Livro V. Ramalho

Uma noite sem estudo
Quando o meu irmão Vítor veio para Lisboa estudar, já eu aqui estava há
três anos. Lógico que tenha herdado amigos meus, que frequentavam o
Café Império, onde próximo vivia e ficámos a viver. Com esses amigos saía
por vezes em diversão. Um deles dizia – atiramos a moeda ao ar – coroa,
vamos ao cinema, cara, vamos à Feira Popular e se ficar de pé vamos estudar.
Decidimos ir ao Clube Ritz, dizendo um de nós – é o baptismo do “Puto”,
sinónimo do mais novo.
Sentámo-nos bem frente ao palco, cada um com uma cerveja de litro, para
durar toda a noite, pelo custo de vinte escudos.
Assistimos ao Striptease. Passado algum tempo, a artista saiu dos bastidores,
dirigiu-se à nossa mesa, cumprimentou o Vitor com um beijinho e sentou-se
connosco. Os meus amigos ainda estavam de boca aberta, quando o Vitor
apresentou a artista, dizendo – conhecemo-nos e viajámos juntos no barco
da minha recente de vinda de Angola.
Esta foi uma deixa, para ao longo dos anos, todos reconhecidamente
constatarmos o atributo do Vitor em estabelecer contactos e fazer amizades,
de comunicação abrangente, agradecendo-lhe por o colocar em favor da
comunidade e de todos, para além do profissional. Bem-haja!
Muitos Parabéns e muitas Felicidades, em dia tão especial.
Marvi
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