RCIA - EDIÇÃO 168 - JULHO 19
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ÍNDICE<br />
<strong>EDIÇÃO</strong> N°<strong>168</strong> - <strong>JULHO</strong>/20<strong>19</strong><br />
CAPA<br />
Ele está com nova cara<br />
NEGÓCIO<br />
Tulipa sob nova direção<br />
SINHORES<br />
Associados na Fispal<br />
HOMENAGEM<br />
O adeus de Nenê Ferrenha<br />
08 8 10<br />
14<br />
18<br />
O <strong>RCIA</strong>RARAQUARA apresenta<br />
novo formato para mostrar a<br />
cidade como realmente ela é.<br />
Reinaldo Dias de Lima compra<br />
loja de Wanderley Figueiredo e<br />
inicia uma nova fase da Tulipa<br />
Visitantes viram atrações inéditas<br />
que ampliam o conhecimento<br />
dentro do setor alimentício<br />
Integrante da nossa história,<br />
Pedro Paulo Ferrenha conquistou<br />
a cidade pela simplicidade<br />
Indústria<br />
06| A Cutrale, líder mundial na<br />
produção de suco concentrado,<br />
associa-se ao Ciesp Araraquara<br />
Sincomercio<br />
16| Entenda a Declaração de<br />
Direitos de Liberdade Econômica<br />
e o Horário do Comércio<br />
Falecimento<br />
32| Araraquara perdeu em junho<br />
um dos seus mais importantes<br />
empresários: Jorge Affonso<br />
Canasol<br />
46| Canasol no Congresso<br />
Internacional da WABCG em<br />
Ribeirão Preto<br />
Saber os movimentos e com eles aprender<br />
Acertando as contas<br />
Os alunos do Curso Técnico em Teatro<br />
do Senac Araraquara apresentaram<br />
em junho na Esplanada das Rosas,<br />
a intervenção urbana “Movimentos<br />
de Aprender”. O evento celebrou,<br />
de forma poética, as trajetórias do<br />
olhar para o ato de aprender. Em<br />
movimentos silenciosos, 20 intérpretes<br />
se deslocaram por praças e vias<br />
públicas da cidade observando<br />
e transformando a paisagem do<br />
cotidiano. Além de ser uma novidade,<br />
é verdade que cada personagem vive<br />
uma experiência diferenciada pois<br />
Aprendendo com as pessoas<br />
os movimentos são infinitamente<br />
diversificados - uns dos outros. O<br />
corpo de intérpretes é formado por<br />
alunas e alunos da turma vespertina<br />
20<strong>19</strong> do Curso Técnico em Teatro.<br />
A Prefeitura reabriu o prazo para adesão<br />
ao Programa Municipal de Regularização<br />
Tributária e oferece nova oportunidade a<br />
devedores de impostos para acertarem<br />
suas pendências com o município. A<br />
adesão ao programa pode ser feita até 6<br />
de setembro, podendo ser renegociados<br />
débitos acima de R$ 6 mil, de natureza<br />
tributária ou não tributária relacionados<br />
à Prefeitura e ao Daae (Departamento<br />
Autônomo de Água e Esgotos), vencidos<br />
até 31 de maio de 20<strong>19</strong>, de pessoas<br />
físicas e jurídicas, inclusive se forem<br />
objetos de parcelamentos anteriores.<br />
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DA REDAÇÃO<br />
ORGULHO<br />
O trabalho e suas normas<br />
26<br />
Ivo Dall’Acqua participa da<br />
Conferência Internacional do<br />
Trabalho da OIT na Suiça<br />
INCORPORAÇÃO<br />
Agitação no mercado local<br />
33<br />
Em Araraquara o Sicoob da<br />
Av. Barroso assume controle do<br />
SicoobCoopara<br />
por: Sônia Maria Marques<br />
Vermelho levanta a lebre e causa mal<br />
estar na administração pública<br />
José Eduardo Vermelho, importante membro do Partido<br />
dos Trabalhadores em Araraquara até 2007, hoje radicado<br />
ao PSOL, em junho impactou as redes sociais com<br />
questionamentos ao seu ex-colega de partido, o prefeito<br />
Edinho Silva, sobre sua conduta na administração da cidade.<br />
O ex-petista colocou em xeque a liberação de recursos<br />
da Prefeitura Municipal para atender as necessidades<br />
da Empresa Ferroviária S/A, via Morada do Sol Eventos<br />
que administra a Arena da Fonte. “Apesar da Arena ser<br />
administrada pela Morada do Sol Eventos S/A, quem paga<br />
as despesas de manutenção da Arena é o governo municipal.<br />
É correto?”, perguntou Vermelho. Outro detalhe focado<br />
por ele é o “Centro de Treinamento do Pinheirinho, próprio<br />
municipal, que é usado intensamente e quase exclusivamente<br />
pela Empresa Ferroviária S/A. Como próprio, quem paga a<br />
manutenção do Centro de Treinamento, ou seja, cuida do<br />
local e garante a infraestrutura, a qualidade do gramado é a<br />
Prefeitura”, revela.<br />
Professor Ulisses<br />
50| Ensinando karatê de graça, ele<br />
mostra que a boa vontade muda<br />
os nossos caminhos<br />
Cartilha sobre Injúria Racial<br />
A Cartilha Municipal<br />
sobre Injúria Racial foi<br />
oficialmente apresentada<br />
ao público em evento<br />
na Biblioteca Municipal<br />
“Mário de Andrade”. O<br />
material é uma iniciativa<br />
da Coordenadoria de<br />
Políticas de Promoção<br />
da Igualdade Racial e<br />
do Centro de Referência<br />
Afro Mestre Jorge, em<br />
parceria com o Conselho<br />
Municipal de Combate<br />
à Discriminação e<br />
ao Racismo e com a<br />
Secretaria Municipal de<br />
Comunicação. O objetivo<br />
da cartilha é apresentar<br />
o funcionamento da<br />
rede de atores públicos<br />
As Grandes Bandas<br />
56| Trabalho de pesquisa de Juraci<br />
Brandão de Paula conta a<br />
história do Grupo 5<br />
institucionais responsáveis<br />
por dar tratamento e<br />
resolução aos casos de<br />
racismo e injúria racial,<br />
subsidiando as vítimas<br />
sobre os procedimentos<br />
necessários para que seja<br />
possível dar tratamento<br />
para essa forma de<br />
violência. A publicação<br />
traz considerações sobre<br />
racismo e injúria racial,<br />
conceitos de liberdade<br />
de expressão, exemplos<br />
práticos de discriminação<br />
e preconceito, legislação<br />
relacionada, o que fazer<br />
em caso de injúria racial,<br />
mapeamento da rede de<br />
atores institucionais e rede<br />
de apoio.<br />
Luiz<br />
Fernando<br />
Costa de<br />
Andrade<br />
durante<br />
lançamento<br />
da cartilha<br />
sobre<br />
Injúria<br />
Racial<br />
Por mais que amemos a Ferroviária, o prefeito não pode e<br />
nem deve colocar recursos públicos na sustentação de uma<br />
empresa formada por acionistas. Poderão dizer que ele não<br />
faz isso, mas qualquer um sabe que só seria diferente se a<br />
Ferroviária jogasse fora da Arena e não treinasse em um<br />
próprio da municipalidade. É claro o benefício que se dá a<br />
esta empresa que cria e vende jogadores; só que ao repartir<br />
o bolo de uma venda, o município fica a chupar o dedo,<br />
quem ganha são os acionistas.<br />
Portal <strong>RCIA</strong>RARAQUARA.COM<br />
Diretor Editorial: Ivan Roberto Peroni<br />
Supervisora Editorial: Sônia Marques<br />
Editor: Suze Timpani<br />
Design: Bete Campos e Érica Menezes<br />
PARA ANUNCIAR: (16) 3336 4433<br />
Tiragem: 5 mil exemplares<br />
Impressão: Gráfica Bolsoni - (16) 3303 5900<br />
A Revista Comércio, Indústria e Agronegócio<br />
é distribuida gratuitamente em Araraquara e região<br />
* COORDENAÇÃO, EDITORAÇÃO, REDAÇÃO E PUBLICIDADE<br />
Atendimento: (16) 3336 4433<br />
Rua Tupi, 245 - Centro<br />
Araraquara/SP - CEP: 14801-307<br />
marzo@marzo.com.br<br />
5|
Sucocítrico Cutrale associa-se<br />
ao Ciesp Araraquara<br />
Desde janeiro, empresa integra os quadros da entidade<br />
industrial e mira novos objetivos<br />
Em 20<strong>19</strong>, o Centro das Indústrias do Estado de<br />
São Paulo (Ciesp) recebeu em seu quadro de associados<br />
uma das maiores empresas do Brasil: a Sucocítrico<br />
Cutrale. Denominada assim desde <strong>19</strong>67,<br />
quando a antiga Citrícula Brasileira – primeiro empreendimento<br />
do grupo – adquiriu a Suconasa em<br />
Araraquara, a indústria não parou mais de crescer e<br />
se estabeleceu na Morada do Sol, com a transferência<br />
de seu centro administrativo para a cidade em<br />
<strong>19</strong>86. Anteriormente, esse setor estava localizado<br />
em São Paulo.<br />
Hoje com fábricas em Colina, Conchal, Uchôa,<br />
Itápolis, Avaré e Araraquara, além de operar dois<br />
terminais portuários em Santos e Guarujá, a Cutrale<br />
conta com 18 mil colaboradores em períodos de<br />
safra, divididos nas suas unidades agrícolas, industriais<br />
e centro administrativo. Ao lado da produção<br />
cítrica, a empresa atua também no ramo da soja,<br />
com escritório regional em Rondonópolis-MT, e no<br />
mercado nacional e internacional de banana.<br />
Especializada na cultura da laranja, a indústria<br />
se aprofundou em cada segmento, da formação<br />
de mudas ao plantio, do processamento de sucos<br />
e subprodutos à entrega final nos mercados consumidores<br />
mundiais. No processo produtivo “in natura”,<br />
a fruta é beneficiada com os mais modernos<br />
equipamentos eletrônicos de embalagem para esse<br />
trabalho, inclusive com classificação por meio de<br />
imagens digitais e fotos infravermelhas para a comercialização<br />
nos mercados interno e externo.<br />
Além disso, a Cutrale comercializa ainda outros<br />
produtos gerados por meio de extração, como o<br />
farelo de polpa cítrica, que é vendido para pecuaristas<br />
como ingrediente para ração animal, e óleos<br />
essenciais provenientes da casca, que podem ser<br />
utilizados nas indústrias alimentícia, farmacêutica,<br />
cosmética e de produtos de limpeza.<br />
Exportação e modelo ambiental<br />
Mesmo com ampla atuação no mercado internacional,<br />
a Cutrale pretende conquistar novos campos<br />
e trilhar mais caminhos para chegar aos clientes estrangeiros.<br />
Atualmente, 98% da produção de suco de<br />
laranja da empresa é destinada para exportação em<br />
mais de 90 países. Entre os principais compradores,<br />
estão fabricantes de sucos prontos, grandes marcas de<br />
refrigerantes e redes de hipermercados.<br />
Esse alcance eleva o nível de excelência dos produtos<br />
e possibilita à Cutrale um desenvolvimento contínuo.<br />
A grande experiência da empresa nesse intercâmbio<br />
comercial também será útil ao Ciesp, que poderá<br />
repassar esse conhecimento para outras indústrias.<br />
A parceria também terá benefícios ambientais, com o<br />
objetivo de ampliar todas as atividades de produção<br />
agrícola e industrial de acordo com as normas vigentes.<br />
AGENDA CIESP<br />
Julho e Agosto<br />
15 e 16/7 - Treinamento Estratégia de Venda B2B<br />
e B2C Coworking - com Paulo Torrezan<br />
30/7 - Treinamento PPCP com Planejamento de<br />
Previsão de Venda Futura<br />
05/8 - Palestra Oratória - com Emerson Pádua<br />
13/8 - Workshop Integrado com Business e<br />
Venda - com Ricardo Rossetto<br />
16/8 - Treinamento - Capacitação de Compliance<br />
<strong>19</strong> e 20/8 - Treinamento - Oratória: da prática a<br />
teoria - com Emerson Pádua<br />
26 e 27/8 - Treinamento Metodologia para<br />
Redução de Custos de Produção<br />
16 3322 1339<br />
16 3322 7823<br />
CIESP.com.br/araraquara<br />
|6<br />
facebook.com/CIESPararaquara<br />
instagram.com/CIESPararaquara<br />
linkedin.com/company/CIESP-araraquara<br />
ARARAQUARA
EDITORIAL<br />
por: Ivan Roberto Peroni<br />
A cobiça política efetivamente tem causado danos<br />
à cidade e à alma das pessoas de bem<br />
Araraquara possui 31 partidos políticos, muitos deles pequenos e encabrestados pelos líderes das<br />
grandes siglas; uns funcionam com Comissões Provisórias dispensando número de filiados, quando na<br />
verdade deveriam ser Diretórios Municipais. Sem ideologia, alguns são manipulados e atraídos para<br />
um balcão de negócios que visa transformar o candidato a vereador num cabo eleitoral que favoreça<br />
o majoritário, onde o candidato que obtiver a maioria absoluta de votos é eleito. No município, há<br />
partidos com 1, 4, 5, até mesmo 8 filiados, juntando-se aos grandes.<br />
Não há o que se reclamar do<br />
prefeito eleito, se a maioria assim<br />
o desejou; no caso de Edinho<br />
Silva, foi um índice de 41,71% nas<br />
eleições de 2016 e logo há que<br />
se respeitar o montante de votos<br />
- 41.220 votos, contra 28.595<br />
(28,93%) de Edna Martins, do PSDB,<br />
segunda colocada. Uma vitória<br />
aparentemente tranquila de quem<br />
se dispôs a trabalhar o eleitorado<br />
de periferia.<br />
Questionar sua vitória como tem<br />
ocorrido nestes últimos três anos e<br />
atribuir essa responsabilidade ao<br />
povo que o elegeu, parece não ser o<br />
caminho correto, já que a ganância<br />
de cada um dos outros cinco<br />
candidatos quer nos parecer ter uma<br />
responsabilidade muito maior que o<br />
interesse da população suburbana.<br />
Naquela oportunidade, dois motivos<br />
impediriam a vitoriosa eleição do<br />
petista: sua prisão na Operação<br />
Lava Jato por questões perfeitamente<br />
conhecidas do povo brasileiro ou a<br />
formação de um bloco com todos os<br />
partidos, por entender que Edinho<br />
não atingiria 35% dos votos válidos. Dois erros grotescos: não foi preso e<br />
sua marca bateu em quase 42%. Nenhum dos partidos pode contestar os<br />
números e muito menos negar que na noite de 21 de agosto de 2016, uma<br />
reunião aconteceu para consolidação de um acordo que ficou travado na<br />
tal vaidade.<br />
Assim, Edna Martins (28,93%), Aluisio Boi (12,56%), Nino Mengatti (8,53%),<br />
Célio Peliciari (5,58%) e João Farias (2,68%) se tivessem estabelecido uma<br />
concordância, teriam alcançado 58,28% contra os 41,71% de Edinho, que<br />
não teria sido eleito e nem estaria sendo vítima do descaso, onde uma<br />
classe subestima a outra pela ignorância daqueles que se alcunham - líderes<br />
partidários.<br />
De três anos para cá a população acredita, pelas suas manifestações<br />
nas redes sociais, que a desgraça que tem caído sobre a cidade não é<br />
mais do que o produto da cobiça política que efetivamente tem causado<br />
danos à alma das pessoas de bem. Ainda assim, não podemos contestar<br />
o resultado eleitoral, mas avaliar uma administração que tenta se manter<br />
pelo assistencialismo, já que politicamente não se sustentará pelos atos<br />
insanos dos governantes que o país suportou por 16 anos e as adversidades<br />
partidárias que agora enfrenta.<br />
Ao ver que um partido vai lançar fulano e outro apresenta ciclano,<br />
totalizando cinco ou seis candidatos a prefeito em 2020 - com 31 siglas<br />
partidárias na cidade, isso não apenas repetirá o que já aconteceu, mas<br />
