Livro V. Ramalho

Com que então 70 Mano?!
Dentro de dias faz setenta anos, vejam lá quem.
O Vitinho.
Assim escrito e assim sentido, porque é assim
que mutuamente nos tratamos desde os bancos
da Faculdade, onde, neste caso com o Carlos
Paisana, o Chagas, o depois Cardeal Alexandre
do Nascimento e tantos outros, à entrada da
sala de exames e na partilha solidária de sonhos
de juventude e cumplicidades de libertação,
se gerou e cimentou, para a vida e mesmo para
além dela, uma daquelas amizades, que em
momentos como este não podem deixar
de se festejar.
Temos que celebrar o dom da vida. Temos que
festejar o que nela nos une. Temos que celebrar
os 70, tão ricos e preciosos, do Vitor Ramalho.
Com ronco e tudo, à boa maneira luso-angolana.
Sim, luso-angolana, porque Angola, onde ele
nasceu e aprendeu o abecedário da vida, tem
no Vitor Ramalho um dos seus mais dedicado
filhos, um verdadeiro angolano de “alma, coração
e vida”, assim como Portugal tem nele um dos
portugueses da melhor estirpe e dedicação.
Coração generoso em inteligência farta, o Vítor
Ramalho é um daqueles angolanos e portugueses
que dão sentido a que dois povos se chamem
povos irmãos.
Na variedade dos muitos talentos, que dele
fizeram um excelente jurista, um governante
prestigiado, um respeitado dirigente político,
parlamentar e assessor de Presidentes e vulto
maior na dinamização de instituições sociais
e de defesa dos trabalhadores e dos seus
direitos, o Vítor, além da amizade, deu-me o
privilégio de com ele participar em inesquecíveis
missões de cooperação e solidariedade a
Angola e outros países da lusofonia promovidas
por essa excelsa Senhora, que foi a Drª Maria
Barroso, bem como de com ela, por muitos
anos, darmos apoio à fundação e administração
da Pro Dignitate em defesa dos Direitos Humanos
e, em amizade paradigmaticamente fixe, darmos
ao Dr. Mário Soares o melhor da nossa colaboração,
estima e veneração.
Por tudo isto e por tudo o mais que Deus te
deu, louvado seja Ele e festejado sejas tu.
Parabéns, Vitinho. Ad multos annos, porque
Portugal, Angola, a lusofonia e o mundo
precisam de ti.
Com amizade fixe,
Vítor Melícias
- 20 -