Revista UnicaPhoto - Ed09
Revista do curso de fotografia da Universidade Católica de Pernambuco
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“Fotografias Coloridas à Mão”. Como o título já diz, são imagens em preto e branco e coloridas à<br />
mão com aquarela líquida que sempre tive muito carinho por remeter minha infância, minha família.<br />
No segundo momento, resolvi fazer uma obra sobre o tempo do Vivencial - grupo de teatro nascido<br />
em meio à opressão da Ditadura Militar e sob a influência do Tropicalismo – que foi um verdadeiro<br />
marco para Pernambuco. Via as imagens todas espalhadas e a vontade de mostrar alguns momentos<br />
peculiares juntos foi falando mais alto. O livro “Vivencial: imagens do afeto em tempos de ousadia” foi<br />
bem trabalhoso por ter muitos negativos para escolher e digitalizar e que tive a honra de ter Renata<br />
Victor como curadora. Porém, sinto que o Vivencial, aquele grupo tão lindo, está guardado, está no<br />
livro, virou obra. E, agora, estou elaborando outro sobre portas e janelas dos arruados do Recife.<br />
Como foi a transição da fotografia analógica para a digital para você?<br />
Foi muito difícil. Eu nem sei se já consegui, na verdade. Sempre fotografei, revelei e ampliei minhas<br />
imagens. Nunca gostei que ninguém fizesse isso por mim. Só que foi surgindo o lance da fotografia<br />
digital. Até hoje eu acho que não consigo dominar uma câmera digital como eu dominava minhas<br />
câmeras analógicas Pentax, Nikon e Leica. Hoje em dia tenho uma digital 5D, mas confesso que durante<br />
minhas últimas viagens só realizo fotografias de celular mesmo. Por ser bem portátil e não chamar<br />
tanta atenção nos lugares que costumo viajar. Ou seja, está sendo difícil entender que mudou. Mas, ao<br />
mesmo tempo, fico feliz por ter muitos negativos digitalizados. Hoje em dia, acabei investimento em<br />
um celular com boa qualidade de imagem que considero bem mais minha nova câmera do que um<br />
aparelho telefônico. Se fosse para definir minha transição, diria que foi do analógico para o celular.<br />
Como se sente recebendo o prêmio Alcir Lacerda?<br />
As imagens de Alcir me emocionam muito e receber esse prêmio é de uma alegria que não tem<br />
tamanho. Conheci Alcir, de conviver mesmo, dos anos 2000 para cá. Trabalhávamos juntos e fazíamos<br />
exposições para o governo na época. Na época que eu tinha uma empresa de comunicação, lá no<br />
Recife Antigo, ele me visitava e passávamos a tarde conversando sobre de tudo um pouco. Teve um<br />
dia que fiquei muito emocionada. Ele me chamou para ir à Torre Malakof para visitar a exposição dele<br />
que tinha acabado de ser montada. E, durante o passeio, ele disse “escolha uma imagem para você”, isso<br />
para mim foi de uma beleza, carinho, generosidade que não se encontra facilmente nas pessoas. Ele é<br />
uma grande referência como fotógrafo e pessoa que era e ainda é para muita gente.<br />
Fotos: Ana Farache<br />
Fotos: Ana Farache<br />
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