Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
OPINIÃO<br />
A onda positiva do RenovaBio<br />
O governo agora trabalha nos próximos passos: um decreto<br />
presidencial para regulamentar o complexo programa<br />
GUSTAVO PORTO<br />
Anova Política Nacional<br />
de Biocombustíveis,<br />
batizada como<br />
RenovaBio, é um<br />
exemplo, ao menos até agora,<br />
de como uma grande proposta<br />
estruturante para um<br />
setor estratégico do País consegue<br />
caminhar com celeridade<br />
dentro do governo. Após<br />
um ano de amplas discussões,<br />
o projeto do RenovaBio<br />
foi aprovado no Congresso e<br />
sancionado pelo presidente<br />
Michel Temer (MDB) em apenas<br />
um mês.<br />
O governo agora trabalha nos<br />
próximos passos: um decreto<br />
presidencial para regulamentar<br />
o complexo programa,<br />
principal aposta do Brasil<br />
para o aumento da produção<br />
de biocombustíveis e o cumprimento<br />
de metas de redução<br />
de emissões acordadas<br />
pelo País na 21ª Conferência<br />
das Nações Unidas<br />
sobre Mudança Climática<br />
(COP-21).<br />
A minuta em discussão<br />
do decreto<br />
definirá,<br />
por<br />
e x e m p l o ,<br />
como será<br />
a governança<br />
do RenovaBio.<br />
A ideia<br />
é que um<br />
grupo formado<br />
por<br />
representantes<br />
de<br />
ministérios,<br />
da academia e<br />
da sociedade civil<br />
dê suporte ao Conselho Nacional<br />
de Política Energética<br />
(CNPE), responsável pelos rumos<br />
do programa.<br />
Caberá ao CNPE fazer com<br />
que o RenovaBio seja o principal<br />
instrumento para reduzir as<br />
emissões brasileiras em 18%<br />
até 2030. Essa meta é considerada<br />
ousada até mesmo<br />
pelos técnicos que desenham<br />
o decreto de regulamentação.<br />
Antes disso será necessário<br />
O tempo é curto para a<br />
complexa regulamentação<br />
técnica e política do<br />
RenovaBio<br />
superar o entrave de fazer com<br />
que esse decreto com todas<br />
as regras seja publicado dentro<br />
do prazo de 24 de junho, ou<br />
seis meses após a sanção da<br />
lei do RenovaBio. Paralelamente,<br />
o modelo de como<br />
cada produtor de biocombustível<br />
calculará a redução de<br />
emissões está bastante adiantado.<br />
Esse modelo foi criado e com<br />
base nele o setor privado irá<br />
definir quanto de Crédito de<br />
Descarbonização de Biocombustíveis<br />
(CBIO) poderá ser<br />
negociado. A quantidade de<br />
CBIOs será ofertada de acordo<br />
com a capacidade de cada<br />
produtor de biocombustível<br />
em mitigar as emissões. O papel<br />
será certificado, negociado<br />
no mercado financeiro e adquirido<br />
por empresas com saldo<br />
positivo na emissão de carbono,<br />
ou seja, as<br />
poluidoras, como<br />
forma de<br />
compensação.<br />
As conversas<br />
com as<br />
certificadoras<br />
já começaram<br />
e as<br />
com instituições<br />
financeiras<br />
devem<br />
ser iniciadas<br />
no final de janeiro.<br />
A conta será<br />
fechada com o retorno<br />
dos investimentos em novas<br />
unidades, o aumento na produção<br />
e da fatia dos biocombustíveis<br />
na matriz energética<br />
e, consequentemente, a redução<br />
nas emissões de poluentes.<br />
A onda positiva do RenovaBio<br />
é completada pelo interesse<br />
gerado no exterior em relação<br />
ao programa. Antes mesmo<br />
de se tornar um projeto de lei,<br />
representantes do governo do<br />
Canadá procuraram conhecer<br />
o modelo do RenovaBio.<br />
O Reino Unido também se interessou<br />
e sinalizou recursos<br />
de um "fundo de prosperidade"<br />
para financiar pesquisas e estruturação<br />
de um projeto<br />
maior, um mercado global de<br />
transferência de créditos do<br />
petróleo para o setor de biocombustíveis.<br />
A Índia, segundo<br />
maior produtor de canade-açúcar<br />
do mundo, atrás<br />
apenas do Brasil, e o Paraguai<br />
também procuraram o governo<br />
brasileiro.<br />
Tudo caminha tão rápido que<br />
céticos e pessimistas do governo<br />
e do setor privado repetem<br />
o bordão "está bom demais<br />
para ser verdade" quando<br />
falam sobre o programa. O<br />
tempo é curto para a complexa<br />
regulamentação técnica<br />
e política do Renova-<br />
Bio. Resta à sociedade civil<br />
torcer para que a onda positiva<br />
siga nessa reta final e que<br />
os pessimistas não tenham<br />
razão.<br />
Resta à sociedade civil torcer<br />
para que a onda positiva siga<br />
nessa reta final e que os<br />
pessimistas não tenham razão<br />
2<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>
SAFRA<br />
<strong>Paraná</strong> fecha ano com<br />
36,483 milhões/t cana<br />
O volume colhido ficou dentro do esperado. Para o próximo período,<br />
a expectativa é de que esses números sejam repetidos<br />
MARLY AIRES<br />
Com a paralisação<br />
das usinas e destilarias<br />
paranaenses para<br />
manutenção, no<br />
final de dezembro, o setor sucroenergético<br />
do Estado fecha<br />
o ano civil processando<br />
36,483 milhões de toneladas<br />
de cana-de-açúcar, pouco<br />
abaixo da estimativa com que<br />
