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INTEGRAÇÃO<br />
“Preciso da agricultura para<br />
ter resultado com a pecuária”<br />
Família Neves Baptista, de Presidente Bernardes, São Paulo, descobriu<br />
na ILP a solução para ter lucratividade e sustentabilidade no negócio<br />
Afamília Neves Baptista,<br />
da Fazenda Santa Rita<br />
de Cássia localizada<br />
em Presidente Bernardes,<br />
São Paulo, sempre foi essencialmente<br />
pecuarista. E<br />
apesar de investir na reforma<br />
dos 2.129,6 hectares de pastagem,<br />
nos últimos anos não vinha<br />
obtendo bons resultados.<br />
“Estávamos dando ‘vitamina’<br />
para planta velha. Adubávamos,<br />
mas o pasto sempre ficava<br />
seco no inverno e tínhamos<br />
que fazer uma alimentação<br />
complementar do gado ou<br />
confinar. Não estava mais dando<br />
resultado e ficava cada vez<br />
mais difícil fazer a reforma da<br />
pastagem”, afirma Rômulo Neves<br />
Baptista, que junto com seu<br />
irmão Mário comanda a propriedade<br />
da família.<br />
SOLUÇÃO - A solução encontrada<br />
foi a Integração Lavoura<br />
Pecuária (ILP), apesar de<br />
nunca ter se imaginado produzindo<br />
grãos. Começou com<br />
uma pequena área de soja,<br />
46,5 hectares na safra 2016/<br />
17 e foi ampliando aos poucos.<br />
“Pensávamos que se com a<br />
agricultura só conseguíssemos<br />
cobrir os custos da reforma<br />
do pasto, já estaria<br />
bom. Mas com a integração<br />
melhorou muito a rentabilidade<br />
da pecuária”, diz Rômulo<br />
ressaltando que hoje precisa<br />
da agricultura para ter resultado<br />
com a pecuária.<br />
“Agora tenho pasto verde e abundante,<br />
mesmo no inverno, os animais<br />
têm um ganho de peso<br />
espetacular, sem dar qualquer<br />
complemento alimentar, melhorando<br />
muito os resultados com a<br />
pecuária”, destaca o pecuarista<br />
acrescentando que está trabalhando<br />
para diminuir também o<br />
ciclo de produção dos animais finalizando-os<br />
para abate, a pasto,<br />
com dois anos em vez de três,<br />
como ocorre hoje.<br />
Os irmãos Neves Baptista (à direita), com o agrônomo Diogo Rojas e um funcionário da fazenda<br />
ESCOLA - Segundo o engenheiro<br />
agrônomo Diogo Cardoso<br />
Rojas, da unidade da <strong>Cocamar</strong><br />
de Presidente Prudente (SP),<br />
que é especialista em ILPF e<br />
atende aos irmãos pecuaristas,<br />
o primeiro ano foi uma espécie<br />
de escola, com muitos erros,<br />
por causa da falta de experiência,<br />
da equipe da fazenda, com<br />
a cultura, mas já com os primeiros<br />
resultados aparecendo.<br />
Na área foi feito primeiro o preparo<br />
e implantação de pastagem<br />
para posterior plantio da soja,<br />
que acabou sendo tardio por<br />
causa da estiagem. Também, o<br />
custo com dessecação e manejo<br />
de plantas daninhas foi alto e<br />
houve um aumento no custo<br />
com adubação, em 50% da área,<br />
por erro na regulagem da máquina,<br />
resultando em um custo<br />
médio total de R$126.805,50/ha.<br />
A lavoura ainda passou por 22<br />
dias sem chuvas e com altas<br />
temperaturas, chegando a 42ºC,<br />
na fase de enchimento de grão.<br />
E como a colheita é terceirizada,<br />
houve 10 dias de atraso com perda<br />
estimada na colheita de 7 a<br />
10 sc/ha.<br />
J or n al d e S er vi ço Co c am ar | 9