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007 - O FATO MANDACARU - JULHO 2018 -NÚMERO 07

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Ano 1 | Edição 7 | Maringá, julho de <strong>2018</strong> | Jornal Comunitário de Maringá<br />

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA! | Página 5<br />

“MAD MAX” E O DONO DE BAR<br />

QUE CONHECEU O LULA<br />

O Fato na Rua<br />

MARINGÁ - Quarta-feira, 30 de<br />

maio de <strong>2018</strong>. O modesto carro deste<br />

Jornal está na garagem desde o primeiro<br />

dia da paralisação dos caminhoneiro.<br />

São 9 dias a pé. A subida da avenida<br />

Mandacaru é dura, o sol é forte mas<br />

a fadiga da caminhada é atenuada pela<br />

possibilidade de observar comportamentos<br />

que respondem a muitos dos<br />

“porquês” de um país tão miserável do<br />

ponto de vista da coesão social.<br />

A paralisação dos caminhoneiros<br />

era para pagar menos pelo combustível<br />

mas o povo formou filas e houve<br />

brigas para pagar mais, bem mais. No<br />

meio dos 2 km de fila que se formou<br />

desde o Posto da Colombo, um rapaz<br />

se aproxima de um carro e pergunta ao<br />

condutor “se gostaria de comprar um<br />

galão de 20 litros de gasolina”. O motorista<br />

diz logo sim, mas o valor não<br />

conseguimos escutar.<br />

Deve ter pagado caro, já que o<br />

combustível que talvez chegará ao posto,<br />

será vendido por 4,89; preço percebido<br />

pelo povo, como baixa de preço.<br />

É um cenário real para Mad Max. É incrível,<br />

mas parece que já se esqueceram<br />

de que até dia 15 de maio era possível<br />

encontrar gasolina a R$ 3,99.<br />

Já na avenida XIX, o calor nos faz<br />

decidir por um pit stop antecipado. O<br />

assunto no bar é o mesmo de todo lugar,<br />

a paralisação do país. Um cliente<br />

diz que é culpa do Lula, outro diz que<br />

são todos ladrões, mas lhes fazemos<br />

observar que talvez, a culpa disso tudo<br />

seja mesmo só nossa.<br />

Ele concorda e diz com orgulho<br />

que seu carro está em casa bem guardado<br />

e que os que brigam na fila para<br />

pagar tão caro, são mesmo imbecis.<br />

O dono do bar, que aqui chamaremos<br />

de Cosme, pois não quis que revelássemos<br />

seu nome, nos conta que conheceu<br />

Lula porque fez parte do comando<br />

de greve no ABC nos anos 80.<br />

Cosme diz que na época, Lula teria feito<br />

um acordo com a federação das indústrias<br />

sem consultar o comando de<br />

greve e que todos se sentiram traídos.<br />

“Ficamos sabendo pela TV que a<br />

nossa greve tinha acabado, mas como<br />

é possível, ninguém nos perguntou<br />

se concordávamos”.<br />

O acordo nem era ruim, diz ele,<br />

mas faltou respeito. Cosme também<br />

se diz incomodado com o egoísmo<br />

do brasileiro que não sabe pensar<br />

no coletivo.<br />

“Deveríamos deixar os carros<br />

em casa, andar de ônibus, de carona,<br />

em grupos, de bicicleta, até que o combustível<br />

voltasse a um preço aceitável”.<br />

“Bando de burros”, conclui Cosme<br />

ao pagarmos a conta.<br />

Já de saída ouvimos ainda: “Não<br />

gosto do Lula mas governou bem”.<br />

E a vida de O <strong>FATO</strong> segue... a pé e<br />

coerente.■<br />

MESMO POSSUINDO MAIOR<br />

“IDH” DO BRASIL,<br />

MARINGÁ SOFRE COM<br />

FALTA DE MORADIAS<br />

Atualmente na<br />

Câmara Municipal<br />

de Maringá existe<br />

uma Comissão<br />

Especial de estudos<br />

sobre Habitação de<br />

Interesse Social,<br />

que tem como<br />

objetivo avaliar e<br />

propor ações ou<br />

minimizem a falta<br />

de moradias na<br />

cidade.<br />

O município não<br />

possui dados<br />

precisos sobre a<br />

quantidade de famílias<br />

maringaenses que<br />

vivem em moradias<br />

improvisadas.■

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