a Alcopar vinha trabalhando<br />
desde meados do ano, que<br />
era de 36,793 milhões de toneladas.<br />
O número, entretanto,<br />
é 7,1% menor que o esmagado<br />
na safra 2016/17, que<br />
foi de 39,255 milhões de toneladas,<br />
segundo o presidente<br />
da Alcopar, Miguel Tranin.<br />
Considerando o ano safra<br />
2017/18, conforme determinação<br />
do Ministério da Agricultura,<br />
Pecuária e Abastecimento,<br />
a esse volume deve<br />
ser acrescida ainda a quantidade<br />
de cana-de-açúcar colhida<br />
entre o final de fevereiro<br />
e o mês de março, quando as<br />
usinas paranaenses tradicionalmente<br />
começam a colher,<br />
antecipando-se as demais regiões.<br />
A safra <strong>2018</strong>/19 começa<br />
oficialmente no dia 1 de<br />
abril. Com a matéria-prima<br />
adicional, o total de cana colhida<br />
deve superar um pouco<br />
a estimativa.<br />
“Tem chovido bastante em<br />
todo o <strong>Paraná</strong> e com o clima<br />
mais quente, as lavouras de<br />
cana-de-açúcar têm apresentando<br />
um bom desenvolvimento<br />
vegetativo possibilitando,<br />
se tudo correr bem até<br />
lá, o início da colheita entre fevereiro<br />
e março. Podemos colher<br />
mais um milhão de toneladas<br />
de cana até o dia 1 de<br />
abril”, estima Tranin.<br />
Como sempre acontece, o mix<br />
de produção no ano passado<br />
foi mais açucareiro, com<br />
58,93% da matéria prima destinados<br />
a produção de açúcar<br />
e 41,07% para a produção de<br />
etanol. No período foram industrializados<br />
2,912 milhões<br />
de toneladas de açúcar, 2,3%<br />
a mais do que o volume total<br />
esperado (2,848 milhões),<br />
além de 1,230 bilhão de litros<br />
de etanol, 4,6% a mais do que<br />
os 1,176 bilhão de litros estimados.<br />
Desse total, 564,8<br />
milhões de litros foram de etanol<br />
anidro e 665,1 milhões de<br />
litros de hidratado.<br />
Canavial envelhecido<br />
Para a próxima safra, a expectativa,<br />
segundo Miguel Tranin,<br />
é repetir os números desse<br />
ano. O canavial continua envelhecido<br />
e o percentual de<br />
renovação no ano passado,<br />
cerca de 10% a 12%, continua<br />
aquém do considerado ideal,<br />
20% do total, apesar de ter<br />
aumentado em relação ao ano<br />
anterior, quando foi registrada<br />
uma renovação de apenas 9%<br />
da área total. O tempo seco<br />
dificultou as operações agrícolas.<br />
Apesar da produção de canade-açúcar<br />
ter sido menor do<br />
que o estimado, a qualidade e<br />
rendimento industrial da matéria-prima<br />
foi superior, fechando<br />
com 141,61 kg de<br />
ATR (Açúcar Total Recuperável)<br />
por toneladas de cana,<br />
2,7% acima dos 137,86<br />
kg/ATR/t cana obtidos no<br />
ano-safra anterior e 4% acima<br />
do esperado neste, 136,2<br />
kg/ATR/t. O clima mais seco<br />
entre os meses de agosto e<br />
setembro, período onde a<br />
colheita é mais intensa, permitiu<br />
uma maior concentração<br />
de açúcar na cana e<br />
maior eficiência industrial na<br />
produção de açúcar e etanol.<br />
Tranin comenta ainda que os<br />
canaviais paranaenses têm<br />
sofrido bastante com o avanço<br />
da mecanização da lavoura,<br />
prejudicando a produtividade.<br />
Mas acredita que o<br />
problema deva ser resolvido<br />
assim que as antigas variedades<br />
forem sendo substituídas<br />
por outras mais modernas e<br />
usado os espaçamentos adequados,<br />
além da entrada de<br />
máquinas mais modernas<br />
com avanços tecnológicos.<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 3
HOMENAGEM<br />
Tranin recebe a Ordem<br />
Estadual do Pinheiro<br />
O reconhecimento se deve à sua firme atuação à frente do setor e também<br />
a uma série de iniciativas que visam beneficiar a economia paranaense<br />
Opresidente da Associação<br />
de Produtores<br />
de Bioenergia do<br />
Estado do <strong>Paraná</strong><br />
(Alcopar), Miguel Rubens Tranin,<br />
foi uma das personalidades<br />
paranaenses homenageadas<br />
no Palácio Iguaçu em<br />
Curitiba, no dia 19 de dezembro,<br />
pelo governador Beto<br />
Richa.<br />
Tranin foi condecorado com a<br />
Ordem Estadual do Pinheiro,<br />
uma distinção instituída em<br />
2012 para comemorar o dia<br />
19 de dezembro, data da<br />
emancipação política do <strong>Paraná</strong>,<br />
que em 2017 festejou<br />
164 anos.<br />
O presidente da Alcopar representa<br />
um setor que está entre<br />
os mais importantes da atividade<br />
industrial do Estado,<br />
com 26 unidades produtoras<br />
de açúcar e etanol que abrangem<br />
147 municípios e geram,<br />
diretamente, cerca de 40 mil<br />
postos de trabalho.<br />
O reconhecimento a Miguel<br />
Tranin se deve à sua firme<br />
atuação à frente do setor e<br />
também a uma série de iniciativas<br />
que visam beneficiar a<br />
economia paranaense.<br />
Foram homenageados com a<br />
mais alta honraria do governo<br />
do <strong>Paraná</strong>, empresários, artistas,<br />
escritores, lideranças religiosas,<br />
lideranças políticas,<br />
expoentes dos esportes, do<br />
Poder Judiciário e profissionais<br />
de diversas áreas.<br />
Indicados por organizações da<br />
