JORNAL ACRATA Nº 4 PLINIO LEXICO
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<strong>Nº</strong> 4 Ano 1 - Jornal de corte anarquista<br />
O jornal Operário Ácrata, é um jornal independente, que primará a<br />
cultura, a história, a educação, a filosofia, o trabalho, a memória, a<br />
difusão e propaganda do Espírito libertário.<br />
https://www.facebook.com/OperarioAcrata/<br />
Increvables Anarchistes<br />
LÉXICO DO ANARQUISMO<br />
(Tradução Plínio A. Coelho)<br />
AÇÃO DIRETA<br />
Ação individual ou coletiva exercida sem intermediários, contra o Estado e o patrão,<br />
durante conflitos que opõem Capital e Trabalho. A ação direta opõe-se ao<br />
colaboracionismo e à ação parlamentar. Ela pode ser legal ou ilegal, defensiva ou<br />
preventiva. Sem excluir a violência, não recorre a ela necessariamente. A greve, o<br />
boicote, a sabotagem fazem parte das formas que ela geralmente assume.<br />
ANARQUIA<br />
(Do grego a, privativo, e arké, comando, poder, autoridade) Estado de um povo, de um<br />
meio social, emancipado de toda tutela governamental. Sistema social fundado no livre<br />
entendimento de todos os componentes da sociedade.
ANARCO-COMUNISMO<br />
Sistema econômico e social fundamentado na abolição da propriedade privada, na<br />
colocação em comum de todos os meios de produção e troca, e concebendo a<br />
“retirada no monte” como o principal modo de repartição. O comunismo anarquista<br />
difere do comunismo autoritário na medida em que ele implica o desaparecimento do<br />
Estado e das instituições que dele procedem.<br />
ANARCO-SINDICALISMO<br />
O anarco-sindicalismo é um movimento orgânico e organizado. Ele é, no plano<br />
econômico e social, bem como no terreno revolucionário, uma das expressões do<br />
anarquismo. O anarco-sindicalismo opõe-se fundamentalmente ao sindicalismo<br />
político e reformista. Defende as condições de vida dos trabalhadores e prepara-os à<br />
sua liberação econômica e social.<br />
ANARQUISMO<br />
Conjunto de princípios gerais, concepções fundamentais e aplicações práticas<br />
tendendo a suprimir o Estado, a eliminar da sociedade todo poder político, econômico,<br />
intelectual ou moral.<br />
ANTIMILITARISMO<br />
Fundamentalismo ligado ao antiestatismo, o antimilitarismo anarquista combate a<br />
própria existência da instituição militar, pilar secular do Estado. A objeção de<br />
consciência, a insubmissão ao serviço militar nacional, a insubordinação, a deserção e<br />
a resistência à empresa das forças armadas sobre a sociedade são todos exemplos<br />
de lutas antimilitaristas. Estas, para ser consequentes, devem inscrever-se no âmbito<br />
de um combate global contra o Estado e o Capital.<br />
APOIO MÚTUO<br />
Fator da evolução das sociedades, apoio mútuo é uma condição da vida social e uma<br />
garantia contra seu contrário, a luta entre as espécies. Quanto mais praticado o apoio<br />
mútuo, mais a sociedade encontra-se em uma situação de progresso moral, intelectual<br />
e social. Uma sociedade em que as instituições de apoio mútuo são destruídas em<br />
proveito do Estado é uma sociedade de decadência. O apoio mútuo é o fundamento<br />
da ética anarquista.<br />
ATEÍSMO<br />
Teoria daqueles que não reconhecem a existência de um deus, qualquer que seja, de<br />
um ser superior à natureza humana, de uma inteligência regulando os movimentos do<br />
universo e intervindo nos assuntos dos homens. Se eles recusam a ideia de Deus, os<br />
anarquistas também combatem as aplicações dessa ideia, as religiões e suas<br />
instituições.<br />
AUTONOMIA<br />
(Do grego, autonomes, que se rege por suas próprias leis) Possibilidade dos<br />
indivíduos e dos grupos de organizar-se e administrar-se a si mesmos. A autonomia,<br />
que não devemos confundir com a independência, implica a existência de regras e<br />
laços livremente consentidos.<br />
Jornal Operário Ácrata<br />
Página 2
CAPACIDADE<br />
(Capacidade das classes operárias) Para os anarquistas, a classe operária, do ponto<br />
