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Atuação Profissional<br />
O esporte<br />
paralímpico como<br />
forma de inclusão<br />
A Fisioterapia no esporte paralímpico é a<br />
que reabilita, insere, fomenta, acompanha<br />
e cuida das lesões esportivas.<br />
FISIOTERAPIA<br />
De<br />
acordo com o Portal<br />
Brasil 2016, foi depois<br />
da Segunda Guerra<br />
Mundial (1939-1945) que as competições<br />
entre aqueles que, mais tarde,<br />
seriam chamados de atletas paralímpicos<br />
ganharam força mundialmente.<br />
E não por acaso, foram criadas com<br />
o propósito de acolher o grande número<br />
de soldados feridos nos combates.<br />
Os primeiros Jogos Paralímpicos,<br />
sob esse nome, foram realizados em<br />
Roma, na Itália, em 1960, com 400<br />
inscritos, de 23 países. Desde então,<br />
são promovidos a cada quatro anos e<br />
o número de atletas paralímpicos tem<br />
aumentado a cada competição.<br />
Dra. Ana Paula de Araújo Alves é um<br />
exemplo de profissional que se formou<br />
em meio à adversidade. Ainda jovem,<br />
quando cursava a faculdade de Fisioterapia,<br />
sofreu um atropelamento e passou<br />
por uma amputação bilateral. Mas a<br />
dificuldade não foi um obstáculo, muito<br />
pelo contrário. Ela transformou a necessidade<br />
especial em um objetivo maior de<br />
vida e seguiu em frente, conquistando<br />
inclusive medalhas paralímpicas.<br />
O trágico acidente não foi impedimento<br />
para que construísse a belíssima trajetória<br />
profissional e acadêmica. Graduou-se<br />
em Fisioterapia e cursou Pós-graduação<br />
em Biomecânica do Movimento e Neurologia.<br />
Leciona em cursos de Graduação e<br />
Pós-graduação do Instituto Brasileiro de<br />
Reabilitação (IBMR) e da Universidade<br />
Salgado de Oliveira, principalmente abordando<br />
Órteses e Próteses e Fisioterapia<br />
Desportiva e, atualmente, está concluindo<br />
sua tese de Mestrado Profissional em<br />
Diversidade e Inclusão (CMPCI), na Universidade<br />
Federal Fluminense (UFF), que<br />
é a continuação dos seus estudos na convicção<br />
de usar a Fisioterapia e o esporte<br />
paralímpico na inclusão das pessoas com<br />
necessidades especiais na sociedade.<br />
Como fisioterapeuta, participou de Paralimpíadas,<br />
de campeonatos mundiais<br />
de futebol de amputados e de Parapan-<br />
-americanos. Como atleta da Seleção<br />
Brasileira Feminina de Voleibol Sentado<br />
disputou campeonatos brasileiros e<br />
mundiais, Parapan-americanos e Paralimpíadas.<br />
Além disso, a fisioterapeuta e<br />
ex-atleta paralímpica foi homenageada<br />
por seu destaque profissional com a Medalha<br />
de Honra ao Mérito Dr. Fernando<br />
Lemos, concedida pelo Crefito-2, em<br />
2015.<br />
Na visão da ex-atleta, a Fisioterapia<br />
cresceu muito e uma das áreas de especialização<br />
é o esporte. A abordagem<br />
paralímpica é fundamental no processo<br />
de diversidade e inclusão de pessoas com<br />
sequelas definitivas. Esse tema eleva o<br />
esporte paralímpico para um conceito de<br />
realização do esporte lúdico e competitivo<br />
por qualquer pessoa e, principalmente,<br />
por uma clientela que apresenta alterações<br />
sensoriais, motoras e intelectuais<br />
significativas. O tema Fisioterapia no<br />
Esporte comprova que muitos profissionais<br />
se destacam em mais de uma área<br />
e isso denota o crescimento da nossa<br />
profissão em um momento importante,<br />
com a realização dos Jogos Olímpicos e<br />
Paralímpicos no Rio de Janeiro”.<br />
Não foi por acaso que a Dra. Ana Paula<br />
Alves escolheu a bocha como esporte<br />
de inclusão para sua tese, por se tratar<br />
de um esporte altamente inclusivo para<br />
o paciente paralisado cerebral e para o<br />
grande lesado. Apesar da temática pe-<br />
16 • <strong>revista</strong> do CREFITO-2 • Número 08 • Agosto de 2016