RCIA - ED. 166 - MAIO 19
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<strong>ED</strong>ITORIAL<br />
por: Ivan Roberto Peroni<br />
Prefeito de Lagarto criou o Bolsa Família Municipal.<br />
Hoje está preso por corrupção e lavagem de dinheiro.<br />
Lançar em Araraquara o Bolsa Família Municipal na véspera de um ano eleitoral não representa só um<br />
gesto de caridade do prefeito Edinho, como também, um afinado golpe na paciente oposição tucana.<br />
O resgate e a construção da cidadania plena, além de ser uma boa ação do gestor público, desde<br />
que esteja ele bem intencionado, é dever também da própria sociedade em promover a inclusão e a<br />
dignidade na vida das pessoas que verdadeiramente passam fome.<br />
“Nas primeiras horas da manhã<br />
do dia 22 de fevereiro de 20<strong>19</strong>,<br />
promotores de Justiça do Gaeco e<br />
delegados e policiais da Deotap,<br />
PRF, COE e outras unidades<br />
policiais, deflagraram a Operação<br />
Leak e foram cumprir mandados<br />
de prisão preventiva e de busca<br />
e apreensão nas cidades de<br />
Aracaju e Lagarto. A investigação<br />
diz respeito a desvios de verbas<br />
públicas do Matadouro Municipal<br />
de Lagarto e à prática do crime de<br />
lavagem de dinheiro pelo prefeito<br />
de Lagarto, Valmir Monteiro e<br />
demais investigados”.<br />
Valmir Monteiro, além de preso foi<br />
cassado e pouco se falou da sua<br />
generosidade em criar no município<br />
de Lagarto, interior do Sergipe, o<br />
Bolsa Família Municipal, em agosto<br />
do ano passado. Preso quatro meses<br />
depois, a investigação sobre ele<br />
fala no desvio de verbas públicas e<br />
lavagem de dinheiro.<br />
O que nos entristece é que<br />
uma grande parte dos políticos,<br />
envenenada pela ganância, tem<br />
criado uma cortina de ódio nas<br />
comunidades e manipulando a<br />
população castigada pela miserabilidade, a usa para dela tirar proveito, não<br />
havendo respeito ao pouco que lhe resta que seria a dignidade. Levando-se<br />
em conta então que desta gente humilde não se pode tirar mais nada, a não<br />
ser o voto, desalmados têm agido em nome do Poder impondo a condição<br />
de ajudar a todos os que precisam. Todos nós queremos ajudar uns aos<br />
outros. O ser humano é assim. Desejamos viver para a felicidade do próximo<br />
- não para seu sofrimento -, diria Chaplin.<br />
Em Araraquara, quer nos parecer que são duas as situações que<br />
desagravam o Bolsa Família Municipal: o momento inoportuno da proposta<br />
apresentada e a impressão nítida de uma visão eleitoreira em 2020. Se<br />
tivesse ocorrido dois anos atrás, a reação poderia ser até diferente. Mas,<br />
no andar da carruagem, o prefeito prometeu contratar 500 trabalhadores<br />
para ajudar no combate ao mosquito da dengue e passados dois meses,<br />
chamou 170 pessoas mas ainda não começaram a trabalhar. Dar trabalho e<br />
cidadania seria reconhecer o valor de cada ser humano. Mas, não tem sido<br />
assim. Dar, torna-se mais fácil para quem dá e quem recebe. Cria-se um<br />
vínculo de necessidade entre ambos e nele está o voto encabrestado.<br />
Separando pessoas e funções, vemos que nunca a cidade em momento<br />
algum da sua história, esteve à margem de tanta desgraça como agora.<br />
E lamentavelmente, à distância, uma grande parte da Câmara Municipal<br />
sinaliza que não há nada podre no Reino da Dinamarca.<br />
Para conter os revoltados, Edinho manda premiar o Guarda Municipal<br />
que colaborar com a campanha da dengue, não levando em conta que<br />
o profissional já recebe para zelar pelo bem dos cidadãos e pelos bens<br />
públicos, como escolas, hospitais, praças, monumentos e outros espaços cujo<br />
município administra. Também vai premiar agentes municipais envolvidos no<br />
movimento. Com tanta bondade assim, dá-se a impressão que ele, de olho<br />
na reeleição, está administrando mais com o coração e não com a razão.<br />
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