deixa transparecer a admissão da ganância, da vaidade e da ignorância,<br />
que em certos momentos caminham juntas com sintomas de um parentesco<br />
inábil e quem sabe proposital. Se Edinho já tem hoje 30%, é burrice admitir<br />
que o segundo mais votado com 29,99% seja o vencedor. Não é possível<br />
que tramas assim ainda sejam praticados em uma população incrédula.<br />
7|
Fevereiro de 2018 o começo de tudo<br />
Em julho uma nova apresentação<br />
MATÉRIA DE CAPA<br />
PORTAL <strong>RCIA</strong>RARAQUARA.COM.BR<br />
Entre ontem e hoje as diferenças a serviço<br />
da informação com critério e seriedade<br />
Em novo formato, o Portal <strong>RCIA</strong>RARAQUARA.COM.BR inicia<br />
uma fase diferenciada dentro da comunicação regional.<br />
Compromissado com a ética jornalística e sem vinculações<br />
políticas, ele age de maneira independente, estando a<br />
serviço da comunidade nas 24 horas do dia.<br />
Por iniciativa do jornalista Ivan Roberto<br />
Peroni, em fevereiro de 2018 o<br />
Portal <strong>RCIA</strong>raraquara implantou seu<br />
primeiro site como experiência, com o<br />
objetivo de contribuir com internautas<br />
que costumam coletar informações<br />
pelas redes sociais. O foco também<br />
seria permitir uma interação com a<br />
Revista Comércio, Indústria e Agronegócios,<br />
há 14 anos circulando mensalmente<br />
em Araraquara, mantendo<br />
uma assiduidade em sua circulação,<br />
por sinal uma característica importantíssima<br />
para o desenvolvimento<br />
pessoal e profissional da sua equipe.<br />
Com uma plataforma extremamente<br />
simples, sua editoria conseguiu<br />
atingir milhares de leitores. Seria<br />
então o primeiro passo para fixação<br />
da imagem do veículo, aprendizado<br />
mais profundo com a tecnologia da<br />
informação, a descoberta das necessidades<br />
e preferências dos que<br />
navegam por uma cidade de 232 mil<br />
habitantes. O empenho da jornalista<br />
Rita Motta, na época fazendo parte<br />
da implantação do projeto, foi significativo,<br />
pois ela tornou-se persistente<br />
para nos convencer que era este o<br />
caminho do jornalismo no futuro, facilitando<br />
a vida das pessoas. De fato,<br />
a tecnologia que a cada dia está mais<br />
presente na vida de todos, cresce e<br />
se aperfeiçoa diariamente também<br />
para ser uma potente ferramenta na<br />
divulgação dos fatos e tornar-se como<br />
utilidade pública no atendimento aos<br />
anseios de uma comunidade, assegurava<br />
a jornalista.<br />
Com o passar do tempo, observamos<br />
a aceitação do público e agora<br />
estamos aperfeiçoando nosso sistema<br />
de trabalho trazendo a inovação.<br />
Passamos assim por mais uma das<br />
transições sociais que vêm mudando<br />
a sociedade ao longo dos anos e para<br />
entender o processo, é preciso compreender<br />
as mudanças da própria sociedade,<br />
no seu modo de pensar, se<br />
relacionar e se comunicar, bem como<br />
a evolução dos dispositivos que provocaram<br />
parte dessas mudanças.<br />
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Jornalista Rita Motta começou a escrever a<br />
trajetória do <strong>RCIA</strong>RARAQUARA em 2018<br />
Atualmente a jornalista Suze Timpani<br />
responde pela editoria do portal<br />
“Sabemos que um projeto que<br />
demanda tempo, até nos familiarizarmos<br />
com novas ferramentas e tecnologias<br />
dentro de uma outra plataforma,<br />
pois o sistema que possibilita<br />
a informação é complexo”, comenta<br />
a jornalista Suze Timpani, editora do<br />
<strong>RCIA</strong>RARAQUARA há seis meses.<br />
Desde janeiro estamos trabalhando<br />
neste processo de capacitação<br />
com a participação de profissionais<br />
ligados às novas tecnologias, pois<br />
percebe-se que as transformações sociais<br />
estão ligadas às transformações<br />
tecnológicas das quais a sociedade<br />
se apropria para se desenvolver e se<br />
manter.<br />
Em julho, quando apresentamos o<br />
novo Portal, sentimos que os objetivos<br />
em linhas gerais foram atingidos,<br />
evidente que vamos nos deparar com<br />
algumas dificuldades, porém nossa<br />
assessoria em TI nos possibilita esse<br />
avanço.<br />
Por outro lado, nota-se cada<br />
vez mais, em diferentes ambientes,<br />
como casa, trabalho e escola,<br />
a modernização das novas tecnologias<br />
de comunicação e seus<br />
avanços influenciando o comportamento<br />
do ser humano e interferindo<br />
em sua relação com os demais.<br />
Durante este tempo que o Portal esteve<br />
no ar, conseguimos cerca de seis<br />
mil arquivos, que foram repassadas à<br />
comunidade. Isso mostra a agilidade,<br />
apuração e a forma rápida com que o<br />
Portal atingiu pessoas com informações<br />
precisas e na maioria das vezes<br />
com continuidade e rotatividade.<br />
Segundo Suze, este número demonstra<br />
que hoje a empresa está no<br />
caminho certo, acreditando na nova<br />
tecnologia e na tendência dentro da TI,<br />
afinal a informação se torna cada vez<br />
mais dependente das redes sociais.<br />
“Nosso Portal atinge diversas editorias<br />
no campo da informação, apenas<br />
uma optamos por não propagar,<br />
que é a apresentação de noticias<br />
policiais. “Entendemos que há outros<br />
meios de comunicação que<br />
Bete Campos, Érica Menezes e<br />
Sônia Marques na área de criação e<br />
atualização diária do portal<br />
fazem a divulgação do trabalho da<br />
polícia em Araraquara e na região.<br />
Nossa revista sempre teve seu olhar<br />
voltado para quatro segmentos; comércio,<br />
indústria, agronegócio e prestação<br />
de serviço, até por uma opção,<br />
dado o perfil da revista.<br />
Com a implantação do novo Portal,<br />
abriremos também possibilidades<br />
para o mercado de trabalho,<br />
começando uma interação com estagiários<br />
em processo de estudo na<br />
área jornalística, para que tenham<br />
acesso ao primeiro emprego na<br />
área pelas portas do <strong>RCIA</strong>raraquara.<br />
Seu diretor, o jornalista Ivan Roberto<br />
Peroni, explica que o Portal tem um<br />
olhar apurado dentro da economia,<br />
e acompanha de perto o desenvolvimento<br />
de Araraquara. “Ainda que<br />
a crise econômica, quase crônica<br />
nestes últimos 10 anos, abata sobre<br />
grande parte dos municípios brasileiros,<br />
pretendemos ampliar ainda mais<br />
as informações relacionadas a este<br />
segmento, mostrando diariamente os<br />
índices econômicos com a participação<br />
da Bovespa. A política, ainda mais<br />
num ano que é antessala para as eleições,<br />
fará parte da rotina do nosso noticiário,<br />
para que o leitor esteja bem<br />
informado sobre o que acontece no<br />
Executivo e Legislativo de Araraquara.<br />
O Sistema Marzo que tem 30 anos<br />
de tradição em comunicação, conta<br />
com a Revista Comércio, Indústria e<br />
Agronegócio, o Portal <strong>RCIA</strong>RARAQUA-<br />
RA.COM.BR e sua agência Marzo<br />
Comunicação.<br />
9|
MERCADO VAREJISTA<br />
Reinaldo Lima<br />
compra a “Tulipa”<br />
de Wanderley<br />
Após 26 anos na administração da “Tulipa”, o<br />
empresário Wanderley Figueiredo sempre tendo ao<br />
seu lado a esposa Maria Christina, decidiu negociar<br />
a Tulipa, uma das mais conceituadas lojas de<br />
artigos para cama, mesa e banho da região.<br />
Foram dois meses de negociações<br />
e o empresário Reinaldo Dias<br />
de Lima decidiu ‘bater o martelo’ e<br />
anunciar - ‘negócio fechado’. Assim,<br />
no primeiro dia de julho assumiu a<br />
Tulipa, loja especializada em artigos<br />
para mesa, cama e banho, adquirida<br />
junto ao amigo Wanderley Figueiredo<br />
que apresenta uma extraordinária folha<br />
de serviços prestada ao comércio<br />
araraquarense.<br />
A divulgação oficial da transação<br />
comercial foi feita por ambos em um<br />
momento único e com as esposas<br />
ao lado: Reinaldo casado com Ana<br />
Cláudia Souza Lima e Wanderley<br />
com Maria Christina Pazetto Camilo<br />
Figueiredo.<br />
A nossa revista convidou<br />
os dois casais: Christina-<br />
Wanderley Figueiredo e<br />
Ana Cláudia - Reinaldo<br />
Dias de Lima para uma<br />
foto histórica no momento<br />
do fechamento do negócio<br />
Wanderley conta que ao todo são<br />
64 anos no varejo, dos quais 38 anos<br />
nas Casas Pernambucanas: “Essa<br />
convivência com o público foi maravilhosa;<br />
aprendemos a conhecer as<br />
pessoas, criamos amizades, superamos<br />
os desafios e hoje, agradecidos<br />
a Deus, Chrystina e eu, vamos viver<br />
para os netos. Somos gratos a todos<br />
que nos apoiaram”, ressalta.<br />
A arquiteta Dagmar<br />
Bizzinotto vem<br />
desenvolvendo<br />
os projetos de<br />
revitalização da<br />
loja bem na região<br />
central da cidade.<br />
Com 27 anos no<br />
ramo de confecções<br />
e conhecedor<br />
profundo do varejo,<br />
Reinaldo já atuou<br />
na diretoria da<br />
ACIA e também do<br />
Sincomercio<br />
Durante essa interação com a comunidade<br />
e comércio, Wanderley foi<br />
diretor da ACIA e vice-presidente do<br />
antigo Asilo de Mencididade (hoje Lar<br />
São Francisco), durante nove anos.<br />
A NOVA DIREÇÃO<br />
Em Reinaldo Dias de Lima o que<br />
não falta é entusiasmo ao anunciar<br />
revitalização na loja: contratou os<br />
serviços da arquiteta Dagmar Bizzinotto<br />
que já projetou uma nova identidade<br />
visual para a fachada da loja,<br />
preservando contudo o nome Tulipa<br />
considerado uma singeleza para o<br />
público que busca cama, mesa e<br />
banho. A esta linha de confecções, o<br />
novo proprietário da Tulipa vai acrescentar<br />
marcas famosas de tapetes e<br />
cortinas.<br />
Reinaldo também traz para sua<br />
nova loja, a experiência obtida quando<br />
da sua participação societária na<br />
Montreal em Araraquara. “Mudanças<br />
são importantes naqueles que buscam<br />
desafios e novos projetos”, conclui,<br />
convidando desde já a população<br />
para conhecer as novidades.<br />
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Igor Marangone, diretor técnico do Tribunal; promotor Herivelto Almeida; Paulo Dimas Cesar, vice-presidente da ASPA; Marcelo<br />
Zaccaro, Tribunal de Contas de Araraquara e Adilson Custódio, presidente da ASPA<br />
VOANDO ALTO<br />
A projeção da ASPA em defesa de uma classe<br />
Servidores Públicos agora<br />
dispõem de novos benefícios<br />
No mês do seu aniversário, a ASPA, representada pelos seus<br />
diretores Adilson Custódio e Paulo Dimas Cesar, é convidada<br />
a apresentar na sede do Tribunal de Contas em Araraquara,<br />
o seu trabalhado em favor dos servidores públicos.<br />
O Arquivo Público do Estado, órgão<br />
central do Sistema de Arquivos<br />
do Estado de São Paulo, em parceria<br />
com o Tribunal de Contas do Estado,<br />
organizou o “21º Encontro Paulista<br />
sobre Gestão Documental e Acesso<br />
à Informação”.<br />
O evento foi realizado em junho<br />
(5), das 9h às 16h30, na unidade regional<br />
do Tribunal de Contas do Estado,<br />
localizada à Rua Dr. Euclides da<br />
Cunha Viana, 551, Jardim Santa Mônica,<br />
em nossa cidade, com um café<br />
da manhã oferecido pela Associação<br />
de Servidores Públicos de Araraquara<br />
(ASPA).<br />
O objetivo do encontro foi dar<br />
às Prefeituras e Câmaras paulistas,<br />
fundamentos legais e técnicos para<br />
a criação de Arquivos Públicos Municipais,<br />
para a implementação de políticas<br />
de gestão documental e para<br />
a difusão do efetivo cumprimento<br />
do direito de acesso à informação<br />
pública, conforme o estabelecido<br />
na Constituição Federal e nas Leis<br />
nº 8.159/<strong>19</strong>91 e nº 12.527/2011.<br />
De forma assim, assegurar o direito<br />
essencial para o pleno exercício da<br />
cidadania, o controle das finanças e<br />
a transparência administrativa, bem<br />
como a preservação do patrimônio<br />
documental.<br />
O evento foi apoiado pelo Ministério<br />
Público do Estado de São Paulo,<br />
pelo Senado Federal, pelas Câmaras<br />
Municipais de Limeira e Araraquara<br />
e também pela Associação de Servidores<br />
Públicos de Araraquara (ASPA).<br />
|12
Com um público de cerca de 200<br />
pessoas, composto por servidores<br />
municipais de diversas Prefeituras<br />
e Casas de Leis do Estado de São<br />
Paulo, Fernando Padula Novaes,<br />
Coordenador do Arquivo Público do<br />
Estado, representou o governador<br />
João Doria e ressaltou a importância<br />
da preservação e organização da entidade,<br />
onde está fixado há 127 anos.<br />
Há seis anos, uma reforma completa<br />
no imóvel o transformou em um espaço<br />
próprio para arquivos históricos<br />
“Olhar para o passado é importante<br />
para não se cometer os mesmos erros”<br />
– afirmou Padula.<br />
Representando Araraquara, o presidente<br />
da Câmara, Tenente Santana,<br />
disse que o acesso à informação é<br />
imprescindível aos cidadãos.<br />
Paulo Dimas vice-presidente da<br />
ASPA, acompanhado do presidente<br />
da entidade Adilson Custódio, relatou<br />
sobre os anos em que trabalhou na<br />
prefeitura de Araraquara, cuidando<br />
com todo zelo do arquivo do município.<br />
Falou também sobre a preservação<br />
dos documentos para assegurar<br />
a história, restabelecendo cada período.<br />
Ressaltou ainda que “se os municípios<br />
não formarem pessoas para<br />
cuidar de seus arquivos, se perderão<br />
na história”.<br />
APRESENTANDO A ASPA<br />
Considerado momento oportuno<br />
pois naquele ambiente se reuniam<br />
servidores municipais de diversas<br />
prefeituras e Casas de Leis do Estado<br />
de São Paulo, os diretores da<br />
ASPA aproveitaram para fazer uma<br />
Paulo Dimas Cesar, Adilson Custódio, vereador Tenente Santana e o diretor técnico do<br />
Tribunal de Contas de Araraquara, Marcelo Zaccaro<br />
apresentação sobre a missão da entidade<br />
junto ao seu quadro associativo.<br />
A ASPA, disse Adilson Custódio, representa<br />
os servidores públicos municipais,<br />
estaduais e federais, concedendo-lhes<br />
inúmeros benefícios. Hoje ao<br />
todo, são cerca de 40 mil servidores<br />
na região de Araraquara.<br />
Na área de Saúde, explicou Paulo<br />
Dimas Cezar, a ASPA oferece planos<br />
