T&N 163
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opinião<br />
Mirian Gusmão Canuto<br />
Médica, empresária de turismo e membro da AAL<br />
Valeu, Alexandre Garcia<br />
Para educar,<br />
não é preciso<br />
bater. Todavia,<br />
é fundamental<br />
ter firmeza<br />
na reprovação<br />
das atitudes<br />
errôneas<br />
dos filhos<br />
R<br />
ecebo, via WhatsApp, enviado<br />
por uma amiga, um lúcido e interessante<br />
texto do jornalista Alexandre<br />
Garcia, cujo título é: “Quarenta Anos”.<br />
Ele faz a comparação das diversas atitudes<br />
brasileiras, no decorrer de quatro<br />
décadas, na educação familiar, nas<br />
escolas e em diversos outros segmentos<br />
sociais. Essa crônica foi publicada há<br />
mais de um ano e continua atualizada.<br />
Garcia relembra que o jovem Sérgio,<br />
em 1971, quebrou um farol de um carro<br />
estacionado perto de sua casa. Seu pai<br />
soube e deu-lhe uma surra de cinturão, e<br />
o filho jamais repetiu o feito. Diz Alexandre:<br />
“Entrou para faculdade e, hoje, é um<br />
profissional de sucesso”.<br />
Quarenta anos depois, Sérgio reprisou<br />
ao filho a mesma surra que levou.<br />
Todavia, esse o denunciou, e o pai foi<br />
condenado a prestar serviços comunitários.<br />
O filho de Sérgio optou pelas drogas<br />
e hoje está em um abrigo para menores.<br />
Diz o jornalista: “Em 1971, quando os<br />
coleguinhas de Sérgio faziam bagunça<br />
na aula, levavam um pito do professor,<br />
eram levados à direção e ainda sofriam<br />
castigo em casa. E todos se formavam<br />
prontos para a vida”. Em 2011, a desordem<br />
em sala de aula faz o professor<br />
repreender seus alunos, entretanto, dias<br />
depois, pede desculpas porque os pais<br />
foram se queixar de maus-tratos ao diretor.<br />
Hoje, esses adultos dão mau exemplo<br />
à sociedade, tornando-se, muitas<br />
vezes, irresponsáveis ou corruptos.<br />
Em 1971, o tio de Sérgio foi flagrado<br />
“enrolando” no trabalho. Seu chefe o<br />
repreendeu e ele corrigiu-se. Já, nos dias<br />
atuais, o cunhado de Sérgio foi flagrado<br />
jogando na internet, em hora de trabalho.<br />
O diretor não admitiu aquela<br />
atitude, e o puniu. Em que resultou?<br />
O chefe foi demitido e processado por<br />
assédio moral, a empresa multada e o<br />
trabalhador insubordinado indenizado<br />
por danos morais!<br />
Concluindo, afirma Alexandre<br />
Garcia: “É a ditadura da hipocrisia imbecil<br />
do politicamente correto”.<br />
O padrão moral, da sociedade atual,<br />
retrocedeu de maneira antagônica à era<br />
da tecnologia. A indisciplina, a corrupção<br />
e a bandidagem têm-se alastrado<br />
severamente. Estamos numa época de<br />
falta de autoridade, em todos os setores<br />
sociais! Lamentável!<br />
Para educar, não é preciso bater.<br />
Todavia, é fundamental ter firmeza na<br />
reprovação das atitudes errôneas dos<br />
filhos. A educação doméstica é a base<br />
para uma sociedade disciplinada e íntegra.<br />
Infelizmente, muitos pais oferecem<br />
exemplos indignos. Como evitar que<br />
eles se tornem cidadãos irresponsáveis?<br />
Quando a família não reconhece o<br />
desacerto de seus filhos, estão levando-<br />
-os ao abismo, e, com certeza, o mundo<br />
os punirá, impiedosamente.<br />
Valeu, Alexandre Garcia!<br />
26 turismo & negócios