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Peregrinando dentro de um olhar - II

Fotografias e pensamentos que ilustram as notas autobiográficas de Plinio Corrêa de Oliveira

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Plinio Corrêa <strong>de</strong> Oliveira<br />

<strong>Peregrinando</strong><br />

<strong><strong>de</strong>ntro</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>olhar</strong><br />

<strong>II</strong>


Plinio Corrêa <strong>de</strong> Oliveira<br />

<strong>Peregrinando</strong><br />

<strong><strong>de</strong>ntro</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>olhar</strong><br />

Vol<strong>um</strong>e <strong>II</strong><br />

1933 - 1959<br />

Editora Retornarei<br />

São Paulo – 2016


Declaração: Conformando-nos com os <strong>de</strong>cretos do S<strong>um</strong>o Pontífice<br />

Urbano V<strong>II</strong>I, <strong>de</strong> 13 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1625 e <strong>de</strong> 5 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1631, <strong>de</strong>claramos<br />

não querer antecipar o juízo da Santa Igreja no emprego <strong>de</strong> palavras ou<br />

na apreciação dos fatos edificantes publicados nesta coleção. Em nossa<br />

intenção, os títulos elogiosos não têm outro sentido senão o ordinário, e<br />

em tudo nos submetemos, com filial amor, às <strong>de</strong>cisões da Santa Igreja.<br />

1 a edição<br />

Janeiro <strong>de</strong> 2016<br />

Organização:<br />

Roberto Kasuo Takayanagi<br />

Capa: Dr. Plinio Corrêa <strong>de</strong> Oliveira em 1950.<br />

ISBN: 978-85-64202-04-7<br />

© Editora Retornarei<br />

Rua Antônio Pereira <strong>de</strong> Sousa, 194 - Sala 27<br />

02404-060 — São Paulo — SP<br />

E-mail: editora_retornarei@yahoo.com.br<br />

4


5


Apresentação<br />

N<br />

o primeiro vol<strong>um</strong>e da coleção “<strong>Peregrinando</strong> <strong><strong>de</strong>ntro</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>um</strong> <strong>olhar</strong>” pu<strong>de</strong>mos contemplar a reluzente inocência<br />

― retidão natural da alma h<strong>um</strong>ana, que a graça do<br />

Batismo acentua ― refletida na fisionomia <strong>de</strong> Plinio Corrêa <strong>de</strong><br />

Oliveira, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> sua mais tenra infância até a ida<strong>de</strong> adulta, já no<br />

fragor da luta em prol da Santa Igreja Católica, enquanto <strong>de</strong>putado<br />

da Liga Eleitoral Católica (LEC), o mais jovem e mais votado<br />

para a Assembleia Nacional Constituinte <strong>de</strong> 1934. Sua figura <strong>de</strong><br />

lí<strong>de</strong>r católico, então, se projetava inconteste por todo o País.<br />

Encerrada a atuação no cenário legislativo, teve <strong>de</strong> realizar<br />

a dolorosa renúncia a <strong>um</strong>a carreira política brilhante, por fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong><br />

à doutrina católica, ao recusar a filiação a alguns dos<br />

partidos que o procuraram com insistência para se candidatar<br />

em suas listas a <strong>um</strong>a reeleição tida como certa. E Dr. Plinio<br />

voltou as costas a esse futuro promissor e passou a <strong>de</strong>dicar-se<br />

com toda a alma ao apostolado nas fileiras da Congregação<br />

Mariana.<br />

Nas fotografias <strong>de</strong>sse período bem po<strong>de</strong>mos admirar a<br />

inocência acrisolada pela serieda<strong>de</strong>, pela visão <strong>de</strong> longo alcance,<br />

pela força calma, compassada, positiva, capaz <strong>de</strong> remover<br />

qualquer obstáculo, <strong>de</strong> vencer qualquer distância e chegar até<br />

on<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve chegar. 1<br />

Foi, em boa medida, à frente do “Legionário”, importante<br />

semanário católico <strong>de</strong> São Paulo, que Dr. Plinio <strong>de</strong>senvolveu sua<br />

1) Cf. Conferência, 14/3/1981.<br />

7


atuação nos meios católicos. Assim narra ele a situação: “Foi-<br />

-me, então, confiada a direção do “Legionário”, órgão da Congregação<br />

Mariana da Paróquia <strong>de</strong> Santa Cecília. No quadro redatorial<br />

<strong>de</strong>sse semanário formou-se gradualmente <strong>um</strong> grupo <strong>de</strong><br />

amigos [...]. O “Legionário” não se <strong>de</strong>stinava ao gran<strong>de</strong> público,<br />

mas tão somente a esse imenso meio, <strong>um</strong> tanto fechado, que era<br />

o movimento católico. [...] Realçava ainda essa influência a situação<br />

pessoal <strong>de</strong> meus colaboradores e a minha, no movimento<br />

católico, pois fazíamos parte da direção das entida<strong>de</strong>s mais<br />

marcantes da juventu<strong>de</strong> católica <strong>de</strong> São Paulo, isto é, da cida<strong>de</strong><br />

mariana por excelência. [...] Tudo prometia, pois, <strong>um</strong> porvir <strong>de</strong><br />

trabalhos fecundos e pacíficos”. 2<br />

Na direção do “Legionário”, que se tornou mais tar<strong>de</strong> órgão<br />

oficioso da Arquidiocese <strong>de</strong> São Paulo, permaneceu Dr. Plinio <strong>de</strong><br />

1933 a 1947. Em suas páginas publicou inúmeros artigos analisando<br />

a situação internacional, tanto do ponto <strong>de</strong> vista religioso,<br />

como político e social. Suas previsões sobre o curso dos acontecimentos<br />

tornaram-se famosas não só pelo acerto, como pela<br />

improbabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua realização. Foi, por exemplo, o caso do<br />

prognóstico relativo à assinatura do Pacto Ribbentrop-Molotov,<br />

<strong>de</strong> 23 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1939, entre a Alemanha nazista e a Rússia<br />

comunista, do qual, na época, ninguém suspeitava.Tal aliança foi<br />

prenunciada por Dr. Plinio com meses <strong>de</strong> antecedência. 3 Muitos<br />

se perguntavam, então, surpresos, como conseguia ele fazer tão<br />

acertadas previsões. Baseava-se, simplesmente, na análise sapiencial,<br />

lógica e arquitetônica, feita à luz da fé, do <strong>de</strong>senrolar<br />

dos fatos noticiados pela imprensa. Era essa luz sobrenatural que<br />

2) Ao serviço <strong>de</strong> Deus e da Santa Igreja. In: Revista Dr. Plinio, Ano XI, n. 129, <strong>de</strong>zembro<br />

<strong>de</strong> 2008, p. 18-19.<br />

3) Entre o passado e o futuro. In: “Legionário”, Ano X<strong>II</strong>, n. 329, <strong>de</strong> 1/1/1939, p. 2: “Efetivamente,<br />

enquanto todos os campos se <strong>de</strong>finem, <strong>um</strong> movimento cada vez mais nítido<br />

se processa. É a fusão doutrinária do nazismo com o comunismo. A nosso ver, 1939<br />

assistirá à cons<strong>um</strong>ação <strong>de</strong>ssa fusão”. Pelas páginas do “Legionário”, Dr. Plinio <strong>de</strong>nunciou<br />

<strong>de</strong>stemidamente tanto os erros do comunismo como os do nazismo e do fascismo,<br />

assim como seu caráter totalitário e anticristão.<br />

8


lhe permitia discernir no caos dos acontecimentos <strong>um</strong> r<strong>um</strong>o claro<br />

que mais ninguém via. Bem se po<strong>de</strong> medir o prestígio que isso<br />

lhe acarretava.<br />

Nesse período, Dr. Plinio ass<strong>um</strong>iu também a cátedra <strong>de</strong><br />

História da Civilização na Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Bento e na Faculda<strong>de</strong><br />

Se<strong>de</strong>s Sapientiæ, instituições que passaram a compor<br />

a Pontifícia Universida<strong>de</strong> Católica <strong>de</strong> São Paulo, e no Colégio<br />

Universitário da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Direito do Largo <strong>de</strong> São Francisco<br />

(da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo). Exerceria ele a função<br />

docente até o início da década <strong>de</strong> 1960.<br />

Dedicou-se também a seu conceituado escritório <strong>de</strong> advocacia,<br />

que contava entre os clientes a Cúria Arquidiocesana <strong>de</strong><br />

São Paulo, a Or<strong>de</strong>m do Carmo e o Mosteiro <strong>de</strong> São Bento.<br />

