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RCIA - EDIÇÃO 168 - JULHO 19

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ÍNDICE<br />

<strong>EDIÇÃO</strong> N°<strong>168</strong> - <strong>JULHO</strong>/20<strong>19</strong><br />

CAPA<br />

Ele está com nova cara<br />

NEGÓCIO<br />

Tulipa sob nova direção<br />

SINHORES<br />

Associados na Fispal<br />

HOMENAGEM<br />

O adeus de Nenê Ferrenha<br />

08 8 10<br />

14<br />

18<br />

O <strong>RCIA</strong>RARAQUARA apresenta<br />

novo formato para mostrar a<br />

cidade como realmente ela é.<br />

Reinaldo Dias de Lima compra<br />

loja de Wanderley Figueiredo e<br />

inicia uma nova fase da Tulipa<br />

Visitantes viram atrações inéditas<br />

que ampliam o conhecimento<br />

dentro do setor alimentício<br />

Integrante da nossa história,<br />

Pedro Paulo Ferrenha conquistou<br />

a cidade pela simplicidade<br />

Indústria<br />

06| A Cutrale, líder mundial na<br />

produção de suco concentrado,<br />

associa-se ao Ciesp Araraquara<br />

Sincomercio<br />

16| Entenda a Declaração de<br />

Direitos de Liberdade Econômica<br />

e o Horário do Comércio<br />

Falecimento<br />

32| Araraquara perdeu em junho<br />

um dos seus mais importantes<br />

empresários: Jorge Affonso<br />

Canasol<br />

46| Canasol no Congresso<br />

Internacional da WABCG em<br />

Ribeirão Preto<br />

Saber os movimentos e com eles aprender<br />

Acertando as contas<br />

Os alunos do Curso Técnico em Teatro<br />

do Senac Araraquara apresentaram<br />

em junho na Esplanada das Rosas,<br />

a intervenção urbana “Movimentos<br />

de Aprender”. O evento celebrou,<br />

de forma poética, as trajetórias do<br />

olhar para o ato de aprender. Em<br />

movimentos silenciosos, 20 intérpretes<br />

se deslocaram por praças e vias<br />

públicas da cidade observando<br />

e transformando a paisagem do<br />

cotidiano. Além de ser uma novidade,<br />

é verdade que cada personagem vive<br />

uma experiência diferenciada pois<br />

Aprendendo com as pessoas<br />

os movimentos são infinitamente<br />

diversificados - uns dos outros. O<br />

corpo de intérpretes é formado por<br />

alunas e alunos da turma vespertina<br />

20<strong>19</strong> do Curso Técnico em Teatro.<br />

A Prefeitura reabriu o prazo para adesão<br />

ao Programa Municipal de Regularização<br />

Tributária e oferece nova oportunidade a<br />

devedores de impostos para acertarem<br />

suas pendências com o município. A<br />

adesão ao programa pode ser feita até 6<br />

de setembro, podendo ser renegociados<br />

débitos acima de R$ 6 mil, de natureza<br />

tributária ou não tributária relacionados<br />

à Prefeitura e ao Daae (Departamento<br />

Autônomo de Água e Esgotos), vencidos<br />

até 31 de maio de 20<strong>19</strong>, de pessoas<br />

físicas e jurídicas, inclusive se forem<br />

objetos de parcelamentos anteriores.<br />

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DA REDAÇÃO<br />

ORGULHO<br />

O trabalho e suas normas<br />

26<br />

Ivo Dall’Acqua participa da<br />

Conferência Internacional do<br />

Trabalho da OIT na Suiça<br />

INCORPORAÇÃO<br />

Agitação no mercado local<br />

33<br />

Em Araraquara o Sicoob da<br />

Av. Barroso assume controle do<br />

SicoobCoopara<br />

por: Sônia Maria Marques<br />

Vermelho levanta a lebre e causa mal<br />

estar na administração pública<br />

José Eduardo Vermelho, importante membro do Partido<br />

dos Trabalhadores em Araraquara até 2007, hoje radicado<br />

ao PSOL, em junho impactou as redes sociais com<br />

questionamentos ao seu ex-colega de partido, o prefeito<br />

Edinho Silva, sobre sua conduta na administração da cidade.<br />

O ex-petista colocou em xeque a liberação de recursos<br />

da Prefeitura Municipal para atender as necessidades<br />

da Empresa Ferroviária S/A, via Morada do Sol Eventos<br />

que administra a Arena da Fonte. “Apesar da Arena ser<br />

administrada pela Morada do Sol Eventos S/A, quem paga<br />

as despesas de manutenção da Arena é o governo municipal.<br />

É correto?”, perguntou Vermelho. Outro detalhe focado<br />

por ele é o “Centro de Treinamento do Pinheirinho, próprio<br />

municipal, que é usado intensamente e quase exclusivamente<br />

pela Empresa Ferroviária S/A. Como próprio, quem paga a<br />

manutenção do Centro de Treinamento, ou seja, cuida do<br />

local e garante a infraestrutura, a qualidade do gramado é a<br />

Prefeitura”, revela.<br />

Professor Ulisses<br />

50| Ensinando karatê de graça, ele<br />

mostra que a boa vontade muda<br />

os nossos caminhos<br />

Cartilha sobre Injúria Racial<br />

A Cartilha Municipal<br />

sobre Injúria Racial foi<br />

oficialmente apresentada<br />

ao público em evento<br />

na Biblioteca Municipal<br />

“Mário de Andrade”. O<br />

material é uma iniciativa<br />

da Coordenadoria de<br />

Políticas de Promoção<br />

da Igualdade Racial e<br />

do Centro de Referência<br />

Afro Mestre Jorge, em<br />

parceria com o Conselho<br />

Municipal de Combate<br />

à Discriminação e<br />

ao Racismo e com a<br />

Secretaria Municipal de<br />

Comunicação. O objetivo<br />

da cartilha é apresentar<br />

o funcionamento da<br />

rede de atores públicos<br />

As Grandes Bandas<br />

56| Trabalho de pesquisa de Juraci<br />

Brandão de Paula conta a<br />

história do Grupo 5<br />

institucionais responsáveis<br />

por dar tratamento e<br />

resolução aos casos de<br />

racismo e injúria racial,<br />

subsidiando as vítimas<br />

sobre os procedimentos<br />

necessários para que seja<br />

possível dar tratamento<br />

para essa forma de<br />

violência. A publicação<br />

traz considerações sobre<br />

racismo e injúria racial,<br />

conceitos de liberdade<br />

de expressão, exemplos<br />

práticos de discriminação<br />

e preconceito, legislação<br />

relacionada, o que fazer<br />

em caso de injúria racial,<br />

mapeamento da rede de<br />

atores institucionais e rede<br />

de apoio.<br />

Luiz<br />

Fernando<br />

Costa de<br />

Andrade<br />

durante<br />

lançamento<br />

da cartilha<br />

sobre<br />

Injúria<br />

Racial<br />

Por mais que amemos a Ferroviária, o prefeito não pode e<br />

nem deve colocar recursos públicos na sustentação de uma<br />

empresa formada por acionistas. Poderão dizer que ele não<br />

faz isso, mas qualquer um sabe que só seria diferente se a<br />

Ferroviária jogasse fora da Arena e não treinasse em um<br />

próprio da municipalidade. É claro o benefício que se dá a<br />

esta empresa que cria e vende jogadores; só que ao repartir<br />

o bolo de uma venda, o município fica a chupar o dedo,<br />

quem ganha são os acionistas.<br />

Portal <strong>RCIA</strong>RARAQUARA.COM<br />

Diretor Editorial: Ivan Roberto Peroni<br />

Supervisora Editorial: Sônia Marques<br />

Editor: Suze Timpani<br />

Design: Bete Campos e Érica Menezes<br />

PARA ANUNCIAR: (16) 3336 4433<br />

Tiragem: 5 mil exemplares<br />

Impressão: Gráfica Bolsoni - (16) 3303 5900<br />

A Revista Comércio, Indústria e Agronegócio<br />

é distribuida gratuitamente em Araraquara e região<br />

* COORDENAÇÃO, EDITORAÇÃO, REDAÇÃO E PUBLICIDADE<br />

Atendimento: (16) 3336 4433<br />

Rua Tupi, 245 - Centro<br />

Araraquara/SP - CEP: 14801-307<br />

marzo@marzo.com.br<br />

5|


Sucocítrico Cutrale associa-se<br />

ao Ciesp Araraquara<br />

Desde janeiro, empresa integra os quadros da entidade<br />

industrial e mira novos objetivos<br />

Em 20<strong>19</strong>, o Centro das Indústrias do Estado de<br />

São Paulo (Ciesp) recebeu em seu quadro de associados<br />

uma das maiores empresas do Brasil: a Sucocítrico<br />

Cutrale. Denominada assim desde <strong>19</strong>67,<br />

quando a antiga Citrícula Brasileira – primeiro empreendimento<br />

do grupo – adquiriu a Suconasa em<br />

Araraquara, a indústria não parou mais de crescer e<br />

se estabeleceu na Morada do Sol, com a transferência<br />

de seu centro administrativo para a cidade em<br />

<strong>19</strong>86. Anteriormente, esse setor estava localizado<br />

em São Paulo.<br />

Hoje com fábricas em Colina, Conchal, Uchôa,<br />

Itápolis, Avaré e Araraquara, além de operar dois<br />

terminais portuários em Santos e Guarujá, a Cutrale<br />

conta com 18 mil colaboradores em períodos de<br />

safra, divididos nas suas unidades agrícolas, industriais<br />

e centro administrativo. Ao lado da produção<br />

cítrica, a empresa atua também no ramo da soja,<br />

com escritório regional em Rondonópolis-MT, e no<br />

mercado nacional e internacional de banana.<br />

Especializada na cultura da laranja, a indústria<br />

se aprofundou em cada segmento, da formação<br />

de mudas ao plantio, do processamento de sucos<br />

e subprodutos à entrega final nos mercados consumidores<br />

mundiais. No processo produtivo “in natura”,<br />

a fruta é beneficiada com os mais modernos<br />

equipamentos eletrônicos de embalagem para esse<br />

trabalho, inclusive com classificação por meio de<br />

imagens digitais e fotos infravermelhas para a comercialização<br />

nos mercados interno e externo.<br />

Além disso, a Cutrale comercializa ainda outros<br />

produtos gerados por meio de extração, como o<br />

farelo de polpa cítrica, que é vendido para pecuaristas<br />

como ingrediente para ração animal, e óleos<br />

essenciais provenientes da casca, que podem ser<br />

utilizados nas indústrias alimentícia, farmacêutica,<br />

cosmética e de produtos de limpeza.<br />

Exportação e modelo ambiental<br />

Mesmo com ampla atuação no mercado internacional,<br />

a Cutrale pretende conquistar novos campos<br />

e trilhar mais caminhos para chegar aos clientes estrangeiros.<br />

Atualmente, 98% da produção de suco de<br />

laranja da empresa é destinada para exportação em<br />

mais de 90 países. Entre os principais compradores,<br />

estão fabricantes de sucos prontos, grandes marcas de<br />

refrigerantes e redes de hipermercados.<br />

Esse alcance eleva o nível de excelência dos produtos<br />

e possibilita à Cutrale um desenvolvimento contínuo.<br />

A grande experiência da empresa nesse intercâmbio<br />

comercial também será útil ao Ciesp, que poderá<br />

repassar esse conhecimento para outras indústrias.<br />

A parceria também terá benefícios ambientais, com o<br />

objetivo de ampliar todas as atividades de produção<br />

agrícola e industrial de acordo com as normas vigentes.<br />

AGENDA CIESP<br />

Julho e Agosto<br />

15 e 16/7 - Treinamento Estratégia de Venda B2B<br />

e B2C Coworking - com Paulo Torrezan<br />

30/7 - Treinamento PPCP com Planejamento de<br />

Previsão de Venda Futura<br />

05/8 - Palestra Oratória - com Emerson Pádua<br />

13/8 - Workshop Integrado com Business e<br />

Venda - com Ricardo Rossetto<br />

16/8 - Treinamento - Capacitação de Compliance<br />

<strong>19</strong> e 20/8 - Treinamento - Oratória: da prática a<br />

teoria - com Emerson Pádua<br />

26 e 27/8 - Treinamento Metodologia para<br />

Redução de Custos de Produção<br />

16 3322 1339<br />

16 3322 7823<br />

CIESP.com.br/araraquara<br />

|6<br />

facebook.com/CIESPararaquara<br />

instagram.com/CIESPararaquara<br />

linkedin.com/company/CIESP-araraquara<br />

ARARAQUARA


EDITORIAL<br />

por: Ivan Roberto Peroni<br />

A cobiça política efetivamente tem causado danos<br />

à cidade e à alma das pessoas de bem<br />

Araraquara possui 31 partidos políticos, muitos deles pequenos e encabrestados pelos líderes das<br />

grandes siglas; uns funcionam com Comissões Provisórias dispensando número de filiados, quando na<br />

verdade deveriam ser Diretórios Municipais. Sem ideologia, alguns são manipulados e atraídos para<br />

um balcão de negócios que visa transformar o candidato a vereador num cabo eleitoral que favoreça<br />

o majoritário, onde o candidato que obtiver a maioria absoluta de votos é eleito. No município, há<br />

partidos com 1, 4, 5, até mesmo 8 filiados, juntando-se aos grandes.<br />

Não há o que se reclamar do<br />

prefeito eleito, se a maioria assim<br />

o desejou; no caso de Edinho<br />

Silva, foi um índice de 41,71% nas<br />

eleições de 2016 e logo há que<br />

se respeitar o montante de votos<br />

- 41.220 votos, contra 28.595<br />

(28,93%) de Edna Martins, do PSDB,<br />

segunda colocada. Uma vitória<br />

aparentemente tranquila de quem<br />

se dispôs a trabalhar o eleitorado<br />

de periferia.<br />

Questionar sua vitória como tem<br />

ocorrido nestes últimos três anos e<br />

atribuir essa responsabilidade ao<br />

povo que o elegeu, parece não ser o<br />

caminho correto, já que a ganância<br />

de cada um dos outros cinco<br />

candidatos quer nos parecer ter uma<br />

responsabilidade muito maior que o<br />

interesse da população suburbana.<br />

Naquela oportunidade, dois motivos<br />

impediriam a vitoriosa eleição do<br />

petista: sua prisão na Operação<br />

Lava Jato por questões perfeitamente<br />

conhecidas do povo brasileiro ou a<br />

formação de um bloco com todos os<br />

partidos, por entender que Edinho<br />

não atingiria 35% dos votos válidos. Dois erros grotescos: não foi preso e<br />

sua marca bateu em quase 42%. Nenhum dos partidos pode contestar os<br />

números e muito menos negar que na noite de 21 de agosto de 2016, uma<br />

reunião aconteceu para consolidação de um acordo que ficou travado na<br />

tal vaidade.<br />

Assim, Edna Martins (28,93%), Aluisio Boi (12,56%), Nino Mengatti (8,53%),<br />

Célio Peliciari (5,58%) e João Farias (2,68%) se tivessem estabelecido uma<br />

concordância, teriam alcançado 58,28% contra os 41,71% de Edinho, que<br />

não teria sido eleito e nem estaria sendo vítima do descaso, onde uma<br />

classe subestima a outra pela ignorância daqueles que se alcunham - líderes<br />

partidários.<br />

De três anos para cá a população acredita, pelas suas manifestações<br />

nas redes sociais, que a desgraça que tem caído sobre a cidade não é<br />

mais do que o produto da cobiça política que efetivamente tem causado<br />

danos à alma das pessoas de bem. Ainda assim, não podemos contestar<br />

o resultado eleitoral, mas avaliar uma administração que tenta se manter<br />

pelo assistencialismo, já que politicamente não se sustentará pelos atos<br />

insanos dos governantes que o país suportou por 16 anos e as adversidades<br />

partidárias que agora enfrenta.<br />

Ao ver que um partido vai lançar fulano e outro apresenta ciclano,<br />

totalizando cinco ou seis candidatos a prefeito em 2020 - com 31 siglas<br />

partidárias na cidade, isso não apenas repetirá o que já aconteceu, mas<br />

deixa transparecer a admissão da ganância, da vaidade e da ignorância,<br />

que em certos momentos caminham juntas com sintomas de um parentesco<br />

inábil e quem sabe proposital. Se Edinho já tem hoje 30%, é burrice admitir<br />

que o segundo mais votado com 29,99% seja o vencedor. Não é possível<br />

que tramas assim ainda sejam praticados em uma população incrédula.<br />

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Fevereiro de 2018 o começo de tudo<br />

Em julho uma nova apresentação<br />

MATÉRIA DE CAPA<br />

PORTAL <strong>RCIA</strong>RARAQUARA.COM.BR<br />

Entre ontem e hoje as diferenças a serviço<br />

da informação com critério e seriedade<br />

Em novo formato, o Portal <strong>RCIA</strong>RARAQUARA.COM.BR inicia<br />

uma fase diferenciada dentro da comunicação regional.<br />

Compromissado com a ética jornalística e sem vinculações<br />

políticas, ele age de maneira independente, estando a<br />

serviço da comunidade nas 24 horas do dia.<br />

Por iniciativa do jornalista Ivan Roberto<br />

Peroni, em fevereiro de 2018 o<br />

Portal <strong>RCIA</strong>raraquara implantou seu<br />

primeiro site como experiência, com o<br />

objetivo de contribuir com internautas<br />

que costumam coletar informações<br />

pelas redes sociais. O foco também<br />

seria permitir uma interação com a<br />

Revista Comércio, Indústria e Agronegócios,<br />

há 14 anos circulando mensalmente<br />

em Araraquara, mantendo<br />

uma assiduidade em sua circulação,<br />

por sinal uma característica importantíssima<br />

para o desenvolvimento<br />

pessoal e profissional da sua equipe.<br />

Com uma plataforma extremamente<br />

simples, sua editoria conseguiu<br />

atingir milhares de leitores. Seria<br />

então o primeiro passo para fixação<br />

da imagem do veículo, aprendizado<br />

mais profundo com a tecnologia da<br />

informação, a descoberta das necessidades<br />

e preferências dos que<br />

navegam por uma cidade de 232 mil<br />

habitantes. O empenho da jornalista<br />

Rita Motta, na época fazendo parte<br />

da implantação do projeto, foi significativo,<br />

pois ela tornou-se persistente<br />

para nos convencer que era este o<br />

caminho do jornalismo no futuro, facilitando<br />

a vida das pessoas. De fato,<br />

a tecnologia que a cada dia está mais<br />

presente na vida de todos, cresce e<br />

se aperfeiçoa diariamente também<br />

para ser uma potente ferramenta na<br />

divulgação dos fatos e tornar-se como<br />

utilidade pública no atendimento aos<br />

anseios de uma comunidade, assegurava<br />

a jornalista.<br />

Com o passar do tempo, observamos<br />

a aceitação do público e agora<br />

estamos aperfeiçoando nosso sistema<br />

de trabalho trazendo a inovação.<br />

Passamos assim por mais uma das<br />

transições sociais que vêm mudando<br />

a sociedade ao longo dos anos e para<br />

entender o processo, é preciso compreender<br />

as mudanças da própria sociedade,<br />

no seu modo de pensar, se<br />

relacionar e se comunicar, bem como<br />

a evolução dos dispositivos que provocaram<br />

parte dessas mudanças.<br />

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Jornalista Rita Motta começou a escrever a<br />

