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A luta bebe Cerveja

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A LUTA BEBE CERVEJA<br />

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paredes, fotos em preto e branco de quem já passou por lá para tomar uma Água de Valeta<br />

ou comer o prato clássico: testículo de touro. Até uns tempos atrás, mulher não entrava, mas<br />

isso é história para se contar mais pra frente.<br />

Era outro point dos jornalistas, com seu jeito meio descolado de quem descobre a verdade<br />

antes de todo mundo. Mas jornalista nem sempre é assim tão seguro de si, é por isso que<br />

<strong>bebe</strong>m pra burro. Infelizmente, muitos morreram de cirrose ou complicações advindas do<br />

cigarro. Alguns viraram militantes anti-álcool. Outros migraram da cerveja para o uísque para<br />

o vinho para o Chocomilk. Há também os que frequentam os bares até hoje.<br />

Já teve jornalista que fechou pauta dentro do bar, escrevendo no guardanapo. Outros<br />

usavam o guardanapo para escrever poesia mesmo. Isso acontecia muito no Bar do Cardoso,<br />

um poeta querido por todos que às vezes levantava no meio do boteco para recitar suas<br />

poesias, e aí inspirava geral para escrever e recitar as suas próprias também.<br />

Outros eram do tipo que você sabia que ia encontrar em determinado bar. Alguns batiam<br />

ponto no Kapelle, outros no Bife Sujo, qualquer folga era desculpa para tomar uma gelada ou<br />

só encontrar o pessoal. A galera.<br />

É que nem todo mundo bebia, embora esses encontros tivessem sim motivação etílica. É<br />

normal lembrar de jornalista dentro do bar nas décadas de 60 e 70 - antes e depois também.<br />

Pelo menos até o início dos anos 1990, quando abriram o Bar Retranca dentro do Sindicato<br />

dos Jornalistas.<br />

Foi um fenômeno. Retranca é o nome que se dá para identificar uma pauta, o bar ficava<br />

dentro do próprio sindicato, diz que muito jornalista caiu duro lá de tanto tomar cerveja. Ou<br />

cachaça. Algumas reuniões do sindicato rolavam dentro do bar mesmo. Por que não?<br />

Mais do que álcool, os quitutes. Sair esfomeado da redação e cair de boca no Pernil com<br />

Verde que serviam (servem até hoje) nos bares que dividem parede e clientela no meio da<br />

Rua XV - Triângulo e Mignon - era de praxe. Alguns se contentavam com as empadinhas da

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