sociedade civil, os nomes dos<br />
homenageados passam por<br />
uma comissão do governo do<br />
Estado e são formalizados por<br />
decreto do governador. “São<br />
pessoas dos mais distintos<br />
setores, que fazem a diversidade,<br />
a pluralidade e a riqueza<br />
de nosso Estado e de nosso<br />
País”, afirmou Richa.<br />
Miguel Tranin disse ter se sentido<br />
“muito honrado com a homenagem”,<br />
que para ele “é<br />
motivo de orgulho”.<br />
Premiação foi em<br />
Curitiba com a<br />
presença de diversas<br />
autoridades<br />
“É um momento de comemoração<br />
para homenagear estas<br />
pessoas, que dão grande contribuição<br />
ao Estado, além de<br />
instituições e entidades aqui<br />
representadas. Todos os que<br />
receberam a Ordem Estadual<br />
do Pinheiro contribuem para<br />
fazer o <strong>Paraná</strong> e o Brasil lugares<br />
melhores para se viver”.<br />
O chefe da Casa Civil e chanceler<br />
da Ordem do Pinheiro,<br />
Valdir Rossoni, explicou que o<br />
processo de indicação passa<br />
por um comitê do governo do<br />
Estado. “São escolhidas pessoas<br />
que prestaram e prestam<br />
relevantes serviços ao <strong>Paraná</strong>.<br />
São pessoas de todas as<br />
áreas da sociedade”, disse<br />
ele.<br />
4 <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>
OPORTUNIDADE<br />
Alcopar oferece Residência<br />
em Engenharia Agronômica<br />
O programa é desenvolvido desde 2005 em parceria com a Universidade<br />
Federal do <strong>Paraná</strong> e a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro<br />
AAlcopar, em parceria<br />
com a Universidade<br />
Federal do <strong>Paraná</strong><br />
(UFPR) e a Universidade<br />
Federal Rural do Rio de<br />
Janeiro (UFRRJ) realiza este<br />
ano a décima edição do programa<br />
de Residência em Engenharia<br />
Agronômica no <strong>Paraná</strong>.<br />
Voltado para engenheiros<br />
agrônomos formados a no<br />
máximo três anos, a partir da<br />
data do edital, tem como objetivo<br />
promover o aprimoramento<br />
de conhecimentos, habilidades<br />
e atitudes indispensáveis<br />
ao exercício da Agronomia<br />
especializada em cana<br />
de açúcar.<br />
O programa é desenvolvido<br />
nas usinas sucroenergéticas<br />
paranaenses através de intensivo<br />
treinamento profissional<br />
em serviço, sob supervisão,<br />
que permitirá também aprimorar<br />
o senso de responsabilidade<br />
ética no exercício das<br />
atividades profissionais. “É<br />
um programa que se destaca<br />
pela qualidade na formação<br />
de mão de obra. O <strong>Paraná</strong> se<br />
tornou um celeiro de engenheiros<br />
agrônomos especializados<br />
no setor sucroenergético”,<br />
afirmou o professor da<br />
UFRRJ, Eduardo Lima, coordenador<br />
do programa.<br />
Durante o primeiro ano será<br />
ofertado aos residentes um<br />
curso de aperfeiçoamento, com<br />
200 horas aula e o residente receberá<br />
uma bolsa de estudo no<br />
valor equivalente a, no mínimo,<br />
a uma bolsa de aperfeiçoamento<br />
dos Órgãos Financiadores<br />
de Pesquisa do Governo<br />
Federal e um seguro pessoal.<br />
A prova de seleção será no dia<br />
3 de fevereiro. Além do teste<br />
escrito sobre conhecimentos<br />
relativos à área de atuação,<br />
serão usados como critérios<br />
de seleção uma entrevista sobre<br />
conhecimentos pessoais<br />
ou técnicos e a avaliação do<br />
currículo, baseando-se na<br />
quantidade e qualidade de títulos<br />
obtidos e atividades desenvolvidas<br />
pelo candidato,<br />
levando-se em consideração<br />
o tempo de graduação.<br />
Todo candidato que obtiver<br />
nota final superior a sete estará<br />
aprovado. Serão chamados<br />
a ocupar as vagas os<br />
aprovados por ordem decrescente<br />
de notas. Os resultados<br />
serão divulgados pela Secretaria<br />
do Programa de Residência<br />
no Instituto de Agronomia<br />
da UFRRJ.<br />
O programa iniciou em 2005<br />
e já capacitou centenas de<br />
profissionais de todo o País.<br />
Também é porta de entrada no<br />
mercado de trabalho. Cerca<br />
de 90% dos residentes foram<br />
absorvidos pelas usinas do<br />
Estado, ressalta Eduardo.<br />
MAIS INFORMAÇÕES:<br />
www.residenciaemagronomiaufrrj.com.br/,<br />
na sede da<br />
Alcopar - Av. Carneiro Leão,<br />
135 salas 903 e 904 – CEP:<br />
87013-080 - Maringá (PR) -<br />
telefone (44) 32252929; ou<br />
na secretaria do Programa de<br />
Residência em Engenharia<br />
Agronômica Instituto de Agronomia<br />
- UFRRJ - antiga estrada<br />
Rio-São Paulo, km 47 –<br />
CEP: 23851-970 - Seropédica<br />
(RJ) - telefone (21) 3787-<br />
1772.<br />
Curso de aperfeiçoamento contará com 200 horas aula<br />
A prova de seleção será no dia 3 de fevereiro<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 5
CANA<br />
MPB e meiosi para ter<br />
produtividade com qualidade<br />
O produtor Ismael Perina Júnior é pioneiro na adoção do plantio<br />
interrotacional e no uso de mudas pré-brotadas, com resultados significativos<br />
Ao falar da experiência<br />
que tem vivido em<br />
sua propriedade rural,<br />
o produtor paulista<br />