de vista de suas relações com a sociedade e com o Estado, adquiriu consciência de si<br />
mesma como ser coletivo, moral e livre; ela se distingue da burguesia, separa os seus<br />
interesses dos dela. Possui uma ideia, isto é, criou-se uma noção de sua própria<br />
constituição, conhece as leis, condições e fórmulas de sua existência; prevê seu<br />
destino, seu fim, compreende-se a si mesma em suas relações com a sociedade e o<br />
Estado, mas de uma maneira incompleta. As classes operárias ainda não conseguiram<br />
deduzir de seus princípios uma prática geral conforme; testemunha: os preconceitos<br />
políticos de todos os tipos aos quais elas obedecem. Para os anarquistas, as classes<br />
operárias têm consciência de si mesmas, mas devem afirmar mais completamente a<br />
ideia que delas resulta e buscar sua aplicação.<br />
CLASSES<br />
Durante muito tempo, a luta de classes foi considerada como o confronto entre duas<br />
classes de interesses antagonistas: a burguesia, proprietária dos meios de produção e<br />
distribuição, e o proletariado, detentor unicamente de sua força de trabalho. Mas a<br />
noção de propriedade não basta mais em si mesma para determinar o pertencimento a<br />
uma classe ou a uma outra. Tão determinante é a posição que se ocupa da divisão<br />
hierárquica do trabalho social, em relação aos conteúdos de poder dessa posição;<br />
quer dizer, segundo que esta comporta o exercício do poder ou a submissão a este.<br />
COLETIVISMO<br />
Regime social e doutrina da propriedade dos meios de produção e troca pela<br />
coletividade. Sistema fundamentado na fórmula “A cada um segundo seu trabalho.”<br />
em matéria de distribuição.<br />
COMUNISMO<br />
Doutrina política de origem autoritária, o comunismo também é uma organização<br />
econômica e social tendo por base a supressão da propriedade privada em proveito da<br />
propriedade coletiva. Sistema fundamentado na fórmula “De cada um segundo sua<br />
capacidade, a cada um segundo as suas necessidades.” Como nunca é definido quem<br />
fará a avaliação da capacidade e quem será juiz das necessidades, as fórmulas<br />
coletivistas e comunistas conhecem sempre interpretações autoritárias e estatistas.<br />
IGUALDADE<br />
Os anarquistas reivindicam a igualdade simultaneamente econômica, social e moral<br />
para todos os indivíduos. Igualdade e liberdade são indissociáveis, na medida em que<br />
ambas procedem da autonomia e da responsabilidade individual e coletiva.<br />
ÉTICA<br />
Indispensável à existência de toda sociedade, a ética, para os anarquistas, é uma<br />
série de regras morais não obrigatórias, libertas de toda empresa religiosa,<br />
sobrenatural ou transcendental. Fundadas no respeito pelo indivíduo e por sua<br />
personalidade única, essas regras têm por fundamento o apoio mútuo e o<br />
reconhecimento da igualdade, para uma maior justiça social.<br />
Jornal Operário Ácrata<br />
Página 3
FEDERAÇÃO<br />
Estrutura de ligações e coordenações inspiradas no federalismo. Oposta à estrutura<br />
centralista, ela deixa a autonomia e a livre iniciativa a seus componentes bem como a<br />
suas instâncias.<br />
FEDERALISMO LIBERTÁRIO<br />
O federalismo é uma forma de organização social que tem por objeto assegurar as<br />
relações dos indivíduos entre si, as relações do indivíduo com o grupo, as relações<br />
dos grupos entre si. Oposto ao centralismo, ele tem por base essencial a autonomia<br />
dos indivíduos e dos grupos. Ele repousa em uma grande lei natural: a associação,<br />
cujos fundamentos morais são a solidariedade e o apoio mútuo.<br />
GESTÃO DIRETA<br />
A gestão direta supõe a abolição da propriedade privada ou estatista dos instrumentos<br />
de produção e sua transferência aos trabalhadores, que têm sua posse. A gestão<br />
direta também supõe: – a supressão de todos os privilégios no seio da empresa e da<br />
igualdade econômica e social; – a repartição do produto da fabricação entre os<br />