de saúde com tabelas e preços diferenciados<br />
(Unimed e São Francisco),<br />
além do Cartão Homecard (Clínica<br />
Mais Saúde e Siplasa, um sistema<br />
planejado de saúde particular).<br />
Para o diretor técnico do Tribunal<br />
de Contas de Araraquara, Marcelo<br />
Zaccaro, que abriu as portas da unidade<br />
para receber o evento que visa a<br />
boa gestão documental, foi importante<br />
a participação da ASPA no evento,<br />
por ser uma instituição com 57 anos<br />
de existência e sempre cercada pela<br />
credibilidade dos seus dirigentes.<br />
Herivelto Almeida, 4º Promotor do<br />
Ministério Público de Araraquara, palestrou<br />
sobre o acesso à informação<br />
contendo a amplitude e restrições.<br />
A chefe do Serviço de Consultoria<br />
Técnica Arquivística – SGIDOC<br />
– COARQ Senado Federal, Samanta<br />
Nascimento da Silva Santos, palestrou<br />
também sobre o programa de<br />
gestão arquivística e preservação<br />
da memória do Senado Federal.<br />
Já no período da tarde, Paulo<br />
Massaru Uesugi Sugiura, diretor técnico<br />
do Tribunal de Contas do Estado,<br />
falou sobre a fiscalização e deu<br />
orientações referentes ao Portal da<br />
Transparência.<br />
Encerrando as palestras, Giane<br />
Boscolo, chefe do Departamento de<br />
Registros, Arquivos e Documentos da<br />
Câmara Municipal de Limeira, explanou<br />
sobre mobilizar para acontecer<br />
mostrando a todos o papel fundamental<br />
dos recursos humanos em uma<br />
gestão documental eficiente. Houve<br />
ainda perguntas por parte dos participantes<br />
aos palestrantes até o encerramento<br />
da programação.<br />
Paulo Dimas<br />
Cesar faz uma<br />
explanação sobre<br />
a ASPA; dias antes,<br />
ele e o presidente<br />
Adilson Custódio<br />
estiveram falando<br />
da entidade na<br />
Câmara Municipal<br />
13|
A movimentação dos visitantes na feira em São Paulo<br />
EXPO CENTER NORTE<br />
SinHoRes leva empresários<br />
à Fispal 20<strong>19</strong> na capital<br />
Visitantes puderam conferir atrações inéditas que ampliam o<br />
conhecimento sobre os novos rumos do consumo, gestão de<br />
negócios e demais temas ligados ao setor da alimentação<br />
Empresários araraquarenses participaram<br />
em junho da Fispal Food<br />
Service, a maior feira para o setor de<br />
alimentação fora do lar da América<br />
Latina, que chegou a sua 35ª edição<br />
neste ano. Mais de 50 mil pessoas<br />
passaram pelo pavilhão do Expo Center<br />
Norte, entre os dias 11 e 14 de<br />
junho para conferir as mais novas soluções,<br />
lançamentos e inovações de<br />
470 expositores e 1.800 marcas para<br />
restaurantes, pizzarias, lanchonetes,<br />
bares, hoteis e demais estabelecimentos<br />
do setor.<br />
Com a disponibilidade de um ônibus,<br />
o SinHoRes (Sindicato de Hotéis,<br />
Restaurantes, Bares e Similares) levou<br />
os empreendedores até a capital,<br />
onde eles viram que pelo menos<br />
80% dos expositores presentes no pavilhão<br />
exibiam insumos e ingredientes<br />
vindos de diversos países, como<br />
Egito, Grécia, Indonésia, Tailândia,<br />
China, Sri Lanka, Itália, entre outros.<br />
José Carlos Pascoal Cardozo,<br />
presidente do SinHoRes, comenta<br />
ainda agora, que a feira apresentou<br />
também uma série de atrações inéditas<br />
que foram desenvolvidas para<br />
aprimorar o conhecimento dos empresários<br />
que atuam na alimentação<br />
fora do lar.<br />
Para ele, o food service em Araraquara<br />
- a exemplo do que ocorre<br />
no Brasil, vem crescendo ano a ano<br />
e tem potencial para expandir muito<br />
mais, contudo para acompanhar este<br />
ritmo, é preciso que o empresário esteja<br />
antenado com as principais exigências<br />
do consumidor.<br />
A delegação de Araraquara nas portas<br />
de entrada da feira e um dos estandes<br />
preparados para este ano<br />
Na verdade, as atrações do evento<br />
mostraram conteúdo que auxiliam na<br />
atualização e ampliação do conhecimento<br />
do público. Além disso, exibem<br />
os caminhos que o empreendedor<br />
deve seguir para ter sucesso em seu<br />
negócio.<br />
A HISTÓRIA<br />
José Carlos<br />
Pascoal Cardozo,<br />
presidente do<br />
SinHoRes, que<br />
levou seus<br />
empresários até<br />
a Fispal 20<strong>19</strong><br />
Em 35 anos de história, a Fispal<br />
Food Service se consolidou como referência<br />
para este setor devido aos<br />
esforços para trazer informação de<br />
qualidade ao seu público. As palestras<br />
ocorridas tiveram como foco<br />
principal a gestão de bares e restaurantes,<br />
mas também trataram<br />
de assuntos importantes para esse<br />
mercado, como redução de custos e<br />
aumento de rentabilidade, marketing<br />
e novas tendências.<br />
Sempre atenta às principais mudanças<br />
do mercado, a Fispal Food<br />
Service apresenta neste ano uma<br />
série de atrações inéditas. A primeira<br />
delas é o Fispal Innovation, um espaço<br />
criado para apresentar inovações<br />
que chegam para ajudar a ampliar<br />
a competitividade de<br />
empresas deste setor.<br />
Quem passar por este<br />
espaço poderá conferir<br />
soluções acessíveis que<br />
podem ajudar o estabelecimento<br />
a proporcionar<br />
uma interação mais<br />
positiva com o cliente,<br />
além de proporcionar<br />
redução de custos operacionais<br />
e aumento da<br />
produtividade.<br />
|14
15|
ARTIGO<br />
Declaração de Direitos de Liberdade Econômica<br />
(MP 881/20<strong>19</strong>) e o Horário do Comércio<br />
Foi publicada em 30/04/<strong>19</strong>, no Diário<br />
Oficial da União, a Medida Provisória<br />
881/20<strong>19</strong>“... que estabelece normas<br />
de proteção à livre iniciativa e ao livre<br />
exercício de atividade econômica...”<br />
(art. 1º, caput). Dentre outros<br />
dispositivos, assim define a MP<br />
881/20<strong>19</strong>: “Art. 3º - São direitos<br />
de toda pessoa, natural ou jurídica,<br />
essenciais para o desenvolvimento e<br />
o crescimento econômicos do País,<br />
observado o disposto no parágrafo<br />
único do art. 170 da Constituição:<br />
... “II - produzir, empregar e gerar<br />
renda, assegurada a liberdade<br />
para desenvolver atividade<br />
econômica em qualquer horário<br />
ou dia da semana, observadas:...”.<br />
Numa leitura superficial da citada<br />
norma, fica a impressão de<br />
que tal regra já esteja valendo,<br />
independentemente da atividade<br />
econômica exercida (indústria,<br />
serviços, etc.). Interpretando a<br />
mencionada parte do texto, diversos<br />
sites e blogs passaram a veicular<br />
notícia de que o comércio, de forma<br />
geral, poderá funcionar em qualquer<br />
dia e horário, já que autorizado pela<br />
MP 881/<strong>19</strong>. Não é bem assim.<br />
Em primeiro lugar, a referida medida<br />
provisória, apesar de produzir os<br />
seus efeitos jurídicos com força<br />
de lei desde o momento de sua<br />
edição, necessita de aprovação<br />
do Congresso Nacional para que<br />
possa ingressar em definitivo no<br />
cenário jurídico brasileiro. Logo,<br />
por segurança jurídica, é preciso<br />
aguardar a conclusão de todo o<br />
trâmite do processo legislativo, já<br />
que a MP 881/<strong>19</strong> conta com mais de<br />
300 emendas parlamentares (sendo,<br />
no mínimo, 6 delas – emendas nº 2,<br />
24, 96, 145, <strong>19</strong>1 e 207 – atinentes<br />
Dr. Iran Carlos Ribeiro<br />
Jurídico / Sincomercio<br />
Araraquara<br />
à questão do horário do comércio)<br />
e tudo pode mudar.<br />
Em segundo lugar, de acordo com<br />
o Supremo Tribunal Federal, a<br />
competência para legislar sobre o<br />
horário do comércio é do município<br />
e não de outros entes federativos<br />
(União ou Estados): “Súmula<br />
Vinculante 38 - É competente o<br />
Município para fixar o horário de<br />
funcionamento de estabelecimento<br />
comercial.” Por isso, mesmo<br />
considerando que o art. 3º, II, da MP<br />
881/<strong>19</strong>, refere-se a toda e qualquer<br />
atividade econômica, caso aprovada<br />
a proposição sem alteração deste<br />
comando, tal disposição deverá<br />
ser interpretada com cautela no<br />
que se refere à atividade comercial<br />
exercida em municípios que<br />
possuem regulamentação legal<br />
sobre a matéria.<br />
Em terceiro lugar, o próprio inciso<br />
II do art. 3º da MP 881/<strong>19</strong>, em<br />
sua alínea “d”, impõe que seja<br />
observada a “legislação trabalhista”,<br />
neste sentido, o exercício da<br />
atividade comercial deve ser<br />
desenvolvido com respeito às<br />
regras das respectivas convenções<br />
coletivas de trabalho (pactuadas<br />
entre sindicato de empregados e<br />
de empregadores) a ela aplicáveis,<br />
na medida em que a própria CLT –<br />
Consolidação das Leis do Trabalho<br />
– define que essas normas coletivas<br />
têm prevalência sobre a lei (art. 611-<br />
A). Desse modo, se a MP 881/<strong>19</strong><br />
|16
determina que deve ser observada<br />
a legislação trabalhista para que<br />
impere a liberdade de horário<br />
da atividade econômica, deve-se<br />
verificar se há convenção coletiva<br />
que limita a atividade profissional<br />
do comerciário, como por exemplo,<br />
quanto à autorização do trabalho<br />
em feriados. Em caso de conflito<br />
entre tais regras, aplicam-se as da<br />
norma coletiva e não as previstas<br />
na medida provisória (ainda que<br />
transformada em lei), por força do<br />
que determina a CLT.<br />
Por outro lado, mostra-se pertinente<br />
a reflexão da Assessoria Técnica da<br />
Federação do Comércio de Bens,<br />
Serviços e Turismo do Estado de<br />
São Paulo (FecomercioSP) sobre<br />
a importância da MP 881/<strong>19</strong> no<br />
contexto econômico atual: “De<br />
acordo com o Ministro do STF Luis<br />
Roberto Barroso ’Os princípios<br />
constitucionais da livre iniciativa e<br />
da livre concorrência asseguram<br />
aos agentes econômicos a liberdade<br />
de formular estratégias negociais<br />
indutoras de maior eficiência<br />
econômica e competitividade’.<br />
Há prevalência do interesse<br />
nacional, que hoje é o estímulo à<br />
atividade empresarial e à geração<br />
de empregos, com a redução dos<br />
entraves impostos por intervenção<br />
do Poder Público nos negócios.<br />
Portanto, as leis municipais que<br />
dispõem sobre o horário de<br />
funcionamento atualmente devem<br />
se conformar à nova legislação<br />
federal.”. (Informativo Empresarial<br />
Mix Legal 172/<strong>19</strong>)<br />
Enfim, é certo que a MP 881/<strong>19</strong><br />
regula apropriadamente questões<br />
que são cruciais para a propulsão do<br />
crescimento econômico do país, com<br />
previsão de necessárias medidas<br />
restritivas à interferência estatal na<br />
atividade empresarial e cujo teor -<br />
valorização da liberdade econômica<br />
- deve servir de modelo para os<br />
legisladores. Contudo, no que diz<br />
respeito à liberdade do exercício da<br />
atividade comercial, não se deve<br />
perder de vista a jurisprudência do<br />
STF sobre o assunto, bem como<br />
as leis municipais de horário de<br />
funcionamento do comércio vigentes<br />
e as regras das convenções coletivas<br />
incidentes quanto às condições de<br />
trabalho dos comerciários.<br />
SERVIÇO<br />
Sindicato do Comércio Varejista de<br />
Araraquara (Sincomercio)<br />
Avenida São Paulo, 660 • Centro<br />
Contato: (16) 3334 7070<br />
sincomercio@sincomercioararaquara.com.br<br />
www.sincomercioararaquara.com.br<br />
17|
Pedro Paulo Ferrenha, o<br />
“Nenê Escapamentos”,<br />
presidente da APAE e<br />
perda irreparável para a<br />
nossa comunidade<br />
HOMENAGEM<br />
Nenê Ferrenha parte mas deixa um<br />
rastro de saudade e bons exemplos<br />
Presidente da APAE por cinco anos, Nenê Ferrenha<br />
acreditou no poder de realização do ser humano, quebrou<br />
preconceitos e levou a sociedade a ter outro entendimento<br />
sobre a entidade e as pessoas com deficiências. Sua morte<br />
entristece a cidade.<br />
sua dor no momento de estender as<br />
mãos para os pequeninos da APAE.<br />
De forma resumida podemos dizer<br />
que foi um exemplo de pessoa.<br />
COMO ERA<br />
Alguém disse um certo dia: “O Brasil<br />
precisa de pessoas como ele”. De<br />
fato, com Nenê Ferrenha poderíamos<br />
ter um Brasil sem máculas e ser este<br />
país por inteiro a nossa casa, mas<br />
impossível quando não se possui a<br />
fórmula para a produção de seres humanos<br />
com visão de paz e decência,<br />
voltados para o próximo.<br />
Uma outra pessoa até se expressou<br />
de maneira emotiva: “Nenê é um<br />
exemplo de amor ao próximo. Sua<br />
forma de trabalhar fez a sua marca<br />
em Araraquara. Quem convive com<br />
o Nenê só nos confirma que o que<br />
plantamos de bom, colhemos depois.<br />
Está sempre dando exemplo de como<br />
se viver com amor.”<br />
Passado o tempo e num certo<br />
período da sua vida, entendemos<br />
que Nenê foi mais que isso, entrincheirando-se<br />
nos campos de batalha<br />
disposto a quebrar regras e protocolos<br />
para que a cidade entendesse a<br />
Humilde, de gestos simples, afastaria<br />
em vida pelo seu jeito de ser, o<br />
reconhecimento, a valorização e os<br />
elogios que fazemos agora, mesmo<br />
porque este é um momento para ele,<br />
de apenas ouvir, afinal o guerreiro<br />
descansa e sabe da importância que<br />
é cumprir uma missão com dignidade<br />
e respeito. Foi assim que ele seguiu<br />
sua trajetória, longe dos elogios e<br />
bem perto da solidariedade.<br />
CONTINUA NAS PÁGINAS SEGUINTES<br />
|18
<strong>19</strong>|
Para suas amizades mais próximas<br />
ele disse numa certa manhã:<br />
“Assumo a APAE, mas sei que falar<br />
de inclusão, em nossa sociedade, é<br />
um desafio”. Questionado sobre a<br />
razão de falar assim, ele respondeu<br />
com a voz rouca: “Porque<br />
simplesmente, uma sociedade<br />
possui barreiras; não<br />
possui entendimento sobre<br />
as necessidades especiais<br />
destes seres tão queridos”.<br />
Tanto era sua missão<br />
que Nenê buscava incansavelmente<br />
dar à APAE,<br />
uma estrutura física capaz<br />
de atender cada vez mais<br />
e melhor aos necessitados,<br />
sabendo no seu interior que<br />
com o poder público pouco<br />
