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Revista ComTempo - Edição nº 1, de setembro a novembro de 2018

Digital com jeitinho de impresso.

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um chamado aos jovens<br />

Também em busca <strong>de</strong> uma análise<br />

mais múltipla e ampla sobre a participação política<br />

dos jovens, principalmente à luz da menor<br />

participação dos jovens entre 16 e 17 anos no<br />

pleito majoritário <strong>de</strong>ste ano, a <strong>ComTempo</strong> encontrou<br />

a Engajamundo, que <strong>de</strong>fine-se como<br />

uma organização <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança jovem que atua<br />

para abrir caminhos para a participação da juventu<strong>de</strong><br />

nas <strong>de</strong>cisões políticas internacionais.<br />

Segundo o Engajamundo, a atuação<br />

da organização está focada, atualmente, em<br />

cinco temas: biodiversida<strong>de</strong>, cida<strong>de</strong>s sustentável,<br />

clima, <strong>de</strong>senvolvimento sustentável<br />

e gênero.<br />

A reportagem enviou questões a Engajamundo,<br />

que fora respondidas pela coor<strong>de</strong>nadora<br />

da organização, Amanda Segnini,<br />

formada em Relações Internacionais pela<br />

PUC-SP e com pós-graduação em Inovação<br />

Social pelo Instituto Amani. Confira a entrevista<br />

na íntegra.<br />

<strong>ComTempo</strong> – É possível fazer análise do porquê um percentual<br />

tão baixo <strong>de</strong> jovens <strong>de</strong>cidiu votar nestas eleições?<br />

Amanda Segnini – Na nossa perspectiva como Engajamundo, isso<br />

acontece porque poucos jovens sentem-se representados com a<br />

maioria dos candidatos que estão ocupando os cargos hoje em dia.<br />

Isso faz com que o interesse por pesquisar outros representantes<br />

seja quase nulo. O resultado <strong>de</strong>sse ciclo é uma eleição com percentual<br />

tão baixo <strong>de</strong> jovens exercendo, <strong>de</strong> fato, o direito ao voto, ou seja,<br />

comparecendo às urnas e não o anulando.<br />

CT – Quais fatores po<strong>de</strong>m levar os jovens a não se interessarem<br />

por política?<br />

Amanda – O distanciamento da política institucional e o encastelamento<br />

das instituições, construindo uma narrativa <strong>de</strong> ser a política<br />

algo distante do nosso cotidiano, diminuindo, por conseguinte, a representação<br />

das diversida<strong>de</strong>s do país, resultando em duplo afastamento:<br />

por não se ver e não enten<strong>de</strong>r a política na sua vida.<br />

CT – Quais ferramentas po<strong>de</strong>riam ser iniciativas para<br />

<strong>de</strong>spertar o interesse?<br />

Amanda – Dispositivos mediadores das dinâmicas on<strong>de</strong> a juventu<strong>de</strong><br />

está presente, como as re<strong>de</strong>s sociais. Nesse sentido, cabe citar a<br />

plataforma #MeRepresenta, que faz o match político entre candidaturas<br />

e pessoas eleitoras, buscando efetivar essa ponte, diminuir o<br />

distanciamento e aumentar a representativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> corpos e pautas<br />

na política institucional. Além do #MeRepresenta e outras plataformas<br />

que estão buscando a reaproximação dos jovens com a política,<br />

o Engajamundo encoraja fortemente a participação das juventu<strong>de</strong>s<br />

em rodas <strong>de</strong> conversa, participação em <strong>de</strong>bates e aproximação com<br />

as temáticas abordadas pelos seus candidatos. Possibilitar que a política<br />

seja um assunto falado abertamente pelos jovens, com respeito<br />

às divergências <strong>de</strong> opinião e buscando que esses jovens se sintam<br />

à vonta<strong>de</strong> em fazer parte <strong>de</strong>sse <strong>de</strong>bate também são ações que acreditamos<br />

serem possíveis.<br />

CT – Os jovens sentem-se representados por políticos<br />

que ocupam os cargos eletivos?<br />

Amanda – Atualmente, não. O perfil <strong>de</strong> políticos hoje é distante das<br />

faces da juventu<strong>de</strong>, consi<strong>de</strong>rando o congresso e os cargos executivos.<br />

Um congresso extremamente conservador e o mesmo perfil na<br />

maioria dos cargos públicos eleitos: homens, brancos, cisgêneros,<br />

heteronormativos, <strong>de</strong> classe média alta para cima e distantes das<br />

pautas que a juventu<strong>de</strong> vem <strong>de</strong>batendo e reivindicando, seja em movimentos<br />

organizados, seja em re<strong>de</strong>s.

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