trajetória do <strong>RCIA</strong>RARAQUARA em 2018<br />

Atualmente a jornalista Suze Timpani<br />

responde pela editoria do portal<br />

“Sabemos que um projeto que<br />

demanda tempo, até nos familiarizarmos<br />

com novas ferramentas e tecnologias<br />

dentro de uma outra plataforma,<br />

pois o sistema que possibilita<br />

a informação é complexo”, comenta<br />

a jornalista Suze Timpani, editora do<br />

<strong>RCIA</strong>RARAQUARA há seis meses.<br />

Desde janeiro estamos trabalhando<br />

neste processo de capacitação<br />

com a participação de profissionais<br />

ligados às novas tecnologias, pois<br />

percebe-se que as transformações sociais<br />

estão ligadas às transformações<br />

tecnológicas das quais a sociedade<br />

se apropria para se desenvolver e se<br />

manter.<br />

Em julho, quando apresentamos o<br />

novo Portal, sentimos que os objetivos<br />

em linhas gerais foram atingidos,<br />

evidente que vamos nos deparar com<br />

algumas dificuldades, porém nossa<br />

assessoria em TI nos possibilita esse<br />

avanço.<br />

Por outro lado, nota-se cada<br />

vez mais, em diferentes ambientes,<br />

como casa, trabalho e escola,<br />

a modernização das novas tecnologias<br />

de comunicação e seus<br />

avanços influenciando o comportamento<br />

do ser humano e interferindo<br />

em sua relação com os demais.<br />

Durante este tempo que o Portal esteve<br />

no ar, conseguimos cerca de seis<br />

mil arquivos, que foram repassadas à<br />

comunidade. Isso mostra a agilidade,<br />

apuração e a forma rápida com que o<br />

Portal atingiu pessoas com informações<br />

precisas e na maioria das vezes<br />

com continuidade e rotatividade.<br />

Segundo Suze, este número demonstra<br />

que hoje a empresa está no<br />

caminho certo, acreditando na nova<br />

tecnologia e na tendência dentro da TI,<br />

afinal a informação se torna cada vez<br />

mais dependente das redes sociais.<br />

“Nosso Portal atinge diversas editorias<br />

no campo da informação, apenas<br />

uma optamos por não propagar,<br />

que é a apresentação de noticias<br />

policiais. “Entendemos que há outros<br />

meios de comunicação que<br />

Bete Campos, Érica Menezes e<br />

Sônia Marques na área de criação e<br />

atualização diária do portal<br />

fazem a divulgação do trabalho da<br />

polícia em Araraquara e na região.<br />

Nossa revista sempre teve seu olhar<br />

voltado para quatro segmentos; comércio,<br />

indústria, agronegócio e prestação<br />

de serviço, até por uma opção,<br />

dado o perfil da revista.<br />

Com a implantação do novo Portal,<br />

abriremos também possibilidades<br />

para o mercado de trabalho,<br />

começando uma interação com estagiários<br />

em processo de estudo na<br />

área jornalística, para que tenham<br />

acesso ao primeiro emprego na<br />

área pelas portas do <strong>RCIA</strong>raraquara.<br />

Seu diretor, o jornalista Ivan Roberto<br />

Peroni, explica que o Portal tem um<br />

olhar apurado dentro da economia,<br />

e acompanha de perto o desenvolvimento<br />

de Araraquara. “Ainda que<br />

a crise econômica, quase crônica<br />

nestes últimos 10 anos, abata sobre<br />

grande parte dos municípios brasileiros,<br />

pretendemos ampliar ainda mais<br />

as informações relacionadas a este<br />

segmento, mostrando diariamente os<br />

índices econômicos com a participação<br />

da Bovespa. A política, ainda mais<br />

num ano que é antessala para as eleições,<br />

fará parte da rotina do nosso noticiário,<br />

para que o leitor esteja bem<br />

informado sobre o que acontece no<br />

Executivo e Legislativo de Araraquara.<br />

O Sistema Marzo que tem 30 anos<br />

de tradição em comunicação, conta<br />

com a Revista Comércio, Indústria e<br />

Agronegócio, o Portal <strong>RCIA</strong>RARAQUA-<br />

RA.COM.BR e sua agência Marzo<br />

Comunicação.<br />

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MERCADO VAREJISTA<br />

Reinaldo Lima<br />

compra a “Tulipa”<br />

de Wanderley<br />

Após 26 anos na administração da “Tulipa”, o<br />

empresário Wanderley Figueiredo sempre tendo ao<br />

seu lado a esposa Maria Christina, decidiu negociar<br />

a Tulipa, uma das mais conceituadas lojas de<br />

artigos para cama, mesa e banho da região.<br />

Foram dois meses de negociações<br />

e o empresário Reinaldo Dias<br />

de Lima decidiu ‘bater o martelo’ e<br />

anunciar - ‘negócio fechado’. Assim,<br />

no primeiro dia de julho assumiu a<br />

Tulipa, loja especializada em artigos<br />

para mesa, cama e banho, adquirida<br />

junto ao amigo Wanderley Figueiredo<br />

que apresenta uma extraordinária folha<br />

de serviços prestada ao comércio<br />

araraquarense.<br />

A divulgação oficial da transação<br />

comercial foi feita por ambos em um<br />

momento único e com as esposas<br />

ao lado: Reinaldo casado com Ana<br />

Cláudia Souza Lima e Wanderley<br />

com Maria Christina Pazetto Camilo<br />

Figueiredo.<br />

A nossa revista convidou<br />

os dois casais: Christina-<br />

Wanderley Figueiredo e<br />

Ana Cláudia - Reinaldo<br />

Dias de Lima para uma<br />

foto histórica no momento<br />

do fechamento do negócio<br />

Wanderley conta que ao todo são<br />

64 anos no varejo, dos quais 38 anos<br />

nas Casas Pernambucanas: “Essa<br />

convivência com o público foi maravilhosa;<br />

aprendemos a conhecer as<br />

pessoas, criamos amizades, superamos<br />

os desafios e hoje, agradecidos<br />

a Deus, Chrystina e eu, vamos viver<br />

para os netos. Somos gratos a todos<br />

que nos apoiaram”, ressalta.<br />

A arquiteta Dagmar<br />

Bizzinotto vem<br />

desenvolvendo<br />

os projetos de<br />

revitalização da<br />

loja bem na região<br />

central da cidade.<br />

Com 27 anos no<br />

ramo de confecções<br />

e conhecedor<br />

profundo do varejo,<br />

Reinaldo já atuou<br />

na diretoria da<br />

ACIA e também do<br />

Sincomercio<br />

Durante essa interação com a comunidade<br />

e comércio, Wanderley foi<br />

diretor da ACIA e vice-presidente do<br />

antigo Asilo de Mencididade (hoje Lar<br />

São Francisco), durante nove anos.<br />

A NOVA DIREÇÃO<br />

Em Reinaldo Dias de Lima o que<br />

não falta é entusiasmo ao anunciar<br />

revitalização na loja: contratou os<br />

serviços da arquiteta Dagmar Bizzinotto<br />

que já projetou uma nova identidade<br />

visual para a fachada da loja,<br />

preservando contudo o nome Tulipa<br />

considerado uma singeleza para o<br />

público que busca cama, mesa e<br />

banho. A esta linha de confecções, o<br />

novo proprietário da Tulipa vai acrescentar<br />

marcas famosas de tapetes e<br />

cortinas.<br />

Reinaldo também traz para sua<br />

nova loja, a experiência obtida quando<br />

da sua participação societária na<br />

Montreal em Araraquara. “Mudanças<br />

são importantes naqueles que buscam<br />

desafios e novos projetos”, conclui,<br />

convidando desde já a população<br />

para conhecer as novidades.<br />

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Igor Marangone, diretor técnico do Tribunal; promotor Herivelto Almeida; Paulo Dimas Cesar, vice-presidente da ASPA; Marcelo<br />

Zaccaro, Tribunal de Contas de Araraquara e Adilson Custódio, presidente da ASPA<br />

VOANDO ALTO<br />

A projeção da ASPA em defesa de uma classe<br />

Servidores Públicos agora<br />

dispõem de novos benefícios<br />

No mês do seu aniversário, a ASPA, representada pelos seus<br />

diretores Adilson Custódio e Paulo Dimas Cesar, é convidada<br />

a apresentar na sede do Tribunal de Contas em Araraquara,<br />

o seu trabalhado em favor dos servidores públicos.<br />

O Arquivo Público do Estado, órgão<br />

central do Sistema de Arquivos<br />

do Estado de São Paulo, em parceria<br />

com o Tribunal de Contas do Estado,<br />

organizou o “21º Encontro Paulista<br />

sobre Gestão Documental e Acesso<br />

à Informação”.<br />

O evento foi realizado em junho<br />

(5), das 9h às 16h30, na unidade regional<br />

do Tribunal de Contas do Estado,<br />

localizada à Rua Dr. Euclides da<br />

Cunha Viana, 551, Jardim Santa Mônica,<br />

em nossa cidade, com um café<br />

da manhã oferecido pela Associação<br />

de Servidores Públicos de Araraquara<br />

(ASPA).<br />

O objetivo do encontro foi dar<br />

às Prefeituras e Câmaras paulistas,<br />

fundamentos legais e técnicos para<br />

a criação de Arquivos Públicos Municipais,<br />

para a implementação de políticas<br />

de gestão documental e para<br />

a difusão do efetivo cumprimento<br />

do direito de acesso à informação<br />

pública, conforme o estabelecido<br />

na Constituição Federal e nas Leis<br />

nº 8.159/<strong>19</strong>91 e nº 12.527/2011.<br />

De forma assim, assegurar o direito<br />

essencial para o pleno exercício da<br />

cidadania, o controle das finanças e<br />

a transparência administrativa, bem<br />

como a preservação do patrimônio<br />

documental.<br />

O evento foi apoiado pelo Ministério<br />

Público do Estado de São Paulo,<br />

pelo Senado Federal, pelas Câmaras<br />

Municipais de Limeira e Araraquara<br />

e também pela Associação de Servidores<br />

Públicos de Araraquara (ASPA).<br />

|12


Com um público de cerca de 200<br />

pessoas, composto por servidores<br />

municipais de diversas Prefeituras<br />

e Casas de Leis do Estado de São<br />

Paulo, Fernando Padula Novaes,<br />

Coordenador do Arquivo Público do<br />

Estado, representou o governador<br />

João Doria e ressaltou a importância<br />

da preservação e organização da entidade,<br />

onde está fixado há 127 anos.<br />

Há seis anos, uma reforma completa<br />

no imóvel o transformou em um espaço<br />

próprio para arquivos históricos<br />

“Olhar para o passado é importante<br />

para não se cometer os mesmos erros”<br />

– afirmou Padula.<br />

Representando Araraquara, o presidente<br />

da Câmara, Tenente Santana,<br />

disse que o acesso à informação é<br />

imprescindível aos cidadãos.<br />

Paulo Dimas vice-presidente da<br />

ASPA, acompanhado do presidente<br />

da entidade Adilson Custódio, relatou<br />

sobre os anos em que trabalhou na<br />

prefeitura de Araraquara, cuidando<br />

com todo zelo do arquivo do município.<br />

Falou também sobre a preservação<br />

dos documentos para assegurar<br />

a história, restabelecendo cada período.<br />

Ressaltou ainda que “se os municípios<br />

não formarem pessoas para<br />

cuidar de seus arquivos, se perderão<br />

na história”.<br />

APRESENTANDO A ASPA<br />

Considerado momento oportuno<br />

pois naquele ambiente se reuniam<br />

servidores municipais de diversas<br />

prefeituras e Casas de Leis do Estado<br />

de São Paulo, os diretores da<br />

ASPA aproveitaram para fazer uma<br />

Paulo Dimas Cesar, Adilson Custódio, vereador Tenente Santana e o diretor técnico do<br />