de cana-de-açúcar, Ismael<br />
Perina Júnior, defendeu<br />
em evento realizado pela<br />
Syngenta e Alcopar, em Maringá,<br />
o uso de mudas prébrotadas<br />
(MPB) e da meiosi<br />
(Método Interrotacional Ocorrendo<br />
Simultaneamente) como<br />
forma de recuperar a<br />
produtividade das lavouras de<br />
cana-de-açúcar, em queda<br />
nos últimos anos. Ele é pioneiro<br />
na adoção do sistema<br />
meiosi e do uso de MPB.<br />
“O produtor de cana tem que<br />
fazer a sua parte para ter<br />
ganho de produtividade. O<br />
uso de MPB é fundamental<br />
porque a muda é o principal<br />
insumo. Não acredito em<br />
ganho de produtividade sem<br />
MPB”, afirmou ao apresentar<br />
os resultados que tem obtido<br />
em sua propriedade.<br />
Ismael ressaltou ainda que a<br />
meiosi é a maior revolução na<br />
produção de cana ocorrida<br />
nos últimos anos. “Sei disso<br />
porque já estou passando”,<br />
resumiu. A técnica permite<br />
uma redução significativa dos<br />
custos, que no caso do óleo<br />
diesel supera os 35% de economia<br />
na operação de plantio.<br />
A safra, que deve iniciar<br />
em outubro, será a sexta<br />
usando MPB e a quinta usando<br />
a meiosi.<br />
O produtor falou sobre as mudanças,<br />
para pior, ocorridas no<br />
padrão de produção de mudas<br />
na maior parte das usinas.<br />
“Desafio qualquer empresa<br />
que tenha mantido o mesmo<br />
padrão de antes, com condições<br />
de viveiros, tratamento<br />
térmico e tudo mais”, disse,<br />
lamentando os resultados.<br />
“Hoje, a produtividade está<br />
em 75 a 80 toneladas de cana<br />
por hectare, mas já foi de 90<br />
a 100. Outras culturas dobraram<br />
a produtividade no período,<br />
mas a de cana caiu. E tem<br />
usina que usa 25 toneladas<br />
de cana como muda para produzir<br />
50 ou 60 toneladas por<br />
hectare. Nós estragamos tudo<br />
plantando coisa que nem sabíamos<br />
o que era. É como se<br />
estivéssemos usando semente<br />
de paiol. E para piorar, o<br />
plantio mecanizado esparramou<br />
pragas e doenças na<br />
cana”, afirmou Ismael. “Mas<br />
está fácil de reverter. Estas<br />
técnicas vão nos tirar do buraco<br />
que nos metemos. É a<br />
saída para nós”, ressaltou.<br />
A mudança, segundo Ismael,<br />
está respaldada em levar muda<br />
de qualidade e sanidade para<br />
campo “para plantar coisa<br />
que presta e não algo que nem<br />
sabe o que é”. Para o produtor<br />
é preciso repensar o que está<br />
sendo feito e planejar o plantio,<br />
além de tomar outros cuidados<br />
desde o preparo do solo,<br />
como eliminar a soqueira, desinfetar<br />
facão e colheitadeira,<br />
se quiser ter canavial saudável<br />
por mais tempo.<br />
Ismael também é defensor da<br />
rotação de culturas, técnica<br />
que adota desde a década de<br />
1980. “Com a outra cultura é<br />
possível cobrir todos os custos<br />
de preparo do solo. E cana<br />
em cima de leguminosa é<br />
show. Dá 145 toneladas de<br />
cana por hectare em cima”,<br />
citou destacando que em sua<br />
propriedade tem 15% de solo<br />
tipo B, 25% de C e 40% de D.<br />
O produtor já conseguiu reduzir<br />
o uso de mudas de 13 toneladas<br />
para 9,8 toneladas por<br />
hectare, enquanto as médias<br />
de muitos produtores variam<br />
de 18 a 23 toneladas de cana.<br />
No primeiro plantio usando<br />
meiosi, de uma linha plantou<br />
de sete a dez linhas. Já conseguiu<br />
fazer uma para 30, mas a<br />
meta é reduzir ainda mais chegando<br />
a uma por 45 ou mais,<br />
além de fazer a reforma do canavial<br />
com 10 anos.<br />
6<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>
Vantagens são muitas<br />
Defensor do uso da técnica<br />
meiosi e de mudas pré-brotadas,<br />
o professor doutor Paulo<br />
Figueiredo, fisiologista da<br />
Unesp (Universidade Estadual<br />
de São Paulo) em Dracena,<br />
que tem grande experiência<br />
em produção de cana, foi palestrante<br />
do mesmo evento da<br />
Syngenta e Alcopar. “É importante<br />
usar mudas que apresentem<br />
procedência confiável,<br />
alta qualidade e padrão de<br />
crescimento e desenvolvimento,<br />
além de pureza genética,<br />
uniformidade dos indivíduos,<br />
vigor e estado sanitário<br />
isento de patógenos”, disse.<br />
Dentre as vantagens da MPB,<br />
Figueiredo destacou o ganho<br />
econômico na implantação de<br />
viveiros e o elevado padrão de<br />
fitossanidade e vigor, evitando<br />
a propagação de pragas e doenças,<br />
além da uniformidade<br />
de plantio, rápido desenvolvimento,<br />
homogeneidade do canavial,<br />
redução da quantidade<br />
de mudas que vai a campo e<br />
do replantio de áreas comerciais,<br />
expansão e renovação,<br />
evitando falhas, atrasos na<br />
brotação e com menor ataque<br />
de microorganismos. Ele ressalta<br />
que é preciso observar o<br />
momento do replantio, para<br />
evitar a competição, visando a<br />
maior longevidade do canavial.<br />
Para Figueiredo, parte do segredo<br />
para se obter produtividade<br />
e qualidade no canavial<br />
tem a ver com práticas antigas,<br />
que muitos deixaram de<br />