Em 12 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1940 foi empossado como Presi<strong>de</strong>nte<br />

da Junta Arquidiocesana da Ação Católica <strong>de</strong> São Paulo. No <strong>de</strong>sempenho<br />

<strong>de</strong>ste cargo, em 7 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1942, no encerramento<br />

do IV Congresso Eucarístico Nacional, Dr. Plinio discursou<br />

no Vale do Anhangabaú para cerca <strong>de</strong> 500 mil fiéis ― ato<br />

transmitido por rádio para todo o País ― arrancando entusiásticos<br />

aplausos da multidão. Foi <strong>um</strong>a verda<strong>de</strong>ira apoteose para <strong>um</strong><br />

lí<strong>de</strong>r católico <strong>de</strong> 33 anos.<br />

Diante <strong>de</strong> tais êxitos, a atitu<strong>de</strong> invariável <strong>de</strong> Dr. Plinio era<br />

<strong>de</strong> <strong>um</strong> exemplar <strong>de</strong>sapego e h<strong>um</strong>ilda<strong>de</strong>, compenetrado <strong>de</strong> que<br />

sem a graça o homem é incapaz <strong>de</strong> obrar o bem. Comentando o<br />

fato anos <strong>de</strong>pois, observava: “O Brasil inteiro me ouviu, o Brasil<br />

inteiro me aplaudiu e dois dias <strong>de</strong>pois o Brasil inteiro me<br />

esqueceu!”. 4 Situação que aceitou com serena resignação, certo<br />

<strong>de</strong> que, como afirmava ele, “quando Nosso Senhor e Nossa Senhora<br />

querem nos con<strong>de</strong>corar, põem-nos <strong>um</strong>a cruz às costas! Os<br />

gran<strong>de</strong>s sofrimentos são os gran<strong>de</strong>s lances da vida”. 5<br />

4) Conferência, 11/9/1982.<br />

5) Conferência, 26/8/1983.<br />

9


Com efeito, ainda na década <strong>de</strong> 1940, a conjuntura dos<br />

meios católicos começaria a mudar profundamente, e os novos<br />

ventos que sopravam da Europa acabariam por afastar Dr. Plinio<br />

da posição <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança que ocupava até então: “A noite <strong>de</strong>nsa<br />

<strong>de</strong> <strong>um</strong> ostracismo pesado, completo, intérmino, baixou sobre<br />

aqueles meus amigos que continuaram fiéis. O esquecimento e<br />

o olvido nos envolveram, quando ainda estávamos na flor da<br />

ida<strong>de</strong>: era este o sacrifício previsto e consentido. [...] Imagine-se<br />

<strong>um</strong> pugilo <strong>de</strong> lí<strong>de</strong>res já sem li<strong>de</strong>rados, <strong>um</strong> grupo que já c<strong>um</strong>priu<br />

sua missão, sobreviveu a ela e fica sobrando. Esta era a nossa<br />

situação, quando o mais velho <strong>de</strong> nós tinha [menos <strong>de</strong>] 40 anos<br />

e o mais jovem 25! Resolvemos continuar unidos [...]. Estudos<br />

doutrinários em com<strong>um</strong>. Convívio fraterno e cordial. Assim, a<br />

Providência colocava as condições i<strong>de</strong>ais para nos unir. Veio daí<br />

tal enrijecimento <strong>de</strong> nossa coesão no pensar, no sentir e no agir,<br />

como mais seria difícil imaginar. Escondida na terra, a semente<br />

germinava”. 6 De lí<strong>de</strong>res do movimento católico, esse pugilo<br />

<strong>de</strong> amigos relegados ao esquecimento ficou conhecido como o<br />

“Grupo do Plinio”.<br />

No isolamento, estava Dr. Plinio dando origem a <strong>um</strong>a família<br />

espiritual que se tornaria com o tempo vasta e influente.<br />

Como seu fundador, encontrava-se “na situação <strong>de</strong> ter que<br />

ir contra a corrente e ser sinal <strong>de</strong> contradição [...] feito palavra<br />

viva, que se converte em <strong>de</strong>núncia com sua própria vida e ação,<br />

atraindo o ódio e a perseguição dos que se sentem ameaçados<br />

no seu cômodo viver”. 7 Aos superiores <strong>de</strong>sígnios da Providência,<br />

se submetia Dr. Plinio com toda docilida<strong>de</strong>, pois, dizia ele:<br />

“há períodos da vida em que a ascese nos faz vestir o hábito<br />

negro da serieda<strong>de</strong>; mas <strong>de</strong>pois se percebe que ele é dourado”. 8<br />

6) Ao serviço <strong>de</strong> Deus e da Santa Igreja. In: Revista Dr. Plinio, Ano XI, n. 129, <strong>de</strong>zembro<br />

<strong>de</strong> 2008, p. 18-19.<br />

7) CIARDI, Fabio. Los fundadores, hombres <strong>de</strong>l Espíritu, p. 274-275.<br />

8) Conferência, 13/8/1983.<br />

10


Em 1951, a criação do jornal “Catolicismo”, órgão da Diocese<br />

<strong>de</strong> Campos (RJ), <strong>de</strong> cujo corpo redatorial fazia parte o chamado<br />

“Grupo do Plinio”, possibilitou a retomada do apostolado,<br />

com a constituição <strong>de</strong> <strong>um</strong>a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> simpatizantes em todo<br />

o País. Renovaram-se as esperanças. E <strong>de</strong> 1953 até 1959, várias<br />

Semanas <strong>de</strong> Estudos <strong>de</strong> Propagandistas <strong>de</strong> Catolicismo foram<br />

realizadas, reunindo centenas <strong>de</strong> participantes. O “Grupo do<br />

Plinio” passou então a ser conhecido como o “Grupo <strong>de</strong> Catolicismo”,<br />

com pon<strong>de</strong>rável influência nos meios católicos. Com<br />

efeito, os fatos comprovavam como “a semente germinava”...<br />

Nas páginas <strong>de</strong> “Catolicismo”, em seu número 100, foi<br />

publicada em abril <strong>de</strong> 1959 “Revolução e Contra-Revolução”,<br />

obra-mestra <strong>de</strong> Dr. Plinio, na qual ele analisa o processo multissecular<br />

que vem <strong>de</strong>struindo, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a Ida<strong>de</strong> Média, a Civilização<br />

Cristã, por meio <strong>de</strong> quatro gran<strong>de</strong>s Revoluções: a 1ª conformada<br />

pelo H<strong>um</strong>anismo, Renascença e Protestantismo; a 2ª, pela Revolução<br />

Francesa; a 3ª, pelo Comunismo; a 4ª, pela Revolução da<br />

Sorbonne, em Maio <strong>de</strong> 1968. 9 A gran<strong>de</strong> originalida<strong>de</strong> da obra<br />

está na explicitação do papel das tendências, e dos ambientes e<br />

cost<strong>um</strong>es, para a formação das i<strong>de</strong>ias, as quais, por sua vez, gerarão<br />

os fatos. Também apontava a unicida<strong>de</strong> e a universalida<strong>de</strong><br />

do processo revolucionário. Neste estudo <strong>de</strong>finiu Dr. Plinio o<br />

mal que assola a civilização, discernido por ele <strong>de</strong>s<strong>de</strong> menino<br />

em sua inocência, sem contudo conseguir na época dar-lhe <strong>um</strong><br />

nome ― Revolução ―, e apontar-lhe as causas mais profundas<br />

― <strong>um</strong>a explosão <strong>de</strong> orgulho e sensualida<strong>de</strong>. Em seu parecer sobre<br />

o livro, o conhecido teólogo Pe. Anastasio Gutiérrez, CMF,<br />

<strong>de</strong>clara: “É <strong>um</strong>a Obra profética no melhor sentido da palavra;<br />

mais ainda, que seu conteúdo <strong>de</strong>veria ensinar-se nos centros superiores<br />

da Igreja”. 10<br />

9) A explicitação da 4ª Revolução foi incluída pelo Autor na reedição da obra em 1977.<br />

10) CORRÊA DE OLIVEIRA, Plinio. Revolução e Contra-Revolução, 2008, 6 ed. São<br />

Paulo: Editora Retornarei Ltda., p. 7.<br />

11


Analisando as fisionomias <strong>de</strong>ste varão íntegro apresentadas<br />

na presente coleção, vemos como <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a infância as questões<br />

fundamentais da existência h<strong>um</strong>ana ― como a distinção<br />

entre bem e mal, verda<strong>de</strong> e erro, beleza e feiura ― estavam claras<br />

em sua mente, ganhando apenas em niti<strong>de</strong>z e profundida<strong>de</strong><br />

com o correr dos anos.<br />

Este segundo vol<strong>um</strong>e da coleção “<strong>Peregrinando</strong> <strong><strong>de</strong>ntro</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>um</strong> <strong>olhar</strong>” abarca as melhores fotografias disponíveis <strong>de</strong> Dr. Plinio<br />