Tribunal de Contas de Araraquara, Marcelo Zaccaro<br />

apresentação sobre a missão da entidade<br />

junto ao seu quadro associativo.<br />

A ASPA, disse Adilson Custódio, representa<br />

os servidores públicos municipais,<br />

estaduais e federais, concedendo-lhes<br />

inúmeros benefícios. Hoje ao<br />

todo, são cerca de 40 mil servidores<br />

na região de Araraquara.<br />

Na área de Saúde, explicou Paulo<br />

Dimas Cezar, a ASPA oferece planos<br />

de saúde com tabelas e preços diferenciados<br />

(Unimed e São Francisco),<br />

além do Cartão Homecard (Clínica<br />

Mais Saúde e Siplasa, um sistema<br />

planejado de saúde particular).<br />

Para o diretor técnico do Tribunal<br />

de Contas de Araraquara, Marcelo<br />

Zaccaro, que abriu as portas da unidade<br />

para receber o evento que visa a<br />

boa gestão documental, foi importante<br />

a participação da ASPA no evento,<br />

por ser uma instituição com 57 anos<br />

de existência e sempre cercada pela<br />

credibilidade dos seus dirigentes.<br />

Herivelto Almeida, 4º Promotor do<br />

Ministério Público de Araraquara, palestrou<br />

sobre o acesso à informação<br />

contendo a amplitude e restrições.<br />

A chefe do Serviço de Consultoria<br />

Técnica Arquivística – SGIDOC<br />

– COARQ Senado Federal, Samanta<br />

Nascimento da Silva Santos, palestrou<br />

também sobre o programa de<br />

gestão arquivística e preservação<br />

da memória do Senado Federal.<br />

Já no período da tarde, Paulo<br />

Massaru Uesugi Sugiura, diretor técnico<br />

do Tribunal de Contas do Estado,<br />

falou sobre a fiscalização e deu<br />

orientações referentes ao Portal da<br />

Transparência.<br />

Encerrando as palestras, Giane<br />

Boscolo, chefe do Departamento de<br />

Registros, Arquivos e Documentos da<br />

Câmara Municipal de Limeira, explanou<br />

sobre mobilizar para acontecer<br />

mostrando a todos o papel fundamental<br />

dos recursos humanos em uma<br />

gestão documental eficiente. Houve<br />

ainda perguntas por parte dos participantes<br />

aos palestrantes até o encerramento<br />

da programação.<br />

Paulo Dimas<br />

Cesar faz uma<br />

explanação sobre<br />

a ASPA; dias antes,<br />

ele e o presidente<br />

Adilson Custódio<br />

estiveram falando<br />

da entidade na<br />

Câmara Municipal<br />

13|


A movimentação dos visitantes na feira em São Paulo<br />

EXPO CENTER NORTE<br />

SinHoRes leva empresários<br />

à Fispal 20<strong>19</strong> na capital<br />

Visitantes puderam conferir atrações inéditas que ampliam o<br />

conhecimento sobre os novos rumos do consumo, gestão de<br />

negócios e demais temas ligados ao setor da alimentação<br />

Empresários araraquarenses participaram<br />

em junho da Fispal Food<br />

Service, a maior feira para o setor de<br />

alimentação fora do lar da América<br />

Latina, que chegou a sua 35ª edição<br />

neste ano. Mais de 50 mil pessoas<br />

passaram pelo pavilhão do Expo Center<br />

Norte, entre os dias 11 e 14 de<br />

junho para conferir as mais novas soluções,<br />

lançamentos e inovações de<br />

470 expositores e 1.800 marcas para<br />

restaurantes, pizzarias, lanchonetes,<br />

bares, hoteis e demais estabelecimentos<br />

do setor.<br />

Com a disponibilidade de um ônibus,<br />

o SinHoRes (Sindicato de Hotéis,<br />

Restaurantes, Bares e Similares) levou<br />

os empreendedores até a capital,<br />

onde eles viram que pelo menos<br />

80% dos expositores presentes no pavilhão<br />

exibiam insumos e ingredientes<br />

vindos de diversos países, como<br />

Egito, Grécia, Indonésia, Tailândia,<br />

China, Sri Lanka, Itália, entre outros.<br />

José Carlos Pascoal Cardozo,<br />

presidente do SinHoRes, comenta<br />

ainda agora, que a feira apresentou<br />

também uma série de atrações inéditas<br />

que foram desenvolvidas para<br />

aprimorar o conhecimento dos empresários<br />

que atuam na alimentação<br />

fora do lar.<br />

Para ele, o food service em Araraquara<br />

- a exemplo do que ocorre<br />

no Brasil, vem crescendo ano a ano<br />

e tem potencial para expandir muito<br />

mais, contudo para acompanhar este<br />

ritmo, é preciso que o empresário esteja<br />

antenado com as principais exigências<br />

do consumidor.<br />

A delegação de Araraquara nas portas<br />

de entrada da feira e um dos estandes<br />

preparados para este ano<br />

Na verdade, as atrações do evento<br />

mostraram conteúdo que auxiliam na<br />

atualização e ampliação do conhecimento<br />

do público. Além disso, exibem<br />

os caminhos que o empreendedor<br />

deve seguir para ter sucesso em seu<br />

negócio.<br />

A HISTÓRIA<br />

José Carlos<br />

Pascoal Cardozo,<br />

presidente do<br />

SinHoRes, que<br />

levou seus<br />

empresários até<br />

a Fispal 20<strong>19</strong><br />

Em 35 anos de história, a Fispal<br />

Food Service se consolidou como referência<br />

para este setor devido aos<br />

esforços para trazer informação de<br />

qualidade ao seu público. As palestras<br />

ocorridas tiveram como foco<br />

principal a gestão de bares e restaurantes,<br />

mas também trataram<br />

de assuntos importantes para esse<br />

mercado, como redução de custos e<br />

aumento de rentabilidade, marketing<br />

e novas tendências.<br />

Sempre atenta às principais mudanças<br />

do mercado, a Fispal Food<br />

Service apresenta neste ano uma<br />

série de atrações inéditas. A primeira<br />

delas é o Fispal Innovation, um espaço<br />

criado para apresentar inovações<br />

que chegam para ajudar a ampliar<br />

a competitividade de<br />

empresas deste setor.<br />

Quem passar por este<br />

espaço poderá conferir<br />

soluções acessíveis que<br />

podem ajudar o estabelecimento<br />

a proporcionar<br />

uma interação mais<br />

positiva com o cliente,<br />

além de proporcionar<br />

redução de custos operacionais<br />

e aumento da<br />

produtividade.<br />

|14


15|


ARTIGO<br />

Declaração de Direitos de Liberdade Econômica<br />

(MP 881/20<strong>19</strong>) e o Horário do Comércio<br />

Foi publicada em 30/04/<strong>19</strong>, no Diário<br />

Oficial da União, a Medida Provisória<br />

881/20<strong>19</strong>“... que estabelece normas<br />

de proteção à livre iniciativa e ao livre<br />

exercício de atividade econômica...”<br />

(art. 1º, caput). Dentre outros<br />

dispositivos, assim define a MP<br />

881/20<strong>19</strong>: “Art. 3º - São direitos<br />

de toda pessoa, natural ou jurídica,<br />

essenciais para o desenvolvimento e<br />

o crescimento econômicos do País,<br />

observado o disposto no parágrafo<br />

único do art. 170 da Constituição:<br />

... “II - produzir, empregar e gerar<br />

renda, assegurada a liberdade<br />

para desenvolver atividade<br />

econômica em qualquer horário<br />

ou dia da semana, observadas:...”.<br />

Numa leitura superficial da citada<br />

norma, fica a impressão de<br />

que tal regra já esteja valendo,<br />

independentemente da atividade<br />

econômica exercida (indústria,<br />

serviços, etc.). Interpretando a<br />

mencionada parte do texto, diversos<br />

sites e blogs passaram a veicular<br />

notícia de que o comércio, de forma<br />

geral, poderá funcionar em qualquer<br />

dia e horário, já que autorizado pela<br />

MP 881/<strong>19</strong>. Não é bem assim.<br />

Em primeiro lugar, a referida medida<br />

provisória, apesar de produzir os<br />

seus efeitos jurídicos com força<br />

de lei desde o momento de sua<br />

edição, necessita de aprovação<br />

do Congresso Nacional para que<br />

possa ingressar em definitivo no<br />

cenário jurídico brasileiro. Logo,<br />

por segurança jurídica, é preciso<br />

aguardar a conclusão de todo o<br />

trâmite do processo legislativo, já<br />

que a MP 881/<strong>19</strong> conta com mais de<br />

300 emendas parlamentares (sendo,<br />

no mínimo, 6 delas – emendas nº 2,<br />

24, 96, 145, <strong>19</strong>1 e 207 – atinentes<br />

Dr. Iran Carlos Ribeiro<br />

Jurídico / Sincomercio<br />

Araraquara<br />

à questão do horário do comércio)<br />

e tudo pode mudar.<br />

Em segundo lugar, de acordo com<br />

o Supremo Tribunal Federal, a<br />

competência para legislar sobre o<br />

horário do comércio é do município<br />

e não de outros entes federativos<br />

(União ou Estados): “Súmula<br />

Vinculante 38 - É competente o<br />

Município para fixar o horário de<br />

funcionamento de estabelecimento<br />

comercial.” Por isso, mesmo<br />

considerando que o art. 3º, II, da MP<br />

881/<strong>19</strong>, refere-se a toda e qualquer<br />

atividade econômica, caso aprovada<br />

a proposição sem alteração deste<br />

comando, tal disposição deverá<br />

ser interpretada com cautela no<br />

que se refere à atividade comercial<br />

exercida em municípios que<br />

possuem regulamentação legal<br />

sobre a matéria.<br />

Em terceiro lugar, o próprio inciso<br />

II do art. 3º da MP 881/<strong>19</strong>, em<br />

sua alínea “d”, impõe que seja<br />

observada a “legislação trabalhista”,<br />

neste sentido, o exercício da<br />

atividade comercial deve ser<br />

desenvolvido com respeito às<br />

regras das respectivas convenções<br />

coletivas de trabalho (pactuadas<br />

entre sindicato de empregados e<br />

de empregadores) a ela aplicáveis,<br />

na medida em que a própria CLT –<br />

Consolidação das Leis do Trabalho<br />

– define que essas normas coletivas<br />

têm prevalência sobre a lei (art. 611-<br />

A). Desse modo, se a MP 881/<strong>19</strong><br />

|16


determina que deve ser observada<br />

a legislação trabalhista para que<br />

impere a liberdade de horário<br />

da atividade econômica, deve-se<br />

verificar se há convenção coletiva<br />

que limita a atividade profissional<br />

do comerciário, como por exemplo,<br />

quanto à autorização do trabalho<br />

em feriados. Em caso de conflito<br />

entre tais regras, aplicam-se as da<br />

norma coletiva e não as previstas<br />

na medida provisória (ainda que<br />

transformada em lei), por força do<br />

que determina a CLT.<br />

Por outro lado, mostra-se pertinente<br />

a reflexão da Assessoria Técnica da<br />

Federação do Comércio de Bens,<br />

Serviços e Turismo do Estado de<br />

São Paulo (FecomercioSP) sobre<br />

a importância da MP 881/<strong>19</strong> no<br />

contexto econômico atual: “De<br />

acordo com o Ministro do STF Luis<br />

Roberto Barroso ’Os princípios<br />

constitucionais da livre iniciativa e<br />

da livre concorrência asseguram<br />

aos agentes econômicos a liberdade<br />

de formular estratégias negociais<br />

indutoras de maior eficiência<br />

econômica e competitividade’.<br />

Há prevalência do interesse<br />

nacional, que hoje é o estímulo à<br />

atividade empresarial e à geração<br />

de empregos, com a redução dos<br />

entraves impostos por intervenção<br />

do Poder Público nos negócios.<br />

Portanto, as leis municipais que<br />

dispõem sobre o horário de<br />

funcionamento atualmente devem<br />

se conformar à nova legislação<br />

federal.”. (Informativo Empresarial<br />

Mix Legal 172/<strong>19</strong>)<br />

Enfim, é certo que a MP 881/<strong>19</strong><br />

regula apropriadamente questões<br />

que são cruciais para a propulsão do<br />

crescimento econômico do país, com<br />

previsão de necessárias medidas<br />

restritivas à interferência estatal na<br />

atividade empresarial e cujo teor -<br />

valorização da liberdade econômica<br />

- deve servir de modelo para os<br />

legisladores. Contudo, no que diz<br />

respeito à liberdade do exercício da<br />

atividade comercial, não se deve<br />

perder de vista a jurisprudência do<br />

STF sobre o assunto, bem como<br />

as leis municipais de horário de<br />

funcionamento do comércio vigentes<br />

e as regras das convenções coletivas<br />

incidentes quanto às condições de<br />

trabalho dos comerciários.<br />

SERVIÇO<br />

Sindicato do Comércio Varejista de<br />

Araraquara (Sincomercio)<br />

Avenida São Paulo, 660 • Centro<br />

Contato: (16) 3334 7070<br />

sincomercio@sincomercioararaquara.com.br<br />

www.sincomercioararaquara.com.br<br />

17|


Pedro Paulo Ferrenha, o<br />

“Nenê Escapamentos”,<br />

presidente da APAE e<br />

perda irreparável para a<br />

nossa comunidade<br />

HOMENAGEM<br />

Nenê Ferrenha parte mas deixa um<br />

rastro de saudade e bons exemplos<br />

Presidente da APAE por cinco anos, Nenê Ferrenha<br />

acreditou no poder de realização do ser humano, quebrou<br />

preconceitos e levou a sociedade a ter outro entendimento<br />

sobre a entidade e as pessoas com deficiências. Sua morte<br />

entristece a cidade.<br />

sua dor no momento de estender as<br />

mãos para os pequeninos da APAE.<br />

De forma resumida podemos dizer<br />

que foi um exemplo de pessoa.<br />

COMO ERA<br />

Alguém disse um certo dia: “O Brasil<br />

precisa de pessoas como ele”. De<br />

fato, com Nenê Ferrenha poderíamos<br />

ter um Brasil sem máculas e ser este<br />

país por inteiro a nossa casa, mas<br />

impossível quando não se possui a<br />

fórmula para a produção de seres humanos<br />

com visão de paz e decência,<br />

voltados para o próximo.<br />

Uma outra pessoa até se expressou<br />

de maneira emotiva: “Nenê é um<br />

exemplo de amor ao próximo. Sua<br />

forma de trabalhar fez a sua marca<br />

em Araraquara. Quem convive com<br />

o Nenê só nos confirma que o que<br />

plantamos de bom, colhemos depois.<br />

Está sempre dando exemplo de como<br />

se viver com amor.”<br />

Passado o tempo e num certo<br />

período da sua vida, entendemos<br />

que Nenê foi mais que isso, entrincheirando-se<br />

nos campos de batalha<br />

disposto a quebrar regras e protocolos<br />

para que a cidade entendesse a<br />

Humilde, de gestos simples, afastaria<br />

em vida pelo seu jeito de ser, o<br />

reconhecimento, a valorização e os<br />

elogios que fazemos agora, mesmo<br />

porque este é um momento para ele,<br />

de apenas ouvir, afinal o guerreiro<br />

descansa e sabe da importância que<br />

é cumprir uma missão com dignidade<br />

e respeito. Foi assim que ele seguiu<br />

sua trajetória, longe dos elogios e<br />

bem perto da solidariedade.<br />

CONTINUA NAS PÁGINAS SEGUINTES<br />

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<strong>19</strong>|


Para suas amizades mais próximas<br />

ele disse numa certa manhã:<br />

“Assumo a APAE, mas sei que falar<br />

de inclusão, em nossa sociedade, é<br />

um desafio”. Questionado sobre a<br />

razão de falar assim, ele respondeu<br />

com a voz rouca: “Porque<br />

simplesmente, uma sociedade<br />

possui barreiras; não<br />

possui entendimento sobre<br />

as necessidades especiais<br />

destes seres tão queridos”.<br />

Tanto era sua missão<br />

que Nenê buscava incansavelmente<br />

dar à APAE,<br />

uma estrutura física capaz<br />

de atender cada vez mais<br />

e melhor aos necessitados,<br />

sabendo no seu interior que<br />

com o poder público pouco<br />

poderia contar. E se a APAE<br />

hoje é vista como modelo<br />

entre as entidades sociais,<br />

muito se deve a ele, que parte ciente<br />

da obra que deixa para vida eterna<br />

de uma cidade.<br />

SUA VIDA<br />

Pedro Paulo Ferrenha, o Nenê,<br />

nasceu em 12 de março de <strong>19</strong>50,<br />

filho de Darcy e Maria, uma família<br />

composta por mais cinco irmãos:<br />

Lázaro, Francisco, José Laerte, Jair e<br />

Hélio. Nenê que gostava de jogar futebol,<br />

estudou no Florestano Libutti, no<br />

“Sua vida cheia de histórias é algo que<br />

emociona pois poucos são os que se<br />

deram tanto por uma causa. Implacável<br />

nas decisões, era uma espécie de<br />

comandante em um barco exposto a<br />

tempestades em alto mar”<br />

IEBA, no Poli, desfrutando do respeito<br />

e da admiração de todos.<br />

Frequentou o ensino superior no<br />

Colégio São Bento, onde cursou Filosofia.<br />

Ele foi por oito anos funcionário<br />

Doce lembrança da APAE onde Nenê passou parte da sua vida<br />

das Casas Texidal, uma importante<br />

loja de tecidos nos anos 60. Trabalhou<br />

dois anos em São Paulo e, em<br />

<strong>19</strong>73, se tornou empresário, fundando<br />

a Nenê Escapamentos, tendo ao<br />

seu lado o inestimável amigo e irmão<br />

Arthur Wormhoudt. Casou-se com Dóris<br />

Teresinha em <strong>19</strong>77 e deixa três<br />

filhos: Rodrigo, Diego e Gustavo.<br />

Nenê foi diretor da Associação<br />

Comercial e Industrial de Araraquara<br />

(ACIA) e diretor adjunto na Associação<br />

Ferroviária de Esportes (AFE). Fazia<br />

parte do Rotary Club Oeste, onde ocupou<br />

vários cargos. Através do Rotary,<br />

chegou à APAE prestando serviços<br />

voluntários em eventos e, em 2014,<br />

tornou-se presidente da entidade.<br />

Ele teve um envolvimento expressivo<br />

com o esporte, atuando em<br />

clubes amadores e participando das<br />

atividades em clubes sociais.<br />

Isso tudo se junta na<br />

formação de uma pessoa<br />

querida e respeitada pela<br />

sua visão empresarial.<br />

Em fevereiro, Nenê chegou<br />

a ficar internado no<br />

Hospital São Paulo, em Araraquara;<br />

dois meses atrás<br />

foi levado para Ribeirão<br />

Preto (Hospital São Lucas<br />

Ribeirânia) para intensificar<br />

o tratamento, não conseguindo<br />

vencer a doença<br />

que o acometeu durante<br />

anos. Ao todo foram quatro<br />

meses de internação.<br />

A informação sobre sua morte<br />

foi dada na madrugada do dia 17 de<br />

junho. Velado em uma das salas do<br />

Memorial Fonteri, o empresário foi<br />

sepultado no Cemitério São Bento. À<br />

família nossos sentimentos.<br />

Nenê com seus<br />

familiares por ocasião<br />

da homenagem que lhe<br />

foi prestada na Câmara<br />

em 2017<br />

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PROFISSÃO TRABALHO<br />

‘Seo Eudes’ diz que se lembra com<br />

saudades de um tempo que passou<br />

A convivência com o centro velho da cidade tornou Eudes<br />

um autêntico personagem; dos tempos da Kibelanche<br />

e depois com seu próprio bar e café, viveu mais de três<br />

décadas fazendo amizades e cativando os fregueses - sua<br />

marca registrada.<br />

Bar do Eudes em dois<br />

momentos: da agitação ao<br />

servir o café e a famosa torta<br />

de sardinha, no contraste com<br />

a calmaria dos domingos<br />

Ao perder o filho Renato em 2003,<br />

Eudes Fernandes sentiu que parte do<br />

seu mundo desabara. Somou a força<br />

que o filho lhe dava para seguir em<br />

frente com um bar na Rua 9 de Julho<br />

e o cansaço de tantos anos atrás de<br />

um balcão, para dar adeus à profissão<br />

que abraçara.<br />

Dezesseis anos depois estamos<br />

diante de Eudes, agora com 94 anos<br />

de idade e a mesma disposição para<br />

contar histórias buscadas nos tempos<br />

do grupo escolar de Uchoa, cidade<br />

onde nasceu e viveu parte da<br />

sua adolescência. Chegando aos 95<br />

anos de vida (27/agosto), ele experimentou<br />

aos 18 anos o sabor da emergência<br />

paulistana em plena IIª Guerra<br />

Mundial e para cuidar do pai Rafael<br />

Fernandez que se mudara para Araraquara,<br />

deixou São Paulo - 14 anos<br />

depois, já casado desde <strong>19</strong>57 e disposto<br />

a novos desafios ao lado da<br />

esposa Inocência Conde Fernandes,<br />

que conhecera na capital.<br />

O emprego conseguido com Tuffy<br />

Jorge na Feira das Meias em Araraquara<br />

foi apenas o começo para<br />

quem estava disposto a enfrentar a<br />

vida. Dois anos depois estava ele a<br />

O Bar do Eudes na<br />

Rua 9 de Julho era<br />

ponto de parada para<br />

quem queria encontrar<br />

boas amizades e<br />

entre elas, um dia<br />

apareceu o baixinho<br />

José Valien Royo, ator<br />

hispano-brasileiro.<br />

Nacionalmente famoso<br />

por ser de <strong>19</strong>86 a 2010<br />

o garoto-propaganda<br />

da cerveja Kaiser.<br />

dirigir a Cantina do Ieba que comprara<br />

em sociedade com o cunhado<br />

Ezio da Silveira, onde permaneceu<br />

por seis anos: “Um tempo de felicidade<br />

na cantina, pois convivia com os<br />

jovens e o Ieba estava despontando<br />

como uma das melhores escolas da<br />

região”, lembra Eudes.<br />

CONTINUA NAS PÁGINAS SEGUINTES<br />

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23|


Eudes e a esposa Inocência que preparava uma<br />

deliciosa torta de sardinha. Ela faleceu em 2012.<br />

Encontro em família: Neusa Maria da Silva (nora), Thaís (neta), Eudes, Ana<br />

Lúcia Bernardes Fernandes (nora) e Maíra (neta)<br />

Foi em <strong>19</strong>69 que Eudes Fernandes<br />

estava entendendo que este seria<br />

o momento certo de investir em algo<br />

que fosse seu; deixou a Kibelanche<br />

e o agradecimento de Apparecido<br />

Dahab, o “Aparício da Kibelanche”<br />

pelos anos de convivência. Comprou<br />

um restaurante na Vila Melhado<br />

para atender os caminhoneiros que<br />

descarregavam laranja na Cutrale e<br />

por quatro anos ali ficou, até surgir a<br />

oportunidade de chegar ao centro da<br />

cidade emergente.<br />

Com o Bar do Eudes que havia<br />

sido recomendado pelo amigo Sebastião<br />

Costa, Eudes retornou aos olhos<br />

da clientela que havia conhecido na<br />

Kibelanche: “O que não faltava pra<br />

mim, era o apoio da Inocência que<br />

fazia uma torta de sardinha jamais<br />

saboreada. Era o X da questão”, comenta<br />

ele até com certa euforia.<br />

A esta altura, o filho Renato estava<br />

com 11 anos e crescendo foi<br />

ajudando o pai nos afazeres, detalhe<br />

que se ajustava à educação antiga<br />

dentro do meio familiar. Era praticamente<br />

um ambiente de trabalho entre<br />

Eudes, Inocência e acompanhado<br />

de perto por Tereza que durante 14<br />

anos prestou serviços ao pequeno e<br />

agitado café. No entanto, a morte do<br />

filho Renato agora com 42 anos de<br />

idade e casado, o abalou: “Era ele<br />

praticamente que vinha assumindo<br />

o bar; me entristeceu e resolvi parar”,<br />

relembra. A esta altura, o outro filho<br />

Cláudio, seguia em frente com sua<br />

atividade profissional, casado com<br />

Neusa e residente em São Carlos O<br />

casal tem uma filha, chamada Maíra.<br />

Já o Renato casado com Ana, tinha a<br />

filha Thaís. As duas netas simbolizavam<br />

a felicidade da família.<br />

Toda família<br />

reunida em<br />

<strong>19</strong>95<br />

A VIDA COMO ELA É<br />

Pronto para comemorar 95 anos,<br />

Eudes recorda o romantismo da 9 de<br />

Julho entre os seus dois períodos de<br />

convivência. Um deles o leva aos tempos<br />

da Kibelanche com a sede do 27<br />

de Outubro na porta da lanchonete<br />

e de tantos outros bons vizinhos - A<br />

Esmeralda da família Saba, a Casa<br />

das Linhas com dona Olga e Juarez; a<br />

própria King Lanche, do Gordinho, ao<br />

lado da Kibe Lanche. São coisas, diz<br />

ele, que não dá pra gente esquecer<br />

e cada vez que lembramos, nos aprofundamos<br />

ainda mais neste tempo de<br />

alegria, amizade e fraternidade.<br />

Da Kibelanche ao Bar do Eudes<br />

as coisas mudaram muito embora<br />

tivessem ocorrido em uma faixa de<br />

pouco menos 10 anos; ocorre que a<br />

cidade vivia um período emergente<br />

com os anos 70/80 emplacando o<br />

desenvolvimento econômico: “O que<br />

fica na gente é a saudade dos clientes,<br />

dos amigos que formamos e não<br />

há dinheiro que pague a alegria da<br />

convivência”.<br />

Ao baixar as portas do bar em<br />

2003, depois de 30 anos de trabalho,<br />

Eudes se vê mergulhado na companhia<br />

das noras, netas e do filho Cláudio,<br />

já com 60 anos de idade. “Na<br />

vida tudo passa”, comenta Eudes.<br />

|24


25|


Ivo Dall’Acqua, o quarto da direita para a esquerda, entre os representantes da CNC<br />

ORGULHO<br />

Ivo Dall’Acqua participa da Conferência<br />

Internacional do Trabalho da OIT na Suiça<br />

A Organização Internacional do Trabalho é uma agência<br />

multilateral da Organização das Nações Unidas,<br />

especializada nas questões do trabalho, especialmente no<br />

que se refere ao cumprimento das normas (convenções e<br />

recomendações) internacionais. É na conferência que são<br />

definidas as normas internacionais do trabalho e as políticas<br />

gerais da OIT.<br />

No ano em que comemora 100<br />

anos de sua criação, a Organização<br />

Internacional do Trabalho (OIT) realizou<br />

de 10 a 21 de junho, sua 108ª<br />

conferência, em Genebra (Suíça). A<br />

entidade reuniu mais de 5 mil participantes<br />

credenciados em todo o<br />

mundo, estando entre os participantes<br />

o araraquarense Ivo Dall’Acqua<br />

Junior, ex-presidente do Sincomercio<br />

(Sindicato do Comércio Varejista) e<br />

atualmente vice-presidente da FecomercioSP<br />

(Federação do Comércio de<br />

Bens, Serviços e Turismo do Estado<br />

de São Paulo). Ele também preside<br />

o Conselho de Assuntos Sindicais da<br />

entidade, o que para nós, é motivo<br />

de orgulho.<br />

Promovida anualmente pela agência<br />

multilateral da Organização das<br />

Nações Unidas (ONU), a Conferência<br />

Internacional do Trabalho é uma<br />

oportunidade de representantes dos<br />

Estados-Membros discutirem os futuros<br />

desafios do trabalho, tentando<br />

antecipar problemas e encontrar soluções.<br />

Cada Estado-Membro é representado<br />

por dois delegados do governo,<br />

um delegado de empregadores e um<br />

de trabalhadores, além dos respectivos<br />

assessores. Os delegados de<br />

empregadores e trabalhadores são<br />

nomeados pelas organizações nacionais<br />

mais representativas e têm direito<br />

a voto. Membros de organizações<br />

|26


Mais de 180 países participando da conferência em Genebra<br />

Ivo com a embaixadora do Brasil<br />

junto à ONU, Maria Nazareth<br />

Farani Azevedo, que teve papel<br />

determinante na conferência<br />

internacionais e não governamentais<br />

(ongs) também podem participar<br />

como observadores do evento, não<br />

tendo direito à fala ou a voto.<br />

A delegação brasileira conta com<br />

representantes da Secretaria do Trabalho<br />

do Ministério da Economia e<br />

do Itamaraty; de todas as centrais<br />

sindicais de trabalhadores e de confederações<br />

de empregadores. A comitiva<br />

governamental é chefiada pelo<br />

secretário de Trabalho, Bruno Dalcolmo.<br />

A empresarial é coordenada pela<br />

Confederação Nacional do Sistema<br />

Financeiro (CNF), e a dos sindicatos<br />

de trabalhadores, pela Força Sindical.<br />

Considerado um fórum onde<br />

questões sociais e trabalhistas de<br />

importância para o mundo inteiro são<br />

debatidas, a conferência é um espaço<br />

para a proposição da elaboração<br />

e adoção de normas internacionais<br />

de trabalho. Seus membros também<br />

supervisionam a implementação de<br />

convenções e recomendações em<br />

nível nacional e vota resoluções que<br />

fornecem orientação para a política<br />

geral e atividades futuras da OIT.<br />

PARTICIPAÇÃO DA CNC<br />

A Confederação Nacional do Comércio<br />

de Bens, Serviços e Turismo<br />

(CNC) está presente na conferência<br />

em Genebra, representada pelo seu<br />

presidente, José Roberto Tadros, e<br />

por uma comitiva de presidentes e<br />

diretores. O grupo é composto também<br />

por representantes de outras<br />

confederações que buscam se alinhar<br />

às melhores práticas mundiais para o<br />

desenvolvimento brasileiro.<br />

Representantes do Brasil discursaram<br />

na plenária da conferência<br />

Internacional do Trabalho da OIT,<br />

na Suíça. Murilo Portugal, representante<br />

da CONSIF, falou em nome do<br />

grupo dos empregadores brasileiros,<br />

delegação integrada pela CNC por<br />

meio do presidente José Roberto Tadros<br />

e diretores da entidade. Bruno<br />

Dalcomo, secretário de Trabalho do<br />

Ministério da Economia, também<br />

discursou, representando o governo<br />

brasileiro. Além da delegação da CNC,<br />

também assistiu ao discurso a embaixadora<br />

brasileira na ONU, Maria<br />

Nazareth Farani Azevedo.<br />

Entre os assuntos abordados, estiveram<br />

o futuro do trabalho, questões<br />

relacionadas ao assédio no ambiente<br />

de trabalho e uma declaração sobre o<br />

centenário da OIT, assim como a posição<br />

em relação à inclusão do Brasil<br />

na lista de 24 países para análise na<br />

Comissão de Aplicação de Normas<br />

da OIT.<br />

AGRADECIMENTO<br />

A presença de um araraquarense<br />

em uma conferência de caráter mundial,<br />

representando ao lado dos seus<br />

diretores a Fecomercio e a CNC, não<br />

expressa apenas um sentimento de<br />

orgulho para nós. É o reconhecimento<br />

que se dá ao dirigente que se fez pelo<br />

seu trabalho, visão administrativa e<br />

formação profissional, comentou o<br />

presidente do Sincomercio, Antonio<br />

Deliza Neto. De fato, Ivo sempre teve<br />

uma ligação muito forte com a Fecomércio<br />

e deste relacionamento com a<br />

entidade conquistou inúmeros benefícios<br />

para a sua terra natal, um deles<br />

a construção do Sesc Araraquara, que<br />

tornou-se referência como entidade<br />

sócio-recreativa e cultural.<br />

27|


ARTIGO<br />

Ubiratan Reis<br />

Desconsideração da Personalidade Jurídica<br />

O Brasil não é para amadores, especialmente na seara jurídica.<br />

Falando um pouco mais sobre a MP nº 881/20<strong>19</strong>, esta norma<br />

adentrou a uma das mais controvertidas celeumas da ciência<br />

do Direito, a chamada desconsideração da personalidade<br />

jurídica, que se caracteriza pelo desvio de finalidade ou pela<br />

confusão patrimonial entre a empresa e seus sócios, onde<br />

o juiz, em processo judicial, a requerimento geralmente de<br />

um credor, a desconsidera para que os efeitos de certas e<br />

determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos<br />

bens particulares de administradores ou de sócios da pessoa<br />

jurídica, beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso.<br />

A controversa está exatamente no fato de que, especialmente<br />

na empresa limitada, esta desconsideração e possibilidade de<br />

atingir os bens particulares dos sócios, seria uma afronta ao<br />

objetivo principal para qual existe esta espécie de sociedade:<br />

segregar os bens, delimitar e restringir a responsabilidade de<br />

cada sócio ao valor de suas respectivas cotas sociais.<br />

A MP 881/20<strong>19</strong> inseriu várias regras que, a princípio, dificultam<br />

