apresentamos, também, os hotéis-fazenda da região, com todos os seus serviços, acomodações e lazer. Em saúde, falamos sobre um novo conceito de beleza: a harmonização do sorriso. Vale a pena conferir. O SEBRAE novamente marcou presença, mostrando o seu aplicativo Radar Sebrae. Não sabe do que se trata? Então vem ler essa matéria. Temos também, em cultura, xilogravuras do rei Gonzaga, está incrível. E não pára por aí, venha folhear e se deliciar nas páginas. #SomosTodosAuge By Gleyson Silva

E chegamos à vigésima edição da Revista Auge, a
revista do recôncavo e, agora, também do baixo sul.
Não por intenção, mas por uma bela coincidência,
comemoramos a edição 20 da Auge no mês da
festa junina, a época de comidas típicas, de dançar
um forró e se divertir com a família. Dessa forma,
temos como matéria de capa Caminhos do Forró,
a qual mostramos a programação do São João de
três cidades do recôncavo: Santo Antônio de Jesus,
Amargosa e Cruz das Almas. Apresentamos, também,
os hotéis-fazenda da região, com todos os seus
serviços, acomodações e lazer. Em saúde, falamos
sobre um novo conceito de beleza: a harmonização
do sorriso. Vale a pena conferir. O SEBRAE novamente
marcou presença, mostrando o seu aplicativo
Radar Sebrae. Não sabe do que se trata? Então
vem ler essa matéria. Temos também, em cultura,
xilogravuras do rei Gonzaga, está incrível. E não
pára por aí, venha folhear e se deliciar nas páginas. #SomosTodosAuge

By Gleyson Silva

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especialCAMINHOS DO FORRÓ<br />

