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Até que o fim rime e a corda estique

Catálogo da exposição

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Círculo de Artes Plásticas de Coimbra<br />

<strong>Até</strong> <strong>que</strong> o <strong>fim</strong> <strong>rime</strong><br />

e a <strong>corda</strong> esti<strong>que</strong><br />

—<br />

Filipe Feijão<br />

Jorge Maciel<br />

Vasco Costa<br />

—<br />

Círculo Sereia<br />

13 out – 22 dez<br />

2018


Filipe Feijão<br />

—<br />

Filipe Feijão (Sarcelles, França, 1975) vive e trabalha nas Caldas da Rainha.<br />

É licenciado em Artes Plásticas pela Escola Superior de Arte e Design das<br />

Caldas da Rainha. Desde 2000, participa regularmente em exposições<br />

coletivas, de entre as quais: G.U.E.T.O./SHOW ROOM, CAL design, Caldas<br />

da Rainha, (2005); HOFFNUNG, Casa Bernardo, Caldas da Rainha (2009);<br />

COLECÇÃO E MAIS, Centro de Artes de Sines (2011); DROMOSPHERE,<br />

Galleria Collicaligreggi, Catania, Itália (2015); CAMINHOS DE FLORESTA,<br />

CIAJG, Guimarães (2016); Incerta Desambiguação, Zaratan, Lisboa<br />

(2017); Cosmic, Sonic, Animistic, Colecção Permanente e Outras Obras,<br />

CIAJG, Guimarães (2017); Escultura, Ciclo de Primavera, Céu de Vidro<br />

– Electricidade Estética, Caldas da Rainha (2018).


<strong>Até</strong> <strong>que</strong> o <strong>fim</strong> <strong>rime</strong> e a <strong>corda</strong> esti<strong>que</strong><br />

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Círculo de Artes Plásticas de Coimbra<br />

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Círculo de Artes Plásticas de Coimbra<br />

Figuras do contínuo<br />

Durante quinze anos, Filipe Feijão construiu uma estrutura proto-<br />

-museológica — seguramente, um dos projectos utópicos e visionários<br />

mais extraordinários realizados nas últimas décadas em Portugal — <strong>que</strong>,<br />

na prática, funcionou como extensão do seu ateliê das Caldas da Rainha.<br />

Parente ou herdeira de várias estruturas mais ou menos bem<br />

conhecidas <strong>que</strong> alguns artistas foram construindo desde o início do<br />

século xx (pensemos no Merzbau de Schwitters, por exemplo), esta peça<br />

de grande envergadura tornou-se no habitat de um extenso e variado<br />

conjunto de coisas estranhas em si e umas às outras — plantas, cactos,<br />

fósseis, organismos vivos, ossos de baleia, cerâmicas, vigas de madeira<br />

e outros objectos.<br />

Não é tanto para os gabinetes de curiosidade ou para as câmaras de<br />

maravilhamento <strong>que</strong> remete esta singular e monumental peça. Dir-se-ia<br />

<strong>que</strong> se trata de uma estrutura <strong>que</strong> foi pensada e construída para poder<br />

acolher um pensamento e uma prática alargada da escultura. É, portanto,<br />

uma estrutura propiciatória, uma espécie de máquina desejante aberta<br />

à multiplicidade e <strong>que</strong>, em rigor, tematiza a diversidade como último<br />

reduto do pensamento escultórico, irredutível à sujeição da forma.<br />

É, por isso mesmo, enigmática a peça <strong>que</strong> escolheu mostrar no CAPC.<br />

É feita a partir da transposição material de um fragmento <strong>que</strong> jazia na<br />

estrutura, cujo aparato físico parece em tudo remeter para a linguagem<br />

do neoclassicismo — o hieratismo da forma, a aparência de ruína, o<br />

antropomorfismo da pose (como se se tratasse de uma visão de Marat<br />

na sua banheira-túmulo). É, contudo, aparente essa filiação; trata-se, ao<br />

contrário, de uma visão orgânica, de uma figura do contínuo.<br />

Com efeito, todo o trabalho de Filipe Feijão se tem desenvolvido em<br />

torno da possibilidade de pensar a escultura como trânsito entre este e<br />

o outro mundo, uma das mais velhas <strong>que</strong>stões com <strong>que</strong> os escultores se<br />

debatem desde sempre: como conciliar corpo e matéria, vida e morte,<br />

negativo e positivo, forma e sopro.<br />

Nuno Faria*<br />

* O autor não segue<br />

a grafia do recente<br />

Acordo Ortográfico.<br />

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<strong>Até</strong> <strong>que</strong> o <strong>fim</strong> <strong>rime</strong> e a <strong>corda</strong> esti<strong>que</strong><br />