trabalhadores da empresa, as coletividades encarregadas da infra-estrutura<br />
indispensável a uma economia global. Ela assegura, assim, o equilíbrio entre os<br />
diferentes ramos industriais, a agricultura, os serviços, e até mesmo as próprias<br />
empresas.<br />
GREVE GERAL GESTIONÁRIA E EXPROPRIADORA<br />
Além da cessação do trabalho, a greve geral gestionária e expropriadora implica a<br />
ocupação do local de trabalho, a expropriação dos possuidores capitalistas (liberais ou<br />
de Estado) e o controle, pelos trabalhadores e em seu proveito, dos meios de<br />
produção e distribuição.<br />
INDIVIDUALISMO<br />
Sistema que tem por base o indivíduo, que tem o indivíduo por fim e o indivíduo por<br />
agente (Raoul Odin). Como vemos nessa citação, para os individualistas a sociedade<br />
não representa uma entidade, mas uma soma de indivíduos cujos interesses primam<br />
sobre o interesse coletivo. Ética pessoal e humanitarista, o individualismo amiúde<br />
fechou-se em posições de princípios.<br />
INTERNACIONALISMO PROLETÁRIO<br />
O internacionalismo proletário afirma a identidade de interesses comuns e a<br />
solidariedade que dela decorre entre os proletários de todo o mundo, para além das<br />
barreiras artificiais impostas pelos Estados.<br />
Jornal Operário Ácrata<br />
Página 4
JUSTIÇA<br />
Jus era, na origem, uma palavra cujo sentido era de ordem religiosa. Estendido,<br />
depois restringido a um sentido de ordem laica, jus deu justus, justicia, depois, por<br />
composição com o grego, judicare e jueda. No primeiro sentido, ele traduz a filosofia<br />
moral do que é justo. No segundo, designa a ação de dizer o direito. É assim que uma<br />
mesma palavra pode definir duas matérias muito diferentes, e, até mesmo, amiúde,<br />
antagonistas. Com toda evidência, os tribunais de justiça nada têm em comum com a<br />
justiça moral. As leis, elaboradas por alguns, têm uma única preocupação: perpetuar o<br />
direito dos poderes econômico e político e a divisão da sociedade em classes. Por<br />
oposição a tudo isso, a ideia-força filosófica, sociológica e moral de justiça é essencial<br />
a todo projeto global coerente de sociedade fundado na liberdade. A justiça é uma<br />
realidade e um ideal, tornando todas as condições equivalentes e solidárias. Disso<br />
resulta a igualdade ante a justiça que, liberta de todo interesse pessoal e de toda<br />
consideração divina, torna-se um ideal que se estende incessantemente. Para melhor<br />
compreender o sentido dessa definição, servimo-nos de um excerto de P.-J.<br />
Proudhon, em sua obra De la Justice dans la Révolution et dans l’Église, que contém<br />
todos os grandes temas da moral anarquista. “O homem, em virtude da razão da qual<br />
é dotado, tem a faculdade de sentir sua dignidade na pessoa de seu semelhante<br />
assim como em sua própria pessoa, e afirmar, sob esse aspecto, sua identidade com<br />
ele.” A justiça é o produto dessa faculdade: é o respeito, espontaneamente<br />
experimentado e reciprocamente garantido, da dignidade humana, em qualquer<br />
pessoa e em qualquer circunstância que ela se encontre comprometida e em qualquer<br />
risco que sua defesa nos expõe. “O ‘direito’ é para cada um a faculdade de exigir dos<br />
outros o respeito pela dignidade humana em sua pessoa; o ‘dever’, a obrigação para<br />
cada um de respeitar essa dignidade no próximo.” No fundo, direito e dever são<br />
termos idênticos, porquanto são sempre a expressão do respeito, e exigível ou devido<br />
; exigível porque é devido; devido porque é exigível. Eles não diferem senão pelo<br />
sujeito, eu ou tu, em quem a dignidade está comprometida.” [Essa definição] enuncia<br />
um fato, ou seja, que se não há sempre e necessariamente comunidade de interesses<br />
entre os homens, há sempre e essencialmente solidariedade de dignidade, coisa<br />
superior ao interesse.” Ela é pura de todo elemento místico, fisiológico. No lugar da<br />
