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vitimar humanos,<br />
sem<br />
muitos alegam que<br />
mas<br />
SAÚDE & BEM-ESTAR<br />
A ideia é controversa. Enquanto uns<br />
defendem, outros sugerem que tal<br />
prática apenas serviria de incentivo para<br />
os criminosos sexuais. “Tratar pedófilos<br />
com robôs sexuais crianças é uma ideia<br />
duvidosa e repulsiva. Imagine tratar o<br />
racismo deixando um intolerante agredir<br />
um robô negro. Isso funcionaria?<br />
Provavelmente não”, disse o especialista<br />
em ética robótica Patrick Lin, do Instituto<br />
Politécnico da Califórnia, citado no<br />
relatório.<br />
Os androides sexuais em formato de<br />
crianças também levantam questões<br />
legais. Em 2013, uma das bonecas da<br />
Trottla foi interceptada num aeroporto<br />
canadense, e o homem que fez a<br />
encomenda foi preso, sob acusação de<br />
posse de material de pornografia infantil.<br />
Ele também enfrenta duas acusações sob<br />
a Lei Federal Alfandegária por traficar e<br />
possuir bens proibidos.<br />
Outra questão sensível é o estupro. A<br />
boneca Roxxy Gold, que tem a<br />
personalidade Frigid Farah, é descrita<br />
pela fabricante como “não receptiva” a<br />
toques em “áreas privadas”. “Isso sugere<br />
sinais de não consentimento”, aponta o<br />
relatório. “Qualquer pessoa que se<br />
envolva em atividade sexual com um<br />
robô que sinaliza não consentimento<br />
pratica um ato de estupro robótico”.<br />
Os autores do relatório não chegam a<br />
uma conclusão, mas sugerem que usar<br />
robôs para prevenir crimes não seja uma<br />
boa ideia.<br />
Por um lado, defensores afirmam que<br />
potenciais criminosos possam satisfazer<br />
seus fetiches sem vitimar humanos, mas<br />
muitos alegam que seria uma indulgência<br />
que encorajaria e reforçaria práticas<br />
sexuais ilícitas.<br />
um lado, defensores<br />
Por<br />
que potenciais<br />
afirmam<br />
possam<br />
criminosos<br />
seus fetiches<br />
satisfazer<br />
uma indulgência que<br />
seria<br />
e reforçaria<br />
encorajaria<br />
No Japão existe um serviço que aluga<br />
bonecas sexuais, como um serviço de<br />
acompanhantes. Em Barcelona, na<br />
Espanha, foi aberto este ano o<br />
LumiDoll, algo como um prostíbulo com<br />
bonecas, que cobra 100 euros por hora<br />
para que os clientes “realizem suas<br />
fantasias sem qualquer limite”.<br />
Kathleen Richardson, especialista em<br />
ética robótica na Universidade de<br />
Montfort, no Reino Unido, acredita que<br />
os robôs sexuais, inevitavelmente, vão<br />
“aumentar o isolamento social”. Ela<br />
destacou a questão de gênero do<br />
mercado, voltado majoritariamente<br />
para o público masculino e às “ideias<br />
masculinas de sexualidade”.<br />
práticas sexuais ilícitas.<br />
Sharkey, um dos autores do relatório, lembrou<br />
sobre o descompasso entre o que é oferecido<br />
pelas companhias e a realidade.<br />
— Os fabricantes de robôs sexuais querem criar<br />
uma experiência mais próxima possível de um<br />
encontro sexual humano — disse. — Mas os robôs<br />
não podem sentir amor, carinho ou formar laços<br />
emocionais. O máximo que podem fazer é fingir.<br />
04<br />
AGOSTO 2017 | PESQUISAS