a possibilidade de comprovação de abuso ou desvio de<br />

finalidade da empresa, com o objetivo, suponho, de propiciar<br />

estímulo e segurança jurídica para que investidores apliquem<br />

capital ocioso na retomada de desenvolvimento e crescimento<br />

do país.<br />

Pelas novas regras, a confusão patrimonial é a ausência<br />

de separação de fato entre os patrimônios da empresa e<br />

de seus sócios e administradores, caracterizada por: (i)<br />

cumprimento repetitivo pela sociedade de obrigações do sócio<br />

ou do administrador ou vice-versa (por exemplo, pagar contas<br />

particulares pela conta bancária da empresa); (ii) transferência<br />

de ativos ou de passivos sem efetivas contraprestações,<br />

exceto o de valor proporcionalmente insignificante (exemplo,<br />

transferência bancária para cobrir o limite do especial da conta<br />

particular) e (iii) outros atos de descumprimento da autonomia<br />

patrimonial (por exemplo, usar o carro da empresa como se<br />

particular fosse).<br />

Outra alteração foi a de que não constitui desvio de finalidade<br />

a mera expansão ou a alteração da finalidade original da<br />

atividade econômica específica da pessoa jurídica, bem como a<br />

mera existência de grupo econômico, por si só, não justifica a<br />

desconsideração da empresa.<br />

Embora as alterações somente possam ser aplicadas em casos<br />

novos, não se pode fazer vista grossa ao atual entendimento<br />

do Poder Judiciário, neste caso específico, a recente decisão<br />

da Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que, na<br />

hipótese de ocorrência de fraude para oportunizar sonegação<br />

fiscal ou esvaziamento patrimonial dos reais devedores, que a<br />

lei permite estender para todas as pessoas jurídicas integrantes<br />

do grupo econômico a indisponibilidade de bens (Recurso<br />

Especial n. 1.656.172).<br />

Entendeu o STJ que nas execuções fiscais contra uma empresa<br />

integrante de um grupo econômico, em “se tratando de atos<br />

fraudulentos, a indisponibilidade de bens decorrente da<br />

medida cautelar fiscal não encontra limite no ativo permanente,<br />

podendo atingir quaisquer bens, direitos e ações da pessoa<br />

jurídica e, eventualmente, dos sócios, nos termos do artigo 11<br />

da Lei 6.830/<strong>19</strong>80”.<br />

O STJ entendeu que haveria a possibilidade de aplicar a<br />

indisponibilidade de bens a todas as empresas integrantes do<br />

grupo econômico, seus sócios e administradores, em medida<br />

cautelar fiscal nos casos onde se verifica “fortes indícios de<br />

fraude”.<br />

O ponto de divergência de entendimento, a nosso sentir, está no<br />

fato da MP 881 determinar que o abuso ou o desvio deverão ser<br />

provados, enquanto que o STJ direcionou um entendimento para<br />

a constatação de indícios.<br />

Este tipo de insegurança jurídica é um dos grandes entraves<br />

para o efetivo crescimento e desenvolvimento da economia,<br />

mormente quando se vislumbra tamanha disparidade de<br />

entendimento adotado pelo Poder Executivo que em certa<br />

medida está diametralmente oposto ao entendimento do Poder<br />

Judiciário.<br />

Ubiratan Reis é advogado tributarista/econômico<br />

e escreve para a Revista Comércio, Indústria e<br />

Agronegócio (ubreis@gmail.com)<br />

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29|


ORGULHO<br />

Município já<br />

recebeu R$ 107<br />

milhões do Estado<br />

De IPVA, Araraquara ficou<br />

com pouco mais de R$ 40<br />

milhões, diz Secretaria da<br />

Fazenda.<br />

O governo do Estado de São Paulo<br />

transferiu de janeiro até a primeira<br />

semana de julho cerca de R$ 107<br />

milhões de reais ao município de<br />

Araraquara. Deste total, pelo menos<br />

R$ 66 milhões são de ICMS (Imposto<br />

Sobre a Circulação de Mercadorias),<br />

segundo a Secretaria da Fazenda do<br />

Estado de São Paulo. Os depósitos<br />

semanais são realizados por meio da<br />

secretaria em questão, sempre até<br />

o segundo dia útil de cada semana.<br />

Outros valores também são creditados<br />

na conta corrente da Prefeitura<br />

Municipal. Por exemplo - o<br />

IPVA de janeiro a junho somou R$<br />

40.536.346,50, afirma a pasta. Só<br />

em janeiro o município foi contemplado<br />

com mais de R$ 21 milhões, baixando<br />

para R$ 9 milhões em fevereiro,<br />

R$ 6 milhões em março e nos dois<br />

meses seguintes, R$ 3.5 milhões. Em<br />

IPI diz a nota, Araraquara ficou com<br />

R$ 486 mil.<br />

Em linhas gerais, janeiro foi o mês<br />

que o governo mais repassou: R$ 33<br />

milhões; em junho o pior deles, cerca<br />

de R$ 9 milhões.<br />

FATOS & FOTOS<br />

DA REDAÇÃO<br />

PDT e o fortalecimento das<br />

suas raízes na cidade<br />

Em maio, o Partido Democrático<br />

Trabalhista (PDT Araraquara), presidido<br />

pelo engenheiro Pedro Baptistini, reuniu<br />

na cidade seus militantes para um<br />

encontro com membros da Fundação<br />

Leonel Brizola. Entre eles, Alberto<br />

Pasqualini (FLB-AP), responsável por<br />

articular os momentos de debates<br />

programáticos. Na cidade, o partido<br />

começou a discutir o processo de<br />

elaboração do Programa de Governo<br />

para as Eleições de 2020 e segundo<br />

Baptistini, o PDT terá candidato próprio<br />

ao Executivo. Além das questões<br />

políticas, entrou em debate a Reforma<br />

da Previdência com o Prof. Dr. Nelson<br />

Marconi da Fundação Getúlio Vargas de<br />

SP (FGV/SP) e Antônio Neto, Presidente<br />

Nacional da Central dos Sindicatos<br />

Brasileiros (CSB).<br />

Sem revelar nomes mas garantindo<br />

presença no pleito, Baptistini comentou<br />

que o lançamento da campanha será<br />

Instalação de<br />

câmeras nas<br />

entradas da cidade<br />

podemos considerar<br />

iniciativa louvável<br />

do munícipio pois<br />

controla o acesso<br />

de quem entra, de<br />

quem sai. Cidades<br />

criativas não é<br />

de hoje, utilizam<br />

o sistema como<br />

forma de garantir<br />

a segurança dos<br />

habitantes. Pode não<br />

resolver, mas dificulta<br />

o acesso e facilita a<br />

identificação dos que<br />

por aqui circulam<br />

com más intenções.<br />

O prédio da Estação<br />

de Tratamento de<br />

Água na Fonte<br />

Luminosa que está<br />

com sua estrutura<br />

em petição de<br />

miséria, simboliza o<br />

mau uso do dinheiro<br />

pela administração<br />

pública. Gasta-se<br />

com o que é<br />

desnecessário,<br />

como a compra<br />

do campo do Estrela<br />

e abandona-se a<br />

conservação de um<br />

prédio histórico,<br />

colocando em<br />

risco até a vida<br />

das pessoas.<br />

Os professores Matheus Santos e Nelson<br />

Marconi com o administrador Antônio Neto<br />

e o engenheiro Pedro Baptistini, presidente<br />

do PDT em Araraquara<br />

no mais alto estilo, inclusive com a<br />

presença do seu líder político, Ciro<br />

Gomes que nas eleições presidenciais<br />

do ano passado, teve em Araraquara<br />

no primeiro turno 15,81% dos votos<br />

(17.917), percentual bem próximo de<br />

Fernando Haddad, do PT (16,74% -<br />

18.967 votos).<br />

Baptistini comenta que é importante o<br />

partido encampar essa simpatia pelos<br />

seus projetos, coisa que não aconteceu<br />

no ano passado quando o eleitorado<br />

estava mais focado em tirar o PT do<br />

poder. Ainda assim, Ciro Gomes teve<br />

uma extraordinária votação.<br />

SUBINDO DESCENDO Record absoluto<br />

A cidade ainda está<br />

traumatizada com os<br />

números dos afetados pela<br />

dengue em Araraquara:<br />

quase 13 mil no final de<br />

junho. Por um lado a falta<br />

de cidadania de uma<br />

grande parte da população,<br />

criando e preservando<br />

terrenos sujos, descartes<br />

irregulares; do outro o<br />

desleixo da Prefeitura<br />

Municipal que ao longo<br />

dos tempos se omitiu em<br />

estabelecer regras e tão<br />

pouco exercer um poder<br />

de fiscalização. Agora a<br />

prefeitura paga pelos erros<br />

cometidos, saindo mais caro<br />

o molho do que a carne.<br />

|30<br />

Semanalmente o Governo Estadual<br />

deposita dinheiro na conta da Prefeitura<br />

A bela e doce Yasmin<br />

Assassinato da estudante Yasmin da<br />

Silva Nery, 16 anos, em maio, deixou a<br />

população estarrecida. Crime praticado por<br />

um adolescente de 17 anos, demonstrou<br />

não apenas a frieza, mas o grau de<br />

perversidade. Caso abre investigação<br />

sobre grupos que usam redes sociais para<br />

disseminar ideias e convicções sobre atos<br />

semelhantes ao ocorrido em Suzano.<br />

Yasmin<br />

da Silva<br />

Nery


FRASE<br />

Rodrigo Ribeiro<br />

Estava passando pelo local e fiz uns<br />

registros com meu smartphone, até que fui<br />

identificado pelo professor Tadeu Marcato,<br />

que avisou ao Dimitri, líder do PCO que eu<br />

estava presente. Este, pegou o microfone<br />

e começou a me chamar de inimigo dos<br />

professores e estudantes e incitou os<br />

manifestantes a me intimidarem.<br />

Frase de Rodrigo Ribeiro, membro da<br />

Direita São Paulo e assessor do deputado<br />

Estadual Douglas Garcia (PSL). Ele estava<br />

na praça de Santa Cruz em junho (14),<br />

durante manifestação sobre a reforma<br />

da Previdência e o contingenciamento<br />

da Educação, quando foi percebido<br />

por manifestantes, sendo hostilizado e<br />

obrigado a se retirar do local. Falando<br />

que foi agredido, o assunto terminou em<br />

Boletim de Ocorrência Policial.<br />

Pastor João Cruz<br />

Por seu trabalho social e de<br />

evangelização junto à comunidade,<br />

o pastor João Francisco Santos<br />

Cruz recebeu o título de Cidadão<br />

Araraquarense na Câmara Municipal<br />

(14/06). O reconhecimento é uma<br />

das mais importantes honrarias<br />

concedidas a pessoas não nascidas<br />

na cidade. A indicação foi feita<br />

pelo vereador Toninho do Mel (PT)<br />

e aprovada por unanimidade pelos<br />

parlamentares.<br />

A volta de PC Oliveira<br />

Depois de um ano, o técnico Paulo<br />

César de Oliveira retornou ao<br />

comando de um time de futebol.<br />

Assumiu o Clube Esportivo Aimoré,<br />

de São Leopoldo, Rio Grande do Sul,<br />

para comandar a equipe na Copa<br />

Gaúcha. Seu primeiro trabalho como<br />

treinador de futebol, em 2017, livrou<br />

a Ferroviária do rebaixamento e a<br />

tornou campeã da Copa Paulista.<br />

31|


Empresário Jorge Affonso<br />

LEMBRANÇA DO EMPRESÁRIO<br />

Jorge Affonso<br />

em um adeus<br />

Empresário dos mais<br />

respeitados, teve com a<br />

família efetiva participação<br />

no desenvolvimento da<br />

cidade.<br />

Na madrugada do dia 21 de<br />

junho, faleceu Jorge Affonso, 91<br />

anos de idade. Ele permaneceu<br />

internado por pelo menos 10 dias no<br />

Hospital São Paulo em Araraquara,<br />

onde veio a falecer. Após ser velado<br />

no Almeida, Jorge Affonso foi sepultado<br />

no Cemitério São Bento.<br />

Empresário bem sucedido em<br />

nossa cidade, ele deixou a esposa<br />

Marlene Sualdini e seis filhos do<br />

seu casamento com Leatrice:<br />

Maria Cristina, Paulo Affonso, Rita,<br />

Leatrice, Georgia e Isabel.<br />

Jorge, um empreendedor, nasceu<br />

em São José dos Campos em 17 de<br />

maio de <strong>19</strong>28 e seguiu os passos<br />

do pai, Graciano da Ressurreição<br />

Affonso.<br />

Desde que Graciano veio de<br />

Portugal, sempre foi um empreendedor<br />

e o filho Jorge herdou isso<br />

do pai. Depois que montou a concessionária,<br />

Graciano criou a Usina<br />

Maringá. Jorge contudo trabalhou<br />

com o pessoal da Usina Santa Cruz<br />

e ficou encantado com o assunto.<br />

Pesquisando começou a fazer<br />

álcool de cana para perfume, vendendo<br />

o produto para a Phebo.<br />

Entusiasmado montou uma destilaria<br />

e a usina atualmente deixou de<br />

funcionar, pois após o falecimento<br />

de Graciano, Jorge resolveu cuidar<br />

dos seus negócios e os cunhados,<br />

acabaram assumindo o controle.<br />

Jorge era proprietário das agências<br />

da Chevrolet e Massey Ferguson de<br />

Araraquara e de outras cidades da<br />

região.<br />

A FAMÍLIA<br />

Por ter sido um dos proprietários<br />

da Usina Maringá e depois produtor<br />

de cana, a Canasol distribuiu<br />

nota lamentando o falecimento de<br />

Jorge. Além dos trabalhos criados<br />

por Graciano e Jorge, outros empreendimentos<br />

foram importantes para<br />

a nossa cidade como os antigos<br />

cinemas: Odeon, Paratodos, 9 de<br />

Julho, Coral, Veneza, Capri e Coral,<br />

coordenados por Roberto Affonso.<br />

|32


INCORPORAÇÃO<br />

Em Araraquara o Sicoob da Av. Barroso<br />

assume controle do Sicoob Coopara<br />

Unidas em uma só cooperativa, o Sicoob soma mais<br />

cooperados e mais força para crescer<br />

Sicoob 4434,<br />

na Avenida<br />

Barroso<br />

A notícia correu solta no final de<br />

junho quando foi oficialmente anunciado<br />

que a cooperativa Sicoob da<br />

Av. Barroso havia incorporado a cooperativa<br />

SicoobCoopara, também<br />

com sede em Araraquara, ampliando<br />

assim o número de cooperados e<br />

área de atuação para todo o estado<br />

de São Paulo. Agora, são mais de 8<br />

mil associados e uma cooperativa<br />

ainda mais forte e competitiva.<br />

“A união das cooperativas<br />

Coopara e 4434 segue as orientações<br />

do Banco Central para o<br />

fortalecimento do sistema do cooperativismo<br />

de crédito em todo o país.<br />

Assim, fortalecemos a economia em<br />

nossa região e estado. Deixamos<br />

de atender apenas a região de<br />

Araraquara para atuarmos em todo<br />

o estado. Com isso, nos tornamos<br />

mais competitivos no mercado”,<br />

explica o presidente do Sicoob da Av.<br />

Barroso, Antônio Tomazelli Gaban.<br />

Para o diretor administrativo<br />

do Sicoob da Av. Barroso, Walter<br />

Francisco Orloski, a incorporação é<br />

importante tanto economicamente<br />

quanto estrategicamente. “A união<br />

destas forças amplia as condições<br />

de fortalecimento da nossa cooperativa.<br />

O desafio é grande, mas<br />

as possibilidades de evolução são<br />

ainda maiores. Estamos muito confiantes”,<br />

afirmou Orloski.<br />

PONTOS DE ATENDIMENTO<br />

Com a incorporação do Sicoob<br />

Coopara, o Sicoob da Avenida<br />

Barroso passa a ter cinco Pontos<br />

de Atendimento (PA): Araraquara<br />

(dois pontos), São Paulo, Matão e<br />

Dobrada.<br />

O SICOOB<br />

O Sicoob é o maior sistema financeiro<br />

cooperativo do país com mais<br />

de 4,4 milhões de cooperados e<br />

2,9 mil pontos de atendimento em<br />

todo Brasil. É composto por cooperativas<br />

financeiras que oferecem<br />

serviços de conta corrente, crédito,<br />

investimento, cartões, previdência,<br />

consórcio, seguros, cobrança bancária,<br />

adquirência de meios eletrônicos<br />

de pagamento, dentre outros.<br />

Nas cooperativas financeiras, os<br />

clientes são os donos e os resultados<br />

financeiros são divididos entre<br />

os cooperados.<br />

Sentados: Sidinei Oltremari (diretor operacional) e Antônio<br />

Tomazetti Gaban (presidente) e Walter Francisco Orloski (diretor<br />

administrativo)<br />

O SicoobCoopara na Rua 9 de Julho é sem dúvida uma<br />

cooperativa forte e que ao lado do Sicoob 4434, deve expandir<br />

ainda mais suas atividades no Estado de São Paulo<br />

33|


O CAÇADOR DE RAIOS<br />

Fotógrafo araraquarense<br />

vence concurso nacional<br />

Se existe manifestação da natureza, lá está ele caçando raios<br />

pelas vias da cidade. Assim, ninguém mais do que ele torce<br />

por um bom relâmpago.<br />

Guilherme Américo Peres<br />

Martins mostra a cobiçada<br />

camiseta que ganhou no<br />

concurso; atrás está a foto<br />

que lhe deu o prêmio<br />

Se existe manifestação da natureza,<br />

lá está ele caçando raios pelas<br />

ruas da cidade. Guilherme Américo<br />

Peres Martins, de 26 anos, professor<br />

de geografia e formado pela Unesp<br />

de Ourinhos como geógrafo, não<br />

perde uma oportunidade de caçar<br />

raios, nem que tenha que andar<br />

por quilômetros na madrugada para<br />

encontrar um bom ângulo.<br />

Guilherme começou por hobby<br />

a fotografar, logo depois fez curso<br />

de edição de imagem e atualmente<br />

cursa fotografia no Senac. Ele conta<br />

que em seu curso de geografia conseguiu<br />

unir a matéria com fotografia<br />

voltada para descargas elétricas. Na<br />

faculdade formaram um grupo, onde<br />

participam fotógrafos profissionais,<br />

amadores, geógrafos e meteorologistas<br />

da América Latina. O grupo<br />

troca informações sobre eventos climáticos.<br />

O concurso nacional de raios teve<br />

seu início em 17 de fevereiro com 68<br />

participantes e o resultado foi dado<br />

em 13 de abril deste ano, tendo<br />

como vencedor o araraquarense<br />

Gabriel Martins que hoje faz parte<br />

do grupo Thunderstorm Chasers<br />

caçador de tempestades, com uma<br />

foto tirada em Ourinhos a 45km da<br />

|34


descarga. As melhores fotos foram<br />

escolhidas pelos administradores do<br />

grupo e por três meteorologistas.<br />

Um próximo concurso já está<br />

marcado para setembro, onde as<br />

fotos serão sobre tempestades “incidências<br />

severas”.<br />

Gabriel disse que o prêmio foi uma<br />

camiseta do grupo Thunderstorm<br />

Chasers, mas o que conta, é o reconhecimento,<br />

“porque em Ourinhos<br />

todos os caçadores queriam uma<br />

camiseta desta”.<br />

Do grupo da faculdade que sai<br />

para fotografar raios, são em torno<br />

de 10 pessoas e Gabriel afirma que<br />

sem o apoio deles jamais conseguiria<br />

chegar ao nível que chegou,<br />

pois foram eles que o ajudaram,<br />

principalmente o fotógrafo Ricardo<br />

Carnaval e Márcia Sato. Também<br />

teve a ajuda da especialista em<br />

fotos de raios, Fernanda Trento, que<br />

hoje tem suas fotos publicadas até<br />

mesmo em revistas internacionais.<br />

Uma das<br />

obras<br />

primas de<br />

Guilherme,<br />

na Vila Xavier<br />

Gabriel quer fazer agora mestrado<br />

no Instituto Nacional de<br />

Pesquisas Espaciais. Seu TCC<br />

baseado em “Relâmpagos e o uso<br />

da fotografia como recurso científico<br />

e didático já aconteceu”, tendo<br />

como colaborador o doutor Osmar<br />

Pinto Junior, que é um dos especialistas<br />

mais conceituados em raios<br />

no Brasil, trabalhando no IMPE em<br />

São José dos Campos e contou com<br />

a orientação de Carla Sena.<br />

Hoje os fotógrafos seguem os<br />

eventos climáticos pelo aplicativo<br />

Ligthining Alarm ou pelo site IPMET<br />

de meteorologia de Bauru. Já de<br />

volta a Araraquara, morando na Vila<br />

Xavier, Guilherme não tem mais o<br />

grupo da faculdade para caçar raios,<br />

o que faz de seu pai o companheiro<br />

das tempestades, já que Gilberto<br />

Martins também gosta da emoção.<br />

Os locais com maiores incidências<br />

de raios em Araraquara segundo<br />

Guilherme, vêm de São Carlos, e<br />

ele costuma aguardar para fotografar<br />

no posto Bambina, quando vem<br />

de Ribeirão Preto ele se posiciona<br />

perto do Sesi, na Vila. Mas já andou<br />

durante a noite mais de 30km para<br />

conseguir uma foto entre Matão e<br />

Motuca.<br />

35|


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INFORMATIVO<br />

AGRO<br />

N E G Ó C I O S<br />

Edição: Julho/20<strong>19</strong><br />

ETERNAMENTE LEMBRADOS<br />

Araraquara comemora em julho o<br />

Dia do Agricultor<br />

O Dia do Agricultor é 28 de julho, porém, Sindicato Rural, Canasol, Sebrae, Fundação Itesp,<br />