poderia contar. E se a APAE<br />
hoje é vista como modelo<br />
entre as entidades sociais,<br />
muito se deve a ele, que parte ciente<br />
da obra que deixa para vida eterna<br />
de uma cidade.<br />
SUA VIDA<br />
Pedro Paulo Ferrenha, o Nenê,<br />
nasceu em 12 de março de <strong>19</strong>50,<br />
filho de Darcy e Maria, uma família<br />
composta por mais cinco irmãos:<br />
Lázaro, Francisco, José Laerte, Jair e<br />
Hélio. Nenê que gostava de jogar futebol,<br />
estudou no Florestano Libutti, no<br />
“Sua vida cheia de histórias é algo que<br />
emociona pois poucos são os que se<br />
deram tanto por uma causa. Implacável<br />
nas decisões, era uma espécie de<br />
comandante em um barco exposto a<br />
tempestades em alto mar”<br />
IEBA, no Poli, desfrutando do respeito<br />
e da admiração de todos.<br />
Frequentou o ensino superior no<br />
Colégio São Bento, onde cursou Filosofia.<br />
Ele foi por oito anos funcionário<br />
Doce lembrança da APAE onde Nenê passou parte da sua vida<br />
das Casas Texidal, uma importante<br />
loja de tecidos nos anos 60. Trabalhou<br />
dois anos em São Paulo e, em<br />
<strong>19</strong>73, se tornou empresário, fundando<br />
a Nenê Escapamentos, tendo ao<br />
seu lado o inestimável amigo e irmão<br />
Arthur Wormhoudt. Casou-se com Dóris<br />
Teresinha em <strong>19</strong>77 e deixa três<br />
filhos: Rodrigo, Diego e Gustavo.<br />
Nenê foi diretor da Associação<br />
Comercial e Industrial de Araraquara<br />
(ACIA) e diretor adjunto na Associação<br />
Ferroviária de Esportes (AFE). Fazia<br />
parte do Rotary Club Oeste, onde ocupou<br />
vários cargos. Através do Rotary,<br />
chegou à APAE prestando serviços<br />
voluntários em eventos e, em 2014,<br />
tornou-se presidente da entidade.<br />
Ele teve um envolvimento expressivo<br />
com o esporte, atuando em<br />
clubes amadores e participando das<br />
atividades em clubes sociais.<br />
Isso tudo se junta na<br />
formação de uma pessoa<br />
querida e respeitada pela<br />
sua visão empresarial.<br />
Em fevereiro, Nenê chegou<br />
a ficar internado no<br />
Hospital São Paulo, em Araraquara;<br />
dois meses atrás<br />
foi levado para Ribeirão<br />
Preto (Hospital São Lucas<br />
Ribeirânia) para intensificar<br />
o tratamento, não conseguindo<br />
vencer a doença<br />
que o acometeu durante<br />
anos. Ao todo foram quatro<br />
meses de internação.<br />
A informação sobre sua morte<br />
foi dada na madrugada do dia 17 de<br />
junho. Velado em uma das salas do<br />
Memorial Fonteri, o empresário foi<br />
sepultado no Cemitério São Bento. À<br />
família nossos sentimentos.<br />
Nenê com seus<br />
familiares por ocasião<br />
da homenagem que lhe<br />
foi prestada na Câmara<br />
em 2017<br />
|20
21|
PROFISSÃO TRABALHO<br />
‘Seo Eudes’ diz que se lembra com<br />
saudades de um tempo que passou<br />
A convivência com o centro velho da cidade tornou Eudes<br />
um autêntico personagem; dos tempos da Kibelanche<br />
e depois com seu próprio bar e café, viveu mais de três<br />
décadas fazendo amizades e cativando os fregueses - sua<br />
marca registrada.<br />
Bar do Eudes em dois<br />
momentos: da agitação ao<br />
servir o café e a famosa torta<br />
de sardinha, no contraste com<br />
a calmaria dos domingos<br />
Ao perder o filho Renato em 2003,<br />
Eudes Fernandes sentiu que parte do<br />
seu mundo desabara. Somou a força<br />
que o filho lhe dava para seguir em<br />
frente com um bar na Rua 9 de Julho<br />
e o cansaço de tantos anos atrás de<br />
um balcão, para dar adeus à profissão<br />
que abraçara.<br />
Dezesseis anos depois estamos<br />
diante de Eudes, agora com 94 anos<br />
de idade e a mesma disposição para<br />
contar histórias buscadas nos tempos<br />
do grupo escolar de Uchoa, cidade<br />
onde nasceu e viveu parte da<br />
sua adolescência. Chegando aos 95<br />
anos de vida (27/agosto), ele experimentou<br />
aos 18 anos o sabor da emergência<br />
paulistana em plena IIª Guerra<br />
Mundial e para cuidar do pai Rafael<br />
Fernandez que se mudara para Araraquara,<br />
deixou São Paulo - 14 anos<br />
depois, já casado desde <strong>19</strong>57 e disposto<br />
a novos desafios ao lado da<br />
esposa Inocência Conde Fernandes,<br />
que conhecera na capital.<br />
O emprego conseguido com Tuffy<br />
Jorge na Feira das Meias em Araraquara<br />
foi apenas o começo para<br />
quem estava disposto a enfrentar a<br />
vida. Dois anos depois estava ele a<br />
O Bar do Eudes na<br />
Rua 9 de Julho era<br />
ponto de parada para<br />
quem queria encontrar<br />
boas amizades e<br />
entre elas, um dia<br />
apareceu o baixinho<br />
José Valien Royo, ator<br />
hispano-brasileiro.<br />
Nacionalmente famoso<br />
por ser de <strong>19</strong>86 a 2010<br />
o garoto-propaganda<br />
da cerveja Kaiser.<br />
dirigir a Cantina do Ieba que comprara<br />
em sociedade com o cunhado<br />
Ezio da Silveira, onde permaneceu<br />
por seis anos: “Um tempo de felicidade<br />
na cantina, pois convivia com os<br />
jovens e o Ieba estava despontando<br />
como uma das melhores escolas da<br />
região”, lembra Eudes.<br />
CONTINUA NAS PÁGINAS SEGUINTES<br />
|22
23|
Eudes e a esposa Inocência que preparava uma<br />
deliciosa torta de sardinha. Ela faleceu em 2012.<br />
Encontro em família: Neusa Maria da Silva (nora), Thaís (neta), Eudes, Ana<br />
Lúcia Bernardes Fernandes (nora) e Maíra (neta)<br />
Foi em <strong>19</strong>69 que Eudes Fernandes<br />
estava entendendo que este seria<br />
o momento certo de investir em algo<br />
que fosse seu; deixou a Kibelanche<br />
e o agradecimento de Apparecido<br />
Dahab, o “Aparício da Kibelanche”<br />
pelos anos de convivência. Comprou<br />
um restaurante na Vila Melhado<br />
para atender os caminhoneiros que<br />
descarregavam laranja na Cutrale e<br />
por quatro anos ali ficou, até surgir a<br />
oportunidade de chegar ao centro da<br />
cidade emergente.<br />
Com o Bar do Eudes que havia<br />
sido recomendado pelo amigo Sebastião<br />
Costa, Eudes retornou aos olhos<br />
da clientela que havia conhecido na<br />
Kibelanche: “O que não faltava pra<br />
mim, era o apoio da Inocência que<br />
fazia uma torta de sardinha jamais<br />
saboreada. Era o X da questão”, comenta<br />
ele até com certa euforia.<br />
A esta altura, o filho Renato estava<br />
com 11 anos e crescendo foi<br />
ajudando o pai nos afazeres, detalhe<br />
que se ajustava à educação antiga<br />
dentro do meio familiar. Era praticamente<br />
um ambiente de trabalho entre<br />
Eudes, Inocência e acompanhado<br />
de perto por Tereza que durante 14<br />
anos prestou serviços ao pequeno e<br />
agitado café. No entanto, a morte do<br />
filho Renato agora com 42 anos de<br />
idade e casado, o abalou: “Era ele<br />
praticamente que vinha assumindo<br />
o bar; me entristeceu e resolvi parar”,<br />
relembra. A esta altura, o outro filho<br />
Cláudio, seguia em frente com sua<br />
atividade profissional, casado com<br />
Neusa e residente em São Carlos O<br />
casal tem uma filha, chamada Maíra.<br />
Já o Renato casado com Ana, tinha a<br />
filha Thaís. As duas netas simbolizavam<br />
a felicidade da família.<br />
Toda família<br />
reunida em<br />
<strong>19</strong>95<br />
A VIDA COMO ELA É<br />
Pronto para comemorar 95 anos,<br />
Eudes recorda o romantismo da 9 de<br />
Julho entre os seus dois períodos de<br />
convivência. Um deles o leva aos tempos<br />
da Kibelanche com a sede do 27<br />
de Outubro na porta da lanchonete<br />
e de tantos outros bons vizinhos - A<br />
Esmeralda da família Saba, a Casa<br />
das Linhas com dona Olga e Juarez; a<br />
própria King Lanche, do Gordinho, ao<br />
lado da Kibe Lanche. São coisas, diz<br />
ele, que não dá pra gente esquecer<br />
e cada vez que lembramos, nos aprofundamos<br />
ainda mais neste tempo de<br />
alegria, amizade e fraternidade.<br />
Da Kibelanche ao Bar do Eudes<br />
as coisas mudaram muito embora<br />
tivessem ocorrido em uma faixa de<br />
pouco menos 10 anos; ocorre que a<br />
cidade vivia um período emergente<br />
com os anos 70/80 emplacando o<br />
desenvolvimento econômico: “O que<br />
fica na gente é a saudade dos clientes,<br />
dos amigos que formamos e não<br />
há dinheiro que pague a alegria da<br />
convivência”.<br />
Ao baixar as portas do bar em<br />
2003, depois de 30 anos de trabalho,<br />
Eudes se vê mergulhado na companhia<br />
das noras, netas e do filho Cláudio,<br />
já com 60 anos de idade. “Na<br />
vida tudo passa”, comenta Eudes.<br />
|24
25|
Ivo Dall’Acqua, o quarto da direita para a esquerda, entre os representantes da CNC<br />
ORGULHO<br />
Ivo Dall’Acqua participa da Conferência<br />
Internacional do Trabalho da OIT na Suiça<br />
A Organização Internacional do Trabalho é uma agência<br />
multilateral da Organização das Nações Unidas,<br />
especializada nas questões do trabalho, especialmente no<br />
que se refere ao cumprimento das normas (convenções e<br />
recomendações) internacionais. É na conferência que são<br />
definidas as normas internacionais do trabalho e as políticas<br />
gerais da OIT.<br />
No ano em que comemora 100<br />
anos de sua criação, a Organização<br />
Internacional do Trabalho (OIT) realizou<br />
de 10 a 21 de junho, sua 108ª<br />
conferência, em Genebra (Suíça). A<br />
entidade reuniu mais de 5 mil participantes<br />
credenciados em todo o<br />
mundo, estando entre os participantes<br />
o araraquarense Ivo Dall’Acqua<br />
Junior, ex-presidente do Sincomercio<br />
(Sindicato do Comércio Varejista) e<br />
atualmente vice-presidente da FecomercioSP<br />
(Federação do Comércio de<br />
Bens, Serviços e Turismo do Estado<br />
de São Paulo). Ele também preside<br />
o Conselho de Assuntos Sindicais da<br />
entidade, o que para nós, é motivo<br />
de orgulho.<br />
Promovida anualmente pela agência<br />
multilateral da Organização das<br />
Nações Unidas (ONU), a Conferência<br />
Internacional do Trabalho é uma<br />
oportunidade de representantes dos<br />
Estados-Membros discutirem os futuros<br />
desafios do trabalho, tentando<br />
antecipar problemas e encontrar soluções.<br />
Cada Estado-Membro é representado<br />
por dois delegados do governo,<br />
um delegado de empregadores e um<br />
de trabalhadores, além dos respectivos<br />
assessores. Os delegados de<br />
empregadores e trabalhadores são<br />
nomeados pelas organizações nacionais<br />
mais representativas e têm direito<br />
a voto. Membros de organizações<br />
|26
Mais de 180 países participando da conferência em Genebra<br />
Ivo com a embaixadora do Brasil<br />
junto à ONU, Maria Nazareth<br />
Farani Azevedo, que teve papel<br />
determinante na conferência<br />
internacionais e não governamentais<br />
(ongs) também podem participar<br />
como observadores do evento, não<br />
tendo direito à fala ou a voto.<br />
A delegação brasileira conta com<br />
representantes da Secretaria do Trabalho<br />
do Ministério da Economia e<br />
do Itamaraty; de todas as centrais<br />
sindicais de trabalhadores e de confederações<br />
de empregadores. A comitiva<br />
governamental é chefiada pelo<br />
secretário de Trabalho, Bruno Dalcolmo.<br />
A empresarial é coordenada pela<br />
Confederação Nacional do Sistema<br />
Financeiro (CNF), e a dos sindicatos<br />
de trabalhadores, pela Força Sindical.<br />
Considerado um fórum onde<br />
questões sociais e trabalhistas de<br />
importância para o mundo inteiro são<br />
debatidas, a conferência é um espaço<br />
para a proposição da elaboração<br />
e adoção de normas internacionais<br />
de trabalho. Seus membros também<br />
supervisionam a implementação de<br />
convenções e recomendações em<br />
nível nacional e vota resoluções que<br />
fornecem orientação para a política<br />
geral e atividades futuras da OIT.<br />
PARTICIPAÇÃO DA CNC<br />
A Confederação Nacional do Comércio<br />
de Bens, Serviços e Turismo<br />
(CNC) está presente na conferência<br />
em Genebra, representada pelo seu<br />
presidente, José Roberto Tadros, e<br />
por uma comitiva de presidentes e<br />
diretores. O grupo é composto também<br />
por representantes de outras<br />
confederações que buscam se alinhar<br />
às melhores práticas mundiais para o<br />
desenvolvimento brasileiro.<br />
Representantes do Brasil discursaram<br />
na plenária da conferência<br />
Internacional do Trabalho da OIT,<br />
na Suíça. Murilo Portugal, representante<br />
da CONSIF, falou em nome do<br />
grupo dos empregadores brasileiros,<br />
delegação integrada pela CNC por<br />
meio do presidente José Roberto Tadros<br />
e diretores da entidade. Bruno<br />
Dalcomo, secretário de Trabalho do<br />
Ministério da Economia, também<br />
discursou, representando o governo<br />
brasileiro. Além da delegação da CNC,<br />
também assistiu ao discurso a embaixadora<br />
brasileira na ONU, Maria<br />
Nazareth Farani Azevedo.<br />
Entre os assuntos abordados, estiveram<br />
o futuro do trabalho, questões<br />
relacionadas ao assédio no ambiente<br />
de trabalho e uma declaração sobre o<br />
centenário da OIT, assim como a posição<br />
em relação à inclusão do Brasil<br />
na lista de 24 países para análise na<br />
Comissão de Aplicação de Normas<br />
da OIT.<br />
AGRADECIMENTO<br />
A presença de um araraquarense<br />
em uma conferência de caráter mundial,<br />
representando ao lado dos seus<br />
diretores a Fecomercio e a CNC, não<br />
expressa apenas um sentimento de<br />
orgulho para nós. É o reconhecimento<br />
que se dá ao dirigente que se fez pelo<br />
seu trabalho, visão administrativa e<br />
formação profissional, comentou o<br />
presidente do Sincomercio, Antonio<br />
Deliza Neto. De fato, Ivo sempre teve<br />
uma ligação muito forte com a Fecomércio<br />
e deste relacionamento com a<br />
entidade conquistou inúmeros benefícios<br />
para a sua terra natal, um deles<br />
a construção do Sesc Araraquara, que<br />
tornou-se referência como entidade<br />
sócio-recreativa e cultural.<br />
27|
ARTIGO<br />
Ubiratan Reis<br />
Desconsideração da Personalidade Jurídica<br />
O Brasil não é para amadores, especialmente na seara jurídica.<br />
Falando um pouco mais sobre a MP nº 881/20<strong>19</strong>, esta norma<br />
adentrou a uma das mais controvertidas celeumas da ciência<br />