observar, como a desinfecção<br />
de facões e instrumentos agrícolas,<br />
o rouguing para evitar a<br />
disseminação e a entrada de<br />
doenças, o tratamento térmico<br />
do tolete e não adquirir ou usar<br />
mudas sem qualidade ou sanidade,<br />
além de conhecer as<br />
principais doenças, aprendendo<br />
a lidar com elas.<br />
Outro cuidado fundamental é a<br />
qualidade da muda no plantio<br />
mecanizado. “A colheita deve<br />
ser realizada cuidadosamente<br />
e com velocidade de trabalho<br />
menor (3 a 4 km/h) que a especificada<br />
para a colheita de<br />
matéria prima para moagem.<br />
O ideal seria que a máquina<br />
cortasse colmos com 50 cm<br />
para diminuir os danos à gema”,<br />
disse ressaltando que velocidades<br />
normais de colheita<br />
(6-7 km/h) danificam os toletes<br />
e as gemas, deixando-os<br />
com trincas que permitem a<br />
entrada de patógenos e a<br />
perda de água, ocasionando a<br />
diminuição do vigor.<br />
“É preciso ainda observar a<br />
distância da área da muda e a<br />
área de plantio, adotando<br />
meiosi com MPB ou canteiros<br />
na área de plantio, de modo a<br />
evitar, o quanto possível, o<br />
transporte do material de propagação<br />
a grandes distâncias”,<br />
recomendou Figueiredo.<br />
A meiosi proporciona também<br />
muitos benefícios como a redução<br />
do consumo de muda,<br />
permitindo que mais cana seja<br />
enviada para moagem na usina<br />
e redução e simplificação<br />
da operação de máquinas e<br />
implementos, eliminado o<br />
transporte de mudas e gerando<br />
economia de diesel.<br />
Isso além de permitir um planejamento<br />
mais adequado da<br />
área a ser plantada, dar uniformidade<br />
ao canavial e melhora<br />
da condição do solo e benefícios<br />
agronômicos com a rotação<br />
de culturas, que ainda dará<br />
uma renda extra com a comercialização<br />
da produção obtida<br />
no sistema.<br />
A meiosi vai permitir maior sanidade<br />
das mudas com relação<br />
a pragas, doenças e plantas daninhas,<br />
com menor custo em<br />
controles fitossanitarios, menor<br />
taxa de replantio e ganho de<br />
produtividade e longevidade.<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 7
DOCE EQUILÍBRIO<br />
Por que o brasileiro<br />
é apaixonado por açúcar?<br />
O paladar doce é cultural e foi desenvolvido a partir do costume português<br />
de acrescentar o produto aos diversos alimentos e usá-lo nas celebrações<br />
Pesquisa realizada<br />
com pacientes do<br />
Instituto Dante Pazzanese<br />
de Cardiologia,<br />
no âmbito da Campanha<br />
Doce Equilíbrio, com o objetivo<br />
de compreender os hábitos<br />
e comportamentos de<br />
quem consome açúcar identificou<br />
que 71% da população<br />
consome o produto habitualmente<br />
e, desse total,<br />
26% ingere alimentos açucarados<br />
todos os dias.<br />
Os dados reforçam a forte ligação<br />
do brasileiro com o<br />
açúcar, o que já vem de muitos<br />
séculos. Além de ser a<br />
principal fonte de energia utilizada<br />
pelo cérebro, o ingrediente<br />
traz a sensação de<br />
bem-estar e ainda tem um<br />
papel muito importante na<br />
culinária.<br />
Esses fatores compõe um<br />
cenário histórico e cultural relevante<br />
conhecido também<br />
como a Rota do Açúcar. Decorrente<br />
do processamento<br />
da cana, que tem seu primeiro<br />
registro há 12 mil anos,<br />
o produto chegou ao Brasil<br />
com as caravelas de Cabral,<br />
no século XVI, época do descobrimento.<br />
Os portugueses<br />
estabeleceram engenhos de<br />
cana no país e trouxeram a<br />
tradição dos doces e da utilização<br />
do ingrediente em diversos<br />
pratos.<br />
O produto foi a principal fonte<br />
de renda do Brasil no período<br />
colonial, e até os dias atuais<br />
tem forte presença na economia<br />
e na rotina alimentar<br />
dos brasileiros, principalmente<br />
nos preparos culinários<br />
de doces e bebidas. Como<br />
mostra a pesquisa feita<br />
no Instituto Dante Pazzanese,<br />
88% dos que consomem<br />
açúcar afirmam utilizar o ingrediente<br />
no chá ou café, enquanto<br />
62% preferem adicioná-lo<br />
em sobremesas e<br />
bolos.<br />
Segundo o antropólogo e<br />
autor do livro Caminhos do<br />
Açúcar, Raul Lody, “o paladar<br />
doce é extremamente<br />
cultural, foi desenvolvido a<br />
partir do costume português<br />
de acrescentar o produto<br />
aos diversos alimentos e<br />
usá-lo em diversos tipos de<br />
celebrações. Deste modo, o<br />
brasileiro criou uma memória<br />
baseada nesta tradição”.<br />
Na Idade Média, o açúcar, utilizado como medicamento, era mais caro que<br />
o ouro e usado para presentear papas, reis e nobres<br />
Na Idade Média, o açúcar foi<br />
considerado uma especiaria.<br />
Mais caro que o grama do<br />
ouro, era utilizado como medicamento<br />
e entregue como<br />
presente para papas, reis e<br />
nobres. Além de sua raridade,<br />
que provocava cobiça,<br />
associava-se aos produtos<br />
do Éden, aproximando homens<br />
e deuses.<br />
Raul Lody explica que, por<br />
esses motivos, até hoje o<br />
doce é valorizado como um<br />