CATI e Coordenadoria Municipal de Agricultura vão comemorar a data dois dias antes.<br />

O presidente Nicolau de Souza Freitas, durante reunião com parceiros na sede do Sindicato Rural de Araraquara<br />

Em junho, o Sindicato Rural de<br />

Araraquara definiu com a Canasol,<br />

Sebrae, Fundação Itesp, CATI e também<br />

a Coordenadoria Municipal de<br />

Agricultura, quais os produtores rurais<br />

serão homenageados no dia 26 de<br />

julho por ocasião das comemorações<br />

do Dia do Agricultor. Na verdade, a<br />

data é festejada em 28 de julho, mas<br />

tradicionalmente o Sindicato Rural a<br />

comemora sempre na última sextafeira<br />

de julho.<br />

Representantes das entidades e<br />

órgãos já têm a programação do evento,<br />

sempre pontuada pela emoção<br />

causada por homenagens que visam<br />

reconhecer o trabalho realizado pelos<br />

produtores no campo.<br />

SER AGRICULTOR<br />

Para o presidente do Sindicato<br />

Rural, Nicolau de Souza Freitas que<br />

comandou a reunião, a data celebra<br />

a importância dos agricultores para<br />

o crescimento econômico do país e<br />

para a sociedade. Além da produção<br />

de alimentos, disse ele, as atividades<br />

desenvolvidas por esse profissional<br />

geram matéria-prima para a fabricação<br />

de inúmeros produtos essenciais<br />

à comunidade.<br />

Considerada uma das profissões<br />

mais antigas da humanidade, a agricultura<br />

tem mudado o mundo há<br />

mais de 10 mil anos; Com o passar<br />

dos séculos, o agricultor desenvolveu<br />

técnicas que possibilitaram o avanço<br />

da agricultura como a conhecemos<br />

hoje – em especial, a mecanização<br />

no campo – responsável pelo aumento<br />

na produtividade e geração de<br />

alimentos. Na verdade, este foi um<br />

grande passo para o Brasil se tornar<br />

o maior produtor mundial de canade-açúcar,<br />

café, laranja, soja e feijão,<br />

culturas que sustentam a economia<br />

da nossa região.<br />

37|


DIA DO AGRICULTOR<br />

Sindicato Rural e Canasol vão<br />

homenagear três produtores rurais<br />

Anualmente, no Dia do Agricultor, comemorado em 28 de julho, o Sindicato Rural<br />

de Araraquara e a Canasol escolhem três dos seus associados para lhes prestar uma<br />

homenagem como reconhecimento ao trabalho de cada um no campo. A data será<br />

festejada no dia 26 de julho.<br />

HILÁRIO ELEUTÉRIO DE SOUZA<br />

de-açúcar, uma das mais importantes<br />

culturas da nossa economia.<br />

Dentro da simplicidade que o caracteriza,<br />

jeito matuto, afirma que viver<br />

da terra tem seus altos e baixos,<br />

mas ama o que faz e onde mantém<br />

hoje seus 36 hectares - no entorno,<br />

todos fazem parte da mesma família,<br />

o que torna o lugar mais aconchegante<br />

e com cheirinho de casa de mãe.<br />

Em <strong>19</strong>67 casou-se com Carmem<br />

Soeli Bisegle, que conhecera em um<br />

baile nas redondezas de seu sítio. Do<br />

amor nasceram três filhos: Silvia Aparecida<br />

de Souza Adalberto, Hilário Junior<br />

e Fabio Caetano de Souza. Também<br />

quatro netos – Letícia Areadne<br />

Adalberto, Beatriz Helena de Souza,<br />

Hilário Neto e Pedro Hilário de Souza,<br />

completam a felicidade do casal.<br />

Hilário e sua esposa viveram no<br />

sítio por 45 anos, hoje moram no Jardim<br />

Imperador, mas não deixam de<br />

estar presentes na propriedade, onde<br />

além da cana têm uma granja, criação<br />

de porcos que é feita pelo filho,<br />

gado e cavalos para garantir a diversão<br />

dos netos que herdaram também<br />

o amor pela terra.<br />

A homenagem que será prestada<br />

no Dia do Agricultor é um justo prêmio<br />

a Hilário, sua esposa Carmem<br />

e demais familiares por sua luta no<br />

campo. Ele nunca se curvou diante<br />

do tempo, tornando-se uma pessoa<br />

querida e respeitada.<br />

Hilário<br />

Eleutério<br />

de Souza<br />

É do campo que saem as melhores<br />

almas, já diziam os mais antigos e<br />

não seria diferente com o menino Hilário<br />

Eleutério de Souza, que nasceu<br />

nas terras dos pais, mais precisamente<br />

no Sítio São Paulo, na Cabeceira<br />

do Boi, em 20 de fevereiro de <strong>19</strong>40.<br />

Hilário, como ele mesmo diz, vem<br />

de uma grande família onde eram em<br />

10 irmãos, e hoje aos 79 anos são<br />

apenas dois, ele e Nicolau de Souza<br />

Freitas, atualmente presidente do Sindicato<br />

Rural de Araraquara.<br />

Desde criança aprendeu com os<br />

pais a sentir o verdadeiro amor pela<br />

terra. “E dela, devo confessar, tirei<br />

tudo o que podia, o que tenho hoje”,<br />

diz o sertanejo puro conhecedor das<br />

safras, principalmente do que plantou<br />

- café, laranja e atualmente a cana-<br />

GILMAR ARGIONA<br />

Nascido no bairro do Sumaré em<br />

São Paulo, Gilmar Argiona aprendeu<br />

a conviver com o campo nos anos<br />

80. Até então, com 25 anos de idade<br />

e proprietário de pelo menos três<br />

postos de gasolina, dividia a responsabilidade<br />

do cotidiano com o primo<br />

Lindomar Argiona Lescovar.<br />

Ele conta que o falecimento do pai<br />

Florival Argiona que era construtor,<br />

praticamente mudou os seus planos.<br />

A família então, que já era proprietária<br />

da Fazenda Coqueiro em nosso<br />

município, decidiu vendê-la e criar a<br />

Fazenda F.A - siglas que identificam<br />

o nome de Florival Argiona. Cerca de<br />

112 hectares aos poucos foram se<br />

transformando em uma cultura citrícola<br />

e a produção hoje supera 120<br />

mil caixas anualmente.<br />

Gilmar<br />

Argiona<br />

|38


Só que a adaptação com Araraquara<br />

não foi nada fácil, pois paulistano<br />

nato teve que alterar completamente<br />

seu ritmo de vida, assimilando<br />

os costumes do interior. Voltar nem<br />

pensar pois vendera os postos de<br />

gasolina em São Paulo e aplicara<br />

grande parte dos recursos na propriedade<br />

em Araraquara: era um período<br />

também que a produção da laranja<br />

passava por transformação.<br />

O futebol que ele tanto gostava lhe<br />

deu então essa proximidade com as<br />

pessoas e ao tornar-se associado do<br />

Clube Araraquarense, foi convencido<br />

pela esposa Fran Palazzi Argiona a<br />

permanecer na cidade, vivendo hoje<br />

os novos tempos que lhes são proporcionados<br />

pelas filhas Vanessa,<br />

Andressa e Larissa, todas casadas.<br />

“Hoje sinto-me extremamente feliz<br />

em viver aqui, pois as amizades<br />

criadas com o futebol que adorava<br />

jogar, me convenceram a ficar na cidade;<br />

elas ainda permanecem e com<br />

o passar do tempo, o mundo agrícola<br />

me levou a participar das atividades<br />

do Sindicato Rural e um outro círculo<br />

de amizades se estabeleceu para fortalecer<br />

este vínculo com Araraquara”,<br />

assegura.<br />

Integrado à diretoria do sindicato<br />

em várias gestões, Gilmar Argiona -<br />

nascido em 25 de abril de <strong>19</strong>56 - por<br />

sua visão administrativa e empreendedora<br />

herdada do pai Florival, sente-se<br />

grato à cidade que o acolheu:<br />

“Veja, a influência das pessoas na<br />

minha atividade por conta do que<br />

faço como produtor, da interação<br />

que existe quase que diariamente,<br />

do companheirismo ao pertencer a<br />

uma classe e do círculo de amizades<br />

que a família criou com o passar do<br />

tempo, se solidifica e passa a exercer<br />

uma influência muito grande em nossa<br />

vida”, afirma Gilmar.<br />

Em linhas gerais, isso exprime seu<br />

agradecimento ao receber a homenagem<br />

que lhe é feita; já por parte do<br />

sindicato, homenagear Gilmar, significa<br />

reconhecer o expressivo trabalho<br />

dedicado à entidade.<br />

DORIVAL BERGAMO<br />

Quando o vapor Las Palmas vindo<br />

de Gênova (Itália) chegou ao Porto de<br />

Santos em agosto de 1892, com o<br />

casal Luigia-Natale Bergamo a bordo,<br />

também estavam os filhos Gerólamo,<br />

Maria, Donato, Secondiano e Antonio.<br />

A esperança saltava nos olhos de<br />

todos e eles sentiam que o mundo<br />

poderia lhes sorrir, bem melhor do<br />

que na Itália que ficara para trás.<br />

Secondiano, um dos filhos, começa<br />

a escrever uma bela história de vida<br />

voltada ao campo.<br />

De lá a família veio para um vilarejo<br />

chamado “Tatú”, mais tarde Tatuí,<br />

próspera cidade na confluência das<br />

bacias dos rios Sorocaba e Tatuuvú<br />

(hoje Bairro do Barreiro). Um ano depois,<br />

os Bergamo’s se encontravam<br />

em uma fazenda no município de Rincão,<br />

trabalhando na cultura do café.<br />

O tempo foi passando e com trabalho<br />

e muita luta, Natale e os filhos foram<br />

adquirindo terras. Com sua morte<br />

veio a divisão: as filhas receberam<br />

sua parte em dinheiro e aos filhos<br />

foram dadas as terras.<br />

Secondiano, um dos filhos, a esta<br />

altura já tinha família estruturada e<br />

a Dorival Bergamo, o pai arrendou<br />

20 alqueires por 6 anos. Neste meio<br />

tempo com o falecimento do pai, Dorival<br />

esperou o final do contrato para<br />

nova divisão, agora correspondente<br />

aos 20 alqueires do pai Secondiano.<br />

No rateio, Dorival hoje possui 12 alqueires,<br />

onde está a sede da Fazen-<br />

Dorival Bergamo<br />

é o produtor<br />

indicado pela<br />

Canasol para<br />

receber a<br />

homenagem no<br />

Dia do Agricultor<br />

da Americana, sendo 9 alqueires de<br />

cana, mais o pasto e a plantação de<br />

mil pés de café.<br />

Atualmente com 83 anos de idade<br />

e o único filho vivo, ele relembra<br />

com saudade o legado deixado pelo<br />

pai que teve uma vida extremamente<br />

difícil, porém, com ativa participação<br />

no desenvolvimento da agricultura na<br />

região. Um dos fatos marcantes, segundo<br />

ele, foi sua participação na fundação<br />

da Canasol, em <strong>19</strong>52. A partir<br />

daí o vínculo da Família Bergamo foi<br />

crescendo e justamente Dorival, que<br />

possuía um relacionamento mais amplo<br />

com o campo, passou a substituir<br />

o patriarca.<br />

Por 22 anos, lembra Dorival, me<br />

mantive como um dos responsáveis<br />

ao lado de Edgard Iost, pelo Ambulatório<br />

da Canasol, onde também fui diretor<br />

em diversos cargos. Da mesma<br />

forma essa convivência ocorreu com<br />

o Sindicato Rural, sempre de forma<br />

participativa. Dorival Bergamo é o que<br />

dá sequência ao espírito pioneiro do<br />

avô Natale e do pai Secondiano, além<br />

dos quatro tios que desembarcaram<br />

em 1892 no Porto de Santos. Ele é<br />

casado com Ignez Castellari Bergamo,<br />

há 63 anos. O casal não tem filhos,<br />

porém, uma afetividade familiar que<br />

mostra a importância do trabalho em<br />

três gerações. Por ser um brilhante<br />

produtor de cana, Dorival Bergamo<br />

receberá esta homenagem no Dia do<br />

Agricultor.<br />

39|


Aplicação de agrotóxicos em propriedades rurais torna ainda mais rígida a fiscalização<br />

FAZENDA MARINGÁ<br />

Empresas estão atentas ao<br />

cumprimento das normas<br />

Ação desta feita foi desenvolvida na Fazenda Maringá com o<br />

objetivo de capacitar os trabalhadores rurais<br />

Para capacitar produtores rurais<br />

sobre a aplicação de agrotóxicos, o<br />

Serviço Nacional de Aprendizagem<br />

Rural (Senar/SP), órgão vinculado à<br />

Federação da Agricultura e Pecuária<br />

do Estado de São Paulo (FAESP), promoveu<br />

o treinamento de “Segurança<br />

e saúde no trabalho com agrotóxicos”<br />

na Fazenda Maringá. A iniciativa contou<br />

com o apoio do Sindicato Rural de<br />

Araraquara.<br />

O treinamento auxiliou no cumprimento<br />

do que está estabelecido<br />

no item 31.8.8 da NR-31, Portaria nº<br />

2.456, de 14 de dezembro de 2011<br />

do Ministério do Trabalho e Empre-<br />

Participantes do curso com o instrutor Cláudio Barbosa<br />

go, que trata sobre agrotóxicos, adjuvantes<br />

e produtos afins, da norma<br />

de segurança e saúde no trabalho na<br />

agricultura, pecuária, silvicultura, exploração<br />

florestal e aquicultura.<br />

De acordo com o coordenador<br />

regional do Senar, João Henrique de<br />

Souza Freitas, os conteúdos técnicos<br />

e práticos visam a compreensão de<br />

medidas que possam minimizar acidentes<br />

de trabalho, doenças ocupacionais<br />

e que protegem a integridade<br />

e capacidade de trabalho da pessoa.<br />

“O Senar oferece treinamentos gratuitos<br />

para auxiliar o cumprimento<br />

da NR-31, porque para uma correta<br />

aplicação é necessário conhecer os<br />

agrotóxicos e saber manipular os<br />

equipamentos de proteção individual”,<br />

complementou.<br />

Entre os conteúdos abordados<br />

estavam o conceito e características<br />

de agrotóxicos, formas de exposição<br />

direta e indireta, consequência do<br />

uso inadequado, sinais e sintomas<br />

de intoxicação, uso de vestimentas e<br />

equipamentos de proteção pessoal,<br />

limpeza e manutenção das roupas e<br />

equipamentos de proteção pessoal,<br />

medidas de primeiros socorros, destinação<br />

correta de embalagens vazias,<br />

rotulagem e segurança na aplicação,<br />

no transporte e no armazenamento.<br />

O instrutor Cláudio Barbosa enfatizou<br />

a importância de qualificar a<br />

mão de obra dos trabalhadores rurais<br />

para ampliar os resultados nas<br />

atividades, com uma atuação mais<br />

assertiva e eficaz. “A avaliação da<br />

turma é positiva, pela participação,<br />

compreensão e execução das ações.<br />

Os agricultores estavam ansiosos<br />

pela informação e se dedicam para<br />

colocar em prática aquilo que é abordado.<br />

Quando iniciou o treinamento,<br />

colocaram as principais dificuldades<br />

dos agricultores em suas vivências,<br />

desta forma buscou-se solução na<br />

prática”, observou.<br />

Trabalhou-se não só a teoria,<br />

como a parte de saúde e segurança<br />

na aplicação e uso dos equipamentos<br />

de proteção individual (EPI), mas<br />

abordou-se toda a questão da tecnologia<br />

de aplicação de agrotóxicos,<br />

com o princípio de “aprender a fazer,<br />

fazendo”.<br />

Sendo assim, uma parte do treinamento<br />

direcionou-se à eficiência,<br />

economia, segurança, pulverização,<br />

aplicação, produto adequado, juntamente<br />

com os participantes in loco,<br />

a regulagem e calibragem de pulverizador<br />

costal e pulverizador de barra,<br />

tamanho de gota, pressão, vazão e<br />

dosagem. Esses itens são de fundamental<br />

importância para que o agricultor<br />

possa associar a questão de segurança<br />

na aplicação com a prática.<br />

|40


FEIRA DO PRODUTOR RURAL<br />

Boas práticas<br />

mostram como<br />

manipular os<br />

alimentos<br />

Novos feirantes vêm sendo<br />

preparados em nossa cidade<br />

para dar vazão aos produtos<br />

vindos do campo<br />

Em maio e junho houve a sequência<br />

nos trabalhos do Programa Feira<br />

do Produtor Rural organizado pelo<br />

Sindicato Rural, Senar SP e Fundação<br />

Itesp. Com metodologia participativa<br />

e envolvendo os participantes em todas<br />

as decisões, durante dois dias<br />

eles foram capacitados em Boas Práticas<br />

na Manipulação de Alimentos.<br />

Nos dias 6 e 7 de maio, orientados<br />

pela instrutora Angela Barbieri<br />

Nigro, os alunos tiveram contato com<br />

os assuntos pertinentes ao módulo<br />

Boas Práticas. Na oportunidade, a<br />

instrutora Ângela Nigro trabalhou com<br />

os participantes todos os aspectos<br />

relacionados à higienização dos alimentos;<br />

os hábitos e práticas necessários<br />

para garantir ao consumidor<br />

produtos de qualidade e com garantia<br />

de procedência. “Este módulo é fundamental<br />

a todos que comercializam<br />

alimentos, visto que a qualidade de<br />

Aula teórica para preparação do grupo de futuros feirantes<br />

vida e satisfação do consumidor são<br />

os objetivos primeiros de qualquer<br />

tipo de comercialização”, comentou<br />

a instrutora satisfeita com o desempenho<br />

dos participantes.<br />

O módulo foi trabalhado através<br />

de orientações teóricas minuciosas,<br />

tratando de aspectos diversos relacionados<br />

à responsabilidade do produtor<br />

ao comercializar diretamente ao seu<br />

consumidor. Para Maria Clara Piai da<br />

Silva, da Fundação Itesp, o produto<br />

colocado à venda pelo futuro feirante<br />

deve ser visto como cartão de visita<br />

bem como os aspectos de higiene<br />

do estante e tudo a ele relacionado.<br />

Além disso, foram desenvolvidas dinâmicas<br />

que possibilitaram aos produtores<br />

perceber a importância das<br />

boas práticas.<br />

A Feira do Produtor Rural atualmente é<br />

organizada em três bairros da cidade:<br />

Vila Ferroviária, Valle Verde e Santa Júlia,<br />

premiando os produtores rurais com ótimos<br />

pontos para comercialização dos seus produtos<br />

Já na continuidade do programa<br />

no final de maio, teve início o módulo<br />

Produtos para Comercialização. Neste<br />

módulo, além da apresentação<br />

da possibilidade de comercialização<br />

de produtos exóticos, estimulando a<br />

diversidade, ainda foram realizadas<br />

visitas a alguns produtores para verificar<br />

nas propriedades, os produtos<br />

que os feirantes não estão habituados<br />

a comercializarem, mas que podem<br />

gerar lucros, como flores, plantas<br />

medicinais e mudas em vasos.<br />

Para os participantes deste curso<br />

de capacitação, Ângela Nigro explicou<br />

que o Programa Feira do produtor é<br />

resultado da parceria entre Sindicato<br />

Rural de Araraquara, Senar, Prefeitura<br />

Municipal de Araraquara, Sebrae<br />

e Fundação Itesp - GTC Araraquara.<br />

Todos os servidores envolvidos estão<br />

sempre presentes buscando contribuir<br />

para o sucesso dos trabalhos.<br />

Os participantes<br />

em momentos de<br />

estudos e dinâmicas<br />

conduzidos pela<br />

Instrutora Ângela<br />

Barbieri Nigro<br />

41|


No segundo semestre<br />

os instrutores<br />

preparados em nossa<br />

cidade, deverão passar<br />

os conhecimentos<br />

adquiridos para<br />

os trabalhadores e<br />

produtores rurais<br />

NOVA CARTILHA<br />

Senar forma 10 instrutores<br />

para motoniveladora<br />

Treinamento seguindo nova cartilha aconteceu<br />

no Sindicato Rural e depois em propriedade da<br />

Usina São Martinho, em Américo<br />

Instrutores observam as técnicas constantes da nova cartilha<br />

Um repasse para instrução de<br />

Operação de Motoniveladora possibilitando<br />

a formação de dez novos<br />

instrutores aconteceu em uma das<br />

propriedades da Usina São Martinho,<br />

em Américo Brasiliense, durante o<br />

mês de junho.<br />

Pelo fato da São Martinho ter uma<br />

ligação muito forte com o Senar e o<br />

Sindicato Rural, um acordo fez com<br />

que a parceria concentrasse em Araraquara<br />

e Américo as novas técnicas<br />

contidas na cartilha, preparando os<br />

instrutores para os cursos que serão<br />

implantados em breve. Assim, o Gru-<br />

po São Martinho disponibilizou duas<br />

motoniveladoras para que os instrutores<br />

se adaptassem para o programa<br />

que será implantado pelo Senar.<br />

Um instrutor de motoniveladora do<br />

Senar de Minas Gerais, está formando<br />

agora nove novos instrutores, para<br />

que em agosto o curso seja oferecido<br />

aos parceiros, com duração de quatro<br />

dias com 8 horas diárias.<br />

Para o aluno interessado em<br />

operar a motoniveladora, o caminho<br />

é um pouco longo: primeiro tem que<br />

realizar um curso de tratorista com<br />

especialização em retroescavadeira<br />

e pá-carregadeira para depois então<br />

participar do programa de motoniveladora.<br />

Segundo João Henrique de Souza<br />

Freitas, coordenador regional do<br />

Senar em Araraquara, o processo é<br />

feito desta forma para que o aluno<br />

entenda toda a grade oferecida. “Se<br />

você não sabe dirigir um trator, não<br />

tem condições de seguir a grade, até<br />

pelo risco que o aluno e o instrutor<br />

correm durante o curso”, disse João<br />

Henrique. Para o próximo ano, o Senar<br />

prepara ainda o último curso da<br />

linha amarela que seria o de pá-hidráulica<br />

para o corte de eucalipto.<br />

Vale ressaltar que todos os cursos<br />

são gratuitos e certificados, garantindo<br />

que o aluno tenha condições de<br />

acessar o mercado de trabalho.<br />

João Henrique, coordenador regional do Senar, acompanha o<br />

trabalho de Francisco Carlos de Arruda junto aos instrutores<br />

|42


CAPACITAÇÃO<br />

Curso mostra a<br />

eficiência das<br />

semeadoras<br />

Uso da semeadora para<br />

a distribuição das sementes<br />

e evitar perdas na produção<br />

da lavoura foram também o<br />

foco do curso .<br />

De 10 a 13 de junho foi realizado<br />

o curso de Operação de Tratores<br />

com semeadora de precisão na chácara<br />

do associado do Sindicato Rural,<br />

Fernando Rapatoni, em Santa Lúcia.<br />

Produtores e trabalhadores rurais se<br />

inscreveram para terem capacitação<br />

na operação/manutenção de tratores<br />

agrícolas e o uso deles com semeadoras<br />

de precisão.<br />

Francisco Carlos de Arruda, experiente<br />

instrutor do Senar, coordenou<br />

o curso, explicando inicialmente os<br />

tipos de semeadoras. Na verdade,<br />

elas são classificadas em dois tipos<br />

principais conforme a forma de distribuição<br />

das sementes, podendo<br />

ser de precisão para semeadura de<br />

grãos graúdos como soja e milho, ou<br />

de fluxo contínuo para semearem<br />

Semeadoras que foram utilizadas durante o curso na chácara de Fernando Rapatoni<br />

