REVISTA AUGE - EDIÇÃO 27 - SAÚDE E BEM ESTAR

INFORMativo
Perda auditiva na infância
É NECESSÁRIO FICAR ALERTA
A perda de audição é comumente encontrada
nas crianças e pode ser considerada uma das
causas, mais comuns, de dificuldades de aprendizagem.
Ter uma perda de audição não significa
q u e a c r i a n ç a s e j a s u r d a , n ã o e s c u t e n a d a .
A perda auditiva de grau leve, por exemplo, muitas
vezes passa despercebida, pois, apesar de a
criança, provavelmente, apresentar dificuldades
no rendimento escolar, na compreensão de uma
conversa em ambiente com ruído e problemas
na fala, nem sempre a família ou os professores
associam tais problemas a uma dificuldade
de ouvir. Na perda auditiva de grau moderado,
existe uma dificuldade na compreensão do que
foi dito, ou seja, muitas vezes, a criança escuta,
mas não consegue compreender o que ouviu.
No caso da perda auditiva de grau severo ou
profundo, a criança apresenta uma dificuldade
de compreensão do que foi dito de forma muito
significativa. Além disso, muitas dessas crianças
não desenvolvem a fala. Diante de tantas variações,
nos graus de perda auditiva, é de extrema
importância fazer avaliação auditiva nas crianças
que estão em período escolar.
É valido destacar que, por conta dessas dificuldades,
muitas vezes, essas crianças são
rotuladas como desatentas, hiperativas, desinteressadas,
preguiçosas, com déficit de atenção,
dentre outros adjetivos pejorativos. Isto acontece
porque a criança pode dar respostas que
não correspondem ao que foi perguntado ou,
simplesmente, deixar de responder e atender ao
que lhe foi solicitado. É oportuno destacar que
tais classificações podem afetar a auto-estima
e a aprendizagem desses alunos. Diante disso,
antes de se culpabilizar as crianças, é preciso
que pais e professores estejam atentos para
alguns comportamentos que são indicativos de
perda de audição, como por exemplo:
ATRASO OU TROCAS NA FALA (FALA ERRADO);
A CRIANÇA NÃO REAGE QUANDO É CHAMADA;
NÃO SE ASSUSTA COM SONS ALTOS;
COMUNICA-SE MUITO POR MEIO DE GESTOS E
DO APONTAR PARA O QUE DESEJA;
PODE APRESENTAR COMPORTAMENTO AGRES-
SIVO OU HIPERATIVO;
ASSISTE TELEVISÃO MUITO PRÓXIMA A TELA E
COM O VOLUME MUITO ALTO;
BAIXO DESEMPENHO ESCOLAR;
SOLICITA, FREQUENTEMENTE, PARA QUE SE
REPITA O QUE FOI DITO, PELA DIFICULDADE DE
COMPREENDER. UTILIZA MUITO AS EXPRES-
SÕES: O QUE? HEIN? COMO? FALA MAIS ALTO,
EU NÃO ENTENDI.
Assim, se a criança apresentar alguns desses sinais de
alerta, os pais devem procurar ajuda de especialistas
como o médico otorrinolaringologista ou o fonoaudiólogo,
para uma avaliação auditiva. Existem diversos exames
que podem detectar a perda de audição. É importante
esclarecer que, quanto mais cedo for identificada
a perda, maiores serão as chances da criança receber
um tratamento adequado, minimizando ou sanando as
dificuldades ocasionadas pela perda de audição.
Dra. EMÍLIA LUCAS
RIBEIRO RÔLLA
CRFº 9960/BA
FONOAUDIÓLOGA,
MESTRE EM EDUCA-
ÇÃO PELA UFBA
PÓS GRADUADA EM
AUDIOLOGIA
PÓS GRADUADA EM
SAÚDE PÚBLICA
A audição permite que os seres humanos identifiquem
e conheçam os diversos sons no ambiente,
possibilitando, desse modo, estabelecer diversas
relações sociais. Sendo assim, a audição é fundamental
para assegurar o desenvolvimento da fala,
da linguagem e da aprendizagem.
Entretanto, algumas crianças podem nascer ou
desenvolver alguma perda auditiva, que pode
trazer inúmeros danos para o desenvolvimento,
como: atrasos na linguagem e na fala, dificuldades
na aprendizagem, na leitura, na escrita, na
socialização e, também, limitações na habilidade
de prestar atenção.
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