Luís Carlos B<strong>ED</strong>RAN Sociólogo e cronista da Revista Comércio, Indústria e Agronegócio de Araraquara O futuro pelo passado Vamos supor que alguém ainda esteja em dúvida sobre em quem votará para a Presidência da República. Como poderá escolher uma pessoa competente para conseguir governar essa grande nação de 207 milhões de habitantes, a maior e a mais importante da América Latina, de mais de 8 milhões de km², o 5º país do mundo em extensão territorial? Quais seriam os critérios básicos para tanto? Como estamos num Estado Democrático de Direito onde impera uma Constituição feita pelo povo e para o povo e onde as instituições, pelos seus três Poderes, Legislativo, Executivo e Judiciário funcionam normalmente; e como a escolha será pelo voto secreto e universal, não podemos afirmar que a Nação precise de um líder revolucionário como necessitaria se estivéssemos em crise institucional. Desde tempos remotos e em qualquer organização social, mesmo a mais primitiva, como a dos indígenas, a sociedade sempre precisou ser governada pelos mais capazes, mais experientes, por aqueles que se dispuseram a abdicar parte de sua vida privada em função do coletivo, em função de todos. Seja um grupo ou uma pessoa. Se pessoa, indicada pelos membros da comunidade, por várias formas, por acreditar que ela poderia agir, por todos os meios possíveis, com ética de responsabilidade, para o bem-estar de seus governados, seja oriundo de uma força divina ou pela crença em suas virtudes, como a força, a inteligência, entre tantos outras, aceitáveis por eles. Qualquer historiador, sociólogo ou um antropólogo poderia melhor esclarecer isso. Então, voltando aos tempos que estamos vivendo, aqueles que pretendem governar milhões de habitantes, hão de possuir valores em que os governados possam neles acreditar e indicá-los para que sejam seus líderes. No caso dos presidenciáveis que estão vinculados a grupos, os partidos políticos, é preciso, de início, descartá-los aqueles que têm menor expressão e que certamente se unirão aos maiores num eventual segundo turno. Entretanto, de todos os critérios fundamentais para que se eleja um ou uma líder para administrar este grande país, o mais importante deve ser o da experiência em governar pois ninguém quereria ou gostaria de ser governado por uma pessoa inexperiente nessa função. Porque é o futuro que está em jogo, mesmo porque na política, que é a arte ou a ciência de governar, não pode haver espaço para aventureiros ou amadores. Dessa forma, o eleitor ou a eleitora deverá ter como critério máximo, para não errar seu voto, pensando no futuro da Nação, que analise não os projetos, menos ainda as promessas dos candidatos ou candidatas sobre o que pretendem fazer, caso sejam eleitos e sim sobre o passado deles. Mesmo porque, se formos estudar seus projetos, as metas de cada um, verificaremos que todos, sem exceção, prometem tudo aquilo que o povo necessita e que pouco ou nada divergem entre si. E as divergências porventura existentes são periféricas e não fundamentais. Assim, é preciso conhecer mais o que fizeram e menos o que pretendem fazer. No caso dos candidatos dos partidos mais fortes, é o passado deles que terá peso. E isso independentemente das pesquisas e dos embates entre eles, da simpatia ou do carisma que tenham. Porque todos beijam as criancinhas, são envolvidos pela claque, têm seus seguidores fiéis, viajam por todo o País, são vistos na mídia, são objeto de comentários e disputas entre as pessoas mais politizadas e possuem o apoio de importantes segmentos da sociedade. E todos têm suas virtudes e um passado político respeitável, embora, para alguns, controvertido. No entanto, isso não basta. É preciso também que se possa averiguar sobre real viabilidade na conquista do poder que cada um possa ter, sobre se eles possuem condições, não imagináveis, de conseguir ser eleitos. Quem são eles? Apenas poucos. Mas o que eles fizeram de concreto para pretender alcançar o poder? Sobre o critério da experiência e da viabilidade. Ciro Gomes: foi prefeito, deputado estadual, federal, ministro e governador do Ceará; Fernando Haddad: foi prefeito e ministro; Geraldo Alckmin: foi vereador, prefeito, deputado estadual, deputado federal e constituinte, vice-governador, governador quatro vezes do Estado de São Paulo, o mais populoso do País; Jair Bolsonaro: foi vereador e deputado federal; Marina Silva: foi vereadora, deputada estadual, senadora e ministra. Analise o leitor ou a leitora apenas sobre isso. Não sobre o carisma que os ilustres candidatos possam ter e têm, mas somente sobre a experiência administrativa que tiveram. Tudo para o futuro do Brasil. |78
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