presente ou uma experiência<br />
gastronômica de grande valor.<br />
“Formou-se no mundo<br />
um entendimento de que<br />
tudo aquilo que chega do<br />
açúcar da cana está repleto<br />
de significados, de alegria a<br />
prazer”, afirma.<br />
Equilíbrio e prazer<br />
Nos dias atuais, um dos assuntos mais discutidos em torno<br />
do ingrediente é a sua relação com algumas questões de<br />
saúde. A boa notícia é que o açúcar pode ser consumido<br />
normalmente, levando sempre em conta a recomendação<br />
da nutricionista Márcia Daskal, de que a ingestão deve ser<br />
feita de forma equilibrada.<br />
“As pessoas gostam de comer produtos açucarados e não<br />
há problema se isso acontecer diariamente, desde que se<br />
avalie a quantidade. Precisamos parar de eleger vilões e resgatar<br />
o prazer pela comida. Olhar para o alimento não isoladamente,<br />
mas num contexto de vida”, salienta a especialista.<br />
Com séculos de história, o uso do açúcar e das demais especiarias<br />
fez nascer e crescer uma gastronomia com centenas<br />
de criações. “O ingrediente não só dá prazer, mas<br />
também auxilia o organismo a ser mais produtivo. Por este<br />
motivo, é uma paixão mundial, não devendo ser excluído do<br />
cardápio e sim valorizado”, complementa Márcia.<br />
8 <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>
DOIS<br />
PONTOS<br />
Envelhecimento<br />
As usinas do país poderiam<br />
produzir muito mais do que<br />
fazem atualmente. Canaviais<br />
envelhecidos e usinas<br />
endividadas viraram rotina<br />
no setor nos últimos anos e<br />
Parceria<br />
Parada<br />
Uma joint venture entre a<br />
Copersucar e a BP Biocombustíveis<br />
para operar um<br />
terminal de armazenagem<br />
de etanol em São Paulo foi<br />
aprovado pelo Conselho<br />
Administrativo de Defesa<br />
Econômica (Cade). As<br />
duas empresas esperam<br />
otimizar a logística de fornecimento<br />
de etanol e ampliar<br />
a presença comercial<br />
no País. Em operação desde<br />
2014, o Terminal Copersucar<br />
de Etanol, em Paulínia,<br />
possui 10 tanques,<br />
com capacidade de armazenagem<br />
de 180 milhões<br />
de litros e de movimentação<br />
de 2,3 bilhões de litros<br />
por ano, com possibilidade<br />
de ampliação.<br />
impedem o crescimento da<br />
produtividade no campo.<br />
As lavouras de cana produziram<br />
em média 77 toneladas<br />
por hectare, ante as 85<br />
consideradas ideais.<br />
O Centro-Sul do Brasil pode<br />
iniciar a próxima safra com<br />
quase 9 milhões de toneladas<br />
de capacidade de moagem<br />
“desligada”, reflexo de grupos<br />
sucroenergéticos endividados<br />
ou em busca de redução<br />
de custos e otimização<br />
da operação em meio à falta<br />
de matéria-prima. O volume<br />
pode aumentar para mais de<br />
20 milhões de toneladas considerando<br />
alguns grupos em<br />
recuperação judicial que ainda<br />
vivem incertezas sobre a<br />
continuidade das atividades<br />
na temporada <strong>2018</strong>/19. O<br />
total parado não representa<br />
perda de capacidade. As unidades<br />
poderão ser reativadas,<br />
mas mostra as dificuldades<br />
do setor com produção<br />
de cana estagnada, devido<br />
a investimentos insuficientes,<br />
enquanto aguarda os<br />
efeitos da nova política de<br />
biocombustíveis para retomar<br />
a expansão da cultura.<br />
CAR<br />
Foi prorrogado o prazo para<br />
que proprietários rurais se<br />
inscrevam no Cadastro Ambiental<br />
Rural (CAR), obrigatória<br />
para todos os imóveis<br />
rurais do país. A base eletrônica<br />
de dados foi criada a<br />
partir do novo Código Florestal<br />
e contém informações<br />
das propriedades e posses<br />
rurais, além dos limites das<br />
posses com áreas de vegetação<br />
nativa e reservadas<br />
para preservação. O novo<br />
prazo final para inscrição é<br />
31 de maio de <strong>2018</strong>.<br />
Agro<br />
Após um bom resultado em<br />
2017, quando a alta deverá<br />
atingir 12%, o PIB (Produto<br />
Interno Bruto) da agropecuária<br />
poderá ter retração<br />
de 2,5% em <strong>2018</strong> segundo<br />
o Ipea (Instituto de Pesquisa<br />
Econômica Aplicada).<br />
A queda do PIB da<br />
agropecuária poderá ocorrer<br />
devido à safra menor, já<br />
projetada pelo IBGE. Ao<br />
contrário do que ocorreu<br />
em 2017, quando só a<br />
agropecuária salvou o PIB,<br />
o setor será o único a registrar<br />
queda em <strong>2018</strong>.<br />
Safra<br />
Automóveis<br />
Tecnologia<br />
Com foco na Agricultura de<br />
Precisão, pesquisadores da<br />
Faculdade de Engenharia Agrícola<br />
da Unicamp desenvolveram<br />
um sistema que, ao ser<br />
instalado em colhedoras de<br />
cana-de-açúcar, possibilita<br />
criar mapas de produtividade<br />
Problemas econômicos nas<br />
usinas provocaram uma redução<br />
na área de cana-de-açúcar<br />
no país na safra 2017/18<br />
para 8,74 milhões de hectares<br />
no país, 311 mil a menos do<br />
que na anterior, segundo a<br />
Conab (Companhia Nacional<br />
de Abastecimento). São Paulo,<br />
ao reduzir em 220 mil hectares,<br />
foi o principal responsável<br />