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2008–2018<br />

201 × 298 × 338 cm<br />

esferovite, mão de gesso,<br />

pedra de granito, pau e<br />

pedaço de cimento com ferro<br />

(1) 37 × 56,5 × 56,5 cm<br />

gesso, sisal e barro<br />

(2) 298 × 161 × 161 cm


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Círculo de Artes Plásticas de Coimbra


—<br />

Jorge Maciel<br />

Jorge Maciel nasceu em 19 de julho de 1982 na região de Viana do<br />

Castelo. O seu percurso artístico começou quando jovem, o <strong>que</strong> o<br />

conduziu a ingressar em 2001 na licenciatura de Artes Plásticas na<br />

Escola Superior de Arte e Design das Caldas da Rainha, onde desenvolveu<br />

trabalhos de cariz expe<strong>rime</strong>ntal em torno da escultura e da instalação.<br />

Desde então, tem participado em projetos e exposições coletivos e<br />

individuais de relevância nacional. As suas produções envolvem o<br />

espaço, transformando-o à proporção da escala humana e convidando<br />

o espectador a fazer parte integrante da obra.


Círculo de Artes Plásticas de Coimbra<br />

Mise em Cenas<br />

This speculative moment is indifferent to the subject. It exists in itself and<br />

could function just as well without a spectator. It is not directed toward<br />

anyone; the viewer is just a witness. The zones of non-knowledge reappear<br />

here, and they endlessly create the possibility of something, a context, an<br />

idea. It occurs through complexity, contingency, hesitation.<br />

The rules of the game are already set out, but the events in fact organize<br />

themselves independently and without concern for existing rules. What<br />

is produce when someone experiences these events is unwritten, as it is<br />

precisely written forms, the language “in between” things and entities, that<br />

I’m trying to leave undetermined. There was a transition from exhibiting<br />

something to being exposed to something. 1<br />

Várias paredes amarelo-açafrão formam um semicírculo rarefeito.<br />

Este, decorado com alguns troncos pintados da mesma cor, delimita um<br />

espaço onde outros objectos se encontram espalhados, desarrumados,<br />

organizados, cuidados e em uso.<br />

Do lado es<strong>que</strong>rdo, uma bancada improvisada na parede (talvez seja<br />

também um banco?), feita de canas e bocados de madeira. Em cima,<br />

uma grade de cerveja com garrafas vazias (minis) e uma caixa de cartão<br />

parecem es<strong>que</strong>cidas em cima de lascas de madeira e panos e terra.<br />

Por baixo desta bancada: um cesto em decomposição, cheio de garrafas<br />

de cerveja vazias; uma casca de coco; mais garrafas de cerveja, sumo<br />

e uma lata de «spray» no meio de terra e pedras.<br />

Na parede acima da bancada, um póster da Nastassja Kinski nua com<br />

uma jibóia encontra-se emoldurado por uma discreta tira de madeira e<br />

enfeitado com luzes de Natal.<br />

O chão, de terra batida, parece ser varrido em círculo no centro,<br />

arrastando o lixo para as zonas limítrofes do «abrigo».<br />

No tecto, bandeirolas recortadas de sacos de plástico coloridos fazem<br />

um triângulo.<br />

Finalmente, ao centro, uma cruz de madeira, volumosa, pintada de<br />

preto, tem amarrada com correntes e <strong>corda</strong>s uma cadeira de madeira.<br />

Por baixo da cadeira, um pe<strong>que</strong>no caixão decorado com cruzes, manchas<br />

e pó assenta em duas plataformas revestidas de uma camada espessa<br />

de cera. 2<br />

1. Marie-France<br />

Rafael entrevistou<br />

Pierre Huyghe, em<br />

8–9 de Setembro<br />

de 2011, na Galerie<br />

Esther Schipper,<br />

Berlim. Revista em<br />

2013.<br />

2. Descrição<br />

com base numa<br />

imagem de Ounfò<br />

of Louis Marc Désir<br />

in Jacmel, with<br />

Danbala depicted<br />

in the poster of<br />

Nastassja Kinski on<br />

the wall, in Vodou –<br />

Visions and Voices<br />

of Haiti, de Phyllis<br />

Galembo.<br />

A p<strong>rime</strong>ira coisa <strong>que</strong> é um pouco desconcertante nesta imagem de<br />

um altar vodu é <strong>que</strong> não se percebe onde começa e acaba o altar… todo<br />

o espaço, pode ser, em potência, um altar. Não é possível distinguir os<br />

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<strong>Até</strong> <strong>que</strong> o <strong>fim</strong> <strong>rime</strong> e a <strong>corda</strong> esti<strong>que</strong><br />