do Direito, a chamada desconsideração da personalidade<br />
jurídica, que se caracteriza pelo desvio de finalidade ou pela<br />
confusão patrimonial entre a empresa e seus sócios, onde<br />
o juiz, em processo judicial, a requerimento geralmente de<br />
um credor, a desconsidera para que os efeitos de certas e<br />
determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos<br />
bens particulares de administradores ou de sócios da pessoa<br />
jurídica, beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso.<br />
A controversa está exatamente no fato de que, especialmente<br />
na empresa limitada, esta desconsideração e possibilidade de<br />
atingir os bens particulares dos sócios, seria uma afronta ao<br />
objetivo principal para qual existe esta espécie de sociedade:<br />
segregar os bens, delimitar e restringir a responsabilidade de<br />
cada sócio ao valor de suas respectivas cotas sociais.<br />
A MP 881/20<strong>19</strong> inseriu várias regras que, a princípio, dificultam<br />
a possibilidade de comprovação de abuso ou desvio de<br />
finalidade da empresa, com o objetivo, suponho, de propiciar<br />
estímulo e segurança jurídica para que investidores apliquem<br />
capital ocioso na retomada de desenvolvimento e crescimento<br />
do país.<br />
Pelas novas regras, a confusão patrimonial é a ausência<br />
de separação de fato entre os patrimônios da empresa e<br />
de seus sócios e administradores, caracterizada por: (i)<br />
cumprimento repetitivo pela sociedade de obrigações do sócio<br />
ou do administrador ou vice-versa (por exemplo, pagar contas<br />
particulares pela conta bancária da empresa); (ii) transferência<br />
de ativos ou de passivos sem efetivas contraprestações,<br />
exceto o de valor proporcionalmente insignificante (exemplo,<br />
transferência bancária para cobrir o limite do especial da conta<br />
particular) e (iii) outros atos de descumprimento da autonomia<br />
patrimonial (por exemplo, usar o carro da empresa como se<br />
particular fosse).<br />
Outra alteração foi a de que não constitui desvio de finalidade<br />
a mera expansão ou a alteração da finalidade original da<br />
atividade econômica específica da pessoa jurídica, bem como a<br />
mera existência de grupo econômico, por si só, não justifica a<br />
desconsideração da empresa.<br />
Embora as alterações somente possam ser aplicadas em casos<br />
novos, não se pode fazer vista grossa ao atual entendimento<br />
do Poder Judiciário, neste caso específico, a recente decisão<br />
da Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que, na<br />
hipótese de ocorrência de fraude para oportunizar sonegação<br />
fiscal ou esvaziamento patrimonial dos reais devedores, que a<br />
lei permite estender para todas as pessoas jurídicas integrantes<br />
do grupo econômico a indisponibilidade de bens (Recurso<br />
Especial n. 1.656.172).<br />
Entendeu o STJ que nas execuções fiscais contra uma empresa<br />
integrante de um grupo econômico, em “se tratando de atos<br />
fraudulentos, a indisponibilidade de bens decorrente da<br />
medida cautelar fiscal não encontra limite no ativo permanente,<br />
podendo atingir quaisquer bens, direitos e ações da pessoa<br />
jurídica e, eventualmente, dos sócios, nos termos do artigo 11<br />
da Lei 6.830/<strong>19</strong>80”.<br />
O STJ entendeu que haveria a possibilidade de aplicar a<br />
indisponibilidade de bens a todas as empresas integrantes do<br />
grupo econômico, seus sócios e administradores, em medida<br />
cautelar fiscal nos casos onde se verifica “fortes indícios de<br />
fraude”.<br />
O ponto de divergência de entendimento, a nosso sentir, está no<br />
fato da MP 881 determinar que o abuso ou o desvio deverão ser<br />
provados, enquanto que o STJ direcionou um entendimento para<br />
a constatação de indícios.<br />
Este tipo de insegurança jurídica é um dos grandes entraves<br />
para o efetivo crescimento e desenvolvimento da economia,<br />
mormente quando se vislumbra tamanha disparidade de<br />
entendimento adotado pelo Poder Executivo que em certa<br />
medida está diametralmente oposto ao entendimento do Poder<br />
Judiciário.<br />
Ubiratan Reis é advogado tributarista/econômico<br />
e escreve para a Revista Comércio, Indústria e<br />
Agronegócio (ubreis@gmail.com)<br />
|28
29|
ORGULHO<br />
Município já<br />
recebeu R$ 107<br />
milhões do Estado<br />
De IPVA, Araraquara ficou<br />
com pouco mais de R$ 40<br />
milhões, diz Secretaria da<br />
Fazenda.<br />
O governo do Estado de São Paulo<br />
transferiu de janeiro até a primeira<br />
semana de julho cerca de R$ 107<br />
milhões de reais ao município de<br />
Araraquara. Deste total, pelo menos<br />
R$ 66 milhões são de ICMS (Imposto<br />
Sobre a Circulação de Mercadorias),<br />
segundo a Secretaria da Fazenda do<br />
Estado de São Paulo. Os depósitos<br />
semanais são realizados por meio da<br />
secretaria em questão, sempre até<br />
o segundo dia útil de cada semana.<br />
Outros valores também são creditados<br />
na conta corrente da Prefeitura<br />
Municipal. Por exemplo - o<br />
IPVA de janeiro a junho somou R$<br />
40.536.346,50, afirma a pasta. Só<br />
em janeiro o município foi contemplado<br />
com mais de R$ 21 milhões, baixando<br />
para R$ 9 milhões em fevereiro,<br />
R$ 6 milhões em março e nos dois<br />
meses seguintes, R$ 3.5 milhões. Em<br />
IPI diz a nota, Araraquara ficou com<br />
R$ 486 mil.<br />
Em linhas gerais, janeiro foi o mês<br />
que o governo mais repassou: R$ 33<br />
milhões; em junho o pior deles, cerca<br />
de R$ 9 milhões.<br />
FATOS & FOTOS<br />
DA REDAÇÃO<br />
PDT e o fortalecimento das<br />
suas raízes na cidade<br />
Em maio, o Partido Democrático<br />
Trabalhista (PDT Araraquara), presidido<br />
pelo engenheiro Pedro Baptistini, reuniu<br />
na cidade seus militantes para um<br />
encontro com membros da Fundação<br />
Leonel Brizola. Entre eles, Alberto<br />
Pasqualini (FLB-AP), responsável por<br />
articular os momentos de debates<br />
programáticos. Na cidade, o partido<br />
começou a discutir o processo de<br />
elaboração do Programa de Governo<br />
para as Eleições de 2020 e segundo<br />
Baptistini, o PDT terá candidato próprio<br />
ao Executivo. Além das questões<br />
políticas, entrou em debate a Reforma<br />
da Previdência com o Prof. Dr. Nelson<br />
Marconi da Fundação Getúlio Vargas de<br />
SP (FGV/SP) e Antônio Neto, Presidente<br />
Nacional da Central dos Sindicatos<br />
Brasileiros (CSB).<br />
Sem revelar nomes mas garantindo<br />
presença no pleito, Baptistini comentou<br />
que o lançamento da campanha será<br />
Instalação de<br />
câmeras nas<br />
entradas da cidade<br />
podemos considerar<br />
iniciativa louvável<br />
do munícipio pois<br />
controla o acesso<br />
de quem entra, de<br />
quem sai. Cidades<br />
criativas não é<br />
de hoje, utilizam<br />
o sistema como<br />
forma de garantir<br />
a segurança dos<br />
habitantes. Pode não<br />
resolver, mas dificulta<br />
o acesso e facilita a<br />
identificação dos que<br />
por aqui circulam<br />
com más intenções.<br />
O prédio da Estação<br />
de Tratamento de<br />
Água na Fonte<br />
Luminosa que está<br />
com sua estrutura<br />
em petição de<br />
miséria, simboliza o<br />
mau uso do dinheiro<br />
pela administração<br />
pública. Gasta-se<br />
com o que é<br />
desnecessário,<br />
como a compra<br />
do campo do Estrela<br />
e abandona-se a<br />
conservação de um<br />
prédio histórico,<br />
colocando em<br />
risco até a vida<br />
das pessoas.<br />
Os professores Matheus Santos e Nelson<br />
Marconi com o administrador Antônio Neto<br />
e o engenheiro Pedro Baptistini, presidente<br />
do PDT em Araraquara<br />
no mais alto estilo, inclusive com a<br />
presença do seu líder político, Ciro<br />
Gomes que nas eleições presidenciais<br />
do ano passado, teve em Araraquara<br />
no primeiro turno 15,81% dos votos<br />
(17.917), percentual bem próximo de<br />
Fernando Haddad, do PT (16,74% -<br />
18.967 votos).<br />
Baptistini comenta que é importante o<br />
partido encampar essa simpatia pelos<br />
seus projetos, coisa que não aconteceu<br />
no ano passado quando o eleitorado<br />
estava mais focado em tirar o PT do<br />
poder. Ainda assim, Ciro Gomes teve<br />
uma extraordinária votação.<br />
SUBINDO DESCENDO Record absoluto<br />
A cidade ainda está<br />
traumatizada com os<br />
números dos afetados pela<br />
dengue em Araraquara:<br />
quase 13 mil no final de<br />
junho. Por um lado a falta<br />
de cidadania de uma<br />
grande parte da população,<br />
criando e preservando<br />
terrenos sujos, descartes<br />
irregulares; do outro o<br />
desleixo da Prefeitura<br />
Municipal que ao longo<br />
dos tempos se omitiu em<br />
estabelecer regras e tão<br />
pouco exercer um poder<br />
de fiscalização. Agora a<br />
prefeitura paga pelos erros<br />
cometidos, saindo mais caro<br />
o molho do que a carne.<br />
|30<br />
Semanalmente o Governo Estadual<br />
deposita dinheiro na conta da Prefeitura<br />
A bela e doce Yasmin<br />
Assassinato da estudante Yasmin da<br />
Silva Nery, 16 anos, em maio, deixou a<br />
população estarrecida. Crime praticado por<br />
um adolescente de 17 anos, demonstrou<br />
não apenas a frieza, mas o grau de<br />
perversidade. Caso abre investigação<br />
sobre grupos que usam redes sociais para<br />
disseminar ideias e convicções sobre atos<br />
semelhantes ao ocorrido em Suzano.<br />
Yasmin<br />
da Silva<br />
Nery
FRASE<br />
Rodrigo Ribeiro<br />
Estava passando pelo local e fiz uns<br />
registros com meu smartphone, até que fui<br />
identificado pelo professor Tadeu Marcato,<br />
que avisou ao Dimitri, líder do PCO que eu<br />
estava presente. Este, pegou o microfone<br />
e começou a me chamar de inimigo dos<br />
professores e estudantes e incitou os<br />
manifestantes a me intimidarem.<br />
Frase de Rodrigo Ribeiro, membro da<br />
Direita São Paulo e assessor do deputado<br />
Estadual Douglas Garcia (PSL). Ele estava<br />
na praça de Santa Cruz em junho (14),<br />
durante manifestação sobre a reforma<br />
da Previdência e o contingenciamento<br />
da Educação, quando foi percebido<br />
por manifestantes, sendo hostilizado e<br />
obrigado a se retirar do local. Falando<br />
que foi agredido, o assunto terminou em<br />
Boletim de Ocorrência Policial.<br />
Pastor João Cruz<br />
Por seu trabalho social e de<br />
evangelização junto à comunidade,<br />
o pastor João Francisco Santos<br />
Cruz recebeu o título de Cidadão<br />
Araraquarense na Câmara Municipal<br />
(14/06). O reconhecimento é uma<br />
das mais importantes honrarias<br />
concedidas a pessoas não nascidas<br />
na cidade. A indicação foi feita<br />
pelo vereador Toninho do Mel (PT)<br />
e aprovada por unanimidade pelos<br />
parlamentares.<br />
A volta de PC Oliveira<br />
Depois de um ano, o técnico Paulo<br />
César de Oliveira retornou ao<br />
comando de um time de futebol.<br />
Assumiu o Clube Esportivo Aimoré,<br />
de São Leopoldo, Rio Grande do Sul,<br />
para comandar a equipe na Copa<br />
Gaúcha. Seu primeiro trabalho como<br />
treinador de futebol, em 2017, livrou<br />
a Ferroviária do rebaixamento e a<br />
tornou campeã da Copa Paulista.<br />
31|
Empresário Jorge Affonso<br />
LEMBRANÇA DO EMPRESÁRIO<br />
Jorge Affonso<br />
em um adeus<br />
Empresário dos mais<br />
respeitados, teve com a<br />
família efetiva participação<br />
no desenvolvimento da<br />
cidade.<br />
Na madrugada do dia 21 de<br />
junho, faleceu Jorge Affonso, 91<br />
anos de idade. Ele permaneceu<br />
internado por pelo menos 10 dias no<br />
Hospital São Paulo em Araraquara,<br />
onde veio a falecer. Após ser velado<br />
no Almeida, Jorge Affonso foi sepultado<br />
no Cemitério São Bento.<br />
Empresário bem sucedido em<br />
nossa cidade, ele deixou a esposa<br />
Marlene Sualdini e seis filhos do<br />
seu casamento com Leatrice:<br />
Maria Cristina, Paulo Affonso, Rita,<br />
Leatrice, Georgia e Isabel.<br />
Jorge, um empreendedor, nasceu<br />
em São José dos Campos em 17 de<br />
maio de <strong>19</strong>28 e seguiu os passos<br />
do pai, Graciano da Ressurreição<br />
Affonso.<br />
Desde que Graciano veio de<br />
Portugal, sempre foi um empreendedor<br />
e o filho Jorge herdou isso<br />
do pai. Depois que montou a concessionária,<br />
Graciano criou a Usina<br />
Maringá. Jorge contudo trabalhou<br />
com o pessoal da Usina Santa Cruz<br />
e ficou encantado com o assunto.<br />
Pesquisando começou a fazer<br />
álcool de cana para perfume, vendendo<br />
o produto para a Phebo.<br />
Entusiasmado montou uma destilaria<br />
e a usina atualmente deixou de<br />
funcionar, pois após o falecimento<br />
de Graciano, Jorge resolveu cuidar<br />
dos seus negócios e os cunhados,<br />
acabaram assumindo o controle.<br />
Jorge era proprietário das agências<br />
da Chevrolet e Massey Ferguson de<br />
Araraquara e de outras cidades da<br />
região.<br />
A FAMÍLIA<br />
Por ter sido um dos proprietários<br />
da Usina Maringá e depois produtor<br />
de cana, a Canasol distribuiu<br />
nota lamentando o falecimento de<br />
Jorge. Além dos trabalhos criados<br />
por Graciano e Jorge, outros empreendimentos<br />
foram importantes para<br />
a nossa cidade como os antigos<br />
cinemas: Odeon, Paratodos, 9 de<br />
Julho, Coral, Veneza, Capri e Coral,<br />
coordenados por Roberto Affonso.<br />
|32
INCORPORAÇÃO<br />
Em Araraquara o Sicoob da Av. Barroso<br />
assume controle do Sicoob Coopara<br />
Unidas em uma só cooperativa, o Sicoob soma mais<br />
cooperados e mais força para crescer<br />
Sicoob 4434,<br />
na Avenida<br />
Barroso<br />
A notícia correu solta no final de<br />
junho quando foi oficialmente anunciado<br />
que a cooperativa Sicoob da<br />
Av. Barroso havia incorporado a cooperativa<br />
SicoobCoopara, também<br />
com sede em Araraquara, ampliando<br />
assim o número de cooperados e<br />
área de atuação para todo o estado<br />
de São Paulo. Agora, são mais de 8<br />
mil associados e uma cooperativa<br />
ainda mais forte e competitiva.<br />
“A união das cooperativas<br />
Coopara e 4434 segue as orientações<br />
do Banco Central para o<br />
fortalecimento do sistema do cooperativismo<br />
de crédito em todo o país.<br />
Assim, fortalecemos a economia em<br />
