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(DIVULGAÇÃO)<br />
2.190.000 dias (500 anos) é a projeção para o plástico<br />
comum, produzido com <strong>de</strong>rivado do petróleo (matéria<br />
-prima não renovável, cuja composição não é metabolizada<br />
por micro-organismos), leva para se <strong>de</strong>compor na<br />
natureza. Isso preocupa cada vez mais os ambientalistas<br />
e aqueles atentos à saú<strong>de</strong> do planeta.<br />
120 dias (4 meses), tempo necessário para o plástico bio<strong>de</strong>gradável,<br />
produzido pela USP <strong>de</strong> Ribeirão Preto, com<br />
material biológico, <strong>de</strong>saparecer no meio ambiente. À frente<br />
<strong>de</strong>sta pesquisa, a química Bianca Chieregato Maniglia,<br />
que em entrevista a <strong>ComTempo</strong>, dá <strong>de</strong>talhes <strong>de</strong> seu projeto<br />
e conceitua: “Por ser composto <strong>de</strong> material biológico, é<br />
atacado, na natureza, por outros agentes biológicos, como<br />
bactérias, fungos e algas. Transformam-se em água, CO2<br />
e matéria orgânica”.<br />
Se aprovado para substituir o plástico comum, o produto <strong>de</strong>senvolvido<br />
pela USP-RP, em números, reduziria em 99,9%<br />
o tempo necessário para <strong>de</strong>gradação no meio ambiente. A<br />
natureza ganharia 2 milhões <strong>de</strong> dias a mais para respirar.<br />
Fazendo trocadilho com a economia, o superávit seria <strong>de</strong><br />
2.189.880 dias a mais para todo o mundo.<br />
A i<strong>de</strong>ia<br />
O<br />
fato dos plásticos bio<strong>de</strong>gradáveis não<br />
conseguirem competir com os plásticos<br />
comuns por seu alto custo, foi o estopim<br />
para Bianca iniciar o projeto, com apoio dos órgãos<br />
<strong>de</strong> fomento como Fapesp (Fundação <strong>de</strong> Amparo<br />
à Pesquisa do Estado <strong>de</strong> São Paulo); Capes (Coor<strong>de</strong>nação<br />
<strong>de</strong> Aperfeiçoamento <strong>de</strong> Pessoal <strong>de</strong><br />
Nível Superior), e CNPQ (Conselho Nacional <strong>de</strong><br />
Desenvolvimento Científico e Tecnológico), como<br />
parte <strong>de</strong> seu mestrado e doutorado. O projeto contou<br />
também com a estrutura do Departamento <strong>de</strong><br />
Química da USP <strong>de</strong> Ribeirão Preto.<br />
“Buscamos matéria prima mais barata<br />
para tornar este material competitivo. Os resíduos<br />
agroindustriais brasileiros ainda são pouco explorados,<br />
sendo muitas vezes, <strong>de</strong>scartados na natureza”.<br />
A química ressalta que os resíduos po<strong>de</strong>m<br />
apresentar gran<strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> aplicação tecnológica:<br />
“Foi <strong>de</strong>sta forma, então, que pesquisamos<br />
possíveis resíduos, ainda pouco explorados, com<br />
polímeros interessantes como amido e proteína<br />
para aplicação no setor <strong>de</strong> materiais”. Bianca revela<br />
que o pedido <strong>de</strong> patente <strong>de</strong>ste plástico será feito<br />
ainda em <strong>2018</strong>.<br />
O trabalho <strong>de</strong> obtenção dos plásticos bio<strong>de</strong>gradáveis<br />
envolve, segundo a pesquisadora,<br />
grupo <strong>de</strong> pesquisa com participação <strong>de</strong> alunos<br />
<strong>de</strong> iniciação científica: “Roberta Lopes <strong>de</strong> Paula,<br />
Larissa Tessaro e Bruno Esposto, e <strong>de</strong> mestrado,<br />
Thamiris Garcia, além da fundamental orientação<br />
da Profa. Dra. Delia Rita Tapia Blácido”.<br />
Bianca revela que as proprieda<strong>de</strong>s dos<br />
plásticos <strong>de</strong>senvolvidos durante a pesquisa apresentaram<br />
resultados satisfatórios em relação aos<br />
convencionais, pois possuem boas proprieda<strong>de</strong>s<br />
mecânicas e funcionais, mas, a alta bio<strong>de</strong>gradabilida<strong>de</strong><br />
do plástico, “apesar <strong>de</strong> ser ponto positivo,<br />
po<strong>de</strong> não ser apropriado para produtos que não<br />
sejam <strong>de</strong> rápido consumo”.<br />
Outro fator que faz o plástico <strong>de</strong>senvolvido<br />
pela pesquisadora ainda não ser tão competitivo com<br />
o convencional, é a alta capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> absorver umida<strong>de</strong>,<br />
criando assim, ambiente favorável para maior<br />
proliferação <strong>de</strong> micro-organismos: “Isso prejudica a<br />
conservação dos alimentos, por isso, estamos trabalhando<br />
para controlar estas proprieda<strong>de</strong>s, tornando-o<br />
mais apto para aplicação no mercado”, explica.<br />
Para o produto bio<strong>de</strong>gradável ganhar o<br />
mercado rapidamente, a química consi<strong>de</strong>ra interessante<br />
sua aplicação como blendas, ou seja, “na<br />
forma <strong>de</strong> misturas entre polímeros provenientes<br />
dos resíduos agroindustriais, com polímeros provenientes<br />
do petróleo”. Assim, tem-se o aproveitamento<br />
<strong>de</strong> um resíduo agroindustrial como fonte<br />
alternativa renovável para compor embalagens e<br />
também reduzir a porcentagem <strong>de</strong> fontes sintéticas,<br />
agregando a bio<strong>de</strong>gradabilida<strong>de</strong>: “Além <strong>de</strong><br />
po<strong>de</strong>rmos contar com presença das boas proprieda<strong>de</strong>s<br />
dos plásticos comuns”.<br />
Foi esta a consi<strong>de</strong>ração inspiratória para<br />
Bianca iniciar o trabalho <strong>de</strong> pós-doutorado que<br />
realiza atualmente, na Escola Politécnica da USP.<br />
“Trata-se da produção <strong>de</strong> plástico, po<strong>de</strong>ndo inserirse<br />
mais rápido no mercado, que são as blendas <strong>de</strong><br />
polímeros <strong>de</strong> resíduo <strong>de</strong> babaçu com o polímero<br />
polipropileno”, esclarece a pesquisadora.<br />
Os resíduos agroindustriais<br />
brasileiros ainda são pouco<br />
explorados, sendo muitas vezes,<br />
apenas <strong>de</strong>scartados na natureza<br />
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