objectos sagrados dos objectos de manutenção dos rituais, dos objectos<br />

pessoais do Manbo/praticante.<br />

Vamos assumir <strong>que</strong> todo o espaço retratado nesta imagem goza<br />

dessa sobreposição: de ser pessoal e simultaneamente sagrado. Os<br />

objectos <strong>que</strong> ali se encontram partilham a possibilidade de ser qual<strong>que</strong>r<br />

coisa como místico-domésticos, ou seja, não se percebe onde começa e<br />

acaba o domínio do sagrado nesta imagem. A natureza da situação é<br />

necessariamente ambivalente. Tudo parece místico ao mesmo tempo<br />

<strong>que</strong> tudo parece estar a uso.<br />

Este é um espaço de interdependência entre elementos naturais<br />

e sobrenaturais, e o «sobrenatural» está a uso… é activado consoante<br />

as necessidades nos artigos mais insuspeitos, e ali permanece, como<br />

uma sombra colada aos objectos. Estes não fazem parcimónia, estão<br />

ocupados, como <strong>que</strong> transportando mensagens e sinais de «outro»<br />

espaço (metafísico?) para a vida prática dos viventes e ao contrário. No<br />

entanto, não os podemos definir como simples portais, mas, acima de<br />

tudo, como possibilidades de acção, um pouco imprevisíveis, entre o<br />

mundo dos vivos e o mundo dos mortos.<br />

Cada objecto se desdobra em mil possibilidades daqui e do além e<br />

todos juntos são um mundo em streaming. Falamos de mecanismos<br />

e forças <strong>que</strong> circulam entre este acumulado de objectos e um outro<br />

espaço — simbólico, imaginado, radicado num sentido de fé e <strong>que</strong> vai<br />

além das qualidades materiais de cada objecto.<br />

A operação <strong>que</strong> parece activar estes objectos de poder é particular<br />

a cada situação, necessariamente flexível para se recolocar consoante<br />

as condições sociais de um determinado milieu. O vodu não apropria só<br />

outros símbolos religiosos, absorve também o mundo à sua volta, como<br />

se fosse um espelho convexo.<br />

Isto faz com <strong>que</strong> cada operação (de pe<strong>que</strong>na ou grande escala)<br />

goze de uma certa autonomia na formulação de entendimentos e até<br />

práticas de espiritualidade… en<strong>fim</strong>, uma não-ortodoxia, altamente<br />

eficaz na aplicação de práticas místicas na vida quotidiana.<br />

O trabalho de Jorge Maciel está nas antípodas da espiritualidade<br />

vodu, mas, à semelhança deste altar nas suas instalações, cada objecto<br />

parece ser tratado na suas possibilidades performáticas: do <strong>que</strong> está<br />

a uso (em movimento); e do <strong>que</strong> podem fazer (<strong>que</strong> potencialmente os<br />

ultrapassa).<br />

Do <strong>que</strong> está a uso, não percebemos logo, estamos num espaço de<br />

intimidade, onde as coisas vivem, seguem o seu curso, acumulam<br />

funções. Já não é só o gesto deixado pela mão do artista, é também a<br />

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Círculo de Artes Plásticas de Coimbra<br />

iminência do gesto deixado pelas próprias coisas. Aqui, insinuam-se<br />

acções, imaginam-se movimentos, desde o mais ín<strong>fim</strong>o pormenor até à<br />

totalidade da instalação. Na verdade, só mais tarde nos damos conta de<br />

<strong>que</strong> o espaço da instalação já começou «há séculos», não se percebendo<br />

onde começa e acaba o bendito espaço da «arte». Serão palcos com<br />

outros palcos dentro, onde cada objecto perde e ganha relevância<br />

alternadamente, onde sentidos se acumulam e, no <strong>fim</strong>, nenhum objecto<br />

se retém na memória além do streaming de possibilidades, movimentos<br />

e referências.<br />

Do <strong>que</strong> os objectos «podem» fazer, e para lá da especulação do<br />

sobrenatural (para o qual devíamos arranjar um equivalente urgentemente),<br />

só nos resta a tensão contida na sua existência. Entre as suas<br />

performances latentes (materialmente previsíveis) e as suas performances<br />

em potência, concretizem-se material/imaterialmente ou não.<br />

A qualidade insubestimável de serem instáveis ou de projectar várias<br />

sombras ao mesmo tempo. A qual<strong>que</strong>r altura, um objecto pode ser<br />

reconduzido para uma função extraordinária, <strong>que</strong>brando necessariamente<br />

as regras do «acordo» subentendido no espaço expositivo.<br />

Como nos altares vodu, não nos interessam tanto as qualidades<br />

materiais dos objectos, mas as «vibrações» mais ou menos estranhas<br />

<strong>que</strong> os animam, criando situações de ambiguidade sobre as suas funções,<br />