nossa região e estado. Deixamos<br />
de atender apenas a região de<br />
Araraquara para atuarmos em todo<br />
o estado. Com isso, nos tornamos<br />
mais competitivos no mercado”,<br />
explica o presidente do Sicoob da Av.<br />
Barroso, Antônio Tomazelli Gaban.<br />
Para o diretor administrativo<br />
do Sicoob da Av. Barroso, Walter<br />
Francisco Orloski, a incorporação é<br />
importante tanto economicamente<br />
quanto estrategicamente. “A união<br />
destas forças amplia as condições<br />
de fortalecimento da nossa cooperativa.<br />
O desafio é grande, mas<br />
as possibilidades de evolução são<br />
ainda maiores. Estamos muito confiantes”,<br />
afirmou Orloski.<br />
PONTOS DE ATENDIMENTO<br />
Com a incorporação do Sicoob<br />
Coopara, o Sicoob da Avenida<br />
Barroso passa a ter cinco Pontos<br />
de Atendimento (PA): Araraquara<br />
(dois pontos), São Paulo, Matão e<br />
Dobrada.<br />
O SICOOB<br />
O Sicoob é o maior sistema financeiro<br />
cooperativo do país com mais<br />
de 4,4 milhões de cooperados e<br />
2,9 mil pontos de atendimento em<br />
todo Brasil. É composto por cooperativas<br />
financeiras que oferecem<br />
serviços de conta corrente, crédito,<br />
investimento, cartões, previdência,<br />
consórcio, seguros, cobrança bancária,<br />
adquirência de meios eletrônicos<br />
de pagamento, dentre outros.<br />
Nas cooperativas financeiras, os<br />
clientes são os donos e os resultados<br />
financeiros são divididos entre<br />
os cooperados.<br />
Sentados: Sidinei Oltremari (diretor operacional) e Antônio<br />
Tomazetti Gaban (presidente) e Walter Francisco Orloski (diretor<br />
administrativo)<br />
O SicoobCoopara na Rua 9 de Julho é sem dúvida uma<br />
cooperativa forte e que ao lado do Sicoob 4434, deve expandir<br />
ainda mais suas atividades no Estado de São Paulo<br />
33|
O CAÇADOR DE RAIOS<br />
Fotógrafo araraquarense<br />
vence concurso nacional<br />
Se existe manifestação da natureza, lá está ele caçando raios<br />
pelas vias da cidade. Assim, ninguém mais do que ele torce<br />
por um bom relâmpago.<br />
Guilherme Américo Peres<br />
Martins mostra a cobiçada<br />
camiseta que ganhou no<br />
concurso; atrás está a foto<br />
que lhe deu o prêmio<br />
Se existe manifestação da natureza,<br />
lá está ele caçando raios pelas<br />
ruas da cidade. Guilherme Américo<br />
Peres Martins, de 26 anos, professor<br />
de geografia e formado pela Unesp<br />
de Ourinhos como geógrafo, não<br />
perde uma oportunidade de caçar<br />
raios, nem que tenha que andar<br />
por quilômetros na madrugada para<br />
encontrar um bom ângulo.<br />
Guilherme começou por hobby<br />
a fotografar, logo depois fez curso<br />
de edição de imagem e atualmente<br />
cursa fotografia no Senac. Ele conta<br />
que em seu curso de geografia conseguiu<br />
unir a matéria com fotografia<br />
voltada para descargas elétricas. Na<br />
faculdade formaram um grupo, onde<br />
participam fotógrafos profissionais,<br />
amadores, geógrafos e meteorologistas<br />
da América Latina. O grupo<br />
troca informações sobre eventos climáticos.<br />
O concurso nacional de raios teve<br />
seu início em 17 de fevereiro com 68<br />
participantes e o resultado foi dado<br />
em 13 de abril deste ano, tendo<br />
como vencedor o araraquarense<br />
Gabriel Martins que hoje faz parte<br />
do grupo Thunderstorm Chasers<br />
caçador de tempestades, com uma<br />
foto tirada em Ourinhos a 45km da<br />
|34
descarga. As melhores fotos foram<br />
escolhidas pelos administradores do<br />
grupo e por três meteorologistas.<br />
Um próximo concurso já está<br />
marcado para setembro, onde as<br />
fotos serão sobre tempestades “incidências<br />
severas”.<br />
Gabriel disse que o prêmio foi uma<br />
camiseta do grupo Thunderstorm<br />
Chasers, mas o que conta, é o reconhecimento,<br />
“porque em Ourinhos<br />
todos os caçadores queriam uma<br />
camiseta desta”.<br />
Do grupo da faculdade que sai<br />
para fotografar raios, são em torno<br />
de 10 pessoas e Gabriel afirma que<br />
sem o apoio deles jamais conseguiria<br />
chegar ao nível que chegou,<br />
pois foram eles que o ajudaram,<br />
principalmente o fotógrafo Ricardo<br />
Carnaval e Márcia Sato. Também<br />
teve a ajuda da especialista em<br />
fotos de raios, Fernanda Trento, que<br />
hoje tem suas fotos publicadas até<br />
mesmo em revistas internacionais.<br />
Uma das<br />
obras<br />
primas de<br />
Guilherme,<br />
na Vila Xavier<br />
Gabriel quer fazer agora mestrado<br />
no Instituto Nacional de<br />
Pesquisas Espaciais. Seu TCC<br />
baseado em “Relâmpagos e o uso<br />
da fotografia como recurso científico<br />
e didático já aconteceu”, tendo<br />
como colaborador o doutor Osmar<br />
Pinto Junior, que é um dos especialistas<br />
mais conceituados em raios<br />
no Brasil, trabalhando no IMPE em<br />
São José dos Campos e contou com<br />
a orientação de Carla Sena.<br />
Hoje os fotógrafos seguem os<br />
eventos climáticos pelo aplicativo<br />
Ligthining Alarm ou pelo site IPMET<br />
de meteorologia de Bauru. Já de<br />
volta a Araraquara, morando na Vila<br />
Xavier, Guilherme não tem mais o<br />
grupo da faculdade para caçar raios,<br />
o que faz de seu pai o companheiro<br />
das tempestades, já que Gilberto<br />
Martins também gosta da emoção.<br />
Os locais com maiores incidências<br />
de raios em Araraquara segundo<br />
Guilherme, vêm de São Carlos, e<br />
ele costuma aguardar para fotografar<br />
no posto Bambina, quando vem<br />
de Ribeirão Preto ele se posiciona<br />
perto do Sesi, na Vila. Mas já andou<br />
durante a noite mais de 30km para<br />
conseguir uma foto entre Matão e<br />
Motuca.<br />
35|
|36
INFORMATIVO<br />
AGRO<br />
N E G Ó C I O S<br />
Edição: Julho/20<strong>19</strong><br />
ETERNAMENTE LEMBRADOS<br />
Araraquara comemora em julho o<br />
Dia do Agricultor<br />
O Dia do Agricultor é 28 de julho, porém, Sindicato Rural, Canasol, Sebrae, Fundação Itesp,<br />
CATI e Coordenadoria Municipal de Agricultura vão comemorar a data dois dias antes.<br />
O presidente Nicolau de Souza Freitas, durante reunião com parceiros na sede do Sindicato Rural de Araraquara<br />
Em junho, o Sindicato Rural de<br />
Araraquara definiu com a Canasol,<br />
Sebrae, Fundação Itesp, CATI e também<br />
a Coordenadoria Municipal de<br />
Agricultura, quais os produtores rurais<br />
serão homenageados no dia 26 de<br />
julho por ocasião das comemorações<br />
do Dia do Agricultor. Na verdade, a<br />
data é festejada em 28 de julho, mas<br />
tradicionalmente o Sindicato Rural a<br />
comemora sempre na última sextafeira<br />
de julho.<br />
Representantes das entidades e<br />
órgãos já têm a programação do evento,<br />
sempre pontuada pela emoção<br />
causada por homenagens que visam<br />
reconhecer o trabalho realizado pelos<br />
produtores no campo.<br />
SER AGRICULTOR<br />
Para o presidente do Sindicato<br />
Rural, Nicolau de Souza Freitas que<br />
comandou a reunião, a data celebra<br />
a importância dos agricultores para<br />
o crescimento econômico do país e<br />
para a sociedade. Além da produção<br />
de alimentos, disse ele, as atividades<br />
desenvolvidas por esse profissional<br />
geram matéria-prima para a fabricação<br />
de inúmeros produtos essenciais<br />
à comunidade.<br />
Considerada uma das profissões<br />
mais antigas da humanidade, a agricultura<br />
tem mudado o mundo há<br />
mais de 10 mil anos; Com o passar<br />
dos séculos, o agricultor desenvolveu<br />
técnicas que possibilitaram o avanço<br />
da agricultura como a conhecemos<br />
hoje – em especial, a mecanização<br />
no campo – responsável pelo aumento<br />
na produtividade e geração de<br />
alimentos. Na verdade, este foi um<br />
grande passo para o Brasil se tornar<br />
o maior produtor mundial de canade-açúcar,<br />
café, laranja, soja e feijão,<br />
culturas que sustentam a economia<br />
da nossa região.<br />
37|
DIA DO AGRICULTOR<br />
Sindicato Rural e Canasol vão<br />
homenagear três produtores rurais<br />
Anualmente, no Dia do Agricultor, comemorado em 28 de julho, o Sindicato Rural<br />
de Araraquara e a Canasol escolhem três dos seus associados para lhes prestar uma<br />
homenagem como reconhecimento ao trabalho de cada um no campo. A data será<br />
festejada no dia 26 de julho.<br />
HILÁRIO ELEUTÉRIO DE SOUZA<br />
de-açúcar, uma das mais importantes<br />
culturas da nossa economia.<br />
Dentro da simplicidade que o caracteriza,<br />
jeito matuto, afirma que viver<br />
da terra tem seus altos e baixos,<br />
mas ama o que faz e onde mantém<br />
hoje seus 36 hectares - no entorno,<br />
todos fazem parte da mesma família,<br />
o que torna o lugar mais aconchegante<br />
e com cheirinho de casa de mãe.<br />
Em <strong>19</strong>67 casou-se com Carmem<br />
Soeli Bisegle, que conhecera em um<br />
baile nas redondezas de seu sítio. Do<br />
amor nasceram três filhos: Silvia Aparecida<br />
de Souza Adalberto, Hilário Junior<br />
e Fabio Caetano de Souza. Também<br />
quatro netos – Letícia Areadne<br />
Adalberto, Beatriz Helena de Souza,<br />
Hilário Neto e Pedro Hilário de Souza,<br />
completam a felicidade do casal.<br />
Hilário e sua esposa viveram no<br />
sítio por 45 anos, hoje moram no Jardim<br />
Imperador, mas não deixam de<br />
estar presentes na propriedade, onde<br />
além da cana têm uma granja, criação<br />
de porcos que é feita pelo filho,<br />
gado e cavalos para garantir a diversão<br />
dos netos que herdaram também<br />
o amor pela terra.<br />
A homenagem que será prestada<br />
no Dia do Agricultor é um justo prêmio<br />
a Hilário, sua esposa Carmem<br />
e demais familiares por sua luta no<br />
campo. Ele nunca se curvou diante<br />
do tempo, tornando-se uma pessoa<br />
querida e respeitada.<br />
Hilário<br />
Eleutério<br />
de Souza<br />
É do campo que saem as melhores<br />
almas, já diziam os mais antigos e<br />
não seria diferente com o menino Hilário<br />
Eleutério de Souza, que nasceu<br />
nas terras dos pais, mais precisamente<br />
no Sítio São Paulo, na Cabeceira<br />
do Boi, em 20 de fevereiro de <strong>19</strong>40.<br />
Hilário, como ele mesmo diz, vem<br />
de uma grande família onde eram em<br />
10 irmãos, e hoje aos 79 anos são<br />
apenas dois, ele e Nicolau de Souza<br />
Freitas, atualmente presidente do Sindicato<br />
Rural de Araraquara.<br />
Desde criança aprendeu com os<br />
pais a sentir o verdadeiro amor pela<br />
terra. “E dela, devo confessar, tirei<br />
tudo o que podia, o que tenho hoje”,<br />
diz o sertanejo puro conhecedor das<br />
safras, principalmente do que plantou<br />
- café, laranja e atualmente a cana-<br />
GILMAR ARGIONA<br />
Nascido no bairro do Sumaré em<br />
São Paulo, Gilmar Argiona aprendeu<br />
a conviver com o campo nos anos<br />
80. Até então, com 25 anos de idade<br />
e proprietário de pelo menos três<br />
postos de gasolina, dividia a responsabilidade<br />
do cotidiano com o primo<br />
Lindomar Argiona Lescovar.<br />
Ele conta que o falecimento do pai<br />
Florival Argiona que era construtor,<br />
praticamente mudou os seus planos.<br />
A família então, que já era proprietária<br />
da Fazenda Coqueiro em nosso<br />
município, decidiu vendê-la e criar a<br />
Fazenda F.A - siglas que identificam<br />
o nome de Florival Argiona. Cerca de<br />
112 hectares aos poucos foram se<br />
transformando em uma cultura citrícola<br />
e a produção hoje supera 120<br />
mil caixas anualmente.<br />
Gilmar<br />
Argiona<br />
|38
Só que a adaptação com Araraquara<br />
não foi nada fácil, pois paulistano<br />
nato teve que alterar completamente<br />
seu ritmo de vida, assimilando<br />
os costumes do interior. Voltar nem<br />
pensar pois vendera os postos de<br />
gasolina em São Paulo e aplicara<br />
grande parte dos recursos na propriedade<br />
em Araraquara: era um período<br />
também que a produção da laranja<br />
passava por transformação.<br />
O futebol que ele tanto gostava lhe<br />
deu então essa proximidade com as<br />
pessoas e ao tornar-se associado do<br />
Clube Araraquarense, foi convencido<br />
pela esposa Fran Palazzi Argiona a<br />
permanecer na cidade, vivendo hoje<br />
os novos tempos que lhes são proporcionados<br />
pelas filhas Vanessa,<br />
Andressa e Larissa, todas casadas.<br />
“Hoje sinto-me extremamente feliz<br />
em viver aqui, pois as amizades<br />
criadas com o futebol que adorava<br />
jogar, me convenceram a ficar na cidade;<br />
elas ainda permanecem e com<br />
o passar do tempo, o mundo agrícola<br />
me levou a participar das atividades<br />
do Sindicato Rural e um outro círculo<br />
de amizades se estabeleceu para fortalecer<br />
este vínculo com Araraquara”,<br />
assegura.<br />
Integrado à diretoria do sindicato<br />
em várias gestões, Gilmar Argiona -<br />
nascido em 25 de abril de <strong>19</strong>56 - por<br />
sua visão administrativa e empreendedora<br />
herdada do pai Florival, sente-se<br />
grato à cidade que o acolheu:<br />
“Veja, a influência das pessoas na<br />
minha atividade por conta do que<br />
faço como produtor, da interação<br />
que existe quase que diariamente,<br />
do companheirismo ao pertencer a<br />
uma classe e do círculo de amizades<br />
que a família criou com o passar do<br />
tempo, se solidifica e passa a exercer<br />
uma influência muito grande em nossa<br />
vida”, afirma Gilmar.<br />
Em linhas gerais, isso exprime seu<br />
agradecimento ao receber a homenagem<br />
que lhe é feita; já por parte do<br />
sindicato, homenagear Gilmar, significa<br />
reconhecer o expressivo trabalho<br />
dedicado à entidade.<br />
DORIVAL BERGAMO<br />
Quando o vapor Las Palmas vindo<br />
de Gênova (Itália) chegou ao Porto de<br />
Santos em agosto de 1892, com o<br />
casal Luigia-Natale Bergamo a bordo,<br />
também estavam os filhos Gerólamo,<br />
Maria, Donato, Secondiano e Antonio.<br />
A esperança saltava nos olhos de<br />
todos e eles sentiam que o mundo<br />
poderia lhes sorrir, bem melhor do<br />
que na Itália que ficara para trás.<br />
Secondiano, um dos filhos, começa<br />
a escrever uma bela história de vida<br />
voltada ao campo.<br />
De lá a família veio para um vilarejo<br />
chamado “Tatú”, mais tarde Tatuí,<br />
próspera cidade na confluência das<br />