sementes miúdas como trigo, sorgo<br />

e milheto.<br />

A grande diferença entre os dois<br />

tipos de semeadoras é que a de precisão<br />

distribui as sementes em intervalos<br />

regulares entre elas e com<br />

espaçamento maior entre linhas, utilizando<br />

dosadores dos tipos discos<br />

horizontais ou dosadores a vácuo. As<br />

semeadoras de fluxo contínuo distribuem<br />

as sementes no sulco de forma<br />

contínua e são utilizadas principalmente,<br />

para culturas que requerem<br />

menores espaçamentos entre sementes<br />

e entre linhas, culturas com elevada<br />

taxa de dosagem por metro de<br />

linha. Para esta forma de trabalho, as<br />

semeadoras utilizam principalmente<br />

mecanismo dosador dos tipos rotor<br />

acanalado.<br />

O coordenador regional do Senar<br />

em Araraquara, João Henrique<br />

de Souza Freitas, acompanhando a<br />

realização do curso, foi questionado<br />

sobre o papel do Sindicato Rural e o<br />

Senar na execução destes programas<br />

de capacitação.<br />

Para ele, as fabricantes e montadoras<br />

de máquinas agrícolas e os produtores<br />

brasileiros estão começando<br />

a voltar os olhos para a qualificação<br />

da mão de obra do campo. “O foco<br />

pode ser uma solução para o déficit<br />

de trabalhadores profissionalizados,<br />

um problema geral da economia brasileira<br />

que encontra no agronegócio<br />

um agravante, que é a alta mecanização<br />

da produção”.<br />

De fato, nos últimos cinco anos,<br />

o Brasil virou referência na produção<br />

de tecnologias de agricultura de<br />

precisão, mas faltou combinar com<br />

os produtores como operar as novas<br />

máquinas, cada vez mais complexas.<br />

Para suprir essa necessidade ocorre<br />

a intervenção do Senar para aprimorar<br />

os conhecimentos dos produtores.<br />

Finalizado o curso os participantes são fotografados num momento histórico para eles<br />