religião dos deuses, o respeito pela humanidade; no lugar de uma afeição animal, de<br />
uma espécie de magnetismo orgânico, o sentimento exaltado que a razão tem de si<br />
mesma...” Pierre-Joseph Proudhon, De la justice dans la Révolution et dans l’Eglise.<br />
LIBERTÁRIO<br />
Conquanto sinônimo da palavra anarquista, o termo libertário é às vezes utilizado por<br />
aqueles que se proclamam partidários de uma liberdade maximal, sem forçosamente<br />
assumir o conjunto das teorias anarquistas.<br />
MANDATO<br />
Função de uma duração variável dada por um indivíduo, uma coletividade, a um<br />
terceiro ou a várias pessoas, para que ele(s) a desempenhe(m) em seu nome. Para os<br />
anarquistas, o mandato deve ser preciso, de uma duração determinada, e o<br />
mandatário revogável a qualquer momento, por oposição à delegação de poder.<br />
Jornal Operário Ácrata<br />
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MUTUALISMO<br />
Sistema econômico fundado na mutualidade, isto é, na reciprocidade ilimitada,<br />
implicando a liberdade de troca e de contrato, na ausência de todo monopólio ou<br />
privilégio. Liberdade absoluta de associação voluntária na ausência de toda<br />
organização coercitiva.<br />
ORGANIZAÇÃO ESPECIFISTA ANARQUISTA<br />
Ela reagrupa militantes trabalhando em bases comuns e tendo definido o único modo<br />
de estruturação que podem ter os anarquistas: o federalismo. Federalismo que é<br />
preciso adaptar à situação geográfica e social do meio no qual se milita. O anarquismo<br />
e a organização anarquista têm seus princípios intangíveis, qualquer que seja a<br />
situação e na base desses princípios definidos; só modificações de detalhes,<br />
acréscimos, análises de reatualização podem ser acrescidos. A organização<br />
especifista forma militantes, propaga o anarquismo e prepara-se para o confronto no<br />
qual ela deverá desempenhar um papel primordial.<br />
PLURALISMO<br />
Filosofia segundo a qual os seres são múltiplos, individuais e não dependem de uma<br />
realidade absoluta. O pluralismo nasce de uma evidência primordial, uma observação<br />
existencial, uma constatação sociológica. A sociedade surge espontaneamente<br />
constituída por um conjunto de grupos, pessoas, que são tanto células vivas quanto<br />
centros ativos. Simultaneamente autônomos e solidários, em oposição e composição,<br />
engendram, por suas imbricações, tensões e complementaridade, a própria vida e o<br />
desenvolvimento social.<br />
POLÍTICA<br />
Arte e prática do governo das sociedades humanas, relativa às relações do governo e<br />
de suas oposições, com o poder e a luta em torno deste. A política é a ciência de<br />
governar pelo Estado.<br />
PROLETARIADO<br />
Conjunto daqueles que não têm, para fazer viver os seus e eles próprios, senão sua<br />
força de trabalho. O proletário goza da liberdade cívica, mas só tem o trabalho como<br />
único meio de subsistência.<br />
PROPRIEDADE<br />
Quer seja privada ou estatista, a propriedade é o direito de usar e abusar, fruir e dispor<br />
de uma coisa de uma maneira exclusiva e absoluta, sob as restrições estabelecidas<br />
pela lei. Questionando a noção de propriedade, os anarquistas não negam o conceito<br />
de posse, que é a faculdade de usar sem abusar de um bem do qual se dispõe. Em<br />
contrapartida, os meios de produção e distribuição são considerados como posse do<br />
conjunto da sociedade.<br />
Jornal Operário Ácrata<br />
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PROVOCAÇÃO<br />
Prática empregada pelo Estado, no transcurso da história, para desacreditar o<br />
movimento social. Essas provocações suscitaram atos violentos, bem amiúde<br />
repreensíveis, cometidos por indivíduos que não tinham grande coisa a ver com a<br />
prática e os princípios autênticos do anarquismo ou que, amiúde, foram manobrados<br />
pela polícia ou pelos serviços secretos dos Estados, com a intenção de fazer tornar a<br />
brotar o opróbrio sobre o conjunto do movimento operário.<br />
REFORMISMO<br />
Doutrina daqueles que, embora se afirmando a favor de uma transformação social<br />
tendo por objeto assentar a organização da sociedade sobre princípios e fundamentos<br />
opostos àqueles que existem, propõem-se a chegar a esses resultados por uma série<br />
mais ou menos considerável de reformas parciais mais ou menos importantes, no<br />
âmbito da legalidade.<br />
REVOLUÇÃO SOCIAL<br />
Meio através do qual os anarquistas querem instaurar uma sociedade federalista<br />
libertária, liberta de toda alienação mística e fundada na igualdade econômica e social.<br />
Conseqüência de um movimento de massa, a revolução social tem por objeto uma<br />
mudança radical de sociedade pela supressão do Estado e de suas instituições, a<br />
expropriação dos detentores dos meios de produção, abolindo, assim, toda exploração<br />
do homem pelo homem.<br />
SINDICATO<br />
Agrupamento por meio do qual reúnem-se os trabalhadores, para a defesa de<br />
interesses materiais ou morais que lhes são comuns. O sindicato é constituído em<br />
confederação que reagrupa dois tipos de federações: as federações de indústria, que<br />
reúnem no plano nacional os sindicatos de um mesmo ramo, e as uniões locais e<br />
regionais, que reúnem numa mesma localidade ou numa mesma região os sindicatos<br />
dos diferentes ramos. A ação dos sindicatos deveria realizar-se fora de toda influência<br />
política ou religiosa; mas a evolução do sindicalismo de integração e colaboração<br />
mostra-nos que a realidade é bem diferente.<br />
SINDICALISMO REVOLUCIONÁRIO<br />
O sindicalismo revolucionário se quer uma força autônoma, destinada a assegurar, no<br />
imediato, a emancipação dos trabalhadores e, no futuro, a fornecer as estruturas da<br />
organização social. O sindicalismo revolucionário quer substituir o Estado pelo<br />
sindicato que, de agrupamento de resistência, tornar-se-á agrupamento de produção e<br />
distribuição. Ao final, o sindicato não é mais um instrumento de<br />
luta, mas o ideal da sociedade futura.<br />
SOCIALISMO<br />
Doutrina que entende fazer prevalecer o interesse, o bem geral,<br />
sobre os interesses particulares, por intermédio de uma<br />
organização concertada. Visto que só considera o interesse de<br />
“todos” e não o interesse de “todos e de cada um”, o socialismo<br />
não engloba. Para os marxistas, por sinal, o socialismo é a fase<br />
transitória da evolução social durante a qual exerce-se a ditadura<br />
Jornal Operário Ácrata<br />
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“do proletariado” por intermédio do Estado sobre o conjunto da sociedade. Essa fase<br />
interviria após a eliminação do capitalismo e antes que o comunismo pudesse ser<br />
realizado.<br />
SOCIEDADE<br />
Conjunto dos indivíduos, dos grupamentos e de suas relações orgânicas. O indivíduo<br />
sendo o fruto dessas relações, a vida em sociedade é, pois, uma condição essencial a<br />
seu desenvolvimento.<br />
TERRORISMO<br />
Método de governo que se apóia no terror para obrigar os membros de uma<br />
coletividade à obediência: o medo sendo um dos principais meios de autoridade. O<br />
terrorismo, como técnica de governo ou conquista do poder, pode ser considerado<br />
como a continuação da política. Terrorismo governamental ou de oposição são as<br />
duas faces de um mesmo terrorismo de Estado.<br />
TRABALHO<br />
Ação inteligente dos homens em sociedade sobre a matéria, com um intento de<br />
satisfação pessoal. Necessário à vida de toda sociedade, ele lhe dá<br />
sua unidade de ação, sua coerência coletiva, engendra a<br />
diversificação das funções e dos produtos. O trabalho determina as<br />
diversas fases do crescimento de uma sociedade e, em seguida,<br />
todo seu organismo. Os anarquistas lutam contra a exploração do<br />
trabalho de todos por alguns, por meio do salariado, modo de<br />
remuneração individual, não proporcionado ao trabalho coletivo.<br />
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