Corrêa <strong>de</strong> Oliveira <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1933 até o período <strong>de</strong> expansão do<br />

apostolado <strong>de</strong> “Catolicismo”, na década <strong>de</strong> 1950. Nessa sequência<br />

<strong>de</strong> imagens, ora vinda a l<strong>um</strong>e, fica evi<strong>de</strong>nte a fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste<br />

varão católico à sua inocência batismal, acendrada, com os anos,<br />

da pugnacida<strong>de</strong>, da vigilância, da perspicácia e da disposição ao<br />

holocausto <strong>de</strong> <strong>um</strong> verda<strong>de</strong>iro filho e escravo <strong>de</strong> Maria Santíssima<br />

e da Santa Igreja Católica Apostólica Romana. Fica outrossim<br />

patente como o itinerário <strong>de</strong>sta gran<strong>de</strong> alma foi retilíneo e ascensional,<br />

sem a menor <strong>de</strong>fecção, mesmo diante das provações mais<br />

atrozes.<br />

Como ponto <strong>de</strong> origem e <strong>de</strong> inspiração <strong>de</strong> <strong>um</strong>a vasta família<br />

espiritual, bem po<strong>de</strong>mos aplicar a Dr. Plinio o princípio segundo<br />

o qual “Os fundadores po<strong>de</strong>m ser analisados e examinados,<br />

em profundida<strong>de</strong>, sob múltiplos ângulos; porém, só há <strong>um</strong><br />

modo <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r a fundo sua vida e seu carisma: amando-<br />

-os”. 11 Pois, “o fundador representa [...] <strong>um</strong>a imagem divina, <strong>um</strong><br />

mo<strong>de</strong>lo que, na sua vida e ensinamento, reproduz Cristo <strong>de</strong> <strong>um</strong>a<br />

maneira adaptada aos seus filhos”. 12<br />

Como geralmente se afirma, os vitrais são os olhos das<br />

catedrais e os olhos são os vitrais da alma h<strong>um</strong>ana; assim, as<br />

expressões fisionômicas <strong>de</strong> alguém representam testemunhas<br />

eloquentes da história <strong>de</strong>ssa alma. Se a presente publicação pu-<br />

11) ROMANO, Pe. Antonio. Los fundadores, profetas <strong>de</strong> la Historia, p. 202.<br />

12) GILMONT, J. F., Paternité et médiation du Fondateur d’Ordre, in Revue d’Ascétique<br />

et <strong>de</strong> Mystique, p. 416-417.<br />

12


<strong>de</strong>r contribuir para <strong>um</strong> maior conhecimento, compreensão e valorização<br />

da pessoa <strong>de</strong> Plinio Corrêa <strong>de</strong> Oliveira terá atingido<br />

seus objetivos.<br />

13


Plinio Corrêa <strong>de</strong> Oliveira<br />

De 1933 a 1959


Em 13/8/1933, na<br />

Assembleia <strong>de</strong><br />

Mestres <strong>de</strong> Noviços<br />

das Congregações<br />

Marianas.<br />

E<br />

ncontrei ao longo<br />

do meu caminho<br />

<strong>um</strong>a série <strong>de</strong><br />

estandartes jogados<br />

no chão, <strong>de</strong>rrotados,<br />

calcados, pisados, que<br />

simbolizariam as várias<br />

causas que tiveram<br />

<strong>de</strong>fensores no passado<br />

e já ninguém mais<br />

<strong>de</strong>fendia. Quando<br />

abri os olhos para o<br />

problema da Revolução<br />

e Contra-Revolução,<br />

olhei em torno <strong>de</strong> mim<br />

e vi que não tinha<br />

ninguém... 1<br />

16


17


Dr. Plinio no início da<br />

década <strong>de</strong> 1930, como<br />

Congregado Mariano.<br />

D<br />

eve-se crer em<br />

Nossa Senhora nas<br />

circunstâncias mais<br />

surpreen<strong>de</strong>ntes,<br />

porque o<br />

surpreen<strong>de</strong>nte é<br />

o natural da era<br />

em que nós vamos<br />

entrar. E nessa era<br />

do surpreen<strong>de</strong>nte, na<br />

outra ponta começam<br />

as águas benditas dos<br />

mares do Reino <strong>de</strong><br />

Maria! As vocações<br />

especiais, como a<br />

nossa, são vocações<br />

que têm <strong>de</strong> passar por<br />

dificulda<strong>de</strong>s em que se<br />

exija confiança! 2<br />

18


19


Como congregado<br />

mariano na década<br />

<strong>de</strong> 1930.<br />

“B<br />

em-aventurados<br />

os puros porque<br />

verão a Deus”. Eles<br />

não O verão apenas<br />

no Céu: o puro tem<br />

<strong>olhar</strong> puro para ver<br />

a conformida<strong>de</strong> com<br />

Deus das coisas boas<br />

que estão na terra,<br />

para ver a Deus<br />

em tudo e para ser<br />

corajoso e lutar até<br />

a última gota <strong>de</strong> seu<br />

sangue em <strong>de</strong>fesa<br />

daquilo que é segundo<br />

Deus. 3<br />

20


21


Com companheiros<br />

da Congregação<br />

Mariana <strong>de</strong> São Paulo,<br />

nos anos 30.<br />

A<br />

única coisa que<br />

não cansa é Nossa<br />

Senhora, é Nossa<br />

Senhora, é Nossa<br />

Senhora! É o único<br />

cansaço que eu nunca<br />

tive, é a única meta,<br />

o único ponto <strong>de</strong> meu<br />

<strong>olhar</strong> on<strong>de</strong> nunca<br />

tive <strong>de</strong>cepção e on<strong>de</strong><br />

sempre encontrei<br />

coisa nova e a razão<br />

para renovar o meu<br />

entusiasmo! 4<br />

22


23


Em frente ao Gran<strong>de</strong><br />

Hotel <strong>de</strong> Guarujá (SP),<br />

no início da década<br />

<strong>de</strong> 1930.<br />

O<br />

amor tem como<br />

corolário necessário<br />

o ódio ao mal. O<br />

Congregado Mariano é<br />

<strong>um</strong> inimigo irredutível<br />

do mal. On<strong>de</strong> muitos<br />

se calam, on<strong>de</strong> tantos<br />

se acovardam, on<strong>de</strong><br />

quase todos silenciam,<br />

a voz do Congregado<br />

Mariano se ergue<br />

altiva e <strong>de</strong>nodada para<br />

estigmatizar o mal,<br />

para <strong>de</strong>smascarar<br />

seus partidários,<br />

para contrariar os<br />

ardis dos inimigos<br />

da civilização. 5<br />

24


25


Em 13 <strong>de</strong> setembro<br />

<strong>de</strong> 1934, diante do<br />

Mosteiro <strong>de</strong> São Bento<br />

do Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />

A Igreja Católica<br />

para mim, mais do<br />

que meu pai, mais do<br />

que minha mãe, mais<br />

do que minha vida,<br />

mais do que tudo que<br />

eu possa ter, a Igreja<br />

Católica eu a amo com<br />

<strong>um</strong> amor tal que tem<br />

laivos <strong>de</strong> adoração,<br />

porque Ela é o Corpo<br />

Místico <strong>de</strong> Nosso<br />

Senhor Jesus Cristo! 6<br />

26


27


No Rio <strong>de</strong> Janeiro,<br />

durante mandato <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>putado fe<strong>de</strong>ral,<br />

em 1934.<br />

S<br />

e alg<strong>um</strong> apóstolo<br />

quiser saber como vai<br />

ser julgada a sua vida<br />

no Tribunal Eterno,<br />

não indague tanto<br />

sobre os caminhos<br />

que palmilhou, ou as<br />

gotas <strong>de</strong> suor que <strong>de</strong><br />

sua fronte gotejaram.<br />

Indague, sim, das<br />

horas passadas <strong>de</strong><br />

Rosário em punho aos<br />

pés do Tabernáculo. 7<br />

28


29


No alto: Páscoa dos<br />

Intelectuais, em março<br />

<strong>de</strong> 1936.<br />

Ao lado: em <strong>de</strong>zembro<br />

<strong>de</strong> 1936, Dr. Plinio<br />

como paraninfo dos<br />

formandos do Curso<br />

Profissional do Liceu<br />

Coração <strong>de</strong> Jesus.<br />

A<br />

udacioso até<br />

o incrível, quando<br />

for a hora da<br />

audácia; pru<strong>de</strong>nte<br />

até o inimaginável,<br />

quando for<br />

a hora da prudência;<br />

bom até o inexcogitável,<br />

quando for a hora<br />

do perdão; severo até<br />

o espantoso, quando<br />

for a hora do castigo;<br />

confiante a ponto <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sarmar os outros <strong>de</strong><br />

tão confiante, quando<br />

se trata <strong>de</strong> confiar<br />

n’Aquela que merece<br />

<strong>um</strong>a confiança inteira.<br />

Este seria o general da<br />

guerra dos profetas! 8<br />

30


31


Em 1938, na<br />

inauguração das<br />

rotativas da Editora Ave<br />

Maria, em São Paulo.<br />

C<br />

onfiar sobretudo<br />

quando for absurdo<br />

confiar. É nessas<br />

condições que <strong>de</strong>vemos<br />

travar a nossa gran<strong>de</strong><br />

batalha, a da confiança<br />

em Maria Santíssima<br />

e no Sagrado Coração<br />

<strong>de</strong> Jesus. Confiem,<br />

confiem contra toda<br />

esperança, contra toda<br />

expectativa, confiem<br />

que a vitória será<br />

nossa! 9<br />

32


33


Em 3 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1938,<br />

por ocasião da bênção<br />

das novas máquinas<br />

do “Legionário”, por<br />

D. Duarte Leopoldo e<br />

Silva.<br />

A<br />

melhor arma<br />

do cavaleiro não<br />

é a couraça, não<br />

é o escudo, não é<br />

a espada, não é a<br />

lança. É o <strong>olhar</strong>, é<br />

seu semblante, é a<br />

força <strong>de</strong> alma com a<br />

qual julga e investe!<br />

Verda<strong>de</strong>iramente,<br />

a sua arma é ele<br />

mesmo! 10<br />

34


35


Dr. Plinio por volta <strong>de</strong><br />

1938.<br />

A<br />

partir <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>terminado momento,<br />

tudo o que eu<br />

procurava fazer dava<br />

em zero. Dava no<br />

contrário, para tornar<br />

impossível o que eu<br />

queria, fazendo-me<br />

voltar ao ponto <strong>de</strong><br />

partida. Então, tudo<br />

foi ilusão?<br />

Os senhores po<strong>de</strong>m<br />

compreen<strong>de</strong>r<br />

o tormento <strong>de</strong><br />

tudo isso. 11<br />

36


37


Dr. Plinio na redação<br />

do “Legionário”, em 31<br />

<strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 1938, por<br />

ocasião da visita do<br />

Almirante Yamamoto.<br />

N<br />

a situação em<br />

que vivemos, mais<br />

do que em qualquer<br />

outra, o homem que<br />

ama a Deus <strong>de</strong>ve<br />

compreen<strong>de</strong>r que não<br />

nasceu para si mesmo.<br />

Não tem o direito,<br />

portanto, <strong>de</strong> viver<br />

com a preocupação <strong>de</strong><br />

fazer a sua vonta<strong>de</strong><br />

e <strong>de</strong> levar a vida que<br />

acha gostosa. Se tiver<br />

essa preocupação será<br />

indigno <strong>de</strong> ter nascido<br />

no século em que<br />

nasceu. 12<br />

38


39


Na posse <strong>de</strong> D. José<br />

Gaspar <strong>de</strong> Affonseca e<br />

Silva como Arcebispo<br />

<strong>de</strong> São Paulo, em<br />

17/9/1939.<br />

Ó<br />

Santuário bendito<br />

on<strong>de</strong> eu vi a luz! Eu<br />

creio em ti ainda que<br />

esteja no mais escuro<br />

da noite! Mais ainda,<br />

se eu per<strong>de</strong>sse meus<br />

olhos, ainda diria que<br />

creio em ti! Porque<br />

em <strong>de</strong>terminado<br />

momento a minha<br />

alma viu a verda<strong>de</strong> e<br />

com essa verda<strong>de</strong> eu<br />

fiz <strong>um</strong> pacto eterno!<br />

Não abandonarei esta<br />

verda<strong>de</strong>, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que<br />

Nossa Senhora me<br />

aju<strong>de</strong>, continuarei,<br />

continuarei,<br />

continuarei! 13<br />

40


41


Na posse como<br />

Presi<strong>de</strong>nte da Junta<br />

Arquidiocesana da<br />

Ação Católica <strong>de</strong> São<br />

Paulo, em maio <strong>de</strong><br />

1940.<br />

O<br />

interior da alma<br />

do varão católico<br />

<strong>de</strong>ve ser sereno, cheio<br />

<strong>de</strong> significado e, ao<br />

mesmo tempo, elevado<br />

como o interior <strong>de</strong> <strong>um</strong>a<br />

igreja. A vitalida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>le é inesgotável,<br />

porque sobrenatural,<br />

e resulta <strong>de</strong> <strong>um</strong>a paz<br />

profunda, <strong>de</strong> <strong>um</strong>a<br />

vonta<strong>de</strong> indomável<br />

<strong>de</strong> herói e, ao mesmo<br />

tempo, <strong>de</strong> <strong>um</strong> voltar-se<br />

completamente para as<br />

coisas do Céu! 14<br />

42


43


Em visita a D. José<br />

Gaspar <strong>de</strong> Affonseca e<br />

Silva, em 1940.<br />

É<br />

<strong>um</strong>a glória dizer<br />

“não” à Revolução<br />

gnóstica e igualitária!<br />

“Não” a quatro sécu los<br />

<strong>de</strong> pecado! Nós fazemos<br />

parte <strong>de</strong>sta Cruzada do<br />

século XX! E a glória <strong>de</strong><br />

<strong>um</strong> cruzado, andando<br />

pelas areias quentes da<br />

África do Norte ou da<br />

Ásia à procura do Santo<br />

Sepulcro, não é <strong>um</strong>a<br />

glória maior do que a<br />

nossa, andando pelos<br />

arenais imundos do<br />

século XX à procura do<br />

Reino <strong>de</strong> Maria! 15<br />

44


45


Semana Eucarística<br />

<strong>de</strong> Jaboticabal, em<br />

setembro <strong>de</strong> 1941.<br />

O<br />

s estandartes<br />

abandonados e que<br />

caíram no chão, as<br />

muralhas on<strong>de</strong> há<br />

brecha, as verda<strong>de</strong>s em<br />

que ninguém cogita e<br />

pelas quais é pequeno<br />

o zelo, aquilo tudo que<br />

foi sendo abandonado,<br />

que foi sendo entregue<br />

ao adversário,<br />

eis a parte que a<br />

Providência quis dar à<br />

Con tra‐Revolução. 16<br />

46


47


Em fevereiro <strong>de</strong> 1942,<br />

em Jacarezinho (PR).<br />

P<br />

ara mim, a nota<br />

prepon<strong>de</strong>rante era<br />

esta: eu sabia que<br />

tinha <strong>de</strong> fazer a<br />

Contra-Revolução.<br />

Toda forma <strong>de</strong> ambição<br />

pessoal, <strong>de</strong> mando<br />

e <strong>de</strong> situação não<br />

tinham expressão. Se<br />

eu fizesse a Contra-<br />

Revolução, a minha<br />

vida estaria vivida. Se<br />

não a fizesse, estaria<br />

rateada. 17<br />

48


49


IV Congresso<br />

Eucarístico Nacional,<br />

Saudação<br />

às autorida<strong>de</strong>s civis<br />

e militares,<br />

7 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1942,<br />

Vale do Anhangabaú,<br />

São Paulo.<br />

D<br />

eus <strong>de</strong>stinou para<br />

teatro <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s<br />

feitos este País cujas<br />

montanhas trágicas e<br />

misteriosas penedias<br />

parecem convidar o<br />

homem às supremas<br />

afoitezas do heroísmo<br />

cristão, cujas ver<strong>de</strong>jantes<br />

planícies parecem querer<br />

inspirar o surto <strong>de</strong><br />

novas escolas artísticas<br />

e literárias, <strong>de</strong> novas<br />

formas e tipos <strong>de</strong> beleza,<br />

e na orla <strong>de</strong> cujo litoral<br />

os mares parecem cantar<br />

a glória futura <strong>de</strong> <strong>um</strong> dos<br />

maiores povos da terra.<br />

Tempo houve em que a<br />

História do mundo se<br />

po<strong>de</strong> intitular “Gesta Dei<br />

per francos”; dia virá em<br />

que se escreverá: “Gesta<br />

Dei per brasilienses”. 18<br />

50


51


Dr. Plinio discursando<br />

como Presi<strong>de</strong>nte da<br />

Ação Católica <strong>de</strong> São<br />

Paulo<br />

C<br />

ontra os inimigos<br />

da Pátria que estremecemos,<br />

e <strong>de</strong> Cristo<br />

que adoramos, os<br />

católicos brasileiros<br />

saberão mostrar<br />

sempre <strong>um</strong>a<br />

invencivel resistência.<br />

Lou cos e temerosos!<br />

Mais fácil vos seria<br />

arrancar <strong>de</strong> nossos<br />

céus o Cruzeiro do<br />

Sul, do que arrancar<br />

a soberania e a Fé<br />

a <strong>um</strong> povo fiel a<br />

Cristo, e que colocará<br />

sempre seu mais forte<br />

anseio, fará constituir<br />

sempre mais<br />

alto título <strong>de</strong> ufania<br />

em <strong>um</strong>a a<strong>de</strong>são<br />

filialmente obediente<br />

e entu siasticamente<br />

vitoriosa à Catedra <strong>de</strong><br />

São Pedro. 19<br />

52


53


Dr. Plinio no período<br />

em que presidia a<br />

Junta Arquidiocesana<br />

da Ação Católica <strong>de</strong><br />

São Paulo.<br />

A<br />

atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> minha<br />

alma é procurar com os<br />

olhos a Igre ja Católica,<br />

estar imbuído do espírito<br />

d’Ela, tê‐la <strong><strong>de</strong>ntro</strong> <strong>de</strong><br />

minha alma, ter‐me inteiro<br />

<strong><strong>de</strong>ntro</strong> d’Ela e se Ela for<br />

abandona da por todos<br />

os homens, na medida<br />

em que isso seja possível,<br />

sem que Ela <strong>de</strong>ixe <strong>de</strong><br />

existir, tê‐la inteira <strong><strong>de</strong>ntro</strong><br />

<strong>de</strong> mim, mas viver só<br />

para Ela <strong>de</strong> tal maneira<br />

que eu possa dizer ao<br />

morrer: realmente, eu<br />

fui <strong>um</strong> Varão Católico,<br />

todo Apostóli co, Romano,<br />

Romano e Romano. 20<br />

54


55


Conferência em<br />

Pindamonhangaba<br />

(SP), em maio <strong>de</strong> 1943.<br />

A<br />

h! Esse dom <strong>de</strong><br />

meter o medo sacrossanto,<br />

<strong>de</strong> fazer tremer<br />

os répro bos, <strong>de</strong> dizer<br />

as verda<strong>de</strong>s com tanta<br />

ma jesta<strong>de</strong>, com tanta<br />

pureza, com tanto<br />

acerto, com tanta<br />

força, que faz com que<br />

os mais insolentes se<br />

sintam confundidos<br />

e se <strong>de</strong>rretam no<br />

chão! Ah! Que dom<br />

magnífico, magnífico!<br />

A minha alma voa<br />

inteira na apologia<br />

<strong>de</strong>sse dom! 21<br />

56


57


Em Aparecida do Norte<br />

(SP), em maio <strong>de</strong> 1943.<br />

E<br />

u não sou tolerado<br />

porque represento a<br />

intolerância! Eu sou<br />

o que combate, o que<br />

não ce<strong>de</strong>, o que resiste,<br />

avança e <strong>de</strong>nuncia! E<br />

eu sou atacado até por<br />

minha simples presença.<br />

Mas eu quero que isso<br />

seja assim e quero<br />

viver só para isso!<br />

Enquanto o mal existir,<br />

mesmo que meus<br />

golpes pareçam cair<br />

no vazio, atacarei com<br />

todas as mi nhas forças,<br />

ininterruptamente, e no<br />

ponto mais nocivo! 22<br />

58


59


Na década <strong>de</strong> 1940.<br />

N<br />

ão tardou para<br />

que Nossa Senhora<br />

me <strong>de</strong>sse a graça <strong>de</strong><br />

perceber que a Fé era<br />

o maior valor da terra,<br />

e que ela valia mais<br />

do que a luz <strong>de</strong> meus<br />

olhos, mais do que os<br />

meus dias, mais do<br />

que tudo! Que viver<br />

era viver <strong>de</strong> Fé, o resto<br />

não era viver. 23<br />

60


61


Na década <strong>de</strong> 1940,<br />

com o chamado<br />

“Grupo do Plinio”.<br />

E<br />

u não conheço<br />

elogio mais belo que<br />

se possa fazer a<br />

alguém no Reino<br />

<strong>de</strong> Maria:<br />

“Ele passou a<br />

vida inteira<br />

construindo <strong><strong>de</strong>ntro</strong><br />

<strong>de</strong> sua alma a<br />

Contra‐Revolução”. 24<br />

62


63


Dr. Plinio em 1947.<br />

D<br />

evemos admirar<br />

os dias dos castigos<br />

anunciados em Fátima<br />

como sendo os dias<br />

da cólera vingativa, da<br />

cólera que estabelece<br />

a or<strong>de</strong>m, da cólera<br />

majestosa, da cólera<br />

grandiosa como <strong>um</strong><br />

trovão, da cólera que<br />

ribomba, da cólera que<br />

arrebenta, que <strong>de</strong>strói,<br />

que arrasa... e que<br />

purifica, que coloca<br />

tudo em or<strong>de</strong>m. A<br />

cólera retificadora! 25<br />

64


65


No centro <strong>de</strong> São<br />

Paulo, na década <strong>de</strong><br />

1940.<br />

E<br />

u não imaginava<br />

que o meu caminho<br />

fosse o que percorri...<br />

caminho tremendo,<br />

inimaginável, quantas<br />

voltas, quantas<br />

h<strong>um</strong>ilhações! Como eu<br />

me vejo? Uma pessoa<br />

coberta <strong>de</strong> opróbrios,<br />

mas com <strong>um</strong>a glória!<br />

Porque não há no<br />

mundo <strong>um</strong> homem que<br />

tenha enfrentado a<br />

História como eu! 26<br />

66


67


Como professor<br />

catedrático <strong>de</strong> História<br />

da Civilização nas<br />

Faculda<strong>de</strong>s São Bento<br />

e Se<strong>de</strong>s Sapientiae,<br />

ambas da Pontifícia<br />

Universida<strong>de</strong> Católica<br />

<strong>de</strong> São Paulo.<br />

O<br />

s pensamentos aos<br />

quais <strong>de</strong>diquei minha<br />

vida darão r<strong>um</strong>o<br />

aos séculos futuros!<br />

Os céticos po<strong>de</strong>rão<br />

sorrir, mas o sorriso<br />

dos céticos jamais<br />

conseguiu <strong>de</strong>ter a<br />

marcha vitoriosa dos<br />

que têm Fé! 27<br />

68


69


Diante da Igreja <strong>de</strong><br />

Nossa Senhora do<br />

Carmo, <strong>de</strong> São Paulo,<br />

em 23 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong><br />

1948.<br />

C<br />

ompreendi que<br />

nosso caminho é o<br />

zigue-zague: ora é o<br />

fundo do mar, ora as<br />

estrelas. Há períodos<br />

<strong>de</strong> estagnação em que<br />

parece não se estar<br />

fazendo nada. Vai-se<br />

ver e andou-se muito,<br />

sem se perceber. Nossa<br />

Senhora queria que<br />

acreditássemos n’Ela<br />

enquanto avançávamos<br />

sem perceber. A<br />

estrada para o Reino<br />

<strong>de</strong> Maria é a estrada<br />

da confiança! 28<br />

70


71


Dr. Plinio em julho <strong>de</strong><br />

1948.<br />

É<br />

nas batalhas que<br />

se mo<strong>de</strong>lam as almas<br />

dos heróis. E é nas<br />

batalhas pela Igreja<br />

Católica, pela causa da<br />

Civilização Cristã que<br />

se mo<strong>de</strong>lam as almas<br />

dos santos. Os santos<br />

são os verda<strong>de</strong>iros<br />

heróis. E Nossa<br />

Senhora quer heróis<br />

santos. 29<br />

72


73


Em julho <strong>de</strong> 1948.<br />

A<br />

o ler os Exercícios<br />

Espirituais <strong>de</strong> Santo<br />

Inácio <strong>de</strong> Loyola, eu<br />

chegava a me contorcer<br />

<strong>de</strong> entusiasmo.<br />

E formei três<br />

propósitos:<br />

primeiro, servir à<br />

Igreja Católica a<br />

minha vida inteira;<br />

segundo, ter <strong>um</strong>a<br />

pureza adamantina,<br />

absoluta; terceiro,<br />

ser homem<br />

<strong>de</strong> <strong>um</strong>a força <strong>de</strong><br />

vonta<strong>de</strong> indomável. 30<br />

74


75


Em 31 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong><br />

1948, inauguração da<br />

se<strong>de</strong> da Rua Vieira <strong>de</strong><br />

Carvalho, do chamado<br />

Grupo do Plinio.<br />

N<br />

ão será que a<br />

Providência quer<br />

que se chegue a<br />

<strong>de</strong>terminada situação<br />

em que nada mais<br />

tem solução, e Ela<br />

espera que <strong>um</strong> Jó<br />

levante os olhos ao<br />

Céu e diga: “Não há<br />

mais solução, mas eu<br />

continuo a confiar!”<br />

Não será que a<br />

Providência espera<br />

a confiança máxima<br />

<strong>de</strong>sse Jó para fazer<br />

<strong>de</strong>scer todos os Anjos<br />

do Céu? 31<br />

76


77


Na década <strong>de</strong> 1940.<br />

H<br />

á <strong>um</strong>a coisa que<br />

move as almas: o<br />

exemplo, a influência<br />

sobre as tendências,<br />

a qual <strong>de</strong>corre <strong>de</strong> <strong>um</strong><br />

estilo <strong>de</strong> vida, <strong>de</strong> <strong>um</strong><br />

modo <strong>de</strong> ser, <strong>de</strong> <strong>um</strong>a<br />

forma <strong>de</strong> lutar, <strong>de</strong><br />

<strong>um</strong>a sabedoria s<strong>um</strong>a<br />

aplicada à prática –<br />

e inclusive à luta –,<br />

sabedoria cujo efeito é<br />

enlevar as almas<br />

e arrastá-las. 32<br />

78


79


Foto <strong>de</strong> doc<strong>um</strong>ento,<br />

<strong>de</strong> 1950.<br />

É<br />

durante a noite<br />

do pecado que é belo<br />

ser arauto do Reino<br />

<strong>de</strong> Maria! I<strong>de</strong> pois, ó<br />

arautos, e proclamai<br />

por toda a terra Nossa<br />

Senhora Rainha do<br />

Universo, e dizei:<br />

“Está longe o tempo<br />

em que apenas o vício<br />

tinha coragem <strong>de</strong><br />

existir. Fugi, ó trevas,<br />

o Sol do Reino <strong>de</strong><br />

Maria começa a se<br />

levantar!” 33<br />

80


81


No alto: Em Portugal,<br />

no castelo <strong>de</strong><br />

Guimarães, em 1950.<br />

Ao lado: No aeroporto<br />

<strong>de</strong> Barajas, Madri, em<br />

abril do mesmo ano.<br />

Q<br />

ual foi na<br />

vida, <strong>de</strong> todas<br />

as virtu<strong>de</strong>s,<br />

aquela que mais me<br />

entusiasmou, que eu<br />

procurei mais seguir,<br />

com maior ardor, com<br />

mais entusiasmo?<br />

Eu conscientizei<br />

o problema n<strong>um</strong>a<br />

virtu<strong>de</strong> pela qual tinha<br />

muito ardor, muito<br />

entusiasmo, mas ao<br />

mesmo tempo o horror<br />

ao oposto: era a<br />

pureza! 34<br />

82


83


Dr. Plinio nos idos <strong>de</strong><br />

1950.<br />

Q<br />

uanto mais raros<br />

são os <strong>de</strong>fensores,<br />

mais glorio sa é a<br />

<strong>de</strong>fesa! Ser <strong>um</strong> bom<br />

soldado n<strong>um</strong> exército<br />

muito n<strong>um</strong>eroso, é o<br />

<strong>de</strong>stino da multidão. Ser<br />

<strong>um</strong> bom soldado quando<br />

o exército é constituído<br />

por poucos, é o <strong>de</strong>stino<br />

dos heróis. Então, meus<br />

filhos, vós tereis que<br />

prestar contas <strong>de</strong>ste<br />

ponto: “Eu fui chamado!<br />

O que é que eu fiz do<br />

chamado que eu recebi?”<br />

Ó vós que ten <strong>de</strong>s o tau,<br />

que contas dais a Deus<br />

por ele? 35<br />

84


85


Dr. Plinio em 1952.<br />

O<br />

Sagrado Coração<br />

<strong>de</strong> Jesus é a tinturamãe<br />

mais sacral, mais<br />

forte, mais perfeita,<br />

mais insondável da<br />

Contra-Revolução!<br />

O Sagrado Coração <strong>de</strong><br />

Jesus e o Imaculado<br />

Coração <strong>de</strong> Maria<br />

são as moedas <strong>de</strong><br />

valor infinito com as<br />

quais nós, mendigos,<br />

compramos o Reino<br />

dos Céus! 36<br />

86


87


Viagem à Europa,<br />

na qual Dr. Plinio é<br />

recebido pelo<br />

Papa Pio X<strong>II</strong> em<br />

9/7/1952.<br />

A<br />

admiração é<br />

a porta <strong>de</strong> toda<br />

gran<strong>de</strong>za. É impossível<br />

eu admirar algo sem<br />

que a gran<strong>de</strong>za daquilo<br />

que admirei <strong>de</strong> alg<strong>um</strong><br />

modo não entre em<br />

mim. A admiração<br />

é <strong>olhar</strong> para algo<br />

com entusiasmo,<br />

compreen<strong>de</strong>ndo a<br />

gran<strong>de</strong>za <strong>de</strong>sse algo<br />

e, por causa disso,<br />

amando-o. As almas<br />

capazes <strong>de</strong> admirar<br />

são capazes <strong>de</strong> se<br />

<strong>de</strong>dicar. 37<br />

88


89


Dr. Plinio em meados<br />

<strong>de</strong> década <strong>de</strong> 1950.<br />

Q<br />

uem visse Nossa<br />

Senhora teria, n<strong>um</strong> só<br />

golpe <strong>de</strong> vista, a noção<br />

<strong>de</strong> toda a sabedoria<br />

e <strong>de</strong> toda a santida<strong>de</strong><br />

da Igreja, do<br />

esplendor <strong>de</strong> todos<br />

os seus santos, do<br />

talento <strong>de</strong> todos os<br />

seus doutores,<br />

da beleza <strong>de</strong> toda<br />

a sua liturgia em<br />

todas as épocas e do<br />

heroísmo <strong>de</strong> todos<br />

os cruzados e <strong>de</strong><br />

todos os mártires! 38<br />

90


91


Na década<br />

<strong>de</strong> 1950.<br />

C<br />

omo seria bonito se<br />

houvesse material para<br />

fazermos <strong>um</strong>a história,<br />

não da h<strong>um</strong>anida<strong>de</strong>,<br />

mas dos <strong>olhar</strong>es! Dos<br />

<strong>olhar</strong>es magníficos, dos<br />

<strong>olhar</strong>es esplendorosos,<br />

dos <strong>olhar</strong>es suaves,<br />

dos <strong>olhar</strong>es doces,<br />

dos <strong>olhar</strong>es tristes,<br />

dos <strong>olhar</strong>es <strong>de</strong><br />

esperança, dos <strong>olhar</strong>es<br />

<strong>de</strong> perplexida<strong>de</strong>!<br />

Dos <strong>olhar</strong>es <strong>de</strong><br />

indagação, dos <strong>olhar</strong>es<br />

<strong>de</strong> or<strong>de</strong>nação e <strong>de</strong><br />

planejamento, dos<br />

<strong>olhar</strong>es <strong>de</strong> imprecação e<br />

<strong>de</strong> castigo! 39<br />

92


93


Em Serra Negra (SP),<br />

no Hotel Pavani, em<br />

1954, com os seus<br />

companheiros mais<br />

próximos.<br />

P<br />

onha-se diante<br />

<strong>de</strong> <strong>um</strong>a boa imagem<br />

<strong>de</strong> Nosso Senhor e<br />

pergunte-se o que<br />

mais ansiaria por<br />

conhecer no Céu.<br />

Quanto a mim, seria<br />

a Ele enquanto sendo<br />

aquela perfeição que<br />

a or<strong>de</strong>m do universo<br />

no seu conjunto<br />

reflete, especialmente a<br />

gran<strong>de</strong>za insondável,<br />

séria, plácida, serena e<br />

or<strong>de</strong>nativa, acolhedora,<br />

mas tão indizivelmente<br />

superior que eu me<br />

sentisse pequeno<br />

diante <strong>de</strong>la. 40<br />

94


95


Em 1954, no Hotel<br />

Pavani, em Serra Negra<br />

(SP).<br />

S<br />

e alg<strong>um</strong>a coisa em<br />

mim há <strong>de</strong> bom, isso<br />

que há <strong>de</strong> bom não<br />

é senão resultado do<br />

fato <strong>de</strong> que Nossa<br />

Senhora me <strong>de</strong>u<br />

essa graça — que eu<br />

não tenho palavras<br />

para agra<strong>de</strong>cer e<br />

que eu espero po<strong>de</strong>r<br />

passar junto a Ela<br />

a eternida<strong>de</strong> inteira<br />

agra<strong>de</strong>cendo — que é<br />

<strong>de</strong> ter sido batizado,<br />

ser filho da Santa<br />

Igreja Católi ca,<br />

Apostólica, Romana. 41<br />

96


97


<strong>II</strong>I Semana <strong>de</strong> Estudos<br />

<strong>de</strong> Catolicismo, em<br />

1955.<br />

A<br />

conteça comigo o<br />

que acontecer, eu serei<br />

contra esse mundo!<br />

Esse mundo e eu somos<br />

irreconciliavelmente<br />

inimigos! Eu serei<br />

a favor da pureza, a<br />

favor da Igreja e a<br />

favor da socieda<strong>de</strong><br />

orgânica, serei a favor<br />

da hierarquia, serei a<br />

favor da compostura,<br />

ainda que eu tenha que<br />

ser o último dos homens,<br />

pisado, esmaga do,<br />

triturado. Esses valores<br />

confun<strong>de</strong>m-se comigo,<br />

confun<strong>de</strong>m-se com a<br />

minha vida. 42<br />

98


99


Na <strong>II</strong>I Semana<br />

<strong>de</strong> Estudos <strong>de</strong><br />

Catolicismo, em São<br />

Paulo, em 26/1/1955.<br />

N<br />

unca Nossa<br />

Senhora está mais<br />

perto <strong>de</strong> nós do que<br />

quando Ela parece<br />

nos ter esquecido. O<br />

Padre Eterno estava<br />

mais perto <strong>de</strong> Nosso<br />

Senhor Jesus Cristo<br />

no momento em que<br />

Ele gemeu “Meu Pai,<br />

meu Pai, por que Me<br />

abandonastes?”. 43<br />

100


101


IV Semana <strong>de</strong> Estudos<br />

<strong>de</strong> Catolicismo, em<br />

1956.<br />

E<br />

u punha-me este<br />

problema: quem sabe<br />

se Deus não quer que<br />

você seja <strong>um</strong>a vítima<br />

expiatória? Ignorado<br />

por todos, vai ser <strong>um</strong><br />

homem com<strong>um</strong>. Tem<br />

possibilida<strong>de</strong>s, tem<br />

recursos, talvez tenha<br />

talentos para ser <strong>um</strong><br />

homem incom<strong>um</strong> e<br />

prestar gran<strong>de</strong>s serviços<br />

à causa católica, mas<br />

con<strong>de</strong>nado a ser <strong>um</strong><br />

qualquer... Não será<br />

que você é mais útil<br />

à Igreja e à Contra-<br />

Revolução afundando<br />

assim, do que fazendo a<br />

galopada heroica<br />

da cruzada que você<br />

quer fazer? 44<br />

102


103


Na IV Semana<br />

<strong>de</strong> Estudos <strong>de</strong><br />

Catolicismo, em São<br />

Paulo, em 25/1/1956.<br />

A<br />

lma <strong>de</strong> <strong>um</strong>a<br />

imensida<strong>de</strong> inefável,<br />

alma na qual todas<br />

as formas <strong>de</strong> virtu<strong>de</strong><br />

e <strong>de</strong> beleza existem<br />

com <strong>um</strong>a perfeição<br />

supereminente, da<br />

qual nenh<strong>um</strong> <strong>de</strong> nós<br />

po<strong>de</strong> ter i<strong>de</strong>ia exata,<br />

Nossa Senhora é bem<br />

aquele mar, aquele céu<br />

<strong>de</strong> virtu<strong>de</strong>s diante do<br />

qual o homem <strong>de</strong>ve<br />

ficar estarrecido e<br />

enlevado, e que com<br />

todas as suas forças<br />

<strong>de</strong>ve procurar amar e<br />

imitar. 45<br />

104


105


Na IV Semana<br />

<strong>de</strong> Estudos <strong>de</strong><br />

Catolicismo, em 1956.<br />

A<br />

noite <strong>de</strong>nsa <strong>de</strong> <strong>um</strong><br />

ostracismo pesado,<br />

completo, intérmino,<br />

baixou sobre aqueles<br />

meus amigos que<br />

continuaram fiéis.<br />

O esquecimento e<br />

olvido nos envolveram,<br />

quando ainda<br />

estávamos na flor<br />

da ida<strong>de</strong>: era este o<br />

sacrifício previsto e<br />

consentido. [...] O<br />

sacrifício <strong>de</strong> kamikaze<br />

valeu o muito que<br />

custou. 46<br />

106


107


Como Prior do<br />

Sodalício Virgo Flos<br />

Carmeli, da Or<strong>de</strong>m<br />

Terceira do Carmo,<br />

<strong>de</strong> São Paulo,<br />

na década <strong>de</strong> 1950.<br />

O<br />

meu entusiasmo,<br />

o meu ardor ia para<br />

<strong>um</strong> conjunto <strong>de</strong><br />

virtu<strong>de</strong>s. Era <strong>um</strong><br />

píncaro <strong>de</strong> virtu<strong>de</strong>s!<br />

Se quiserem era<br />

<strong>um</strong>a constelação <strong>de</strong><br />

virtu<strong>de</strong>s! Que eram<br />

atos <strong>de</strong> intelecção,<br />

eram atos <strong>de</strong> vonta<strong>de</strong>,<br />

mas ao mesmo tempo<br />

<strong>um</strong> estado <strong>de</strong> espírito,<br />

<strong>um</strong> feitio <strong>de</strong> alma<br />

e <strong>um</strong> modo <strong>de</strong> ser<br />

<strong>de</strong>signados por esta<br />

palavra que, graças<br />

a Nossa Senhora, eu<br />

nunca fui capaz <strong>de</strong><br />

pronunciar sem me<br />

entusias mar:<br />

Católico! 47<br />

108


109


Em 25/10/1958,<br />

conferência<br />

na Fe<strong>de</strong>ração das<br />

Congregações<br />

Marianas <strong>de</strong> Santos,<br />

SP.<br />

S<br />

e é verda<strong>de</strong> que<br />

fizemos o papel <strong>de</strong><br />

<strong>um</strong>a caravela que foi<br />

afundada, e que <strong>de</strong>pois<br />

os anjos elevaram até<br />

a tona, saindo do mar<br />

maior do que antes,<br />

é verda<strong>de</strong> também<br />

que a Providência foi<br />

permitindo provações<br />

enormes. E daí para<br />

diante há <strong>um</strong>a série<br />

<strong>de</strong> batalhas, vitórias<br />

e provações em que<br />

a caravela ora quase<br />

afunda, ora emerge <strong>de</strong><br />

novo, ora quase afunda<br />

<strong>de</strong> novo... mas sempre<br />

para frente, para<br />

frente, para frente! 48<br />

110


111


Em viagem à Europa,<br />

em 1959, no voo<br />

inaugural do Caravelle<br />

da Air France.<br />

H<br />

á <strong>um</strong>a promessa<br />

feita mais aos nossos<br />

olhos que aos<br />

nosso ouvidos, há <strong>um</strong>a<br />

esperança profética no<br />

interior da alma <strong>de</strong><br />

cada <strong>um</strong> <strong>de</strong> nós que<br />

nos dá a certeza <strong>de</strong><br />

que por <strong>de</strong>trás<br />

da <strong>de</strong>mora estão<br />

soprando os ventos do<br />

Reino <strong>de</strong> Maria. 49<br />

112


113


Índice<br />

Na Assembleia <strong>de</strong> Mestres <strong>de</strong> Noviços....................................17<br />

Dr. Plinio no início da década <strong>de</strong> 1930...................................19<br />

Como congregado mariano na década <strong>de</strong> 1930........................21<br />

Com companheiros da Congregação Mariana..........................23<br />

Em frente ao Gran<strong>de</strong> Hotel <strong>de</strong> Guarujá (SP)..........................25<br />

Diante do Mosteiro <strong>de</strong> São Bento do Rio <strong>de</strong> Janeiro................26<br />

No Rio <strong>de</strong> Janeiro, durante mandato <strong>de</strong> <strong>de</strong>putado fe<strong>de</strong>ral.........29<br />

Páscoa dos Intelectuais, em março <strong>de</strong> 1936............................30<br />

Dr. Plinio como paraninfo.....................................................31<br />

Na inauguração das rotativas da Editora Ave Maria.................33<br />

Bênção das novas máquinas do “Legionário”...........................34<br />

Dr. Plinio por volta <strong>de</strong> 1938..................................................37<br />

Por ocasião da visita do Almirante Yamamoto.........................39<br />

Na posse <strong>de</strong> D. José Gaspar <strong>de</strong> Affonseca e Silva.....................41<br />

Na posse como Presi<strong>de</strong>nte da Ação Católica............................43<br />

Em visita a D. José Gaspar <strong>de</strong> Affonseca e Silva......................45<br />

Semana Eucarística <strong>de</strong> Jaboticabal.........................................47<br />

Em fevereiro <strong>de</strong> 1942, em Jacarezinho (PR)...........................49<br />

IV Congresso Eucarístico Nacional........................................51<br />

Dr. Plinio discursando..........................................................53<br />

115


Dr. Plinio no período da Ação Católica...................................55<br />

Conferência em Pindamonhangaba (SP)................................57<br />

Em Aparecida do Norte (SP)................................................59<br />

Na década <strong>de</strong> 1940...............................................................61<br />

Na década <strong>de</strong> 1940, com o chamado “Grupo do Plinio”..........63<br />

Dr. Plinio em 1947..............................................................65<br />

No centro <strong>de</strong> São Paulo, na década <strong>de</strong> 1940...........................67<br />

Como professor catedrático <strong>de</strong> História da Civilização.............69<br />

Diante da Igreja <strong>de</strong> Nossa Senhora do Carmo.........................71<br />

Dr. Plinio em julho <strong>de</strong> 1948..................................................73<br />

Em julho <strong>de</strong> 1948................................................................75<br />

Inauguração da se<strong>de</strong> da Rua Vieira <strong>de</strong> Carvalho.......................77<br />

Na década <strong>de</strong> 1940...............................................................79<br />

Foto <strong>de</strong> doc<strong>um</strong>ento, <strong>de</strong> 1950.................................................81<br />

Em Portugal, no castelo <strong>de</strong> Guimarães...................................82<br />

No aeroporto <strong>de</strong> Barajas, Madri.............................................83<br />

Dr. Plinio nos idos <strong>de</strong> 1950..................................................85<br />

Dr. Plinio em 1952..............................................................87<br />

Viagem à Europa em 1952....................................................89<br />

Dr. Plinio em meados <strong>de</strong> década <strong>de</strong> 1950...............................91<br />

Na década <strong>de</strong> 1950...............................................................83<br />

Em Serra Negra (SP), no Hotel Pavani..................................95<br />

Em 1954, no Hotel Pavani, em Serra Negra (SP)..................97<br />

<strong>II</strong>I Semana <strong>de</strong> Estudos <strong>de</strong> Catolicismo...................................99<br />

Na <strong>II</strong>I Semana <strong>de</strong> Estudos <strong>de</strong> Catolicismo.............................101<br />

116


IV Semana <strong>de</strong> Estudos <strong>de</strong> Catolicismo...................................103<br />

Na IV Semana <strong>de</strong> Estudos <strong>de</strong> Catolicismo.............................105<br />

Na IV Semana <strong>de</strong> Estudos <strong>de</strong> Catolicismo.............................107<br />

Como Prior da Or<strong>de</strong>m Terceira do Carmo...............................109<br />

Conferência na Fe<strong>de</strong>ração das Congregações Marianas.............111<br />

Em viagem à Europa, em 1959.............................................113<br />

117


Notas<br />

1. Conversa, 16/12/1985<br />

2. Conferência, 1/12/1993<br />

3. Conferência, 3/2/1973<br />

4. Conferência, 2/6/1987<br />

5. Discurso como paraninfo no Colégio Arquidiocesano, em 22/11/36<br />

6. Conferência em Belo Horizonte, 29/10/1961<br />

7. Legionário, 9/7/1934<br />

8. Palavrinha, 8/9/1982<br />

9. Conferência, 13/5/1994<br />

10. Conversa, 16/2/1990<br />

11. Conferência, 13/5/1989<br />

12. Conferência, 13/5/1988<br />

13. Conversa, 22/2/1990<br />

14. Conversa, 3/1/1989<br />

15. Conversa, 27/5/1986<br />

16. Conferência, 2/11/1992<br />

17. Conferência, 18/2/1989<br />

18. Discurso no IV Congresso Eucarístico Nacional - 7/9/42<br />

19. Discurso no IV Congresso Eucarístico Nacional - 7/9/42<br />

20. Conferência, 7/6/1978<br />

21. Santo do Dia, 10/5/71<br />

22. Conferência, 5/8/1988<br />

23. Conferência, 14/2/1981<br />

118


24. Conversa – 1/4/88<br />

25. Conferência, 23/9/1970<br />

26. Conferência, 8/11/1975<br />

27. Autorretrato Filosófico <strong>de</strong> Plinio Corrêa <strong>de</strong> Oliveira<br />

28. Conferência, 17/6/1989<br />

29. Conversa, 24/5/1995<br />

30. Conversa, 21/2/1990<br />

31. Conversa, 23/9/1991<br />

32. Folha <strong>de</strong> São Paulo, 28/4/1969<br />

33. Conferência, 21/3/1987<br />

34. Conferência, 14/3/1981<br />

35. Conversa, 11/8/91<br />

36. Conversa, 28/11/1985<br />

37. Conferência, 2/3/1973<br />

38. Conferência, 21/8/1969<br />

39. Conferência, 10/9/1983<br />

40. Conferência, 19/12/1980<br />

41. Conferência, 15/1/1970<br />

42. Conferência, 2/11/1992<br />

43. Conversa, 1/5/1988<br />

44. Conferência, 13/5/1989<br />

45. Conferência, 15/5/1959<br />

46. Folha <strong>de</strong> S. Paulo, 15/2/1969<br />

47. Conferência, 14/3/1981<br />

48. Conferência, 17/6/1989)<br />

49. Conferência, 19/8/1995)<br />

119


Quando a estatura moral <strong>de</strong> <strong>um</strong>a pessoa sobrepuja<br />

<strong>de</strong> muito a sua época, em geral, seus coetâneos<br />

terão dificulda<strong>de</strong> em dar-lhe o <strong>de</strong>vido valor.<br />

E só com o recuo do tempo toda a sua envergadura<br />

aparecerá aos olhos <strong>de</strong> todos.<br />

Tratando-se <strong>de</strong> alguém com vocação profética como Plinio<br />

Corrêa <strong>de</strong> Oliveira (1908-1995), o passar das décadas<br />

vai revelando o acerto <strong>de</strong> suas previsões, muitas <strong>de</strong>las incompreendidas<br />

quando foram formuladas. Esta prerrogativa<br />

faz com que parcelas crescentes da opinião pública confirmem,<br />

em nossos dias: “É verda<strong>de</strong>, já Dr. Plinio dizia...”.<br />

Como consequência, a figura <strong>de</strong>ste <strong>de</strong>stemido varão católico,<br />

apostólico, todo romano vai <strong>de</strong>spertando a atenção<br />

das novas gerações, livres <strong>de</strong> preconceitos e consi<strong>de</strong>rações<br />

unilaterais.<br />

Se a atuação pública <strong>de</strong> Dr. Plinio é bem conhecida, a<br />

ponto <strong>de</strong> seu nome ser <strong>um</strong> autêntico divisor <strong>de</strong> águas, mesmo<br />

em nossos dias, isto não ocorre com sua pessoa, sua espiritualida<strong>de</strong><br />

e sua vida.<br />

Para tal, veio a l<strong>um</strong>e “<strong>Peregrinando</strong> <strong><strong>de</strong>ntro</strong> <strong>de</strong> <strong>um</strong> <strong>olhar</strong>”,<br />

ilustração <strong>de</strong> duas outras coleções que recomendamos vivamente:<br />

“Opera Omnia”, a qual apresenta o pensamento<br />

doutrinário e os artigos <strong>de</strong> imprensa <strong>de</strong> Dr. Plinio, e “Notas<br />

Autobiográficas”, relato <strong>de</strong> sua vida feito por ele em diversas<br />

ocasiões a pedido <strong>de</strong> seus seguidores.

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