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Revista Setin

Revista Setin 10ªEdição

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Casa de Francisca<br />

NO PALACETE DE TEREZA<br />

Elas são contemporâneas, mas certamente nunca se cruzaram<br />

– até agora. A citada Francisca foi a espanhola proprietária de<br />

um imóvel de 1913, na Rua José Maria Lisboa, nos Jardins,<br />

onde até 2017, funcionou a Casa de Francisca – tida como a<br />

menor e mais charmosa casa de shows da cidade. Já Tereza<br />

teve seu nome eternizado aos 10 anos de idade, em 1911 –<br />

quando seu pai, o magnata Antônio de Toledo Lara, construiu<br />

um palacete de três andares na Rua Quintino Bocaiúva e<br />

batizou-o com o nome da filha: Tereza Toledo Lara. Era para<br />

ser um prédio de escritórios moderno, para profissionais<br />

liberais – e foi mais do que isso. O arquiteto Augusto Fried,<br />

alemão que executou diversas obras na cidade, foi o autor do<br />

projeto. A partir dos anos 1930, o histórico Palacete Tereza<br />

ficaria conhecido como ‘a esquina musical de São Paulo’,<br />

por abrigar a Rádio Record, a editora de partituras Irmãos<br />

Vitale e a loja de instrumentos musicais Casa Bevilacqua.<br />

Nos anos 60, a Record se mudou do centro e o palacete da<br />

menina Tereza ficou para trás. Isso até Francisca e sua Casa<br />

chegarem, décadas mais tarde.<br />

Em janeiro, a Casa de Francisca mudou-se para o primeiro<br />

andar do Palacete – e não demorou para virar point de quem<br />

trabalha no centro e de “turistas” de outras regiões da cidade.<br />

Quase sempre lotado nas noites de show (espaço para 120<br />

pessoas sentadas e até 200 em pé), combina esse espírito<br />

musical com uma bela cozinha. Os pratos como o Nhoque do<br />

Genaro, massa vegana em homenagem a um sapateiro amigo<br />

de Francisca, ou o Picadinho da Tereza, com filé mignon, arroz,<br />

feijão preto, farofa e ovo frito, são servidos até cinco minutos<br />

antes dos pocket shows – e depois deles. Mas o bar funciona a<br />

todo vapor. Detalhe: o serviço de comes e bebes não tem bufê<br />

nem garçom. O cliente paga no caixa e depois pega a fila, com<br />

sua bandeja, para retirar o prato no balcão da cozinha. “Não<br />

quero ser caracterizado como restaurante. Aqui o que conta é o<br />

convívio, não só a comida”, diz Rubens Amatto, dono e curador.<br />

Um exemplo de prato que permite sentir o potencial de um<br />

almoço gostoso e descomplicado ali: uma versão de baião-dedois,<br />

que leva costela de porco confitada desfiada com arroz,<br />

feijão, queijo de coalho, quiabo tostado na chapa, vinagrete de<br />

abóbora e farofa com cebola.<br />

FOTOS: ANTONIO RODRIGUES; DIVULGAÇÃO<br />

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