43|


FOLHAS DECORATIVAS<br />

Novo curso<br />

para abertura<br />

de mercado<br />

Mulheres demonstram<br />

comprometimento com o<br />

aprendizado e começam<br />

a trabalhar com folhas<br />

decorativas.<br />

No Assentamento Monte Alegre,<br />

aconteceu em junho, durante quatro<br />

dias, o curso de Artesanato com folhas,<br />

decorativos e técnicas, ministrado<br />

pela instrutora Cilene Godinho de<br />

Souza. As participantes aprenderam<br />

com o Senar Araraquara a transformar<br />

cascas e flores em artesanato<br />

histórico, produzindo itens não só<br />

decorativos, mas também utilitários.<br />

Cilene, responsável pelas aulas<br />

teóricas e práticas, iniciou o curso<br />

realizando o resgate cultural local entre<br />

as participantes e as despertando<br />

para a valorização do artesanato.<br />

Para as participantes que teceram<br />

elogios ao curso, o Senar transforma<br />

Rosas que são feitas com<br />

palhas do milho e outros<br />

materiais recolhidos no<br />

próprio campo<br />

vidas. Com isso, disseram elas, além<br />

de resgatar nossa cultura, desenvolvemos<br />

também nossa capacidade<br />

criativa, elogiando o profissionalismo<br />

e a pontualidade da instrutora.<br />

O coordenador regional do Senar,<br />

João Henrique de Souza Freitas destaca<br />

que a grande preocupação do<br />

Senar é levar conhecimento e ações<br />

sociais ao campo e ajuda a melhorar<br />

a qualidade de vida e a renda das<br />

pessoas que produzem e contribuem<br />

para o desenvolvimento do município.<br />

No caso do programa desenvolvido<br />

no Assentamento, disse ele, é<br />

importante mostrar o comprometimento<br />

das mulheres, aprendendo a<br />

confeccionar peças que poderão ser<br />

vendidas ou então embelezar a sua<br />

própria casa. Para o coordenador, o<br />

Brasil desenvolve uma agropecuária<br />

que é modelo para o mundo, produz<br />

e, ao mesmo tempo, preserva o meio<br />

ambiente.<br />

A cada dia, disse ele, o Senar abre<br />

caminhos e busca novos rumos para<br />

oferecer a capacitação profissional<br />

exigida com o crescimento, dinamismo<br />

e grandiosidade da agropecuária<br />

brasileira.<br />

E completou: “Em todos os cursos<br />

e treinamentos, procuramos difundir<br />

noções de responsabilidade social e<br />

de preservação do meio ambiente,<br />

pois sabemos que isso é preciso”.<br />

CURSOS<br />

<strong>JULHO</strong> / 20<strong>19</strong><br />

• PROCESSAMENTO ARTESANAL<br />

DA CANA-DE-AÇUCAR- MELADO,<br />

RAPADURA E AÇUCAR MASCAVO -<br />

TÉCNICAS<br />

01 e 02/07<br />

Local: Assentamento Monte Alegre<br />

• JOVEM AGRICULTOR DO FUTURO -<br />

MÓDULO IV<br />

01 a 29/07<br />

Local: Araraquara<br />

• JOVEM AGRICULTOR DO FUTURO -<br />

MÓDULO IV<br />

01 a 29/07<br />

Local: Motuca<br />

• FEIRA DO PRODUTOR RURAL -<br />

CONSTRUÇÃO DO ESTANDE DE<br />

BAMBU (MÓDULO IV)<br />

03, 04, 17, 18 e 31/07<br />

Local: Sítio 3 Ramos<br />

• PROCESSAMENTO ARTESANAL DE<br />

MANDIOCA – TÉCNICAS<br />

04 e 05/07<br />

Local: Canasol<br />

• PROLEITE – SANIDADE (MÓDULO X)<br />

07, 08, 09, <strong>19</strong>, 20 e 21/07<br />

Local: Fazenda Baguassu<br />

• OLERICULTURA ORGÂNICA –<br />

TRATOS CULTURAIS (MÓDULO V)<br />

08 e 22/07<br />

Local: Assentamento<br />

VIVEIRISTA – PRODUÇÃO DE MUDAS<br />

NATIVAS<br />

10 a 12/07<br />

Local: Assentamento<br />

• OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO DE<br />

MOTOSSERRA (ainda não confirmado)<br />

11 a 13/07<br />

Local: São Martinho<br />

• SEGURANÇA EM MÁQUINAS E<br />

IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS – NR 31.12<br />

15 a 17/07<br />

Local: Terral<br />

• SEGURANÇA EM MÁQUINAS E<br />

IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS – NR 31.12<br />

15 a 17/07<br />

Local: São Martinho<br />

• AGROTÓXICOS – USO CORRETO E<br />

SEGURO – NR 31.8<br />

22 a 24/07<br />

Local: São Martinho<br />

• DIA DO AGRICULTOR<br />

26/07<br />

Local: Nosso Ninho<br />

• SEGURANÇA EM MÁQUINAS E<br />

IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS - NR 31.12<br />

26 a 28/07<br />

Local: Fazenda Jamaica<br />

Coordenador SENAR/SP Araraquara:<br />

João Henrique de Souza Freitas<br />

Foto ao lado mostra<br />

as participantes no<br />

primeiro dia do curso<br />

no Assentamento<br />

|44


45|


NOTÍCIAS<br />

CANAS<br />

L<br />

<strong>EDIÇÃO</strong> <strong>JULHO</strong> | 20<strong>19</strong><br />

ENCONTRO DOS PRODUTORES DE BETERRABA AÇUCAREIRA E CANA-DE-AÇÚCAR<br />

Canasol no Congresso Internacional<br />

da WABCG em Ribeirão Preto<br />

Setor viu na realização<br />

da conferência no Brasil em<br />

20<strong>19</strong>, uma excelente<br />

forma de divulgar que é<br />

possível ser um dos maiores<br />

produtores agrícolas do<br />

mundo e, ao mesmo tempo,<br />

ser o país que mais preserva<br />

as florestas no mundo.<br />

A escolha de Ribeirão Preto como<br />

sede do Congresso Internacional da<br />

WABCG, foi definida no ano passado<br />

em Roterdã (Holanda), quando estiveram<br />

reunidos representantes de<br />

suas 30 associadas. Durante o longo<br />

período preparatório do evento, os<br />

organizadores entenderam que seria<br />

uma oportunidade para divulgação<br />

de sua estratégia de ações e dos diferenciais<br />

do setor sucroenergético<br />

no tocante a produção de alimentos<br />

e bioenergia.<br />

A 13ª Conferência da WABCG<br />

ocorreu entre os dias 3 e 6 de junho<br />

e contou com mais de 20 delegações<br />

de países produtores de beterraba<br />

açucareira e cana-de-açúcar. A WAB-<br />

CG organizou o encontro em conjunto<br />

com a Orplana (Organização de Plantadores<br />

de Cana da Região Centro-<br />

Sul), sendo exclusivo aos principais<br />

produtores e lideranças de matériasprimas<br />

para a produção de açúcar<br />

no mundo, isto é, cana-de-açúcar e<br />

Eduardo Vasconcellos Romão assume a<br />

presidência da WABCG<br />

beterraba açucareira.<br />

Também na ocasião, Eduardo Vasconcellos<br />

Romão, vice-presidente da<br />

ORPLANA e presidente da ASSOCI-<br />

CANA – Jaú, assumiu a presidência<br />

da WABCG - Associação Mundial de<br />

Produtores de Beterraba e Cana-de-<br />

Açúcar, a mais importante do mundo.<br />

Romão é o primeiro brasileiro a assumir<br />

o tão importante cargo.<br />

ANIVERSÁRIO<br />

Canasol: 67 anos<br />

de conquistas<br />

Fundada em 7 de junho de<br />

<strong>19</strong>52 por um grupo de produtores<br />

que viram a força do associativismo,<br />

a Canasol nasceu com o intuito<br />

de defender os interesses dos produtores<br />

de cana e de representar<br />

o setor sucroenergético da região<br />

central do Estado de São Paulo.<br />

Nestes 67 anos, a Canasol teve papel<br />

relevante no desenvolvimento<br />

social e econômico da agricultura<br />

regional, tornando-se uma entidade<br />

atuante e respeitada. Muito obrigado<br />

a todos os associados, parceiros<br />

e colaboradores que fazem o sucesso<br />

da Canasol.<br />

CAPACITAÇÃO<br />

Lideranças que<br />

vão surgindo<br />

Durante dois dias de junho (4 e<br />

6) a Canasol realizou em seu auditório<br />

o curso com o tema: Liderança de<br />

Equipes, organizado pelo Senar SP<br />

- Regional Araraquara, em parceria<br />

com o Sindicato Rural.<br />

Os participantes realizaram várias<br />

dinâmicas em grupos, demonstrando<br />

as diferenças entre Líder/Chefe e a<br />

importância do trabalho em equipe.<br />

Os participantes saíram motivados<br />

e satisfeitos com o curso ministrado<br />

pelo instrutor Eduardo Luiz Perez.<br />

Shivajrao Dreshmukh da Índia, falando<br />

sobre sua experiência no cultivo de<br />

beterraba açucareira naquele país<br />

À esquerda, os diretores da Canasol,<br />

Tatiana Teixeira e Jorge Piquera no<br />

congresso internacional da WABCG, onde<br />

um dos principais temas foi o RenovaCalc<br />

Eduardo Perez ministrando o curso no<br />

auditório da Canasol<br />

|46


INOVAÇÃO TECNOLÓGICA<br />

Canasol participou do Ethanol<br />

Summit 20<strong>19</strong> em São Paulo<br />

Lançado pela UNICA em<br />

2007 e realizado a cada<br />

dois anos, o Ethanol Summit<br />

é um dos principais eventos<br />

do mundo voltados para<br />

as energias renováveis,<br />

particularmente o etanol e<br />

os produtos derivados da<br />

cana-de-açúcar.<br />

Luís Henrique e Nicolau ao lado do Toyota<br />

Corolla híbrido e flex lançado neste ano<br />

Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos<br />

Deputados, discursando no evento<br />

Durante a realização do Ethanol<br />

Summit no Espaço da Fecomércio na<br />

capital paulista em junho, a ministra<br />

da Agricultura, Pecuária e Abastecimento,<br />

Tereza Cristina, afirmou que<br />

o Governo está empenhado em modernizar<br />

e aumentar a produção agropecuária<br />

e que as mudanças que se<br />

fizerem necessárias serão adotadas<br />

independentemente de opiniões contrárias<br />

de Ong’s ou países estrangeiros.<br />

Para ela, a inovação tecnológica<br />

pautará a produção sucroenergética<br />

em nosso país. Além disso, declarou<br />

que a Ásia é e continuará a ser estratégica<br />

para as exportações brasileiras<br />

de açúcar, seguida pela África. Há um<br />

potencial de consumo de 41 milhões<br />

de toneladas/ano, afirmou.<br />

Esta edição contou com 150<br />

palestrantes e moderadores com<br />

diferentes repertórios compondo<br />

20 painéis, quatro plenárias e duas<br />

palestras magnas. A cerimônia de<br />

abertura, que aconteceu neste dia<br />

17 de junho, além da ministra Tereza<br />

Cristina, dos ministros Bento Albuquerque<br />

(Minas e Energia), Onyx<br />

Lorenzoni (Casa Civil), Ricardo Salles<br />

(Meio Ambiente), do governador de<br />

São Paulo, João Dória, do presidente<br />

da Câmara dos Deputados, Rodrigo<br />

Maia, do presidente da Apex-Brasil,<br />

Sergio Ricardo Segovia Barbosa, entre<br />

outras autoridades.<br />

Representando o setor agro de<br />

Araraquara, estiveram presentes o<br />

presidente do Sindicato Rural Nicolau<br />

de Souza Freitas, o presidente da Associação<br />

dos Fornecedores de Cana<br />

(Canasol) Luís Henrique Scabello de<br />

Oliveira e o engenheiro agrônomo<br />

também da Canasol, Guilherme Lui<br />

Paula Bueno.<br />

Após participar do evento, o presidente<br />

da Canasol, Luís Henrique,<br />

relatou aos seus companheiros de<br />

diretoria que o Ethanol Summit é um<br />

marco para o setor sucroenergético.<br />

Destacou que o Brasil é o segundo<br />

maior produtor de etanol do mundo<br />

e o maior exportador de açúcar e que<br />

apresenta um potencial de produção<br />

de energia elétrica equivalente a quatro<br />

Usinas Belo Monte. Tudo isso com<br />

alto nível de sustentabilidade e geração<br />

de renda. O setor sucroenergético<br />

deve ser fonte de orgulho para todos<br />

os brasileiros”, complementa.<br />

Guilherme Lui de Paula Bueno, Luís<br />

Henrique Scabello de Oliveira e Nicolau de<br />

Souza Freitas, no Ethanol Summit 20<strong>19</strong><br />

PALÁCIO DOS BANDEIRANTES<br />

Os 50 anos do Centro de<br />

Tecnologia Canavieira<br />

No Hall Nobre do Palácio dos Bandeirantes,<br />

o Centro de Tecnologia Canavieira<br />

(CTC) comemorou em junho<br />

(16) o seu cinquentenário. Do evento<br />

participaram Luís Henrique Scabello<br />

de Oliveira, presidente da Canasol e<br />

Nicolau de Souza Freitas, presidente<br />

do Sindicato Rural.<br />

Inovação e transformação são<br />

duas características que marcam a<br />

história do Centro de Tecnologia Canavieira.<br />

A empresa 100% nacional,<br />

com foco em pesquisa, desenvolvimento<br />

e comercialização de variedades<br />

de cana-de-açúcar, completa,<br />

em 20<strong>19</strong>, 50 anos de sua fundação.<br />

Com sede em Piracicaba, o CTC teve<br />

uma longa trajetória até se tornar a<br />

principal referência em tecnologia canavieira<br />

no Brasil e no mundo<br />

Diretores e conselheiros da Orplana<br />

presentes nos 50 anos do CTC<br />

47|


A FESTA MAIS ANIMADA DA REGIÃO<br />

Noite Italiana do Redenção<br />

e a alegria de um povo feliz<br />

Comer, beber e cantar - ingredientes proporcionados pelos<br />

costumes de um povo que tem a receita da felicidade.<br />

Prepare-se, pois no dia 20 de julho<br />

a cidade vai viver um dos seus<br />

momentos mais festivos com a tradicional<br />

Noite Italiana, organizada pelo<br />

Lar Escola Redenção, agora em sua<br />

trigésima sétima edição. O encontro<br />

das famílias é transformado em uma<br />

noite repleta de emoções e alegrias,<br />

acompanhada de jantar e músicas<br />

típicas, diz o presidente Jorge Lorenzetti,<br />

que ressalta “a felicidade que<br />

os imigrantes e seus descendentes<br />

encontram num ambiente totalmente<br />

decorado”.<br />

Na verdade este é um momento<br />

único em que todos se juntam, independente<br />

da nacionalidade, cultivando-se<br />

a fraternidade e a alegria<br />

através das tarantelas, diz Lorenzetti.<br />

Um vasto e belo serviço de buffet<br />

apresenta pratos quentes, saladas,<br />

sobremesas e uma carta de vinhos<br />

de qualidade. Ele lembra ainda que<br />

os participantes recebem a tarantela,<br />

um chocalho típico italiano para<br />

o acompanhamento das músicas,<br />

embalados pela alegria contagiante.<br />

|48


CONVITES<br />

Como muitos frequentadores nos<br />

anos anteriores têm se queixado que<br />

não conseguiram os convites, pois<br />

geralmente esgotam-se com antecedência,<br />

a organização da festa solicita<br />

que os interessados acelerem as reservas,<br />

mesmo porque, na compra de<br />

dois ou mais convites, pode ocorrer o<br />

parcelamento do pagamento.<br />

LAR ESCOLA REDENÇÃO<br />

O Lar Escola Redenção é uma<br />

entidade que atende gratuitamente<br />

crianças e adolescentes em três<br />

unidades em Araraquara. Com os<br />

recursos obtidos durante o período<br />

de realização da Noite Italiana, o Lar<br />

Escola Redenção consegue manter<br />

suas atividades, daí a importância da<br />

colaboração em participar da festa.<br />

Jorge Lorenzetti, presidente do Lar<br />

Escola Redenção e um dos membros<br />

da Comissão Organizadora. Ele<br />

reforça o pedido para que os<br />

interessados em participar da festa<br />

façam a reserva dos convites, o que<br />

permite inclusive o parcelamento<br />

Ambiente festivo proporcionado pelos<br />

participantes de uma noite inesquecível<br />

49|


O cumprimento ou<br />

saudação, sinais de eterno<br />

respeito ao adversário<br />

ULISSES, O PROFESSOR CORAGEM<br />

Quando a boa vontade<br />

muda os nossos caminhos<br />

Se doando à solidariedade, professor de karatê arrebanha<br />

adeptos para um projeto que nasceu em sua garagem<br />

Professor Ulisses<br />

Assim como ‘Ulisses que teve a<br />

ideia de construir o cavalo de Tróia’,<br />

colocando fim à guerra com a Grécia<br />

que durou 10 anos, temos aqui um<br />

novo personagem, que não é rei na<br />

ilha de Ítaca, mas também tem alma<br />

nobre.<br />

Ulisses Luiz da Silva que é analista<br />

de sistema durante o dia na Nigro<br />

Alumínio, à noite se traveste de solidariedade<br />

e aos poucos tenta acabar<br />

com a falta de acesso às escolinhas<br />

de esportes para as crianças do seu<br />

bairro.<br />

No início o professor de Karatê do<br />

estilo Wadô Ryu, começou a ensinar<br />

seus filhos na garagem de sua casa,<br />

devagar eles trouxeram os amigos, e<br />

quando Ulisses se deu conta, já não<br />

havia mais espaço, então resolveu fazer<br />

as aulas na Praça Maria Valéria<br />

Galvão Medina, no Cecap.<br />

O projeto encabeçado por ele e pelos<br />

pais, deu tão certo que todos os<br />

dias aparecem crianças até mesmo<br />

de outros bairros querendo participar<br />

das aulas, que já contam com 20<br />

alunos fixos. Hoje a praça é tomada<br />

por crianças três vezes por semana<br />

para aprender a arte e também pelos<br />

pais, os maiores entusiastas do projeto.<br />

Vale ressaltar que Ulisses ainda<br />

ensina vôlei voluntariamente aos sábados<br />

na escola Professora Angelina<br />

Lia Rolfsen, no mesmo bairro, sem a<br />

cooperação do poder público.<br />

Os kimonos para as aulas, Ulisses<br />

encontra com parceiros e doações,<br />

assim consegue que todos fiquem<br />

uniformizados. “Eu me sinto realizado<br />

em poder fazer o bem; consigo e<br />

tiro essas crianças das ruas, da frente<br />

de um computador e celular e principalmente,<br />

desvio essa garotada dos<br />

caminhos das drogas, isso é o mais<br />

importante. O meu pagamento é o<br />

sorriso de cada um. Isso me deixa<br />

muito feliz”.<br />

Recentemente, os alunos do professor<br />

Ulisses participaram pela primeira<br />

vez de um torneio na cidade<br />

de Américo Brasiliense e trouxeram<br />

medalhas e troféus: “A alegria deles<br />

é meu pagamento”, disse o mestre.<br />

Natália de 35 anos, mãe de Ana<br />

Júlia de Freitas Costa, de 7 anos,<br />

diz que depois que a filha começou<br />

a fazer as aulas, tudo mudou, “está<br />

mais obediente, educada e tem mais<br />

respeito, também está mais focada<br />

na escola. O karatê ensinou a ela o<br />

que é disciplina”. Ana Júlia, embora<br />

pequenina e delicada, disse que gosta<br />

do esporte pois já aprendeu a se<br />

defender da violência.<br />

Matheus Henrique Soares Oliveira,<br />

12 anos, que pratica há sete meses,<br />

diz que começou para aprender<br />

por auto-defesa, mas, pretende seguir<br />

os passos do mestre e também ensinar<br />

a arte a outras crianças que não<br />

têm condições de pagar pelas aulas.<br />

|50


Os pais voltam às praças acompanhando os filhos<br />

A transformação das crianças<br />

Bruna, mãe de Matheus, disse<br />

que as aulas têm ajudado muito ao<br />

filho, onde ele já entendeu que não<br />

pode mais brigar na escola, interferindo<br />

até mesmo no comportamento<br />

de outros, deixando o ambiente mais<br />

calmo e responsável. “Ele era uma<br />

criança que não saía de casa e o esporte<br />

o tirou do celular e computador,<br />

hoje ele é muito disciplinado”.<br />

Com boa vontade, cidadania e<br />

solidariedade, Ulisses faz com que<br />

crianças tenham uma nova oportunidade,<br />

uma janela para um futuro<br />

melhor. Evidente que ele não cessará<br />

com a eterna guerra de Tróia que persiste<br />

nas ruas, mas afasta das crianças<br />

combates que poderiam levá-las<br />

a caminhos sombrios, sendo assim,<br />

vai colorindo a praça com sorrisos e<br />

provando que doar um pouco de seu<br />

tempo em prol do próximo, o coloca<br />

no pódio como campeão na vida.<br />

Parabéns, Ulisses!<br />

51|


Texto: Benedito<br />

Salvador Carlos,<br />

o Benê, com a<br />

colaboração de<br />

Deives Meciano<br />

Benê, todo cuidado é pouco na curva<br />

VELHOS TEMPOS, BELOS DIAS<br />

‘Correndo devagar’,<br />

a gente chega lá...<br />

Correndo devagar é<br />

uma simbologia que<br />

aprendi que a vitória<br />

tem o seu momento<br />

exato e que só os<br />

verdadeiros campeões<br />

é que conhecem a hora<br />

exata de aplicá-la.<br />

Benê<br />

A corrida era para ser realizada<br />

nas ruas de Araraquara, assim como<br />

em outras oportunidades e fazia parte<br />

dos festejos de aniversário de nossa<br />

cidade. Por motivos de política e<br />

de segurança, a Prefeitura Municipal<br />

e Corpo de Bombeiros não concederam<br />

a autorização para a realização<br />

do evento.<br />

Como tudo estava em cima da<br />

hora, a mídia toda desenvolvida e o<br />

convite já realizado para outras equipes<br />

também pólos de velocidade,<br />

como as das cidades de Bauru, Goiania<br />

e Santos, o Moto Clube Araraquara<br />

conseguiu que esse evento fosse<br />

transferido para a vizinha cidade de<br />

Jaú, outro reduto de pilotos de competição,<br />

em especial dos “Lambreteiros”,<br />

Waldemar Zago e Carlos Murari,<br />

campeões brasileiros da categoria.<br />

A cidade de Jaú sempre nos recebeu<br />

muito bem. Por quatro anos<br />

participei de eventos relacionados a<br />

corridas naquele local. Primeiro com<br />

Adolpho Signini, que generosamente<br />

assumiu a responsabilidade no meu<br />

transporte junto à empresa de ônibus,<br />

que não permitia a viagem de menores<br />

de idade desacompanhados. Depois<br />

no ano seguinte com Diogo Faito,<br />

quando tive remotas expectativas de<br />

fazer minha primeira corrida, oportunidade<br />

em que esperava correr com<br />

a cinquentinha Italjet, sem preparo<br />

algum, com motor fraco e com a embreagem<br />

patinando, que resultou em<br />

um abandono antes mesmo da prova<br />

se iniciar.<br />

No ano de <strong>19</strong>74, já de Yamaha<br />

FS1 que caprichosamente preparada<br />

por Celso (Baiano Faito) Martinez,<br />

instalando em minha motocicleta um<br />

carburador Italiano de marca Dellorto<br />

para alimentar todas as modificações<br />

compatíveis com a nova motorização<br />

do cilindro e cabeçote preparados<br />

conforme projeto da fábrica da Yamaha<br />

no Japão, a motocicleta ganhou<br />

muita rotação e só trabalhava<br />

em alta, o que proporcionava para<br />

mim um grande prazer na pilotagem,<br />

andando sempre no limite da máquina<br />

e do homem, o que me dava esperanças<br />

de voos maiores. Naquele<br />

dia tinha uma expectativa de grande<br />

resultado, pois carregava comigo um<br />

sentimento simples, quanto mais perto<br />

de Penha (José da Penha Moreira)<br />

e Neto (Olympio Bernardes Ferreira<br />

Neto) estivesse, mais próximo estava<br />

da vitória e para isso era necessária<br />

muita obstinação, o que não aconteceu,<br />

porque cai.<br />

Acho que foi meu primeiro grande<br />

tombo. Direito não sei por que aconteceu.<br />

Só me lembro que vinha acelerando<br />

muito, confiante e sem medo<br />

algum, ia a limites que achava não<br />

ter, quando de repente, sem aviso al-<br />

|52


Penha e Baiano Faito<br />

gum, numa curva que antecedia uma<br />

distância média de alta velocidade,<br />

vim fazendo o balé que imitava os<br />

grandes pilotos, a redução firme de<br />

marchas e freios muito fortes, corpo<br />

fora da motocicleta em pêndulo abusado<br />

e roda traseira que foi se desgarrando<br />

no asfalto me levando ao chão,<br />

carregando comigo o carburador diferenciado,<br />

instalado lateralmente, que<br />

na queda se desprendeu do bloco do<br />

motor, pondo fim de prova para mim,<br />

encerrando ali meu sonho de vitória.<br />

No ano seguinte, já em <strong>19</strong>75, vitima<br />

de outro acidente ainda mais grave,<br />

não vim mais para correr, e sim<br />

humildemente para aprender, pois<br />

nutria ainda as esperanças de algum<br />

dia voltar a pilotar, só assistindo e em<br />

um circuito novo, diferente daquele<br />

ao redor da Igreja de São Benedito,<br />

das versões anteriores.<br />

Nesta hora tive uma das maiores<br />

lições de humildade, própria dos<br />

grandes campeões. Acompanhando<br />

Penha (José da Penha Moreira), bicampeão<br />

Paulista da categoria e por<br />

sua sugestão, fizemos uma volta de<br />

reconhecimento da pista, fazendo<br />

uma caminhada de observação no<br />

que me sugeriu de limparmos um<br />

pequeno trecho, situação que nunca,<br />

nos melhores sonhos teria imaginado,<br />

de acompanhar um campeão com<br />

uma vassoura limpando uma área de<br />

escape. Sua observação para mim foi<br />

de que, na primeira volta, com certeza<br />

muitos pilotos chegariam juntos<br />

naquele local e era preventivo pensar<br />

em uma saída diferente de todos.<br />

Caminhamos lentamente até aquela<br />

esquina e de posse de uma vassoura<br />

para cada um, de forma paciente,<br />

varremos aquele cantinho inóspito.<br />

– “Se precisar é aqui que vou passar<br />

na hora do aperto”.<br />

Penha de complexão física muito<br />

leve, mecânico perfeccionista<br />

extraordinário que era, tinha em sua<br />

motocicleta um motor muito potente<br />

e ajustado, com muitas e muitas horas<br />

de trabalho e aperfeiçoamento,<br />

conseguindo com isso uma maravilhosa<br />

retomada de curva e manutenção<br />

de bom ritmo de corrida, pois<br />

sua italianinha Mondial era cercada<br />

de todos os detalhes, com o motor<br />

trabalhando sempre muito bem tanto<br />

em baixa como em alta rotação. A<br />

mesma possuía também carenagem,<br />

Diogo Faito<br />

o que lhe proporcionava quebrando o<br />

vento frontal, alguns Km a mais em<br />

velocidade final. Suspensão traseira<br />

redesenhada com amortecedores<br />

hidráulicos e de molas e ainda freio<br />

duplo dianteiro, recurso por demais<br />

apreciado aos grandes pilotos em<br />

suas estratégias vitoriosas, o que<br />

lhe dava o favoritismo para vencer a<br />

prova.<br />

Na caminhada a pé, um repórter<br />

esportivo local lhe perguntou: -<br />

“Como pensa vencer aqui?” e ele na<br />

sua santa ingenuidade respondeu:<br />

- “Correndo devagar”, o que foi motivo<br />

de chacota do entrevistador, que<br />

imediatamente retirou o microfone<br />

da direção de sua boca e foi embora<br />

sarcasticamente. A expressão “Correr<br />

devagar”, que eu só vim a entender<br />

com o tempo, significava para ele nas<br />

primeiras voltas, ter calma, paciência,<br />

não se arriscar tanto e nem à toa, esperando<br />

para ver como ia ser o ritmo<br />

da prova e depois focar no que realmente<br />

interessava.<br />

Terminada a prova com mais uma<br />

brilhante vitória sua, entre abraços e<br />

comemorações de todos nós, fomos<br />

novamente interrompidos pelo repórter,<br />

que agitado perguntou: -“Como é<br />

vencer aqui?” -“Correndo devagar....<br />

Correndo devagar.... Correndo devagar...<br />

seu babaca.” e risos para todos<br />

os lados.<br />

Velhos Tempos Belos Dias<br />

53|


SEU NOME ESTÁ NA RUA<br />

SAMUEL BRASIL BUENO - IN MEMORIAM<br />

Confeitaria Zoega, onde<br />

o mundo era mais doce<br />

Um verdadeiro artista do ramo de confeitaria, o dom de<br />

fazer doces herdados de seus antepassados.<br />

RENATO ZOEGA<br />

Renato nasceu em Rio Claro (29 de<br />

fevereiro de <strong>19</strong>04), sendo seus pais<br />

Guilherme Zoega, filho de suecos e<br />

Catharina Boller Zoega, filha de alemães.<br />

Renato teve três irmãos: Arthur,<br />

casado com Nena; Hilda, casada com<br />

Attílio Gignini e Ottília, casada com Licanor<br />

Brancini (todos falecidos). Ele<br />

fez seus estudos, do primário até o<br />

curso de Contabilidade, no Colégio<br />

Koelle na sua terra natal. Na década<br />

de 20 a família veio para Araraquara,<br />

onde fincaram raízes.<br />

Em 24 de setembro de <strong>19</strong>33,<br />

casou-se com Lucrécia Guaglianone<br />

(Nina), filha de Vicente Guaglianone e<br />

Sophia Guaglianone. O casal Renato<br />

e Lucrécia teve uma única filha: Nilza<br />

Maria, casada com Pedro Roberto<br />

Amaral em 6 de julho de <strong>19</strong>63. Deste<br />

casamente nasceu Renata, sua única<br />

neta que infelizmente Renato não<br />

chegou a conhecer.<br />

Batalhador, seguindo a tradição<br />

da família, Renato abriu a Confeitaria<br />

Zoega, na Avenida Espanha, entre<br />

as Ruas Nove de Julho e São Bento.<br />

Durante três décadas, de 30 a 60,<br />

a confeitaria foi o ponto de encontro<br />

de todas as gerações no centro da<br />

cidade. Crianças, jovens e adultos<br />

ali se encontravam para saborear as<br />

deliciosas bombas, cocadas, queijadinhas,<br />

bombocados e demais doces<br />

fabricados pelo Zoega, como era conhecido.<br />

Vendia seus doces também<br />

na região, bem como confeccionava<br />

bolos que enchiam de alegria as festas<br />

de aniversário e casamento.<br />

Foi um homem simples, bom e generoso.<br />

Em ocasiões especiais distribuía<br />

seus doces às crianças pobres<br />

dos orfanatos. Nos fundos da confeitaria<br />

funcionava uma fábrica, onde<br />

Renato podia dar emprego a muitos<br />

pais de família que o ajudavam na<br />

fabricação dos doces, entre eles, o<br />

José, que era o chefe da fábrica.<br />

Hoje, a neta Renata, que durante<br />

muitos anos ficou fora de Araraquara,<br />

trabalhando na vida artística pelo<br />

Brasil, está de volta para cuidar da<br />

sua mãe Nilza. Ela continua dançando,<br />

dando aulas de ballet e teatro, e<br />

fazendo vários trabalhos como modelo,<br />

apresentadora e influencer pela<br />

região... Dona Nilza, mesmo em tratamento<br />

não abandonou o trabalho<br />

voluntário, pois continua se dedicando<br />

ao “Grupo Coração” criado por ela<br />

há mais de 10 anos, confeccionando<br />

enxovais para bebês carentes, e gorros,<br />

meias, mantas, cachecóis para<br />

os idosos, que estão nos asilos e casas<br />

de caridade. Na herança, a filha,<br />

dona Nilza e sua neta Renata Zoéga<br />

continuam o trabalho que Renato<br />

Zoega começou para ajudar os mais<br />

necessitados.<br />

Renato Zoega e sua esposa Nina<br />

|54


Renato na porta da sua confeitaria e ao<br />

fundo a esposa Nina<br />

Sua segunda paixão era a pescaria.<br />

Saia com seus companheiros “Pedrão”<br />

e Jydalo Jorge no seu “fordinho<br />

29” e iam para a beira do rio. Seu<br />

segundo sonho foi realizado certa feita,<br />

quando a turma do Totó Casella foi<br />

passar 15 dias pescando no Rio Coxim,<br />

Mato Grosso. Chegou a escrever<br />

um diário contando a famosa viagem:<br />

“A Caravana da Moleza”.<br />

Renato amava os pássaros e criava<br />

periquitos australianos. Possuía um<br />

enorme viveiro, onde os periquitos,<br />

canários e pintassilgos ficavam soltos<br />

como se estivessem no seu próprio<br />

“habitat”. A lembrança de sua figura<br />

esguia, calvo, doceiro, pescador e<br />

amigo permanece viva nos corações<br />

daqueles que o conheceram e com<br />

ele conviveram.<br />

Renato na festa de formatura de sua filha<br />

Nilza, no antigo Teatro Municipal<br />

Filha Nilza, o genro Pedro e a neta Renata<br />

Renato Zoega faleceu no dia <strong>19</strong> de<br />

novembro de <strong>19</strong>63, com apenas 59<br />

anos, longe da “sua confeitaria”, pois<br />

já havia vendido para um seu parente,<br />

que manteve a tradição por mais<br />

alguns anos. Sua esposa, dona Nina,<br />

faleceu aos 88 anos, no dia <strong>19</strong> de<br />

janeiro de <strong>19</strong>96.<br />

Dona Nilza e Renata, filha e neta<br />

de Renato Zoega<br />

SEU NOME ESTÁ NA RUA<br />

Seu nome está na rua através do<br />

decreto nº 5009, de 11 de abril de<br />

<strong>19</strong>84, que passou a denominar Avenida<br />

Renato Zoega, a Via Pública conhecida<br />

por Avenida “D”, do Loteamento Imperatriz,<br />

que tem seu início na divisa da<br />

propriedade de Serafim Bernardo e o o<br />

seu término na Avenida “E”.<br />

55|


Série<br />

Bandas e<br />

Grupos Musicais<br />

da Cidade<br />

Texto<br />

Juraci Brandão<br />

de Paula<br />

O baile vai começar.<br />

No palco, o Grupo 5.<br />

Dos anos 60 aos 80, a cidade<br />

viveu a febre dos grandes<br />

grupos musicais também<br />

chamados de bandas ou<br />

conjuntos, animando bailes e<br />

brincadeiras dançantes. Com<br />

isso despontaram excelentes<br />

músicos.<br />

Em meados de <strong>19</strong>69, Pedro Caldeira,<br />

então funcionário do Departamento<br />

de Estrada de Rodagem do<br />

Estado de São Paulo – DER, decidiu<br />

investir no ramo musical e formou o<br />

grupo “Os Bruxos”. A ideia deu tão<br />

certo que Caldeira acabou montando<br />

mais três conjuntos: “Grupo 5”,<br />

“Impacto” e “Brasilian Sound”. Era a<br />

Promoções Artísticas Caldeira da Silva,<br />

que vendia os quatro conjuntos da<br />

empresa além de outros que também<br />

representava.<br />

Mazzei, Arlindo, Haroldo, Betão, Aníbal e Paulo, primeira formação do Grupo 5 em <strong>19</strong>72. Foto tirada<br />