Iguarias<br />

As comidas são típicas da<br />

ocasião. Como nessa época são<br />

colhidos amendoim e milho,<br />

a maioria das iguarias é feita<br />

com esses vegetais, mas há<br />

também comidas feitas com<br />

mandioca, coco, arroz etc. Assim,<br />

são muito comuns: bolo<br />

de amendoim, bolo de milho,<br />

canjica, pamonha, mungunzá,<br />

cuscuz de milho, milho cozido,<br />

milho assado, bolo de fubá,<br />

amendoim cozido, amendoim<br />

torrado, beijú, bolo de tapioca,<br />

arroz doce, bolo de aipim,<br />

bolo de puba, bolo de coco,<br />

doce de batata doce, batata<br />

doce assada, bom-bocado,<br />

etc.<br />

As bebidas são também próprias<br />

da época. Assim temos<br />

os licores de frutas diversas,<br />

principalmente de maracujá e<br />

jenipapo.<br />

Amúsica<br />

Antigamente, as músicas tocadas<br />

durante o período junino<br />

eram músicas portuguesas,<br />

depois somente as chamadas<br />

músicas do São João onde se<br />

misturavam acordes africanos,<br />

indígenas e portugueses.<br />

Surgiram assim o xote, xaxado,<br />

baião, etc. Hoje em dia, esses<br />

ritmos foram praticamente<br />

reunidos e o povo chama tudo<br />

de forró (for all). Esse termo surgiu<br />

durante a segunda guerra<br />

mundial quando os soldados<br />

americanos, que permaneciam<br />

na Base Militar do Rio Grande<br />

do Norte, faziam suas festas,<br />

não permitindo a participação<br />

de brasileiros. No dia da vitória<br />

das forças aliadas, devido à<br />

alegria que o momento evocava,<br />

os americanos permitiram,<br />

numa grande festa, que não só<br />

eles, mas todo o povo, militar<br />

ou não, participasse. Então, os<br />

músicos tocaram ritmos mais<br />

animados do nordeste, enquanto<br />

os americanos diziam:<br />

“today is for all”. O povão sabia<br />

que “today” significava hoje,<br />

mas não sabia que “is for all”<br />

queria dizer é para todos, ficando<br />

entendido para as pessoas<br />

presentes que o significado da<br />

frase era: “hoje é forró”. Então,<br />

passou-se, a chamar de forró<br />

toda festa com os ritmos nordestinos<br />

de São João.<br />

Tem havido, nos últimos anos,<br />

uma entrada acentuada de<br />

ritmos diferentes dos juninos,<br />

como os de carnaval, a exemplo<br />

da axé music. A utilização<br />

de outros ritmos é muito grande.<br />

A velha sanfona está sendo<br />

esquecida. Mas, o São João<br />

resiste e ainda ouve-se e dança-<br />

-se o eterno Luiz Gonzaga como<br />

também, Dominguinhos, Flávio<br />

José, Adelmário Coelho, Zé<br />

Duarte, Santana, Alceu Valença,<br />

Elba Ramalho, Genival Lacerda<br />

e outros. Êta saudade das<br />

músicas de São João acompanhadas<br />

de: sanfona, triângulo,<br />

zabumba, pandeiro! Aqui em<br />

nossa cidade, ainda resistem algumas<br />

bandas que são boas no<br />

forró, tais como: Cruzetêros do<br />

Forró, Fogueira Acesa, Acarajé<br />

com Camarão, Sarapatel com<br />

Pimenta e outras.<br />

GUERRA<br />

DE espadas<br />

No dia santo de São João à<br />

tarde, depois das quinze horas,<br />

na Praça Senador Temístocles,<br />

tínhamos a tradicional “batalha<br />

de espadas”. A grande praça<br />

se transformava, do pacato e<br />

arborizado ambiente, em uma<br />

área onde o fogo saído das<br />

bocas das espadas dominava<br />

“<br />

ÊTA SAUDADE DAS<br />

MÚSICAS DE SÃO<br />

JOÃO ACOMPA-<br />

NHADAS DE: SAN-<br />

FONA, TRIÂNGULO,<br />

ZABUMBA, PAN-<br />

DEIRO!”<br />

tudo. Eram pedaços de bambu<br />

vomitando fogo e fazendo<br />

acrobacias no ar. Era realmente<br />

um espetáculo majestoso,<br />

belíssimo, esplendoroso. Mesmo<br />

havendo muito fogo, poucos<br />

eram os acidentes acontecidos<br />

no local. Esta “guerra” era uma<br />

manifestação folclórica, ou seja,<br />

produto da cultura do povo, das<br />

mais importantes do mundo,<br />

talvez mais importante que a<br />

famosa corrida de touros de<br />

Pamplona; era o ponto mais<br />

alto do turismo cruzalmense.<br />

Ninguém, individualmente ou<br />

familiarmente, criou a “guerra<br />

de espadas”, ela foi surgindo<br />

e se firmando com o tempo à<br />

partir da 1º metade do século<br />

XX. Todavia, a “guerra de<br />

espadas” acabou. Cremos,<br />

entretanto, que o melhor não<br />

seria acabar e sim, disciplinar a<br />

manifestação folclórica. O que<br />

deveriam fazer é procurar corrigir<br />

certas coisas, estabelecendo<br />

locais de serem queimadas<br />

as espadas, locais de fabricação,<br />

dimensões das espadas,<br />

controle dos materiais usados<br />

na fabricação delas, além de<br />

dar orientações aos tocadores<br />

como: usar blusões de couro,<br />

roupas externas e internas de<br />

algodão e nunca de tecido sintético,<br />

calçar botas ou sapatos<br />

de couro, usar capacetes e principalmente<br />

não beber para não<br />

perder os reflexos, conhecer as<br />

espadas e o local da “guerra”.<br />

30DIAS<br />

DEfesta<br />

A festa de São João de Cruz das<br />

Almas se consolidou como um<br />

dos principais eventos deste período<br />

em todo Brasil. A preservação<br />

da cultura do autêntico<br />

forró Pé de Serra, o artesanato<br />

local, comidas e bebidas típicas,<br />

sem falar do saudosismo em<br />

relação a tradicional “guerra<br />

de espadas”, fizeram de Cruz<br />

das Almas o lugar preferido de<br />

turistas e visitantes de todas as<br />

partes da Bahia, do Brasil e do<br />

mundo.<br />

Os festejos juninos este ano<br />

acontecem no período de 22 a<br />

25 de junho. Entre as principais<br />

atrações estão confirmados<br />

shows com Elba Ramalho,<br />

Trio Nordestino, Bruno Silva &<br />

Sarapatel com Pimenta, Lucy<br />

Alves, Acarajé com Camarão, Zé<br />

Ramalho, Santana O Cantador,<br />

Flavio José, Targino Gondim,<br />

Carlos Pita, Zelito Miranda e<br />

Adelmário Coelho.<br />

Cruz da Almas fica a 146 km<br />

da Capital Salvador. Segundo<br />

dados do IBGE, a cidade possui<br />

uma população estimada em<br />

pouco mais de 64 mil habitantes<br />

(Censo <strong>20</strong>15). A expectativa<br />

para a edição <strong>20</strong>17 do São João<br />

de Cruz é que cerca de 100 mil<br />

pessoas visitem o município<br />

durante o período da festa.<br />

Você sabe a origem do nome<br />

Cruz da Almas?<br />

Segundo a tradição, duas<br />

versões explicam a origem do<br />

nome da cidade: a primeira<br />

o atribui à existência de um<br />

cruzeiro na antiga “estrada de<br />

tropas”, onde o povo se reunia<br />

à noite para fazer novenas,<br />

invocar os santos e “rezar pelas<br />

Almas”.<br />

A segunda versão é de caráter<br />

sentimental, de saudosismo pátrio.<br />

Alguns fundadores da vila,<br />

portugueses, teriam batizado a<br />

nova povoação com o nome de<br />

sua terra de origem, a Cruz das<br />

Almas Lusitana.<br />

ALINO MATTA SANTANA É PROFESSOR TITULAR DA UNIVERSIDADE FEDERAL<br />

DA BAHIA, MSC PELA UFBA, DOUTOR HONORIS-CAUSA PELA UNI – AMERICAN UNI-<br />

VERSIDADE CORPORATIVA DAS AMÉRICAS, DIRETOR DA ESCOLA DE AGRONOMIA<br />

DA UFBA, DIRETOR GERAL DA EMBRAPA-MANDIOCA E FRUTICULTURA, DIRETOR<br />

GERAL DA FACTAE, CHEFE DE GABINETE DA PREFEITURA MUNICIPAL DE CRUZ DAS<br />

ALMAS, CRONISTA, CONTISTA, POETA, ESCRITOR COM 23 LIVROS PUBLICADOS,<br />

MEMBRO DA THE INTERNATIONAL ACADEMY OF LETTERS OF ENGLAND E MAIS<br />

NOVE ACADEMIAS DE LETRAS<br />

46 . <strong>AUGE</strong> . <strong>EDIÇÃO</strong> <strong>20</strong> | <strong>20</strong>17<br />

47 . <strong>AUGE</strong> . <strong>EDIÇÃO</strong> <strong>20</strong> | <strong>20</strong>17

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