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SAFRA<br />
Canaviais retomam<br />
crescimento com chuvas<br />
<strong>Paraná</strong> já está com mais do que<br />
metade da safra de cana-de-açúcar<br />
colhida, 53,4% do total até o dia 31/7<br />
As chuvas retornaram<br />
de forma mansa, generalizada<br />
e bem distribuída,<br />
somando<br />
entre 100 a 130 milímetros na<br />
média, conforme a região, o<br />
que é um bom volume, afirmou<br />
o engenheiro agrônomo<br />
e presidente da Alcopar, Miguel<br />
Tranin, mas, destacou, é<br />
fundamental que continuem a<br />
ocorrer dentro da normalidade<br />
para que os canaviais voltem<br />
a se desenvolver bem.<br />
“Essas chuvas trouxeram alívio<br />
no campo. É preciso<br />
aguardar a reação do canavial<br />
para avaliar o impacto sobre a<br />
safra atual e sobre a próxima<br />
safra, mas o setor no <strong>Paraná</strong><br />
já vinha se trabalhando com a<br />
perspectiva de uma perda de<br />
5% a 10% na produção, conforme<br />
a região. A cana perdeu<br />
muita umidade e teve seu desenvolvimento<br />
atrasado, principalmente<br />
as lavouras cortadas<br />
neste período mais seco”,<br />
avaliou o presidente da<br />
Alcopar.<br />
As usinas também já retomaram<br />
o plantio de mudas de cana<br />
nas áreas de reforma. Tinha<br />
usina que estava com o<br />
trabalho parado a mais de 30<br />
dias. “Essa estiagem prejudicou<br />
muito também a renovação<br />
dos canaviais”, citou Tranin.<br />
Por conta do envelhecimento<br />
ocorrido nos últimos<br />
anos e a consequente queda<br />
de produtividade, “as usinas<br />
vinham priorizando os investimentos<br />
em renovação da cana”,<br />
disse, ressaltando que<br />
agora depende de o clima ajudar<br />
para que se consiga plantar<br />
tudo que estava previsto.<br />
Com pouco mais do que metade<br />
da safra colhida, 53,4%,<br />
até o dia 31/7 tinha sido moído,<br />
na safra <strong>2018</strong>/19, o total<br />
acumulado de 19.649.708 toneladas<br />
de cana-de-açúcar<br />
dos 36.762.900 toneladas<br />
esperadas este ano. Comparando<br />
com as 17.255.426 toneladas<br />
registradas no mesmo<br />
período do ano safra<br />
2017/18, o aumento é de<br />
13,9%, mostrando o ritmo<br />
acelerado da colheita este<br />
ano.<br />
Por conta da estiagem que<br />
marcou a quinzena, a qualidade<br />
da matéria prima vinha<br />
sendo boa. A quantidade de<br />
Açúcares Totais Recuperáveis<br />
(ATR) por tonelada de cana<br />
no acumulado da safra<br />
<strong>2018</strong>/19 ficou no período<br />
4,5% acima do valor observado<br />
na safra anterior, totalizando<br />
138,43 kg de ATR/t de<br />
cana, contra 132,52 kg ATR<br />
em 2017/18.<br />
Com esse volume de cana<br />
foram produzidas 1.157.831<br />
toneladas de açúcar, volume<br />
10,7% menor em relação ao<br />
mesmo período no ano passado,<br />
mostrando que se tem<br />
priorizado a produção de etanol,<br />
destinando somente<br />
44,49% da matéria prima<br />
para a produção da commodity.<br />
A expectativa é encerrar<br />
o ano com a produção de<br />
2,589 milhões de toneladas.<br />
Já de etanol total foram industrializados<br />
879,176 milhões<br />
de litros dos 1,336 bilhão<br />
esperados. Deste total,<br />
310,480 milhões de litros são<br />
de etanol anidro (misturado à<br />
gasolina) até a data, e<br />
568,696 milhões de litros são<br />
de hidratado.<br />
Esta antecipação da safra,<br />
por causa das duas estiagens<br />
seguidas ocorridas, tem preocupado<br />
o setor. “Num primeiro<br />
momento, o tempo<br />
mais seco favoreceu a maturação<br />
da cana, concentrando<br />
mais açúcar, mas a colheita<br />
acelerou tanto que possivelmente<br />
as usinas terão que reduzir<br />
a velocidade da moagem<br />
para não colher cana<br />
fora do período ideal de desenvolvimento<br />
e maturação”,<br />
afirmou Tranin.<br />
<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 3