bacias dos rios Sorocaba e Tatuuvú<br />
(hoje Bairro do Barreiro). Um ano depois,<br />
os Bergamo’s se encontravam<br />
em uma fazenda no município de Rincão,<br />
trabalhando na cultura do café.<br />
O tempo foi passando e com trabalho<br />
e muita luta, Natale e os filhos foram<br />
adquirindo terras. Com sua morte<br />
veio a divisão: as filhas receberam<br />
sua parte em dinheiro e aos filhos<br />
foram dadas as terras.<br />
Secondiano, um dos filhos, a esta<br />
altura já tinha família estruturada e<br />
a Dorival Bergamo, o pai arrendou<br />
20 alqueires por 6 anos. Neste meio<br />
tempo com o falecimento do pai, Dorival<br />
esperou o final do contrato para<br />
nova divisão, agora correspondente<br />
aos 20 alqueires do pai Secondiano.<br />
No rateio, Dorival hoje possui 12 alqueires,<br />
onde está a sede da Fazen-<br />
Dorival Bergamo<br />
é o produtor<br />
indicado pela<br />
Canasol para<br />
receber a<br />
homenagem no<br />
Dia do Agricultor<br />
da Americana, sendo 9 alqueires de<br />
cana, mais o pasto e a plantação de<br />
mil pés de café.<br />
Atualmente com 83 anos de idade<br />
e o único filho vivo, ele relembra<br />
com saudade o legado deixado pelo<br />
pai que teve uma vida extremamente<br />
difícil, porém, com ativa participação<br />
no desenvolvimento da agricultura na<br />
região. Um dos fatos marcantes, segundo<br />
ele, foi sua participação na fundação<br />
da Canasol, em <strong>19</strong>52. A partir<br />
daí o vínculo da Família Bergamo foi<br />
crescendo e justamente Dorival, que<br />
possuía um relacionamento mais amplo<br />
com o campo, passou a substituir<br />
o patriarca.<br />
Por 22 anos, lembra Dorival, me<br />
mantive como um dos responsáveis<br />
ao lado de Edgard Iost, pelo Ambulatório<br />
da Canasol, onde também fui diretor<br />
em diversos cargos. Da mesma<br />
forma essa convivência ocorreu com<br />
o Sindicato Rural, sempre de forma<br />
participativa. Dorival Bergamo é o que<br />
dá sequência ao espírito pioneiro do<br />
avô Natale e do pai Secondiano, além<br />
dos quatro tios que desembarcaram<br />
em 1892 no Porto de Santos. Ele é<br />
casado com Ignez Castellari Bergamo,<br />
há 63 anos. O casal não tem filhos,<br />
porém, uma afetividade familiar que<br />
mostra a importância do trabalho em<br />
três gerações. Por ser um brilhante<br />
produtor de cana, Dorival Bergamo<br />
receberá esta homenagem no Dia do<br />
Agricultor.<br />
39|
Aplicação de agrotóxicos em propriedades rurais torna ainda mais rígida a fiscalização<br />
FAZENDA MARINGÁ<br />
Empresas estão atentas ao<br />
cumprimento das normas<br />
Ação desta feita foi desenvolvida na Fazenda Maringá com o<br />
objetivo de capacitar os trabalhadores rurais<br />
Para capacitar produtores rurais<br />
sobre a aplicação de agrotóxicos, o<br />
Serviço Nacional de Aprendizagem<br />
Rural (Senar/SP), órgão vinculado à<br />
Federação da Agricultura e Pecuária<br />
do Estado de São Paulo (FAESP), promoveu<br />
o treinamento de “Segurança<br />
e saúde no trabalho com agrotóxicos”<br />
na Fazenda Maringá. A iniciativa contou<br />
com o apoio do Sindicato Rural de<br />
Araraquara.<br />
O treinamento auxiliou no cumprimento<br />
do que está estabelecido<br />
no item 31.8.8 da NR-31, Portaria nº<br />
2.456, de 14 de dezembro de 2011<br />
do Ministério do Trabalho e Empre-<br />
Participantes do curso com o instrutor Cláudio Barbosa<br />
go, que trata sobre agrotóxicos, adjuvantes<br />
e produtos afins, da norma<br />
de segurança e saúde no trabalho na<br />
agricultura, pecuária, silvicultura, exploração<br />
florestal e aquicultura.<br />
De acordo com o coordenador<br />
regional do Senar, João Henrique de<br />
Souza Freitas, os conteúdos técnicos<br />
e práticos visam a compreensão de<br />
medidas que possam minimizar acidentes<br />
de trabalho, doenças ocupacionais<br />
e que protegem a integridade<br />
e capacidade de trabalho da pessoa.<br />
“O Senar oferece treinamentos gratuitos<br />
para auxiliar o cumprimento<br />
da NR-31, porque para uma correta<br />
aplicação é necessário conhecer os<br />
agrotóxicos e saber manipular os<br />
equipamentos de proteção individual”,<br />
complementou.<br />
Entre os conteúdos abordados<br />
estavam o conceito e características<br />
de agrotóxicos, formas de exposição<br />
direta e indireta, consequência do<br />
uso inadequado, sinais e sintomas<br />
de intoxicação, uso de vestimentas e<br />
equipamentos de proteção pessoal,<br />
limpeza e manutenção das roupas e<br />
equipamentos de proteção pessoal,<br />
medidas de primeiros socorros, destinação<br />
correta de embalagens vazias,<br />
rotulagem e segurança na aplicação,<br />
no transporte e no armazenamento.<br />
O instrutor Cláudio Barbosa enfatizou<br />
a importância de qualificar a<br />
mão de obra dos trabalhadores rurais<br />
para ampliar os resultados nas<br />
atividades, com uma atuação mais<br />
assertiva e eficaz. “A avaliação da<br />
turma é positiva, pela participação,<br />
compreensão e execução das ações.<br />
Os agricultores estavam ansiosos<br />
pela informação e se dedicam para<br />
colocar em prática aquilo que é abordado.<br />
Quando iniciou o treinamento,<br />
colocaram as principais dificuldades<br />
dos agricultores em suas vivências,<br />
desta forma buscou-se solução na<br />
prática”, observou.<br />
Trabalhou-se não só a teoria,<br />
como a parte de saúde e segurança<br />
na aplicação e uso dos equipamentos<br />
de proteção individual (EPI), mas<br />
abordou-se toda a questão da tecnologia<br />
de aplicação de agrotóxicos,<br />
com o princípio de “aprender a fazer,<br />
fazendo”.<br />
Sendo assim, uma parte do treinamento<br />
direcionou-se à eficiência,<br />
economia, segurança, pulverização,<br />
aplicação, produto adequado, juntamente<br />
com os participantes in loco,<br />
a regulagem e calibragem de pulverizador<br />
costal e pulverizador de barra,<br />
tamanho de gota, pressão, vazão e<br />
dosagem. Esses itens são de fundamental<br />
importância para que o agricultor<br />
possa associar a questão de segurança<br />
na aplicação com a prática.<br />
|40
FEIRA DO PRODUTOR RURAL<br />
Boas práticas<br />
mostram como<br />
manipular os<br />
alimentos<br />
Novos feirantes vêm sendo<br />
preparados em nossa cidade<br />
para dar vazão aos produtos<br />
vindos do campo<br />
Em maio e junho houve a sequência<br />
nos trabalhos do Programa Feira<br />
do Produtor Rural organizado pelo<br />
Sindicato Rural, Senar SP e Fundação<br />
Itesp. Com metodologia participativa<br />
e envolvendo os participantes em todas<br />
as decisões, durante dois dias<br />
eles foram capacitados em Boas Práticas<br />
na Manipulação de Alimentos.<br />
Nos dias 6 e 7 de maio, orientados<br />
pela instrutora Angela Barbieri<br />
Nigro, os alunos tiveram contato com<br />
os assuntos pertinentes ao módulo<br />
Boas Práticas. Na oportunidade, a<br />
instrutora Ângela Nigro trabalhou com<br />
os participantes todos os aspectos<br />
relacionados à higienização dos alimentos;<br />
os hábitos e práticas necessários<br />
para garantir ao consumidor<br />
produtos de qualidade e com garantia<br />
de procedência. “Este módulo é fundamental<br />
a todos que comercializam<br />
alimentos, visto que a qualidade de<br />
Aula teórica para preparação do grupo de futuros feirantes<br />
vida e satisfação do consumidor são<br />
os objetivos primeiros de qualquer<br />
tipo de comercialização”, comentou<br />
a instrutora satisfeita com o desempenho<br />
dos participantes.<br />
O módulo foi trabalhado através<br />
de orientações teóricas minuciosas,<br />
tratando de aspectos diversos relacionados<br />
à responsabilidade do produtor<br />
ao comercializar diretamente ao seu<br />
consumidor. Para Maria Clara Piai da<br />
Silva, da Fundação Itesp, o produto<br />
colocado à venda pelo futuro feirante<br />
deve ser visto como cartão de visita<br />
bem como os aspectos de higiene<br />
do estante e tudo a ele relacionado.<br />
Além disso, foram desenvolvidas dinâmicas<br />
que possibilitaram aos produtores<br />
perceber a importância das<br />
boas práticas.<br />
A Feira do Produtor Rural atualmente é<br />
organizada em três bairros da cidade:<br />
Vila Ferroviária, Valle Verde e Santa Júlia,<br />
premiando os produtores rurais com ótimos<br />
pontos para comercialização dos seus produtos<br />
Já na continuidade do programa<br />
no final de maio, teve início o módulo<br />
Produtos para Comercialização. Neste<br />
módulo, além da apresentação<br />
da possibilidade de comercialização<br />
de produtos exóticos, estimulando a<br />
diversidade, ainda foram realizadas<br />
visitas a alguns produtores para verificar<br />
nas propriedades, os produtos<br />
que os feirantes não estão habituados<br />
a comercializarem, mas que podem<br />
gerar lucros, como flores, plantas<br />
medicinais e mudas em vasos.<br />
Para os participantes deste curso<br />
de capacitação, Ângela Nigro explicou<br />
que o Programa Feira do produtor é<br />
resultado da parceria entre Sindicato<br />
Rural de Araraquara, Senar, Prefeitura<br />
Municipal de Araraquara, Sebrae<br />
e Fundação Itesp - GTC Araraquara.<br />
Todos os servidores envolvidos estão<br />
sempre presentes buscando contribuir<br />
para o sucesso dos trabalhos.<br />
Os participantes<br />
em momentos de<br />
estudos e dinâmicas<br />
conduzidos pela<br />
Instrutora Ângela<br />
Barbieri Nigro<br />
41|
No segundo semestre<br />
os instrutores<br />
preparados em nossa<br />
cidade, deverão passar<br />
os conhecimentos<br />
adquiridos para<br />
os trabalhadores e<br />
produtores rurais<br />
NOVA CARTILHA<br />
Senar forma 10 instrutores<br />
para motoniveladora<br />
Treinamento seguindo nova cartilha aconteceu<br />
no Sindicato Rural e depois em propriedade da<br />
Usina São Martinho, em Américo<br />
Instrutores observam as técnicas constantes da nova cartilha<br />
Um repasse para instrução de<br />
Operação de Motoniveladora possibilitando<br />
a formação de dez novos<br />
instrutores aconteceu em uma das<br />
propriedades da Usina São Martinho,<br />
em Américo Brasiliense, durante o<br />
mês de junho.<br />
Pelo fato da São Martinho ter uma<br />
ligação muito forte com o Senar e o<br />
Sindicato Rural, um acordo fez com<br />
que a parceria concentrasse em Araraquara<br />
e Américo as novas técnicas<br />
contidas na cartilha, preparando os<br />
instrutores para os cursos que serão<br />
implantados em breve. Assim, o Gru-<br />
po São Martinho disponibilizou duas<br />
motoniveladoras para que os instrutores<br />
se adaptassem para o programa<br />
que será implantado pelo Senar.<br />
Um instrutor de motoniveladora do<br />
Senar de Minas Gerais, está formando<br />
agora nove novos instrutores, para<br />
que em agosto o curso seja oferecido<br />
aos parceiros, com duração de quatro<br />
dias com 8 horas diárias.<br />
Para o aluno interessado em<br />
operar a motoniveladora, o caminho<br />
é um pouco longo: primeiro tem que<br />
realizar um curso de tratorista com<br />
especialização em retroescavadeira<br />
e pá-carregadeira para depois então<br />
participar do programa de motoniveladora.<br />
Segundo João Henrique de Souza<br />
Freitas, coordenador regional do<br />
Senar em Araraquara, o processo é<br />
feito desta forma para que o aluno<br />
entenda toda a grade oferecida. “Se<br />
você não sabe dirigir um trator, não<br />
tem condições de seguir a grade, até<br />
pelo risco que o aluno e o instrutor<br />
correm durante o curso”, disse João<br />
Henrique. Para o próximo ano, o Senar<br />
prepara ainda o último curso da<br />
linha amarela que seria o de pá-hidráulica<br />
para o corte de eucalipto.<br />
Vale ressaltar que todos os cursos<br />
são gratuitos e certificados, garantindo<br />
que o aluno tenha condições de<br />
acessar o mercado de trabalho.<br />
João Henrique, coordenador regional do Senar, acompanha o<br />
trabalho de Francisco Carlos de Arruda junto aos instrutores<br />
|42
CAPACITAÇÃO<br />
Curso mostra a<br />
eficiência das<br />
semeadoras<br />
Uso da semeadora para<br />
a distribuição das sementes<br />
e evitar perdas na produção<br />
da lavoura foram também o<br />
foco do curso .<br />
De 10 a 13 de junho foi realizado<br />
o curso de Operação de Tratores<br />
com semeadora de precisão na chácara<br />
do associado do Sindicato Rural,<br />
Fernando Rapatoni, em Santa Lúcia.<br />
Produtores e trabalhadores rurais se<br />
inscreveram para terem capacitação<br />
na operação/manutenção de tratores<br />
agrícolas e o uso deles com semeadoras<br />
de precisão.<br />
Francisco Carlos de Arruda, experiente<br />
instrutor do Senar, coordenou<br />
o curso, explicando inicialmente os<br />
tipos de semeadoras. Na verdade,<br />
elas são classificadas em dois tipos<br />
principais conforme a forma de distribuição<br />
das sementes, podendo<br />
ser de precisão para semeadura de<br />
grãos graúdos como soja e milho, ou<br />
de fluxo contínuo para semearem<br />
Semeadoras que foram utilizadas durante o curso na chácara de Fernando Rapatoni<br />
sementes miúdas como trigo, sorgo<br />
e milheto.<br />
A grande diferença entre os dois<br />
tipos de semeadoras é que a de precisão<br />
distribui as sementes em intervalos<br />
regulares entre elas e com<br />
espaçamento maior entre linhas, utilizando<br />
dosadores dos tipos discos<br />
horizontais ou dosadores a vácuo. As<br />
semeadoras de fluxo contínuo distribuem<br />
as sementes no sulco de forma<br />
contínua e são utilizadas principalmente,<br />
para culturas que requerem<br />
menores espaçamentos entre sementes<br />
e entre linhas, culturas com elevada<br />
taxa de dosagem por metro de<br />
linha. Para esta forma de trabalho, as<br />
semeadoras utilizam principalmente<br />
mecanismo dosador dos tipos rotor<br />
acanalado.<br />
O coordenador regional do Senar<br />
em Araraquara, João Henrique<br />
de Souza Freitas, acompanhando a<br />
realização do curso, foi questionado<br />
sobre o papel do Sindicato Rural e o<br />
Senar na execução destes programas<br />
de capacitação.<br />
Para ele, as fabricantes e montadoras<br />
de máquinas agrícolas e os produtores<br />
brasileiros estão começando<br />
