Revista Saude Bem Estar

SAÚDE & BEM-ESTAR
O Homem que não
Assume a Mulher
Por Carla Cecarello*
Em geral, os homens apresentam uma
característica sintomática: não se deixam
conhecer. Falam pouco sobre si mesmos e
seus segredos são invioláveis, acreditando
que se revelarem algo a mais podem ser
apanhados de surpresa no futuro. Por
isso, eles têm uma enorme dificuldade de
se entregar e criar laços de exclusividade
com uma mulher.
Na verdade, essas e outras desculpas
servem como pretexto para os homens
“não abrirem a guarda” e jamais exporem
seus verdadeiros anseios, desejos, medos
e inseguranças. Como resultado, cria-se
um descompasso no relacionamento, já
que a mulher quer sempre formar um
“ninho” e participar da vida do amado.
Mas ela começa a perceber, depois de um
tempo, que o parceiro não tem um projeto
de vida a dois. O plano dele inclui apenas
a vidinha, o mundinho, o trabalho e o
carro dele. Às vezes, até mora com a mãe.
Nunca diz “nós vamos fazer” ou “nós
podemos criar”, fazendo sempre questão
de utilizar o verbo na primeira pessoa do
singular: “Eu quero dessa forma”, “Isso não
me interessa”. Certamente, essa não é
uma relação de mão dupla, mas de via
única.
A mulher que tem um companheiro
com esse perfil precisa saber que a
única pessoa que pode salvá-la é ela
mesma. A terapia também poderá
ajudá-la a identificar as mentiras do
relacionamento, mas é fundamental
que ela se conscientize disso. Muitas
acham que a melhor maneira de aliviar
a dor de um rompimento é mergulhar
logo em outra relação. Na verdade, o
mais sensato é dar um tempo para se
conhecer melhor, mesmo porque é
comum repetir erros do passado.
Quando finalmente os homens com
esse perfil se apaixonam, começam a
sofrer, justamente por causa do medo
de se entregar. A sensação que
relatam é a de estarem dirigindo um
carro em alta velocidade e quase sem
freios. Nesse momento, inicia-se uma
briga interna e, para se livrar dessa
situação de perigo, ele começa a
reforçar os erros e os defeitos da
parceira. Quando não os encontra de
fato, dá um jeito de inventá-los. Isso
porque, para ele, falar em
compromisso é como falar em doença
grave.
"Vale ponderar que
essa característica
não é exclusiva dos
homens. Há mulheres
que também não
querem se
comprometer."
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AGOSTO 2017 | PESQUISAS