GAZETA DIARIO 333

10 Geral
Foz do Iguaçu, segunda-feira, 17 de julho de 2017
Idgar Dias Junior
A palavra é de prata, o silêncio é de ouro
É de se perguntar se por acaso o ex-presidente Lula não teria em
seu entorno alguém capaz de lhe dizer o provérbio árabe que
hoje abre esta coluna. Explica-se: o presidente talvez esteja
perdendo oportunidades homéricas de ficar calado! Desde que
foi condenado na Primeira Instância em Curitiba, 'Nosso Guia'
deu para falar mal do Ministério Público Federal e do juiz Sérgio
Moro. Não se está aqui, nem de longe, tentando dizer que o expresidente
não tenha esse direito. Tem e ele está garantido em
nossa Carta Magna, mas daí a ficar vociferando de forma repetida
e contundente pega mal, ainda mais para quem já ocupou o
cargo mais alto da República!
'Nosso Guia' diz que o Ministério Público mente e diz que 'esses
meninos precisam provar que eu roubei' e que 'quero que me
mostrem uma escritura, um recibo que esteja em meu nome' e tal.
Aqueles meninos têm outros papéis de outras pessoas e
empresas que mostram, para infortúnio de 'Nosso Guia', que este
negócio de escritura e recibo passado é uma coisa e que gastos
feitos com a compra de cozinhas de luxo, de elevadores
privativos e escriturados em planilhas de controle de 'despesas
não contabilizadas' é outra!
E vamos combinar: é 'doutor Sérgio Moro', né? Chamar 'aquele
menino' só pelo sobrenome ('o Moro') de modo a criar uma
situação de causa e efeito - eu aqui em cima e você aí embaixo -
também não pega bem! 'Nosso Guia' parece querer causar
desprezo pelo juiz Sérgio Moro e com sua narrativa diminuir os
feitos dele. Bobagem. A reputação do juiz federal é de pessoa
ilibadíssima e sua aprovação em pesquisas de opinião são de
apoio de cerca de 70% do povo brasileiro. No caso em tela, a
verborragia fica mal pra quem mesmo?
Nos tempos atuais em que há conserto para quase tudo na vida,
seria interessante que os áulicos ao redor de 'Nosso Guia' se
lembrassem de que há profissionais no mercado capazes de lhe
orientar quanto ao que fazer em momentos que tais. À época do
mensalão 'Nosso Guia' disse: "A desgraça da mentira é que você,
ao contar a primeira, você passa a vida inteira contando mentira
pra justificar a primeira que você contou".
Um gabinete de crise certamente diria ao ex-presidente duas
coisas bem afeitas ao pragmatismo, regra de ouro na política: (1)
vamos silenciar um pouco e (2) quando e se falar, não minta mais.
Talvez o nosso ex-presidente esteja ilusionado, padecendo do
mal que provavelmente inspirou o dito popular que ensina: 'maior
que a ilusão do amor é a ilusão da política'. Assim como
aconteceu como muitos que conhecemos, chegou a vez de Lula
ter em conta que não está abaixo e nem acima da lei; chegou a
hora da pouca serenidade que seu declinante prestígio ainda lhe
confere dar norte aos seus discursos de modo a evitar que
continue a tripudiar contra quem fará julgamento de seus atos
pregressos.
Falando como tem falado ultimamente, 'Nosso Guia' parece
perdido: não responde às perguntas que lhe dirigem os
jornalistas e só fala para públicos cada vez menores de gente
convertida, que aplaudem seus discursos a cada dia menos
convincentes.
'Nosso Guia' faz pensar que incorporou a essência que norteia a
construção dos submarinos: não parece, mas foram feitos pra
afundar.
Em tempo: 'Nosso Guia' era como o chanceler Celso Amorim se
referia a Lula.
Sugestão
Para quem anda atrás de investimento: construa uma fábrica de
tornozeleiras. Goiás, Bahia e Distrito Federal (Brasília) carecem
desesperadamente desse artigo. Bafômetros também...
SAÚDE
Hospital Municipal
anuncia a nona captação
de órgãos do ano
Procedimento com jovem de 17 anos
aconteceu na madrugada de sábado (15)
Da redação/HMFI
Reportagem
A madrugada de sábado,
15, foi marcada por mais uma
captação de órgãos no Hospital
Municipal Padre Germano
Lauck (HMPGL), a nona de
2017. A captação foi feita após
autorização da família de um
jovem de 17 anos, vítima de um
traumatismo cranioencefálico
(TCE) grave. A morte encefálica
do paciente foi confirmada
por meio de exames realizados
seguindo rigorosamente todos
os itens descritos no protocolo
específico.
A Comissão Intra-Hospitalar
de Doação de Órgãos e Tecidos
para Transplante
(CIHDOTT) realizou a entrevista
para a doação com a família,
que num gesto nobre e
fraterno consentiu, dando um
"sim" à vida de outras pessoas
que estão à espera de um transplante.
Além do coração, que foi
encaminhado para a Santa
Casa de Curitiba, e pulmões,
para a Santa Casa de Porto
Alegre, foram captados o fígado,
rins e pâncreas, que foram
levados para o Hospital Angelina
Caron, em Campina Grande
do Sul.
A captação de córneas foi
realizada pela equipe de enfermagem
do HMFI, responsável
Órgãos foram levados para hospitais em Curitiba, Campina
Grande do Sul e Porto Alegre
pela enucleação de córneas. A
secretária da CIHDOTT da instituição,
Karin Aline Zilli Couto,
disse que a captação começou
pelo coração, que é o procedimento
mais delicado, no
qual tudo precisa ser bem sincronizado.
"O coração tem apenas
quatro horas para ser
transplantado. O tempo máximo
de preservação do pulmão
varia entre quatro a seis horas",
relatou a enfermeira.
Já o médico intensivista
Roberto Almeida, coordenador
da Unidade de Terapia Intensiva
(UTI) do HMPGL, afirmou
que "o empenho e dedicação dos
profissionais multidisciplinares
vale cada minuto do trabalho
exaustivo dentro de uma UTI".
Almeida prosseguiu dizendo
que "tudo isso só é possível
por conta da atitude de
uma família capaz de não
olhar só para a sua própria
dor e tomar uma atitude cheia
de valor e significado para
outras famílias".
É fundamental que se dissemine
mais a importância da
doação. A atitude dessa família,
que conseguiu, no momento
de dor, pensar em salvar a
vida de outras pessoas, é um
exemplo a ser seguido.
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