às margens da rodovia Washington Luís<br />

GRUPO 5 EM <strong>19</strong>72<br />

Sérginho Sanchez, Paulo<br />

Benetti e Flavinho Gattaz em<br />

momento de descontração<br />

(final de <strong>19</strong>73)<br />

O músico João Carlos Mazzei conta<br />

que, quando Caldeira começou a<br />

montar Os Bruxos, o convidou para<br />

tocar. Como tinha apenas quinze<br />

anos, Caldeira teve que falar com o<br />

seu pai, João Mazzei, que também<br />

era seu colega de trabalho no DER.<br />

O pai concordou mas impôs condições.<br />

Iria acompanhar o filho, menor<br />

de idade, nos locais onde o conjunto<br />

fosse se apresentar. Realmente, em<br />

todos os bailes dos Bruxos na nossa<br />

região, sempre tinha uma mesa reservada<br />

para o João Mazzei, sua esposa<br />

Maria Aparecida Alves Mazzei e a filha<br />

Vânia Maria. Por motivos escolares o<br />

Mazzei acabou saindo do conjunto.<br />

Entretanto ao criar o Grupo 5, Caldeira<br />

foi buscá-lo novamente que, agora<br />

com 18 anos, já não precisou mais da<br />

autorização dos pais. O Betão, Arlindo,<br />

Haroldo e Paulão já estavam no<br />

grupo e ensaiando. Então chegou o<br />

Mazzei e, posteriormente, veio o Aníbal.<br />

O Paulão confessa que eles todos<br />

eram praticamente iniciantes, exceção<br />

feita ao Aníbal que tinha tocado<br />

nos Atômicos e ao Mazzei nos Bruxos.<br />

Então, segundo o Arlindo, a primeira<br />

formação ficou da seguinte forma:<br />

José Roberto de Oliveira (Betão), baixo<br />

e voz; Paulo Cezar Benetti Mendes<br />

(Paulão), bateria; João Carlos Mazzei,<br />

teclado; Haroldo Ribeiro da Silva, sax;<br />

Arlindo Pires, guitarra base e vocal e<br />

Aníbal Ângelo Romano, guitarra solo.<br />

|56


A segunda<br />

formação<br />

do Grupo 5<br />

por volta de<br />

<strong>19</strong>74 em foto<br />

tirada na casa<br />

do prefeito<br />

Clodoaldo<br />

Medina. O<br />

uniforme foi<br />

inspirado na<br />

capa do LP da<br />

Banda Black<br />

Sabbath<br />

Definidos os músicos, começaram<br />

os ensaios para montar um repertório<br />

para bailes jovens, com músicas que<br />

passavam por vários cantores e grupos<br />

como Tim Maia (“Eu amo você”,<br />

“Azul da cor do mar”, “É primavera”),<br />

Terry Winter (“Summer holiday”) e<br />

pelos Pholhas (“My mistake”). Incluía<br />

também clássicos da excelente banda<br />

norte-americana de soft-rock, o grupo<br />

Bread, com suas canções românticas<br />

como: “If” de <strong>19</strong>71 e“Baby I’m<br />

a want you”, “Everything I own”,“The<br />

guitarman”e “Down on my knees”,<br />

todas de <strong>19</strong>72.<br />

O uniforme era um terno vermelho<br />

e, o primeiro baile, foi o réveillon de<br />

<strong>19</strong>72 em Ibitiuva, um povoado com<br />

cerca de 2.000 habitantes na época,<br />

distrito de Pitangueiras/SP, onde o<br />

Paulão tinha morado.<br />

Os bailes eram mais nas cidades<br />

da nossa região, e lá estava sempre<br />

o médico, advogado e professor, Dr.<br />

Guaracy Lourenço da Costa (já falecido),<br />

amigo da família Mazzei, que<br />

adorava o grupo. Com o passar do<br />

tempo e maior experiência e entrosamento<br />

dos músicos, Caldeira passou<br />

a vender bailes também em algumas<br />

cidades de outros estados, como o<br />

norte do Paraná, sul de Goiás e Minas<br />

Gerais.<br />

No final de <strong>19</strong>73, com a saída<br />

de alguns componentes, o conjunto<br />

adotou o nome de “Paranóia”, tendo<br />

a seguinte formação: Paulo Benetti<br />

(bateria), Sergio Sanches (baixo e<br />

voz), Luiz Antonio Pavan (guitarra),<br />

Flavio Gattaz (teclado e voz), Marco<br />

Antônio Pascoal (Totó / voz e percussão).<br />

Depois de sua primeira fase, a<br />

banda passou por essa outra, que podemos<br />

chamar de intermediária, que<br />

durou pouco tempo. Pedro Caldeira<br />

constatou que o novo nome não era<br />

sugestivo o bastante e não ajudava a<br />

vender os bailes.<br />

Grupo Paranóia em<br />

<strong>19</strong>73: Sérgio Sanches,<br />

Marco Antonio Paschoal<br />

(Totó) e Wilson Pesse<br />

(técnico de som). O<br />

motorista da Kombi que<br />

não está na foto era o<br />

Fiscarelli.<br />

O Grupo 5 com seis componentes:<br />

Haroldo, Betão e Arlindo; Paulo, Mazzei e<br />

Aníbal (<strong>19</strong>72)<br />

Haroldo,<br />

Mazzei, Arlindo,<br />

Betão e Aníbal,<br />

integrantes do<br />

Grupo 5 em sua<br />

primeira fase<br />

57|


A ÚLTIMA PARADA<br />

Os músicos então retornaram o<br />

nome para “Grupo 5”, adquiriram<br />

novos instrumentos e aparelhagens,<br />

deixaram Pedro Caldeira, passando a<br />

ser independentes e exclusivamente<br />

empresariados agora pela Som de<br />

Ouro – Promoções Artísticas Ltda,<br />

de Pedro Rodrigues (Mugão). Essa<br />

segunda e última fase durou até final<br />

de <strong>19</strong>75.<br />

Gattaz conta que nesta formação<br />

a banda ficou madura, com músicos<br />

Anos depois Luizinho Pavan, Serginho Sanchez, Flávio Gattaz e Paulo Benetti<br />

se encontram com o redator da nossa revista, Juraci Brandão de Paula<br />

mais experientes, exceção feita apenas<br />

no seu próprio caso. Som mais<br />

pesado e melhor qualidade, graças<br />

aos novos equipamentos, deram um<br />

toque de requinte.<br />

O repertório adequado para bailes<br />

agradava o público formado de jovens<br />

e adultos, tocando Deep Purple,<br />

Sant’Anna, Pink Floyd mas também<br />

sambas, boleros e músicas românticas.<br />

Passaram a tocar em cidades<br />

da região como Jaú, Bauru, Ribeirão<br />

Preto, Bebedouro, Sertãozinho, Barretos,<br />

com o calendário fechado para<br />

o ano todo em cidades nos estados<br />

vizinhos, por sinal onde já tocavam<br />

(norte do Paraná e sul de Minas Gerais<br />

e Goiás).<br />

|58


APOIO:<br />

Por Sérgio Sanchez<br />

O Rei<br />

do Rock<br />

Tudo e mais alguma coisa já foi falado<br />

sobre este cara bonitão, talentoso,<br />

milionário e com muitas histórias para<br />

contar. Elvis até hoje é idolatrado e<br />

seus discos continuam a vender mais<br />

do que antes, sendo considerado um<br />

fenômeno no mundo da música.<br />

LANTERNINHA DE CINEMA<br />

Nasceu em 12 de setembro de<br />

<strong>19</strong>48, em Tupelo Mississipi de um<br />

parto difícil, de gêmeos, onde seu<br />

irmão não sobreviveu, logo depois<br />

sua família muda-se para Memphis,<br />

Tennessee, onde viveu toda sua infância.<br />

De família pobre, trabalhou<br />

como lanterninha de cinema e como<br />

caminhoneiro. Em <strong>19</strong>53, concluiu<br />

seus estudos secundários. Começou<br />

cantando no coro da igreja, aprendendo<br />

guitarra e participando de concursos<br />

musicais na cidade.<br />

UM CANTOR BRANCO<br />

CANTANDO BLUES<br />

Toda sua influência musical está no<br />

country, blues e na música gospel. Tudo<br />

começa com algumas gravações bem<br />

amadoras feitas para o aniversário de<br />

sua mãe. Em <strong>19</strong>54, estas gravações<br />

chamaram a atenção de Sam Phillips,<br />

dono da “Sun Records” que buscava<br />

algo diferente, a procura de um cantor<br />

branco que cantasse blues. E encontrou<br />

Elvis.<br />

Em <strong>19</strong>54 Elvis gravou seu primeiro<br />

disco, um compacto com as músicas<br />

“That’s all right” e “Blue Moom of Kentucky”.<br />

Suas apresentações encantavam<br />

as plateias. No dia 2 de outubro fez<br />

sua primeira apresentação fora de seu<br />

estado, em Atlanta, Geórgia. O sucesso<br />

foi imediato e com seus rebolados<br />

e sua performance, enlouqueceram todas<br />

as cidades por onde se apresentou.<br />

SUCESSO INTERNACIONAL<br />

Em <strong>19</strong>55, contratado pela gravadora<br />

RCA, o sucesso toma formas internacionais,<br />

com sucesso atrás de sucesso.<br />

Vieram os filmes (o primeiro Love Me<br />

Tender -<strong>19</strong>56). Os amigos como Frank<br />

Sinatra, o encontro com os Beatles,<br />

shows, filmes muitos acontecimentos<br />

em sua vida tumultuada, resultado da<br />

fama e do estrondoso sucesso em todo<br />

o mundo.<br />

O FIM<br />

Nos anos 70, Elvis realiza grandes<br />

shows e se apresenta em Las Vegas,<br />

em várias temporadas. Grava novo disco<br />

e as músicas “Suspicious Minds”, “In<br />

the Ghetto”, despontam nas paradas.<br />

Seu rebolado provoca reações histéricas<br />

nas plateias. Em janeiro de <strong>19</strong>73,<br />

separa-se de Priscilla Presley.<br />

No auge de sua carreira, apresenta<br />

sérios problemas de saúde, acima do<br />

peso e viciado em remédios controlados<br />

evita aparecer em público. No dia<br />

21 de junho de <strong>19</strong>77, Elvis fez seu último<br />

show em Los Angeles. No dia 16 de<br />

agosto aos 42 anos Elvis Presley morre,<br />

de ataque cardíaco.<br />

Frank Sinatra e Elvis<br />

59|


Crianças em casa<br />

VIP<br />

VIDA SOCIAL por Maribel Santos<br />

Olá, querido leitor! O mês de julho é sinônimo de alegria, muitas atividades e férias<br />

em família. E você já preparou sua lista para se divertir com os seus pequenos durante<br />

o período? Mesmo que a viagem não ocorra, é possível proporcionar dias incríveis na<br />

cidade para que os filhotes recarreguem a bateria para o resto do ano. Mas, além de<br />

muita diversão procure se possível encaixar períodos que eles curtam sua companhia em<br />

casa. Que tal iniciar uma leitura gostosa de alguma aventura de tirar o fôlego? Estimule<br />

a criatividade das crianças e coloque em prática o contador de histórias que habita em<br />

você. Outra dica bacana é ir para a cozinha e preparar algo fácil e gostoso para o lanche.<br />

As crianças crescem e as lembranças ficam, pense nisso e ótimas férias!<br />

Camila Criscolin<br />

Marção, Daniele<br />

Belentani e Patrícia<br />

Oliveira<br />

Maria Raquel Rossi<br />

e Samira Serra<br />

Luciana Pavão, Marta Carvalho<br />

e Karina Oliveira<br />

Shayra Lobo, Clau<br />

Almeida e Thiago<br />

Albuquerque<br />

|60


VIP<br />

Ingrid Dias e<br />

Quele Quadrado<br />

Adriana Baracat Cortese<br />

Conde e Maria Aparecida<br />

de Paula<br />

Juliana Caracho<br />

Nunes e Carolina<br />

Carvalho de Oliveira<br />

61|


Maribel Santos<br />

VIPS<br />

EM DESTAQUE<br />

Além mar...<br />

Empresários portugueses estiveram na<br />

cidade realizando o Business Day.<br />

O objetivo do evento foi fomentar o<br />

empreendedorismo local e aquecer<br />

o mercado consumidor oferecendo<br />

novas tecnologias e modelo<br />

de consumo.<br />

Luiz Felipe<br />

Scaranti Navarro<br />

do Sebrae/<br />

Araraquara,<br />

o empresário<br />

de Américo<br />

Brasiliense, Lucas<br />

Henrique<br />

da Silva e o<br />

empresário<br />

português<br />

Tiago Coelho<br />

O empresário português<br />

Humberto Roussado Pinto<br />

Clube Araraquarense<br />

Mariana Toyoshima<br />

Alexandra Martins Castelli<br />

Fotos: Marcela Campos<br />

Leila Zaniolo Paulucio e Paulo Antônio Paulucio<br />

Antonio Augusto Dias, Edil Leme, João Rossi e<br />

Paulo Sérgio Campos Leite<br />

|62


VIP<br />

63|


VITRINE<br />

VITRINE<br />

DA REDAÇÃO<br />

JOÃO CARLOS<br />

SEMPRE AMIGOS<br />

Tu Patreze e o reencontro com<br />

o amigo Chalin Savegnago<br />

em um momento importante<br />

para a economia local. Ambos<br />

sempre atuaram no mesmo<br />

ramo de atividade<br />

Tuca Serraglio e Beth Jamarino<br />

Serraglio<br />

Érica Garutti, diretora da Business Class, comemorando<br />

parceria feita com a ASPA em Araraquara<br />

Hilário Eleutério de Souza e esposa Carmem<br />

em visita a nossa redação<br />

ANIVERSÁRIOS<br />

Julho|20<strong>19</strong><br />

A diretoria do SINCOMERCIO cumprimenta todos os aniversariantes<br />

DATA<br />

NOME<br />

EMPRESA<br />

DATA<br />

NOME<br />

EMPRESA<br />

01/07<br />

01/07<br />

01/07<br />

01/07<br />

03/07<br />

03/07<br />

03/07<br />

03/07<br />

04/07<br />

05/07<br />

06/07<br />

06/07<br />

09/07<br />

09/07<br />

10/07<br />

10/07<br />

11/07<br />

11/07<br />

12/07<br />

13/07<br />

Cícero Dalla Vecchia<br />

Lais de Souza Lima<br />

Rita de Cássia França Saião<br />

Sergio Fernandes<br />

Atílio Luiz Mori<br />

Eliete Pena A. Ferreira<br />

Juliana Cecchetto<br />

Marlene Dulcineia Sualdini<br />

Viviane Mascarin Guidelli<br />

José Benedito Pilon<br />

Jose Antonio Neves<br />

Marlene Porsani<br />

Derli Vitorino Derencio<br />

Neusa Maria Medeiros<br />

Diego Luiz Martins<br />

Ricardo João Mahfuz<br />

Luis Carlos Barelli<br />

Valentin Sérgio Rodela<br />

Aparecido Antonio Rodela<br />

Silas Compre<br />

Lojas Cem<br />

Agulinha<br />

Rita Sayão<br />

Dream Store Colchões<br />

Amalfi Mori Peças<br />

Vestylle Mega Store<br />

Drogaria Total Unid. São Bruno<br />

Graciano R Affonso/GRA Tratores<br />

Mark’s Tintas<br />

Jopasa<br />

União Formaturas<br />

Drogaria Borsari<br />

Vitorino Imobiliária<br />

Magazine Fascinação<br />

Jock’os<br />

J Mahfuz<br />

Esc. Barelli de Contabilidade<br />

Drogaria Iguatemy<br />

Drogaria Iguatemy<br />

Esc. Exatus de Contabilidade<br />

13/07<br />

15/07<br />

16/07<br />

17/07<br />

17/07<br />

18/07<br />

<strong>19</strong>/07<br />

20/07<br />

22/07<br />

22/07<br />

22/07<br />

23/07<br />

23/07<br />

25/07<br />

25/07<br />

26/07<br />

28/07<br />

30/07<br />

30/07<br />

31/07<br />

Udilce Zago Nogueira<br />

Alexandre Aurélio Harteman<br />

Jose Antonio dos Santos<br />

Aliene dos Santos<br />

Daniel Gustavo Ciriani da Silva<br />

Nelson Carlos Biancolini<br />

Eliane Fátima Tedeschi Barros<br />

Eliana Michetti R. Laurini<br />

Edna Souza Costa<br />

Gerson Meneghesso<br />

Thiago Acquarone Gomes<br />

Clari Benjamin Pancera<br />

Luiz Camilo Trevisan<br />

Carlos Lucas Romero<br />

Lúcia Zambon Fornielles<br />

Eugenio Lamoréa<br />

Romoaldo Smirne<br />

Maria Braghini Mori<br />

Ricardo Caparelli<br />

Benedito Aquino<br />

Odontoclinic<br />

Help Informática<br />

Imobiliária São Paulo<br />

Armazém da Cesta<br />

Mundo Verde<br />

Autoara Veículos<br />

Liceu Monteiro Lobato<br />

Francine Jóias<br />

Passarinho Hortifruti<br />

Esfera Musical<br />

Imobiliária São Paulo<br />

Alfaiataria Del Rey<br />

Esc. Trevisan de Contabilidade<br />

Esc. São Lucas de Contabilidade<br />

Francisco Fornielles Contabilidade<br />

Comercial Lamoréa<br />

Smirne Madeiras e Mat. Construção<br />

Amalfi Mori Peças<br />

Móveis Caparelli<br />

Chaveiro Pavanelli<br />

|64


Sergio que é Bonini, em sua loja na 9 de Julho<br />

O MAIS QUERIDO<br />

Em grande estilo, o Clube 22 de<br />

Agosto reeditou sua tradicional<br />

festa junina com a presença de<br />

associados e convidados.<br />

Zeni Almeida e José Augusto<br />

Chrispim<br />

Cristiane e André de Souza<br />

Jô Pool e Di Factus<br />

Vinicius Rangel, Fábio<br />

Carneiro, Nélvio De Vito e<br />

Marco Matos, na Coopercitrus<br />

Stefano Keller e Josi e os seus<br />

<strong>19</strong> anos de casados<br />

Fernanda Pomim e José<br />

Roberto Cobra<br />

Família Souza e Silva reunida em junho para comemorar festa junina<br />

sob o comando da matriarca Zilah Pinto<br />

65|


Luís Carlos<br />

BEDRAN<br />

Sociólogo e cronista da Revista Comércio,<br />

Indústria e Agronegócio de Araraquara<br />

A imortalidade e o provérbio chinês<br />

O homem não se conforma em ser<br />

mortal. Ele crê ser diferente dos outros<br />

seres mortais, ele não se considera fazendo<br />

parte dos seres que integram<br />

o inevitável ciclo da vida e da morte.<br />

Ao contrário, julga, arrogantemente,<br />

pertencer a uma espécie única, privilegiada<br />

do universo. Todos os seres vivos<br />

morrerão um dia e tornar-se-ão pó.<br />

Ele não, vai mais além, muito além<br />

da morte comum, pois crê na imortalidade<br />

da alma, ou do espírito — que<br />

define a seu bel prazer. Acredita, porque<br />

é inteligente, porque é racional.<br />

Nisso ele supera os demais seres, que<br />

julga irracionais, muito embora a ciência<br />

atual esteja provando que a inteligência<br />

não é exclusiva do ser humano.<br />

Mas a razão é uma faca de dois<br />

gumes: ao mesmo tempo que eleva<br />

o homem às alturas, ela o conduz à<br />

angústia existencial da qual raramente<br />

consegue escapar. E suas fugas podem<br />

ser encontradas ou na religião,<br />

na filosofia ou até mesmo em ambas<br />

ao mesmo tempo.<br />

Se o pensar demais para ele torna-se<br />

doloroso, procura reagir com<br />

o não-pensar, o que não deixa de ser<br />

uma forma de pensar, mas esta possui<br />

uma vantagem especial: a ausência de<br />

angústia, com a ausência da razão. Então,<br />

ele livra-se da pungente condição<br />

humana em permanente crise existencial<br />

com o viver, pura e simplesmente.<br />

Como ele é um inconformista, com<br />

sua breve passagem pela vida, tenta<br />

escapar dessa sua mediocridade. Para<br />

isso acredita piamente na imortalidade,<br />

não de seu corpo, nem de sua carne,<br />

mas de sua alma, de seu espírito.<br />

Ele tem de ser, quer ser diferente dos<br />

animais, pois estes não possuem alma.<br />

Ele sim. Aqueles morrem; ele tem uma<br />

sobrevida espiritual, pois para isso ele<br />

pensa.<br />

Essa é uma das grandes molas da<br />

religião, além da crença na existência<br />

de Deus, que supostamente o criou, à<br />

sua imagem e semelhança, pois não<br />

basta apenas acreditar Nele: há de<br />

se acrescentar também a crença na<br />

imortalidade da alma, de seu espírito.<br />

Encontrou-se uma fórmula ideal para<br />

se passar pela vida sem tanta turbulência,<br />

sem tanta dúvida: crer num<br />

ente supremo e na imortalidade do<br />

espírito.<br />

Mas sem querer aprofundar-se no<br />

assunto — o que é a alma, o que é o<br />

espírito? — o homem acha que encontrou<br />

também uma outra forma de<br />

escapar da mortalidade, ou, pelo menos,<br />

de protelá-la ao máximo possível.<br />

E a maneira encontrada foi a de tentar<br />

aplicar um antigo provérbio chinês,<br />

que não é apenas uma receita de realização<br />

pessoal, mas, sobretudo, o da vã<br />

pretensão de tentar alcançar a imortalidade,<br />

e que é a de ter filhos, plantar<br />

uma árvore e escrever um livro.<br />

Então, ter filhos não é somente<br />

propagar sua espécie, sua raiz genética,<br />

mas também procurar ser lembrado<br />

por sua descendência, que<br />

pode ultrapassar gerações; da mesma<br />

forma, plantar uma árvore, querendo<br />

provar que não somente fez algo de<br />

útil à humanidade, mas também esperar<br />

ser lembrado por isso por muito<br />

tempo e finalmente escrever um<br />

livro, que é não somente contar sua<br />

experiência pessoal, mas também e<br />

principalmente legar aos pósteros o<br />

seu pensamento.<br />

Se ele não acreditar nem em Deus,<br />

e menos ainda numa vida futura após<br />

a morte, tentará aplicar aquele provérbio.<br />

Mas aí também ele estará enganando-se<br />

a si próprio, pois, mesmo<br />

que consiga realizar seus desejos —<br />

ter um filho, escrever um livro e plantar<br />

uma árvore —, assim mesmo não<br />

conseguirá atingir seu objetivo máximo,<br />

que é o de ser lembrado eternamente,<br />

o que significa não morrer na<br />

memória dos outros.<br />

Porque tanto sua descendência,<br />

quanto sua obra são transitórias. Ele<br />

será lembrado por algum tempo, mas<br />

não durante todo o tempo. No máximo<br />

por uma ou duas gerações e aí<br />

então cairá no esquecimento eterno.<br />

Na terceira ou quarta geração, vagas<br />

serão as lembranças, além do que a<br />

árvore um dia morrerá, nem sempre<br />

produzirá frutos e o seu livro talvez<br />

será encontrado num sebo de quarta<br />

categoria, isso se não for vendido por<br />

quilo para reciclagem de papel. Essa<br />

é a regra.<br />

Há exceções. A obra de Platão permanece<br />

há 2500 anos, os livros clássicos<br />

perduram, mas um dia também<br />

serão deixados de lado. Seus descendentes<br />

já se foram há muito, restando<br />

apenas seus ensinamentos na memória<br />

dos homens. E as sequoias são árvores<br />

fósseis, de outras eras.<br />

De onde chega-se à inevitável<br />

conclusão de que a imortalidade<br />

não existe mesmo. Por isso o homem<br />

precisa deixar de querer ser Deus para<br />

recolher-se à sua humilde condição de<br />

um simples mortal, como todos os outros<br />

seres vivos do universo.<br />

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