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2016_Luzes-ApostoloPulchrum

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Revista Dr Plinio 216, Março <strong>2016</strong><br />

luzes da civilização cristã<br />

Hora certa,<br />

Diego R. Lizcano<br />

pensamento certo<br />

Sob as maravilhosas irradiações da Santa<br />

Igreja, o relógio transcende sua função<br />

meramente utilitária para tornar-se um<br />

símbolo da infalibilidade da Esposa de<br />

Cristo a orientar o pensamento humano.<br />

N<br />

o tempo de Carlos Magno ignorava-se a existência<br />

do relógio mecânico. Um dos sistemas<br />

utilizados para marcar o tempo era a ampulheta,<br />

composta de dois recipientes ligados entre si por<br />

um gargalo finíssimo. Cada um desses recipientes tem a<br />

forma de um meio ovo, colocados de maneira a permitir<br />

que uma areia muito selecionada, com grãos bem finos,<br />

escoe durante determinado tempo de uma parte para outra<br />

da ampulheta.<br />

Presente recebido por Carlos Magno<br />

O primeiro relógio mecânico que chegou ao Ocidente<br />

foi mandado de presente a Carlos Magno, durante um<br />

intervalo de paz entre os mouros e os católicos, por um<br />

maometano inimigo da Cruz de Cristo: o Sultão Harun<br />

al-Rashid.<br />

O espírito medieval, ao qual nós nos devemos reportar<br />

continuamente como um receptáculo do espírito da Igreja<br />

e do espírito da tradição, se debruçou sobre esta invenção.<br />

Carlos Magno, logo que recebeu o relógio e viu o que<br />

era, incumbiu Alcuíno — uma espécie de ministro de finanças<br />

dele — e outras pessoas de o estudarem. Os europeus<br />

se puseram a aprender relojoaria, e daí decorreu<br />

que veio ao espírito deles fazer da relojoaria uma maravilha<br />

de precisão na marcação do tempo, mas, por outro<br />

lado, também verdadeiras obras de arte incomparáveis.<br />

Na Alemanha, há numa torre um relógio em cujo quadrante,<br />

a cada hora, passa a figura de um Apóstolo. E<br />

quando bate meio-dia, aparecem as representações dos<br />

doze Apóstolos.<br />

Outros relógios têm figuras que batem um sino. Por<br />

exemplo, em Veneza um relógio de um prédio que fica ao<br />

lado da Catedral de São Marcos. Há duas figuras de homens,<br />

que batem com toda a força num sino grande, marcando<br />

assim as horas. São bonecos de bronze, de bom gosto,<br />

e que exprimem inteligência; é uma coisa admirável!<br />

Há relógios enormes e outros tão pequenos que se<br />

tornam facilmente portáteis: o homem pode levar um relógio<br />

no seu bolso e a senhora colocá-lo num anel. Mas<br />

observem o relógio que o homem leva no bolso ou aquele<br />

que a marquesa coloca no dedo: são feitos de esmalte,<br />

têm pedras preciosas e outras coisas bonitas; são usados<br />

por quem pode comprá-los. E há coisas mais modestas<br />

para quem precisa de um relógio a fim de marcar as<br />

suas horas dignamente.<br />

Aspectos simbólicos e utilitários dos relógios<br />

Entretanto, o relógio-pulseira, em certo momento, fez<br />

parte do progresso, e a aparição dele suprimiu alguns aspectos<br />

da vida concreta antiga. Por exemplo: na Europa<br />

inteira usavam-se relógios grandes, bonitos, com carrilhão,<br />

para pôr na sala de jantar, ou na sala de estar, e su-<br />

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