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Jornal Paraná Setembro 2018

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SAFRA<br />

Canaviais retomam<br />

crescimento com chuvas<br />

<strong>Paraná</strong> já está com mais do que<br />

metade da safra de cana-de-açúcar<br />

colhida, 53,4% do total até o dia 31/7<br />

As chuvas retornaram<br />

de forma mansa, generalizada<br />

e bem distribuída,<br />

somando<br />

entre 100 a 130 milímetros na<br />

média, conforme a região, o<br />

que é um bom volume, afirmou<br />

o engenheiro agrônomo<br />

e presidente da Alcopar, Miguel<br />

Tranin, mas, destacou, é<br />

fundamental que continuem a<br />

ocorrer dentro da normalidade<br />

para que os canaviais voltem<br />

a se desenvolver bem.<br />

“Essas chuvas trouxeram alívio<br />

no campo. É preciso<br />

aguardar a reação do canavial<br />

para avaliar o impacto sobre a<br />

safra atual e sobre a próxima<br />

safra, mas o setor no <strong>Paraná</strong><br />

já vinha se trabalhando com a<br />

perspectiva de uma perda de<br />

5% a 10% na produção, conforme<br />

a região. A cana perdeu<br />

muita umidade e teve seu desenvolvimento<br />

atrasado, principalmente<br />

as lavouras cortadas<br />

neste período mais seco”,<br />

avaliou o presidente da<br />

Alcopar.<br />

As usinas também já retomaram<br />

o plantio de mudas de cana<br />

nas áreas de reforma. Tinha<br />

usina que estava com o<br />

trabalho parado a mais de 30<br />

dias. “Essa estiagem prejudicou<br />

muito também a renovação<br />

dos canaviais”, citou Tranin.<br />

Por conta do envelhecimento<br />

ocorrido nos últimos<br />

anos e a consequente queda<br />

de produtividade, “as usinas<br />

vinham priorizando os investimentos<br />

em renovação da cana”,<br />

disse, ressaltando que<br />

agora depende de o clima ajudar<br />

para que se consiga plantar<br />

tudo que estava previsto.<br />

Com pouco mais do que metade<br />

da safra colhida, 53,4%,<br />

até o dia 31/7 tinha sido moído,<br />

na safra <strong>2018</strong>/19, o total<br />

acumulado de 19.649.708 toneladas<br />

de cana-de-açúcar<br />

dos 36.762.900 toneladas<br />

esperadas este ano. Comparando<br />

com as 17.255.426 toneladas<br />

registradas no mesmo<br />

período do ano safra<br />

2017/18, o aumento é de<br />

13,9%, mostrando o ritmo<br />

acelerado da colheita este<br />

ano.<br />

Por conta da estiagem que<br />

marcou a quinzena, a qualidade<br />

da matéria prima vinha<br />

sendo boa. A quantidade de<br />

Açúcares Totais Recuperáveis<br />

(ATR) por tonelada de cana<br />

no acumulado da safra<br />

<strong>2018</strong>/19 ficou no período<br />

4,5% acima do valor observado<br />

na safra anterior, totalizando<br />

138,43 kg de ATR/t de<br />

cana, contra 132,52 kg ATR<br />

em 2017/18.<br />

Com esse volume de cana<br />

foram produzidas 1.157.831<br />

toneladas de açúcar, volume<br />

10,7% menor em relação ao<br />

mesmo período no ano passado,<br />

mostrando que se tem<br />

priorizado a produção de etanol,<br />

destinando somente<br />

44,49% da matéria prima<br />

para a produção da commodity.<br />

A expectativa é encerrar<br />

o ano com a produção de<br />

2,589 milhões de toneladas.<br />

Já de etanol total foram industrializados<br />

879,176 milhões<br />

de litros dos 1,336 bilhão<br />

esperados. Deste total,<br />

310,480 milhões de litros são<br />

de etanol anidro (misturado à<br />

gasolina) até a data, e<br />

568,696 milhões de litros são<br />

de hidratado.<br />

Esta antecipação da safra,<br />

por causa das duas estiagens<br />

seguidas ocorridas, tem preocupado<br />

o setor. “Num primeiro<br />

momento, o tempo<br />

mais seco favoreceu a maturação<br />

da cana, concentrando<br />

mais açúcar, mas a colheita<br />

acelerou tanto que possivelmente<br />

as usinas terão que reduzir<br />

a velocidade da moagem<br />

para não colher cana<br />

fora do período ideal de desenvolvimento<br />

e maturação”,<br />

afirmou Tranin.<br />

<strong>Jornal</strong> <strong>Paraná</strong> 3

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