e muito importantes sobre o seu devir.<br />

Por <strong>fim</strong>, falta dizer <strong>que</strong> há uma outra linha de sentido <strong>que</strong> atravessa<br />

o trabalho de Jorge Maciel, e <strong>que</strong> não tem nada <strong>que</strong> ver com vodu (ou<br />

talvez tenha?). É o humor. Há uma coisa <strong>que</strong> nos permite alcançar o<br />

humor nas referências destes objectos: é reconhecer-mo-nos nessa<br />

cultura material, <strong>que</strong> permanece junto ao osso e <strong>que</strong> está longe, bem<br />

longe, da vida burguesa.<br />

Sara Morgado Santos*<br />

* A autora não segue<br />

a grafia do recente<br />

Acordo Ortográfico.<br />

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Mise em Cenas, 2018<br />

Instalação composta por vários objetos escultóricos<br />

Dimensões variáveis


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—<br />

Vasco Costa<br />

Vasco Costa nasceu em 1977, em Cesar, e vive e trabalha entre Lisboa e<br />

Cesar. Estudou Escultura na Escola Superior de Arte e Design das Caldas<br />

da Rainha e Desenho na Faculdade de Belas Artes do Porto. Começou<br />

a expor com regularidade a partir de 2000. Trabalha essencialmente<br />

no território das artes visuais e tendencialmente comunica através<br />

da linguagem da Escultura e da Instalação. Entre as participações<br />

mais recentes incluem-se SuperGood, Diálogos com Ernesto de Sousa<br />

e Germinal, coleção PCR, ambas no MAAT (Lisboa, 2018). Tem vindo<br />

a expor em Portugal em lugares como a Culturgest, Arte dos Artistas<br />

(2003); na galeria Vera Cortez, Morfose (2006); na galeria Jorge Shirley,<br />

Momento (2008); no Centro de Artes de Sines, A secreta vida das palavras<br />

(2010) e na Zaratan, Capital uber Alles (2015), de entre outros. Fora do<br />

país, destacam-se a participação em bienais como a MUVARTE de<br />

Moçambi<strong>que</strong> (2012) ou a 23.ª Bienal of Humor and Satire de Gabrovo na<br />

Bulgaria (2017). Festivais como o Raflost em Reykiavik, na Islândia, (2017)<br />

e exposições coletivas como Dromosfera #2, na Galleria Collicaligreggi,<br />

Catania, Itália (2015), ou em colaboração com Wolfgang Obermair<br />

em Eco Point, Hoast, Viena, Áustria (2017), Drawing atributes no CSA<br />

Space, Vancouver, Canadá (2016), Visible side when installed, Skatfell,<br />

Islândia (2016), etc. Integrou processos de colaboração com Hugo<br />

Canoilas no Projecto Morro, Costa da Caparica (2007) e Dieci giorni per<br />

una arte colectiva, Crypta 747, Turim (2011). Foi finalista nos prémios<br />

EDP Novos Artistas, no Pavilhão de Portugal, em Coimbra em (2005).<br />

Está atualmente representado na coleção Fundação EDP núcleo PCR.<br />

http://vascocosta.info


Círculo de Artes Plásticas de Coimbra<br />

«Le corps est le point zéro du monde, là où les chemins<br />

et les espaces viennent se croiser le corps n’est nulle part:<br />

il est au coeur du monde ce petit noyau utopi<strong>que</strong> à partir<br />

du<strong>que</strong>l je rêve, je parle, j’avance, j’imagine, je perçois les<br />

choses en leur place et je les nie aussi par le pouvoir<br />

indéfini des utopies <strong>que</strong> j’imagine.»<br />

Michel Foucault, Le corps utopi<strong>que</strong>, 1966<br />

No universo-mundo da hegemonia dos dualismos, debruçamo-nos num<br />

em particular — o corpo/espaço.<br />

Não somente é <strong>que</strong>stionado e reflectido, como também é alvo de<br />

novas, velhas e potencialmente controvertíveis asserções.<br />

Implica desde já esclarecer <strong>que</strong> a torrente de vocábulos <strong>que</strong> perfilarão<br />

neste texto literário, como «corpo» e «espaço», prende-se com a<br />

necessidade e a inevitabilidade, e existe à margem dum qual<strong>que</strong>r estilo.<br />