pela queda nacional.<br />
Mas, constata-se uma renovação<br />
das lavouras com novas<br />
variedades, mais resistentes<br />
a pragas e doenças, que<br />
trazem maior produtividade. A<br />
Conab prevê moagem de 636<br />
milhões de toneladas de cana<br />
Após quatro anos de queda, a<br />
indústria automobilística brasileira<br />
encerrou o ano com<br />
crescimento de 9,2% nas vendas.<br />
Segundo analistas, a recuperação<br />
do mercado de<br />
carros novos começou no segundo<br />
semestre, com a melhora<br />
da economia. Agora, os<br />
revendedores de veículos projetam<br />
nova alta para este ano,<br />
de quase 12%. A previsão é<br />
atingir 2,5 milhões de unidades,<br />
incluindo caminhões e<br />
ônibus, ante os 2,239 milhões<br />
de 2017.<br />
e visualizar a variabilidade espacial<br />
da produção. A tecnologia,<br />
que é baseada em<br />
células de carga e tem como<br />
diferencial ser o primeiro monitor<br />
de produtividade para<br />
cultura lançado comercialmente<br />
no mundo.<br />
no país, um volume 3% inferior<br />
ao da safra anterior, e produção<br />
de 39,5 milhões de<br />
toneladas de açúcar e 27 bilhões<br />
de litros de etanol.<br />
10 <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>
Descarbonizar<br />
A sustentabilidade ganha escala<br />
nas estratégias de negócios<br />
das grandes empresas.<br />
Compensar ou reduzir as<br />
emissões geradas pelo uso<br />
de fontes de energia fóssil<br />
são práticas cada vez mais<br />
valorizadas por agregar valor<br />
aos produtos. A Trouw Nutrition,<br />
divisão brasileira de uma<br />
das líderes globais no ramo<br />
de nutrição animal, a Nutreco,<br />
Há mapeadas no mundo 252<br />
ervas daninhas resistentes a<br />
herbicidas que prejudicam 92<br />
culturas em 69 países. No<br />
Brasil, são oito espécies:<br />
buva, capim-amargoso, azevém,<br />
capim-pé-de-galinha,<br />
cloris e caruru. Segundo a<br />
Embrapa, há no país 20,1 milhões<br />
de hectares no sistema<br />
de produção de soja. Os esforços<br />
para conter o seu<br />
avanço podem elevar de forma<br />
substancial - em alguns<br />
casos, mais que triplicar - o<br />
adotou o etanol como combustível<br />
oficial em 160 veículos<br />
de sua frota no País, que<br />
percorrem 5,7 milhões de<br />
quilômetros por ano, substituindo<br />
430 mil litros de gasolina,<br />
o que evitará a emissão<br />
de 1.000 toneladas de gases<br />
de efeito estufa por ano. Seriam<br />
necessárias 6.325 árvores<br />
para se gerar o mesmo<br />
benefício ambiental.<br />
Resistência<br />
custo de produção no Brasil.<br />
Um estudo da Embrapa estima<br />
aumentos que variam de<br />
42% a 222% por hectare, resultado<br />
do uso maior de químicos<br />
no solo e da queda de<br />
produtividade. O Brasil figura<br />
em 5º lugar no ranking mundial<br />
de países com o maior<br />
número de casos de plantas<br />
daninhas resistentes, em 46<br />
registros oficiais. Um dos motivos<br />
para o aumento é o uso<br />
indiscriminado de agroquímicos<br />
nas lavouras.<br />
Sílica<br />
A sílica gel e a nanosílica de<br />
alta pureza são dois materiais<br />
com inúmeras aplicações<br />
na indústria, como<br />
tintas, pneus de carro, cerâmicas,<br />
revestimentos, filtros,<br />
agentes desumidificantes e<br />
desidratantes para alimentos<br />
e medicamentos. No entanto,<br />
a obtenção da sílica industrial<br />
a partir da areia pode<br />
causar impacto ambiental.<br />
Para reduzir os danos ao<br />
meio ambiente, em uma pesquisa<br />
realizada no Instituto<br />
de Pesquisas Energéticas e<br />
Nucleares, associado à USP,<br />
foi desenvolvida técnica para<br />
obter sílica a partir das cinzas<br />
de biomassa de cana, o<br />
La Niña<br />
Recentemente, as temperaturas<br />
da superfície do mar<br />
na parte oriental do Pacífico<br />
tropical têm esfriado e já<br />
chegam a condições características<br />
de um episódio<br />
fraco de La Niña. Da mesma<br />
forma, a maioria dos indicadores<br />
atmosféricos<br />
agora coincide com os correspondentes<br />
para as primeiras<br />
fases de um episódio<br />
de La Niña. Os modelos<br />
climáticos indicam que é<br />
provável que estas condições<br />
serão mantidas no<br />
primeiro trimestre de <strong>2018</strong>.<br />
Copa<br />
A Copa do Mundo este ano<br />
na Rússia, mas o Brasil<br />
mais uma vez terá sua<br />
marca em todas as 64 partidas<br />
da competição. É que,<br />
pela primeira vez, a bola utilizada<br />
no torneio terá como<br />
componente uma borracha<br />
especial, feita a partir de<br />
cana-de-açúcar. É uma borracha<br />
orgânica que tem<br />
uma pegada de carbono 10<br />
vezes menor do que as derivadas<br />
do petróleo.<br />
que também agrega valor a<br />
um resíduo gerado em grande<br />
quantidade pela indústria<br />
sucroalcooleira. Cada tonelada<br />
de cana gera de 250 a<br />
270 quilos de bagaço, cuja<br />
queima com as palhas e<br />
pontas (mais 200 kg por tonelada)<br />
resulta em 1% a 4%<br />
de cinzas.<br />
Abastecimento<br />
O estudo calcula um déficit<br />
de 19 bilhões de litros de<br />
combustíveis fósseis em<br />
