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GAZETA DIARIO 551

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Foz do Iguaçu, terça-feira, 10 de abril de 2018<br />

ESCOLAS MUNICIPAIS<br />

Política<br />

07<br />

Comissão emite parecer favorável<br />

à proibição da ideologia de gênero<br />

Mesmo com renúncia de um dos autores, Câmara decide<br />

levar projeto à votação em plenário<br />

Elson Marques<br />

Freelancer<br />

Será lido, na sessão desta<br />

terça-feira (10), o parecer<br />

da Comissão de Legislação,<br />

Justiça e Redação<br />

favorável ao projeto de<br />

emenda à lei orgânica proibindo<br />

a inclusão de ensino<br />

sobre ideologia de gênero<br />

nas escolas municipais. No<br />

setor jurídico, a conclusão<br />

é a de que a proposta atende<br />

aos preceitos legais, estando<br />

liberada para debate<br />

e votação.<br />

Pela teoria de gênero, ninguém<br />

nasce homem ou mulher,<br />

mas cada indivíduo deve<br />

construir sua própria identidade,<br />

isto é, seu gênero, ao<br />

longo da vida, independentemente<br />

do que a biologia, a<br />

genética ou os hormônios determinem.<br />

O projeto em trâmite<br />

na Câmara Municipal<br />

quer proibir a abordagem do<br />

tema sob essa ótica nas escolas<br />

municipais.<br />

Mesmo com a renúncia<br />

do vereador Dr. Brito, principal<br />

articulador da proposta,<br />

a Câmara decidiu<br />

dar sequência ao projeto<br />

para deliberação soberana<br />

do plenário. A explicação<br />

é que ele não é autor único,<br />

havendo a assinatura<br />

de outros 11 vereadores.<br />

Apenas foi retirado o nome<br />

de Dr. Brito, e o projeto segue<br />

normalmente.<br />

Foto: CMFI<br />

Celino Fertrin foi relator do projeto na comissão e defende a regulamentação do tema<br />

No parecer, a comissão<br />

destaca que os propósitos<br />

de combater preconceitos<br />

jamais poderão justificar a<br />

prática de abusos contra<br />

crianças — pessoas em desenvolvimento<br />

e com fragilidade<br />

psicológica — e o<br />

desrespeito ao direito da família<br />

na formação moral<br />

dos filhos.<br />

Para a CLJR, "a inserção<br />

da ideologia de gênero na<br />

educação brasileira representa<br />

uma clara violação à<br />

dignidade humana da criança<br />

e do adolescente, assim<br />

como ao direito de pais e responsáveis<br />

legais de determinarem<br />

a educação dos seus<br />

filhos de acordo com suas<br />

convicções morais, filosóficas<br />

e religiosas".<br />

Sustentação legal<br />

Para chegar ao parecer,<br />

a Comissão de Legislação,<br />

Justiça e Redação disse que<br />

os parâmetros estão estabelecidos<br />

em "farta legislação<br />

internacional de direitos<br />

humanos fundamentais,<br />

na nossa Constituição<br />

Federal e na legislação infraconstitucional".<br />

Aponta ainda que "o<br />

Congresso Nacional, legítimo<br />

representante do povo<br />

brasileiro, rejeitou, democraticamente,<br />

no Plano<br />

Nacional de Educação, o<br />

estabelecimento das expressões<br />

como ideologia de<br />

gênero". Também conclui o<br />

parecer que, de igual<br />

modo, a teoria "fere o ordenamento<br />

jurídico pátrio,<br />

notadamente a Constituição,<br />

o Código Civil e o Estatuto<br />

da Criança e do<br />

Adolescente".<br />

Além de citar as manifestações<br />

ocorridas no ano<br />

passado e a audiência pública<br />

com a grande maioria<br />

defendendo a proibição<br />

da abordagem nas escolas,<br />

o parecer faz referência até<br />

ao papa Francisco, que se<br />

manifestou diversas vezes<br />

contra a ideologia de gênero.<br />

Em uma delas afirmou:<br />

"Uma coisa é que a pessoa<br />

tenha esta tendência, esta<br />

opção, e há também aqueles<br />

que mudam de sexo; e<br />

outra coisa é ministrar o<br />

ensino nas escolas nesta<br />

linha, para mudar a mentalidade".<br />

Matéria não faz<br />

parte da grade<br />

Nos termos do parecer, "consonância ao<br />

PNE nacional, o município de Foz do<br />

Iguaçu, como bem afirmou a Presidente do<br />

Sindicato dos Professores e Profissionais de<br />

Educação, professora Maria Ricce, na<br />

audiência pública realizada em 01/12/2017<br />

e em entrevista ao jornal diário A Gazeta<br />

de Iguaçu, em 04 de dezembro de 2017: Não<br />

existe no nosso programa municipal de<br />

educação o ensino de ideologia de gênero..."<br />

O parecer destacou ainda que a presidente<br />

do referido sindicato disse: "Isso não é<br />

aplicado e nenhum professor é orientado<br />

nesse sentido. Trabalhamos sim o respeito,<br />

a não discriminação e ensinamos a criança<br />

a não ter preconceitos, e somos sim<br />

defensores e parceiros das famílias".<br />

A conclusão da comissão é a de que não há<br />

inconstitucionalidade na matéria em<br />

tramitação. Após a leitura do parecer, o<br />

projeto estará pronto para entrar na pauta<br />

de votação da próxima quinta-feira (12).<br />

Medida impede inclusão<br />

A Comissão de Legislação, Justiça e<br />

Redação aponta ainda a necessidade de<br />

medida preventiva. Observa que "à revelia<br />

do que estabelece o Plano Nacional de<br />

Educação e o Plano Municipal de<br />

Educação, existem articulações para<br />

inclusão da ideologia de gênero na BNCC -<br />

Base Nacional Comum Curricular. Por isso<br />

é necessário definir os limites do que<br />

compete à família".<br />

De acordo com Celino Fertrin (PDT),<br />

relator do projeto na comissão, "tudo<br />

aquilo que não é proibido pode ser<br />

praticado, portanto temos que<br />

regulamentar para não trazer problemas<br />

maiores futuros. Sem privar a liberdade de<br />

ninguém, pelo contrário, que cada um seja<br />

feliz da forma que queira, ou que pense,<br />

porém não podemos influenciar".

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