Partindo da dicotomia corpo/espaço, propomos partições,<br />

apresentamos como p<strong>rime</strong>iro corpo o eu-criador <strong>que</strong> extravasa o<br />

corpóreo e a matéria, o sujeito fecundo <strong>que</strong> emite e alberga em si a<br />

aptitude de existir e propagar existência, o corpo como sendo sensível<br />

e motivado pela emissão de sinais, fenómenos e ideias. O segundo<br />

corpo será, portanto, o próprio «espaço», esse espaço abrangente onde<br />

coabita o físico e o cognitivo, onde num sentido intimamente lato se<br />

unem harmoniosamente a realidade e a virtualidade. Uma construção<br />

concreta e abstracta onde o usufruidor possa sentir os corpos. No curso<br />

da partição prometida, elegemos um terceiro corpo, <strong>que</strong> perpassa a<br />

ideia de corpo e espaço. Um corpo <strong>que</strong> circunvaga, <strong>que</strong> logra — dentro<br />

do matrimónio entre a corporalidade e a espacialidade — figurar,<br />

como um amante intrometido e pueril quanto baste, numa rasante por<br />

consistências tricotómicas <strong>que</strong> procuramos diagnosticar.<br />

Importa notar <strong>que</strong>, nesta discorrência sobre três corpos, mais se<br />

poderiam juntar, <strong>que</strong>r «alineados» em subdivisões, <strong>que</strong>r em ramificações<br />

de maior ou menor plausibilidade. No entanto, estas são as partições <strong>que</strong><br />

interessam ao propósito destas alocuções, um leve palmilhar sobre o<br />

entrecho dos processos na obra de arte até à «consagração» como objecto<br />

de arte em espaço expositivo.<br />

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<strong>Até</strong> <strong>que</strong> o <strong>fim</strong> <strong>rime</strong> e a <strong>corda</strong> esti<strong>que</strong><br />

Breves e especulativas notas acerca dos «três corpos» e as relações com<br />

o trabalho de Vasco Costa.<br />

1.<br />

A partir de Henri Bergson, em Matière et mémoire, perspectivamos o<br />

p<strong>rime</strong>iro corpo como um objecto destinado a mover outros objectos,<br />

tornando-se num centro de acção com a capacidade de exercer uma<br />

genuína e, por conseguinte, uma «nova acção» sobre os objectos<br />

envolventes.<br />

Vasco Costa não só exerce e move pressões sobre os objectos como<br />

tira partido do seu próprio corpo para precingir a sua relação com eles.<br />

Não o faz usando literalmente o corpo per se, mas envolve-se numa<br />

batalha exaustiva pela consciência das vibrações <strong>que</strong> o corpo emana.<br />

Os objectos escolhidos para esta exposição são axiomáticos na sua<br />

relação com esta problemática.<br />

Vasco Costa adopta objectos <strong>que</strong> podem ser denominados como<br />

lugares do corpo.<br />

As banheiras, como p<strong>rime</strong>iro exemplo, são lugares do corpo,<br />

aplicam-lhe sensações, amiúde, sinestesias. As banheiras expostas<br />

como objectos escultóricos não fogem às atribuições <strong>que</strong> lhes foram<br />

passadas pela História da Banheira; no entanto, deixam <strong>que</strong> se<br />

encontrem nelas correlações <strong>que</strong> se redefinem na obra de Vasco Costa<br />

— redefinem-se não por<strong>que</strong> carecem de novas ou diferentes definições,<br />

mas por<strong>que</strong> a carga imposta sobre elas pelo corpo-autor-criador<br />

sugere uma catrefada de recursos análogos. Se a banheira é definida<br />

como uma matéria criada para servir o corpo, com a sua horizontalidade,<br />

a sua ergonomia, a sua função de conter e receber o corpo e a<br />

água com o intuito primário da lavagem ou da limpeza, a apropriação<br />

do objecto na esfera criada pelo artista sugere-nos também perguntas.<br />

Perguntas acerca da domesticação do corpo, do seu acolhimento em<br />

oposição ligeira ao seu «contimento», da violência exercida sobre o<br />

mesmo ou da agressão relativa à sua zona de conforto.<br />

Sugerimos dois exemplos, a verticalidade imposta e reforçada, e o<br />

corte. A comutação da horizontalidade pela verticalidade constitui uma<br />

agressão ao conceito de estabilidade, mas, ao mesmo tempo <strong>que</strong> essa<br />

verticalidade é instituída, os valores do objecto aproximam-se de um<br />

consentâneo predicado de objecto escultórico. Vemos, portanto, uma<br />

banheira <strong>que</strong> se torna em vertical e se apodera de valores <strong>que</strong> podemos<br />

sondar: o objecto como totem; como estátua ou como uma estrutura<br />

apoiada e recomposta, particularmente receptiva a uma miríade de<br />

campos de entendimento e recepção.<br />

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Círculo de Artes Plásticas de Coimbra<br />

