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A LUTA BEBE CERVEJA<br />
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ficavam todos lado a lado, muito perto, e não era coincidência. O mais longe era o Bar do<br />
Hermes, lá no Rebouças, que investia em shows e por isso era um espaço mais musical. Tinha<br />
um porão pra quem gostava de sinuca também, mas o forte era ouvir música mesmo. O Bar<br />
do Hermes já rendeu pauta. Para o Estadinho, certa vez, porque o papagaio do Hermes<br />
sumiu. Tinham roubado. Saiu uma matéria daquelas falando da falta de coração do larápio.<br />
Devolveram o papagaio depois da repercussão.<br />
Quando o Bar Palácio mudou de lugar, ganhou destaque. Nas colunas sociais, não faltavam<br />
citações. Dino Almeida, o famoso colunista social da Gazeta do Povo, teve seu próprio bar por<br />
um período - o Bebedouro, no Largo da Ordem. Aliás, jornalista dono de bar acontecia vira e<br />
mexe, além dos que só apareciam e largavam o salário em cima do balcão.<br />
Tinha um bar lá no alto do Cabral que tinha um nome<br />
engraçado: Bar Sem Nome. Por um tempo, o bar não tinha porta<br />
e ficava 24h aberto. Lá no fundo, um caixão, para quem quisesse<br />
descansar depois da <strong>bebe</strong>deira. Alguns jornalistas se lembram<br />
de terem terminado a noitada dentro do caixão. Outros só de<br />
terem visto os colegas se sujeitarem. O que melhor que um<br />
caixão para representar a boemia dos vampiros de Curitiba?<br />
A noite também permitia que jornalistas de diferentes redações<br />
se encontrassem. Sem ciumeira. Era uma época de ouro, em<br />
que repórter trocava de jornal como quem troca de roupa. Era<br />
difícil ficar desempregado. Na verdade, ninguém ficava. Se saísse<br />
de um jornal, em questão de dias era contratado em outro. Por<br />
isso todo mundo era colega e partilhava pauta e coisa e tal.<br />
SEM CIUMEIRA.<br />
ERA UMA<br />
ÉPOCA DE<br />
OURO<br />
Mas mesmo assim, alguns adendos curiosos: o pessoal do Jornal do Brasil, sucursal que ficava<br />
próxima à Praça Santos Andrade, tinha fama de ostentação, porque tinham menos pautas<br />
para fazer por dia e recebiam mais do que os repórteres de jornais paranaenses. Só andavam<br />
de terno, pra cima e pra baixo. A boemia também era diferenciada. Jornalista do JB ia encher