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Ecos de Fátima Ago/2012

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A milagrosa imagem do<br />

Bom Jesus <strong>de</strong> Pirapora<br />

A primeira impressão <strong>de</strong> quem<br />

chega à cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Pirapora é a <strong>de</strong> estar<br />

entrando em um lugar que não per<strong>de</strong>u a<br />

<strong>de</strong>lica<strong>de</strong>za dos tempos antigos: casinhas<br />

simples e coloridas, coreto no centro da<br />

praça, com a calma benfazeja <strong>de</strong> uma<br />

vida tranquila.<br />

O nome “Pirapora” é <strong>de</strong> origem<br />

guarani e significa “peixe que pula”,<br />

lembrando a época em que o Rio<br />

Tietê, que corta a cida<strong>de</strong>, era límpido e<br />

fornecia o sustento aos habitantes <strong>de</strong><br />

suas margens.<br />

Esta pequena cida<strong>de</strong>, no entanto,<br />

abriga um dos lugares <strong>de</strong> maior<br />

peregrinação <strong>de</strong> todo o Brasil: o<br />

Santuário <strong>de</strong> Bom Jesus <strong>de</strong> Pirapora.<br />

A majestosa imagem que dá<br />

nome ao santuário foi encontrada<br />

milagrosamente em 1725, por um<br />

morador da região, José <strong>de</strong> Almeida<br />

Naves, que, passando pelas margens<br />

do Rio Anhembi, notou algo boiando<br />

encostado a uma pedra. Ao se aproximar,<br />

viu uma bela imagem <strong>de</strong> Cristo flagelado,<br />

em tamanho natural, que impressionava<br />

pela expressiva compaixão.<br />

Des<strong>de</strong> seu achado prodigioso,<br />

a piedosa escultura protagonizou<br />

milagres. Conta a tradição, que na noite<br />

seguinte ao seu encontro, o paiol on<strong>de</strong><br />

ficou guardada foi tomado por um<br />

gigantesco incêndio, mas, para surpresa<br />

<strong>de</strong> todos, enquanto tudo ao redor ardia<br />

em chamas e se transformava em cinzas,<br />

a imagem permaneceu intacta.<br />

Após o ocorrido, José <strong>de</strong> Almeida<br />

levou-a para sua casa e colocou-a em<br />

um altar doméstico, para que o povo<br />

pu<strong>de</strong>sse aí fazer suas preces. Assim,<br />

a popularida<strong>de</strong> da <strong>de</strong>voção cresceu,<br />

atraindo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> doutores até escravos,<br />

que atravessavam o rio sorrateiramente,<br />

para ali buscar proteção e refúgio, em<br />

suas angústias.<br />

Em certo momento, a pequena<br />

capela, construída em honra do Bom<br />

Jesus já não comportava mais a multidão<br />

que ali se reunia e <strong>de</strong>cidiu-se levar a<br />

imagem para a igreja matriz em Santana<br />

<strong>de</strong> Parnaíba. Colocaram-na no carro <strong>de</strong><br />

boi e seguiram caminho. Porém, quando<br />

estavam prestes a <strong>de</strong>ixar Pirapora, o<br />

carro empacou e não houve quem<br />

fizesse as rodas girarem.<br />

De repente, o milagre acontece e<br />

um surdo-mudo solta a voz dizendo:<br />

“A imagem do Bom Jesus <strong>de</strong>ve<br />

ficar em Pirapora”. Todos que<br />

testemunharam o fato ficaram<br />

am<br />

maravilhados e a notícia espalhouse<br />

com rapi<strong>de</strong>z. A partir r <strong>de</strong> então,<br />

gente <strong>de</strong> todos os cantos acorria<br />

para rezar aos pés do Salvador ador<br />

e<br />

incontáveis casos <strong>de</strong> milagres são<br />

contados <strong>de</strong>s<strong>de</strong> esse dia.<br />

A capela que havia<br />

sido construída no local<br />

<strong>de</strong>u lugar a outra, feita<br />

<strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, e, em<br />

1845, iniciou-se a<br />

construção da atual<br />

igreja, que até os<br />

dias <strong>de</strong> hoje abriga a<br />

milagrosa imagem.<br />

Segundo informações<br />

da Secretaria<br />

<strong>de</strong> Cultura e<br />

Turismo da cida<strong>de</strong>,<br />

estima-se que cerca<br />

<strong>de</strong> 600 mil pessoas vão anualmente<br />

a Pirapora, fazendo <strong>de</strong>ste santuário<br />

um dos maiores centros <strong>de</strong> peregrinação<br />

no Brasil.<br />

O santuário foi erigido canonicamente<br />

em 1897 e, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> essa data os<br />

sacerdotes da Or<strong>de</strong>m dos Premonstratenses<br />

são encarregados <strong>de</strong> zelar pelo<br />

serviço religioso e administrativo do<br />

local.<br />

O Prof. Plinio Corrêa <strong>de</strong> Oliveira,<br />

inspirador da Campanha “Vin<strong>de</strong> Nossa<br />

Senhora <strong>de</strong> Fátima, não tar<strong>de</strong>is!”,<br />

foi gran<strong>de</strong> entusiasta <strong>de</strong>ssa <strong>de</strong>voção e<br />

<strong>de</strong>screveu a impressão que a milagrosa<br />

imagem causa nos fiéis:<br />

“A bela imagem <strong>de</strong> nosso Re<strong>de</strong>ntor,<br />

venerada no conhecido Santuário do<br />

Bom Jesus <strong>de</strong> Pirapora (SP), exprime<br />

bem o estilo <strong>de</strong> religiosida<strong>de</strong> brasileira.<br />

Não entra nessa afirmação qualquer<br />

conotação nacionalista, mas digo<br />

isso em outro sentido.”<br />

“Assim como a cada pessoa, individualmente,<br />

a Providência Divina<br />

conce<strong>de</strong> graças especiais, muitas vezes<br />

Ela o faz também a uma nação. E<br />

o estilo <strong>de</strong>ssa imagem é o que procura<br />

comover o fiel pelo doce olhar <strong>de</strong><br />

Nosso Senhor Jesus Cristo; ao mesmo<br />

tempo em que Ele sofre por nós, Ele<br />

nos ama e perdoa.”<br />

“Durante a Paixão, São Pedro havia<br />

negado o Divino Salvador três vezes.<br />

Mas um só olhar do Re<strong>de</strong>ntor da humanida<strong>de</strong>,<br />

cheio <strong>de</strong> amor e compaixão,<br />

comoveu o Príncipe dos Apóstolos<br />

e o modificou inteiramente.”<br />

“O povo brasileiro, que é dotado<br />

<strong>de</strong> um temperamento muito afetivo,<br />

po<strong>de</strong> sensibilizar-se pela manifestação<br />

<strong>de</strong> um carinho <strong>de</strong>sinteressado, do<br />

amor que se <strong>de</strong>dica sem esperar retribuição,<br />

por mera bonda<strong>de</strong>. Ao brasileiro,<br />

tal manifestação <strong>de</strong> dileção toca<br />

especialmente.” (*)<br />

(*) Excertos <strong>de</strong> conferência do Prof. Plinio Corrêa<br />

<strong>de</strong> Oliveira, 14 /04/1987, sem revisão do autor.

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