Outro exemplo é o corte, a separação, mas <strong>que</strong> neste caso implica<br />

também a sua união. Separada, seccionada, mas ainda inteira. Perde<br />

a forma habitual, mas conserva unidade. A violência do corte de um<br />

objecto físico reporta-nos à violência sobre o corpo. Dá-nos, neste caso,<br />

pistas acerca da ausência da circunscrição, do desconforto gerado pelo<br />

desaparecimento do amparo comum às paredes da contenção. O objecto-<br />

-escultura já não contém o corpo (nem outro elemento físico); contém,<br />

por outro lado, <strong>que</strong>stões relativas aos dogmas <strong>que</strong> criamos para fantasiar<br />

o conhecimento <strong>que</strong> pretendemos ter em relação ao nosso corpo, ao<br />

espaço <strong>que</strong> o envolve e aos vínculos <strong>que</strong> pensamos serem estreitos<br />

entre eles.<br />

2.<br />

A partir do interesse filosófico partilhado por Maurice Merleau-Ponty,<br />

o segundo corpo, conhecido como «espaço», transpõe uma barreira de<br />

objectividade na criação de um subjectivo, fora dos cânones geométricos,<br />

arquitectónicos ou terrenos.<br />

Este corpo e a sua espacialidade são unos, e, nessa acção de se<br />

tornarem em indivisos, convocam o real e o virtual e o físico e o cognitivo.<br />

Este spatium perde conse<strong>que</strong>ntemente o seu próprio sistema de<br />

intencionalidade sendo por <strong>fim</strong> baseado na percepção.<br />

O pensamento «espacial» do século xx, <strong>que</strong> é criado a partir das<br />

<strong>que</strong>stões prementes da época, como a psicologia, as <strong>que</strong>stões da etnologia<br />

ou a prática científica, alinhava no conceito de um espaço objectivo<br />

universal. A fenomenologia de Merleau-Ponty avança com a ideia de<br />

vários espaços subjectivos <strong>que</strong> na sua pluralidade desembocam num<br />

único, o da percepção, antagónico ao espaço abstracto da geometria.<br />

O objecto <strong>que</strong> brota no corpo-espaço tem fre<strong>que</strong>ntemente a habilidade<br />

de o transformar. O espaço material <strong>que</strong> comporta o objecto e o<br />

espaço cognitivo <strong>que</strong> o procura receber grudam-se às suas qualidades<br />

intrínsecas para criar um lugar onde sobrevivam e confluam.<br />

Vasco Costa traz-nos exemplos disso mesmo.<br />

Uma peça de carácter dubiamente instalativo, composta por várias<br />

grades ou portas de gradeamento, surge no local físico, quiçá convertendo<br />

as paredes em muros. A sua linguagem rebuscada e confrontadora<br />

permite--nos pensar na delimitação do próprio espaço. O «pensamento»<br />

<strong>que</strong> pode discorrer dessa aplicação de limites não contempla somente a<br />

ideia sine qua non de restrição, abre também o «para lá» do permitido.<br />

Essa acareação consente, por sua vez, o agudizar do olhar perceptivo<br />

em relação ao espaço.<br />

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<strong>Até</strong> <strong>que</strong> o <strong>fim</strong> <strong>rime</strong> e a <strong>corda</strong> esti<strong>que</strong><br />

Embora a significação material do objecto seja dura e brutal, ilustrada<br />

pelo minério transformado <strong>que</strong> é o ferro, o seu le<strong>que</strong> de interpretações<br />

é extenso e maleável.<br />

Reconhecemos duas ideias: a ideia de gradeamento com a noção<br />

de segurança do corpo, como também o poder <strong>que</strong> o próprio corpo adquire<br />

com a possibilidade de circunscrever território. Reconhecemos<br />

igualmente outra ideia: a de <strong>que</strong> o território possa ser circunscrito pelo<br />

mesmo material, com o objectivo de o prender, isolando-o e afastando-o<br />

do exterior. Estas noções serão princípio para uma panóplia de ilações<br />

possíveis referentes à peça em <strong>que</strong>stão.<br />

A <strong>que</strong>stão do território no corpo-espaço aparece novamente e objectivamente<br />

numa parede construída em chapa ondulada no extremo<br />

oposto do espaço expositivo. Embora existam diversas formas de pensar<br />

o objecto, também ele ambíguo na sua proximidade à instalação, há uma<br />

<strong>que</strong> nos surpreende: a sua solenidade. A sua solenidade joga no campo<br />

do aparato, mas também na sua relação com o corpo-espaço, com as<br />

suas subjectividades e particularmente com as qualidades <strong>que</strong> possui e<br />

com as quais lhe é permitido transformar o espaço físico abstracto nesse<br />

lugar-corpo de percepção de ideias e matéria.<br />

Não obstante a sua corri<strong>que</strong>ira materialidade, a forma como é pensado<br />

no espaço cria-nos outras validades estéticas. Podemos facilmente, num<br />

exercício provocado, relacioná-lo com um retábulo, ou ainda com um<br />

pormenor arquitectónico numa fachada de um edifício. Ao invés, a nossa<br />

percepção pode colocá-lo num galinheiro ou numa coelheira.<br />

O <strong>que</strong> não se consegue dissimular é o seu lugar e o seu diálogo com<br />

os outros objectos e a abrangência do espaço.<br />

3.<br />

O terceiro corpo e a sua interacção com os anteriores surge-nos, p<strong>rime</strong>iramente,<br />

numa análise crítica e livre do trabalho de Vasco Costa<br />

no seu todo.<br />

Numa p<strong>rime</strong>ira tentativa de exploração da ideia, emerge-nos a<br />

concepção de um corpo <strong>que</strong> paulatinamente navega entre o p<strong>rime</strong>iro<br />

e o segundo corpo. Este ente invisível, no decorrer da sua viagem entre<br />

os dois pontos, a determinado momento, estaciona no seu próprio ponto.<br />

Lemos o ponto A como o p<strong>rime</strong>iro corpo, o B como o segundo corpo<br />

e o C como o terceiro corpo. A partir do instante em <strong>que</strong> se estabelece,<br />

o seu movimento é alternado entre o seu ponto e o ponto A e entre o<br />

seu ponto e o ponto B, criando, por assim dizer, um canal <strong>que</strong> alimenta<br />

o fluxo de energias <strong>que</strong> permitem o êxito do interligado, o desígnio.<br />

Estas deslocações produzem efluências, emanações de cariz transcen-<br />

56


Círculo de Artes Plásticas de Coimbra<br />

dental <strong>que</strong> conferem aos objectos e aos corpos determinados poderes.<br />

Os objectos <strong>que</strong> destacámos anteriormente, patentes nesta exposição<br />

de Vasco Costa, todos eles sem distinção, pertencem seguramente ao<br />

universo do p<strong>rime</strong>iro e do segundo corpo <strong>que</strong> aqui brevemente roçamos<br />

com o to<strong>que</strong>.<br />

Todas estas obras são lugares do corpo e lugares do espaço, mas onde<br />

se encontra a alegre sintonia entre estes dois corpos <strong>que</strong> permitem a<br />

criação do corpo da obra de arte?<br />

Queremos supor <strong>que</strong> exista este terceiro corpo vadio, negável e delével,<br />

<strong>que</strong> por artes mágicas confere harmonia aos agentes presentes no<br />

processo de criação da obra de arte até ao objecto de arte em espaço<br />

expositivo.<br />

Rubene Palma Ramos*<br />

* O autor não segue<br />

a grafia do recente<br />

Acordo Ortográfico.<br />

57


58<br />

<strong>Até</strong> <strong>que</strong> o <strong>fim</strong> <strong>rime</strong> e a <strong>corda</strong> esti<strong>que</strong>


Círculo de Artes Plásticas de Coimbra<br />

59<br />

Vista da exposição.


Círculo de Artes Plásticas de Coimbra<br />

61<br />

Point Zéro, 2018<br />

Chapa zincada ondulada, estrutura de ferro<br />

350 × 440 × 80 cm<br />

Dimensões ajustáveis


62<br />

<strong>Até</strong> <strong>que</strong> o <strong>fim</strong> <strong>rime</strong> e a <strong>corda</strong> esti<strong>que</strong>


Círculo de Artes Plásticas de Coimbra<br />

63<br />

Le corps utopi<strong>que</strong> #1, 2018<br />

Ferro, esmalte e madeira<br />

116 × 150 × 62 cm


64<br />

<strong>Até</strong> <strong>que</strong> o <strong>fim</strong> <strong>rime</strong> e a <strong>corda</strong> esti<strong>que</strong>


Círculo de Artes Plásticas de Coimbra<br />

65<br />

Le corps utopi<strong>que</strong> #2 (Modigliani), 2018<br />

Ferro e esmalte<br />

75 × 170 × 35 cm


66<br />

<strong>Até</strong> <strong>que</strong> o <strong>fim</strong> <strong>rime</strong> e a <strong>corda</strong> esti<strong>que</strong>


Círculo de Artes Plásticas de Coimbra<br />

67<br />

Le corps utopi<strong>que</strong> #3 (Fang), 2018<br />

Ferro e esmalte<br />

75 × 170 × 35 cm


68<br />

<strong>Até</strong> <strong>que</strong> o <strong>fim</strong> <strong>rime</strong> e a <strong>corda</strong> esti<strong>que</strong>


69<br />

Círculo de Artes Plásticas de Coimbra


70<br />

<strong>Até</strong> <strong>que</strong> o <strong>fim</strong> <strong>rime</strong> e a <strong>corda</strong> esti<strong>que</strong>


Círculo de Artes Plásticas de Coimbra<br />

71<br />

Le corps utopi<strong>que</strong> #4 (Perle), 2018<br />

Ferro, esmalte e zinco<br />

67 × 146 × 37 cm


Círculo de Artes Plásticas de Coimbra<br />

73<br />

Sous piège, 2018<br />

Grade de ferro<br />

438 × 134 × 5 cm


74<br />

<strong>Até</strong> <strong>que</strong> o <strong>fim</strong> <strong>rime</strong> e a <strong>corda</strong> esti<strong>que</strong>


75<br />

Círculo de Artes Plásticas de Coimbra


Exposição<br />

Catálogo<br />

<strong>Até</strong> <strong>que</strong> o <strong>fim</strong> <strong>rime</strong> e a <strong>corda</strong><br />

esti<strong>que</strong><br />

Filipe Feijão<br />

Jorge Maciel<br />

Vasco Costa<br />

Círculo Sereia<br />

sáb 13 out - sáb 22 dez<br />

Produção<br />

Ana Sousa<br />

Catarina Bota Leal<br />

Assistência à produção<br />

Jorge das Neves<br />

Ivone Cláudia Antunes<br />

Montagem<br />

Jorge das Neves<br />

Fotografia<br />

Jorge das Neves<br />

Texto<br />

Nuno Faria<br />

Sara Morgado Santos<br />

Rubene Ramos<br />

Revisão de Texto<br />

Carina Correia<br />

Design Gráfico<br />

Joana Monteiro<br />

Assessoria de imprensa<br />

Isabel Campante | Ideias<br />

Concertadas<br />

Coordenação Editorial<br />

Ana Sousa<br />

CAPC<br />

Texto<br />

Nuno Faria<br />

Sara Morgado Santos<br />

Rubene Palma Ramos<br />

Revisão de Texto<br />

Carina Correia<br />

Fotografia<br />

Jorge das Neves<br />

Design Gráfico<br />

Joana Monteiro<br />

Direção de Arte<br />

João Bicker<br />

Tipografia<br />

Outsiders, desenhada em<br />

2010<br />

por Henrik Kubel, a2-type<br />

Impressão<br />

Noozle<br />

Este catálogo foi impresso<br />

em Coimbra, em novembro<br />

de 2018.<br />

ISBN 978-989-54249-2-4<br />

DEP. LEGAL<br />

xxxxxxxxxxxxxx<br />

Agradecimentos<br />

Antónia Labaredas<br />

Jorge das Neves<br />

Nuno Faria<br />

Ricardo Norte<br />

Tiago Ramos<br />

Sara Morgado Santos<br />

Filipe Oliveira<br />

Betta - BetClover, LDA<br />

Rubene Palma Ramos<br />

Todos os direitos são reservados.<br />

Este catálogo não pode ser<br />

reproduzido, no todo ou em parte,<br />

por qual<strong>que</strong>r forma ou meios<br />

eletrónicos, mecânicos ou outros,<br />

incluindo fotocópia, gravação<br />

magnética ou qual<strong>que</strong>r processo<br />

de armazenamento ou sistema de<br />

recuperação de informação, sem<br />

prévia autorização escrita dos<br />

editores e dos artistas.


Círculo de Artes Plásticas<br />

de Coimbra<br />

Direção<br />

Carlos Antunes<br />

Désirée Pedro<br />

Valdemar Santos<br />

António Melo<br />

Ana Felino<br />

Assembleia-Geral<br />

Armando Azevedo<br />

Ivone Cláudia Antunes<br />

Manuela Azevedo<br />

Conselho Fiscal<br />

João Bicker<br />

Luísa Lopes<br />

Joana Monteiro<br />

Conselho Artístico<br />

António Olaio<br />

Pedro Pousada<br />

Círculo Sede<br />

Rua Castro Matoso, n.º 18,<br />

3000–104 Coimbra<br />

Círculo Sereia<br />

Casa Municipal da Cultura,<br />

Piso -1<br />

Par<strong>que</strong> de Santa Cruz,<br />

Jardim da Sereia,<br />

3001–401 Coimbra<br />

Horário de Funcionamento<br />

ter-sáb, 14 h–18 h<br />

T: 910 787 255<br />

geral@capc.com.pt<br />

capc.com.pt<br />

anozero@capc.com.pt<br />

anozero-bienaldecoimbra.pt<br />

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