2030. Para cobrir a lacuna<br />
seria necessário ampliar a<br />
capacidade de produção em<br />
pelo menos 300 mil barris/<br />
dia. O gasto previsto é de R$<br />
33 bilhões. Para atender exigências<br />
da COP-21 o País<br />
A expansão do cultivo de<br />
cana-de-açúcar no Brasil<br />
para produção de etanol<br />
tem o potencial de substituir<br />
até 13,7% do petróleo consumido<br />
no mundo e reduzir<br />
as emissões globais de dióxido<br />
de carbono (CO 2 ) em<br />
até 5,6% em 2045 sem afetar<br />
áreas de preservação<br />
ambiental ou comprometer<br />
culturas agrícolas. As estimativas<br />
são de um estudo<br />
internacional publicado na<br />
Déficit<br />
Etanol<br />
O País do pré-sal corre risco<br />
de um racionamento de combustíveis<br />
a partir de 2025 por<br />
falta de refinaria para processar<br />
o petróleo e de infraestrutura<br />
para importar. Segundo a<br />
consultoria Strategy&/PwC, o<br />
crescimento da demanda e o<br />
compromisso ambiental firmado<br />
na última Conferência<br />
Global do Clima vão exigir investimentos<br />
de R$ 87 bilhões<br />
a R$ 95 bilhões até 2030. Se<br />
nada for feito, em sete anos o<br />
abastecimento, especialmente<br />
de diesel, ficará comprometido.<br />
O pesadelo das distribuidoras<br />
é que a economia finalmente<br />
cresça, mas falte infraestrutura<br />
para dar vazão ao<br />
potencial de consumo da população.<br />
precisará de R$ 7 bilhões para<br />
ampliar a produção de biodiesel<br />
e R$ 40 bilhões para<br />
elevar a oferta de etanol. Se<br />
nada for feito, será preciso<br />
importar combustíveis, o que<br />
exigiria gastos em portos,<br />
tanques, ferrovias e dutos –<br />
de R$ 12 bilhões a R$ 15 bilhões<br />
até 2030.<br />
revista Nature Climate Change.<br />
O trabalho avaliou como<br />
a expansão da produção de<br />
etanol obtido da cana poderia<br />
contribuir para limitar o<br />
aumento médio da temperatura<br />
global a menos de 2 ºC<br />
por meio da redução das<br />
emissões de CO 2 pela queima<br />
de combustíveis fósseis,<br />
conforme acordado<br />
pelas 196 nações que assinaram<br />
o Acordo Climático<br />
de Paris.<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 11
FORMAÇÃO<br />
Esporte e cidadania<br />
no Projeto Fênix<br />
Realizado pela Usina Santa Terezinha em parceria com a Prefeitura<br />
de Maringá, iniciativa atende mais de 250 alunos de forma gratuita<br />
ASSESSORIA DE<br />
COMUNICAÇÃO<br />
AArest (Associação<br />
Recreativa e Esportiva<br />
Santa Terezinha),<br />
da Unidade<br />
Iguatemi da Usina Santa<br />
Terezinha, e a Prefeitura de<br />
Maringá firmaram uma<br />
parceria que regulamenta o<br />
Projeto Fênix, iniciativa de<br />
incentivo ao esporte que<br />
atende cerca de 250 crianças<br />
e adolescentes no distrito<br />
de Iguatemi, Maringá.<br />
O projeto oferece aulas<br />
gratuitas de futsal para alunos<br />
de 6 a 17 anos matriculados<br />
na rede municipal<br />
de ensino. A iniciativa ainda<br />
promove valores ligados<br />
à formação pessoal,<br />
favorecendo a criação da<br />
cultura e do hábito esportivo,<br />
levando ao desenvolvimento<br />
físico e social dos<br />
participantes.<br />
A associação da Usina<br />
Santa Terezinha é responsável<br />
pela formação dos<br />
grupos, de acordo com a<br />
faixa etária, fornecimento<br />
de uniformes e designação<br />
do profissional de educação<br />
física responsável.<br />
Além de orientar, acompanhar<br />
e supervisionar as<br />
atividades técnico-pedagógicas<br />
do projeto, garantindo<br />
a efetiva qualidade do<br />
processo de aprendizagem.<br />
Já a Prefeitura cede o espaço<br />
físico do Centro Esportivo<br />
do Distrito de Iguatemi<br />
para a realização dos<br />
treinamentos, disponibiliza<br />
o material necessário, professores<br />
de educação física<br />
e estagiários para<br />
atuarem no projeto.<br />
O Projeto Fênix dá continuidade<br />
ao trabalho de incentivo<br />
ao esporte e formação<br />
cidadã realizado pela Usina<br />
Santa Terezinha desde<br />
2012, com o projeto Atleta<br />
do Futuro. Promovido em<br />
parceria com o Sesi (Serviço<br />
Social da Indústria), o<br />
Atleta do Futuro atendeu,<br />
em cinco anos de atividade,<br />
mais de 250 crianças<br />
ao ano em aulas gratuitas<br />
de futsal aliadas ao<br />
acompanhamento social e<br />
pedagógico.<br />
Assinatura de acordo beneficiará desenvolvimento<br />
físico e social dos participantes<br />
A Usina Santa Terezinha é<br />
uma empresa brasileira do<br />
setor sucroenergético, composta<br />
pelo corporativo e o<br />
terminal logístico - em Maringá,<br />
o terminal rodoferroviário<br />
em Paranaguá, e as<br />
onzes unidades produtivas<br />
em Iguatemi, Paranacity, Tapejara,<br />
Ivaté, Terra Rica, São<br />
Tomé, Cidade Gaúcha, Rondon,<br />
Umuarama e Moreira<br />
Sales - no <strong>Paraná</strong>, e Usina<br />
Rio <strong>Paraná</strong> - no Mato Grosso<br />
do Sul. A empresa conta<br />
com mais de 16 mil colaboradores<br />
nos setores agrícola,<br />
industrial e administrativo.<br />
12 <strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong>