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Atos I Médicos de corpo e alma (Monólogo)_Paulo Vitor Grossi (2018)

“MÉDICOS DE CORPO E ALMA” MONÓLOGO Adaptação teatral de Paulo Vitor Grossi com base nas citações de Fílon de Alexandria, Flavio Josefo, Anne e Daniel Meurois-Givaudan e no Evangelho Essênio da Paz Arte da capa: Marília Veloso

“MÉDICOS DE CORPO E ALMA” MONÓLOGO
Adaptação teatral de Paulo Vitor Grossi com base nas citações de Fílon de Alexandria, Flavio Josefo, Anne e Daniel Meurois-Givaudan e no Evangelho Essênio da Paz
Arte da capa: Marília Veloso

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Juntos não encontraremos nenhum escravo, porque todos serão livres e se<br />

servirão mutuamente. Lado a lado con<strong>de</strong>naremos os proprietários, os...<br />

empresários! <strong>de</strong> escravos, não apenas como injustos, visto que corrompem<br />

o princípio da igualda<strong>de</strong>, mas também como ímpios. As próximas<br />

gerações precisam ser livres, todas as gerações precisam!<br />

À luz do pensamento essênio, nossa irmanda<strong>de</strong> formaria uma<br />

“comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> santida<strong>de</strong>” e a própria santida<strong>de</strong> seria a oferta a Deus,<br />

consoante a prescrição da Regra da Comunida<strong>de</strong>:<br />

“Quando as coisas existirem <strong>de</strong> acordo com estas disposições para<br />

fundamentar o espírito <strong>de</strong> santida<strong>de</strong> na verda<strong>de</strong> eterna, para expiar pela<br />

culpa da transgressão e pela infi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> do pecado, e pelo beneplácito<br />

para a terra sem a carne dos holocaustos e sem as gorduras do sacrifício,<br />

quer dizer, a oferenda dos lábios segundo o preceito será como o perfume<br />

agradável <strong>de</strong> justiça, e a perfeição <strong>de</strong> conduta será como a oferenda<br />

voluntária aceitável.”<br />

Tínhamos então uma vida perfeita e feliz? Sempre, sem dúvida, e todos<br />

nos reconhecíamos como in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes e livres por natureza, muitos<br />

elogiavam nossas refeições em comum e comunhão <strong>de</strong> bens, o que<br />

ultrapassava qualquer <strong>de</strong>scrição e constituía prova evi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> uma vida<br />

perfeita e muito feliz. Estava em nossos rostos!<br />

Nós os essênios, a terceira seita, atribuíamos e entregávamos todas as<br />

coisas, sem exceção, à providência <strong>de</strong> Deus. Crendo que as <strong>alma</strong>s são<br />

imortais, achando que se <strong>de</strong>ve fazer todo o possível para praticar a Justiça<br />

e sem se contentar com ofertas vagas, sempre fomos felizes; não é um<br />

sacrifício, é uma cerimônias ainda maior. Esses são costumes<br />

irreprocháveis. A virtu<strong>de</strong> é tão admirável que supera em muito a <strong>de</strong> outras<br />

nações, porque fazíamos com todo empenho e preocupação e a ela nos<br />

aplicávamos continuamente.<br />

Vejam a diferença para com a sua socieda<strong>de</strong>, o que veem por todo lado;<br />

em nossa comunida<strong>de</strong> todos possuíamos os bens em comum, sem que os<br />

ricos tivessem maior parte que os pobres. Não tolerávamos nem criados,<br />

porque consi<strong>de</strong>rávamos uma ofensa à natureza, que fez todos os homens<br />

iguais; também não havia esse querer sujeitar os outros. Assim, nos<br />

servíamos igualmente e apenas pela ocasião da or<strong>de</strong>m escolhíamos<br />

homens <strong>de</strong> bem como sacerdotes, que recebiam tudo e tinham o cuidado<br />

<strong>de</strong> fornecer alimento a todos; nós confiamos uns nos outros como seres <strong>de</strong><br />

coração. Você ainda confia? Esse era um viver em estreita união, uma<br />

contínua troca <strong>de</strong> bons procedimentos e todos se sentiam bem!<br />

<strong>Atos</strong> I <strong>Médicos</strong> <strong>de</strong> <strong>corpo</strong> e <strong>alma</strong> (<strong>Monólogo</strong>)

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