a voltar os olhos para a qualificação<br />
da mão de obra do campo. “O foco<br />
pode ser uma solução para o déficit<br />
de trabalhadores profissionalizados,<br />
um problema geral da economia brasileira<br />
que encontra no agronegócio<br />
um agravante, que é a alta mecanização<br />
da produção”.<br />
De fato, nos últimos cinco anos,<br />
o Brasil virou referência na produção<br />
de tecnologias de agricultura de<br />
precisão, mas faltou combinar com<br />
os produtores como operar as novas<br />
máquinas, cada vez mais complexas.<br />
Para suprir essa necessidade ocorre<br />
a intervenção do Senar para aprimorar<br />
os conhecimentos dos produtores.<br />
Finalizado o curso os participantes são fotografados num momento histórico para eles<br />
43|
FOLHAS DECORATIVAS<br />
Novo curso<br />
para abertura<br />
de mercado<br />
Mulheres demonstram<br />
comprometimento com o<br />
aprendizado e começam<br />
a trabalhar com folhas<br />
decorativas.<br />
No Assentamento Monte Alegre,<br />
aconteceu em junho, durante quatro<br />
dias, o curso de Artesanato com folhas,<br />
decorativos e técnicas, ministrado<br />
pela instrutora Cilene Godinho de<br />
Souza. As participantes aprenderam<br />
com o Senar Araraquara a transformar<br />
cascas e flores em artesanato<br />
histórico, produzindo itens não só<br />
decorativos, mas também utilitários.<br />
Cilene, responsável pelas aulas<br />
teóricas e práticas, iniciou o curso<br />
realizando o resgate cultural local entre<br />
as participantes e as despertando<br />
para a valorização do artesanato.<br />
Para as participantes que teceram<br />
elogios ao curso, o Senar transforma<br />
Rosas que são feitas com<br />
palhas do milho e outros<br />
materiais recolhidos no<br />
próprio campo<br />
vidas. Com isso, disseram elas, além<br />
de resgatar nossa cultura, desenvolvemos<br />
também nossa capacidade<br />
criativa, elogiando o profissionalismo<br />
e a pontualidade da instrutora.<br />
O coordenador regional do Senar,<br />
João Henrique de Souza Freitas destaca<br />
que a grande preocupação do<br />
Senar é levar conhecimento e ações<br />
sociais ao campo e ajuda a melhorar<br />
a qualidade de vida e a renda das<br />
pessoas que produzem e contribuem<br />
para o desenvolvimento do município.<br />
No caso do programa desenvolvido<br />
no Assentamento, disse ele, é<br />
importante mostrar o comprometimento<br />
das mulheres, aprendendo a<br />
confeccionar peças que poderão ser<br />
vendidas ou então embelezar a sua<br />
própria casa. Para o coordenador, o<br />
Brasil desenvolve uma agropecuária<br />
que é modelo para o mundo, produz<br />
e, ao mesmo tempo, preserva o meio<br />
ambiente.<br />
A cada dia, disse ele, o Senar abre<br />
caminhos e busca novos rumos para<br />
oferecer a capacitação profissional<br />
exigida com o crescimento, dinamismo<br />
e grandiosidade da agropecuária<br />
brasileira.<br />
E completou: “Em todos os cursos<br />
e treinamentos, procuramos difundir<br />
noções de responsabilidade social e<br />
de preservação do meio ambiente,<br />
pois sabemos que isso é preciso”.<br />
CURSOS<br />
<strong>JULHO</strong> / 20<strong>19</strong><br />
• PROCESSAMENTO ARTESANAL<br />
DA CANA-DE-AÇUCAR- MELADO,<br />
RAPADURA E AÇUCAR MASCAVO -<br />
TÉCNICAS<br />
01 e 02/07<br />
Local: Assentamento Monte Alegre<br />
• JOVEM AGRICULTOR DO FUTURO -<br />
MÓDULO IV<br />
01 a 29/07<br />
Local: Araraquara<br />
• JOVEM AGRICULTOR DO FUTURO -<br />
MÓDULO IV<br />
01 a 29/07<br />
Local: Motuca<br />
• FEIRA DO PRODUTOR RURAL -<br />
CONSTRUÇÃO DO ESTANDE DE<br />
BAMBU (MÓDULO IV)<br />
03, 04, 17, 18 e 31/07<br />
Local: Sítio 3 Ramos<br />
• PROCESSAMENTO ARTESANAL DE<br />
MANDIOCA – TÉCNICAS<br />
04 e 05/07<br />
Local: Canasol<br />
• PROLEITE – SANIDADE (MÓDULO X)<br />
07, 08, 09, <strong>19</strong>, 20 e 21/07<br />
Local: Fazenda Baguassu<br />
• OLERICULTURA ORGÂNICA –<br />
TRATOS CULTURAIS (MÓDULO V)<br />
08 e 22/07<br />
Local: Assentamento<br />
VIVEIRISTA – PRODUÇÃO DE MUDAS<br />
NATIVAS<br />
10 a 12/07<br />
Local: Assentamento<br />
• OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO DE<br />
MOTOSSERRA (ainda não confirmado)<br />
11 a 13/07<br />
Local: São Martinho<br />
• SEGURANÇA EM MÁQUINAS E<br />
IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS – NR 31.12<br />
15 a 17/07<br />
Local: Terral<br />
• SEGURANÇA EM MÁQUINAS E<br />
IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS – NR 31.12<br />
15 a 17/07<br />
Local: São Martinho<br />
• AGROTÓXICOS – USO CORRETO E<br />
SEGURO – NR 31.8<br />
22 a 24/07<br />
Local: São Martinho<br />
• DIA DO AGRICULTOR<br />
26/07<br />
Local: Nosso Ninho<br />
• SEGURANÇA EM MÁQUINAS E<br />
IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS - NR 31.12<br />
26 a 28/07<br />
Local: Fazenda Jamaica<br />
Coordenador SENAR/SP Araraquara:<br />
João Henrique de Souza Freitas<br />
Foto ao lado mostra<br />
as participantes no<br />
primeiro dia do curso<br />
no Assentamento<br />
|44
45|
NOTÍCIAS<br />
CANAS<br />
L<br />
<strong>EDIÇÃO</strong> <strong>JULHO</strong> | 20<strong>19</strong><br />
ENCONTRO DOS PRODUTORES DE BETERRABA AÇUCAREIRA E CANA-DE-AÇÚCAR<br />
Canasol no Congresso Internacional<br />
da WABCG em Ribeirão Preto<br />
Setor viu na realização<br />
da conferência no Brasil em<br />
20<strong>19</strong>, uma excelente<br />
forma de divulgar que é<br />
possível ser um dos maiores<br />
produtores agrícolas do<br />
mundo e, ao mesmo tempo,<br />
ser o país que mais preserva<br />
as florestas no mundo.<br />
A escolha de Ribeirão Preto como<br />
sede do Congresso Internacional da<br />
WABCG, foi definida no ano passado<br />
em Roterdã (Holanda), quando estiveram<br />
reunidos representantes de<br />
suas 30 associadas. Durante o longo<br />
período preparatório do evento, os<br />
organizadores entenderam que seria<br />
uma oportunidade para divulgação<br />
de sua estratégia de ações e dos diferenciais<br />
do setor sucroenergético<br />
no tocante a produção de alimentos<br />
e bioenergia.<br />
A 13ª Conferência da WABCG<br />
ocorreu entre os dias 3 e 6 de junho<br />
e contou com mais de 20 delegações<br />
de países produtores de beterraba<br />
açucareira e cana-de-açúcar. A WAB-<br />
CG organizou o encontro em conjunto<br />
com a Orplana (Organização de Plantadores<br />
de Cana da Região Centro-<br />
Sul), sendo exclusivo aos principais<br />
produtores e lideranças de matériasprimas<br />
para a produção de açúcar<br />
no mundo, isto é, cana-de-açúcar e<br />
Eduardo Vasconcellos Romão assume a<br />
presidência da WABCG<br />
beterraba açucareira.<br />
Também na ocasião, Eduardo Vasconcellos<br />
Romão, vice-presidente da<br />
ORPLANA e presidente da ASSOCI-<br />
CANA – Jaú, assumiu a presidência<br />
da WABCG - Associação Mundial de<br />
Produtores de Beterraba e Cana-de-<br />
Açúcar, a mais importante do mundo.<br />
Romão é o primeiro brasileiro a assumir<br />
o tão importante cargo.<br />
ANIVERSÁRIO<br />
Canasol: 67 anos<br />
de conquistas<br />
Fundada em 7 de junho de<br />
<strong>19</strong>52 por um grupo de produtores<br />
que viram a força do associativismo,<br />
a Canasol nasceu com o intuito<br />
de defender os interesses dos produtores<br />
de cana e de representar<br />
o setor sucroenergético da região<br />
central do Estado de São Paulo.<br />
Nestes 67 anos, a Canasol teve papel<br />
relevante no desenvolvimento<br />
social e econômico da agricultura<br />
regional, tornando-se uma entidade<br />
atuante e respeitada. Muito obrigado<br />
a todos os associados, parceiros<br />
e colaboradores que fazem o sucesso<br />
da Canasol.<br />
CAPACITAÇÃO<br />
Lideranças que<br />
vão surgindo<br />
Durante dois dias de junho (4 e<br />
6) a Canasol realizou em seu auditório<br />
o curso com o tema: Liderança de<br />
Equipes, organizado pelo Senar SP<br />
- Regional Araraquara, em parceria<br />
com o Sindicato Rural.<br />
Os participantes realizaram várias<br />
dinâmicas em grupos, demonstrando<br />
as diferenças entre Líder/Chefe e a<br />
importância do trabalho em equipe.<br />
Os participantes saíram motivados<br />
e satisfeitos com o curso ministrado<br />
pelo instrutor Eduardo Luiz Perez.<br />
Shivajrao Dreshmukh da Índia, falando<br />
sobre sua experiência no cultivo de<br />
beterraba açucareira naquele país<br />
À esquerda, os diretores da Canasol,<br />
Tatiana Teixeira e Jorge Piquera no<br />
congresso internacional da WABCG, onde<br />
um dos principais temas foi o RenovaCalc<br />
Eduardo Perez ministrando o curso no<br />
auditório da Canasol<br />
|46
INOVAÇÃO TECNOLÓGICA<br />
Canasol participou do Ethanol<br />
Summit 20<strong>19</strong> em São Paulo<br />
Lançado pela UNICA em<br />
2007 e realizado a cada<br />
dois anos, o Ethanol Summit<br />
é um dos principais eventos<br />
do mundo voltados para<br />
as energias renováveis,<br />
particularmente o etanol e<br />
os produtos derivados da<br />
cana-de-açúcar.<br />
Luís Henrique e Nicolau ao lado do Toyota<br />
Corolla híbrido e flex lançado neste ano<br />
Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos<br />
Deputados, discursando no evento<br />
Durante a realização do Ethanol<br />
Summit no Espaço da Fecomércio na<br />
capital paulista em junho, a ministra<br />
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento,<br />
Tereza Cristina, afirmou que<br />
o Governo está empenhado em modernizar<br />
e aumentar a produção agropecuária<br />
e que as mudanças que se<br />
fizerem necessárias serão adotadas<br />
independentemente de opiniões contrárias<br />
de Ong’s ou países estrangeiros.<br />
Para ela, a inovação tecnológica<br />
pautará a produção sucroenergética<br />
em nosso país. Além disso, declarou<br />
que a Ásia é e continuará a ser estratégica<br />
para as exportações brasileiras<br />
de açúcar, seguida pela África. Há um<br />
potencial de consumo de 41 milhões<br />
de toneladas/ano, afirmou.<br />
Esta edição contou com 150<br />
palestrantes e moderadores com<br />
diferentes repertórios compondo<br />
20 painéis, quatro plenárias e duas<br />
palestras magnas. A cerimônia de<br />
abertura, que aconteceu neste dia<br />
17 de junho, além da ministra Tereza<br />
Cristina, dos ministros Bento Albuquerque<br />
(Minas e Energia), Onyx<br />
Lorenzoni (Casa Civil), Ricardo Salles<br />
(Meio Ambiente), do governador de<br />
São Paulo, João Dória, do presidente<br />
da Câmara dos Deputados, Rodrigo<br />
Maia, do presidente da Apex-Brasil,<br />
Sergio Ricardo Segovia Barbosa, entre<br />
outras autoridades.<br />
Representando o setor agro de<br />
Araraquara, estiveram presentes o<br />
presidente do Sindicato Rural Nicolau<br />
de Souza Freitas, o presidente da Associação<br />
dos Fornecedores de Cana<br />
(Canasol) Luís Henrique Scabello de<br />
Oliveira e o engenheiro agrônomo<br />
também da Canasol, Guilherme Lui<br />
Paula Bueno.<br />
Após participar do evento, o presidente<br />
da Canasol, Luís Henrique,<br />
relatou aos seus companheiros de<br />
diretoria que o Ethanol Summit é um<br />
marco para o setor sucroenergético.<br />
Destacou que o Brasil é o segundo<br />
maior produtor de etanol do mundo<br />
e o maior exportador de açúcar e que<br />
apresenta um potencial de produção<br />
de energia elétrica equivalente a quatro<br />
Usinas Belo Monte. Tudo isso com<br />
alto nível de sustentabilidade e geração<br />
de renda. O setor sucroenergético<br />
deve ser fonte de orgulho para todos<br />
os brasileiros”, complementa.<br />
Guilherme Lui de Paula Bueno, Luís<br />
Henrique Scabello de Oliveira e Nicolau de<br />
Souza Freitas, no Ethanol Summit 20<strong>19</strong><br />
PALÁCIO DOS BANDEIRANTES<br />
Os 50 anos do Centro de<br />
Tecnologia Canavieira<br />
No Hall Nobre do Palácio dos Bandeirantes,<br />
o Centro de Tecnologia Canavieira<br />
(CTC) comemorou em junho<br />
(16) o seu cinquentenário. Do evento<br />
participaram Luís Henrique Scabello<br />
de Oliveira, presidente da Canasol e<br />
Nicolau de Souza Freitas, presidente<br />
do Sindicato Rural.<br />
Inovação e transformação são<br />
duas características que marcam a<br />
história do Centro de Tecnologia Canavieira.<br />
A empresa 100% nacional,<br />
com foco em pesquisa, desenvolvimento<br />
e comercialização de variedades<br />
de cana-de-açúcar, completa,<br />
em 20<strong>19</strong>, 50 anos de sua fundação.<br />
Com sede em Piracicaba, o CTC teve<br />
uma longa trajetória até se tornar a<br />
principal referência em tecnologia canavieira<br />
no Brasil e no mundo<br />
Diretores e conselheiros da Orplana<br />
presentes nos 50 anos do CTC<br />
47|
A FESTA MAIS ANIMADA DA REGIÃO<br />
Noite Italiana do Redenção<br />
e a alegria de um povo feliz<br />
Comer, beber e cantar - ingredientes proporcionados pelos<br />
costumes de um povo que tem a receita da felicidade.<br />
Prepare-se, pois no dia 20 de julho<br />
a cidade vai viver um dos seus<br />
momentos mais festivos com a tradicional<br />
Noite Italiana, organizada pelo<br />
Lar Escola Redenção, agora em sua<br />
trigésima sétima edição. O encontro<br />
das famílias é transformado em uma<br />
noite repleta de emoções e alegrias,<br />
acompanhada de jantar e músicas<br />
típicas, diz o presidente Jorge Lorenzetti,<br />
que ressalta “a felicidade que<br />
os imigrantes e seus descendentes<br />
encontram num ambiente totalmente<br />
decorado”.<br />
Na verdade este é um momento<br />
único em que todos se juntam, independente<br />
da nacionalidade, cultivando-se<br />
a fraternidade e a alegria<br />
através das tarantelas, diz Lorenzetti.<br />
Um vasto e belo serviço de buffet<br />
apresenta pratos quentes, saladas,<br />
sobremesas e uma carta de vinhos<br />
de qualidade. Ele lembra ainda que<br />
os participantes recebem a tarantela,<br />
um chocalho típico italiano para<br />
o acompanhamento das músicas,<br />
embalados pela alegria contagiante.<br />
|48
CONVITES<br />
Como muitos frequentadores nos<br />
anos anteriores têm se queixado que<br />
não conseguiram os convites, pois<br />
geralmente esgotam-se com antecedência,<br />
a organização da festa solicita<br />
que os interessados acelerem as reservas,<br />
mesmo porque, na compra de<br />
dois ou mais convites, pode ocorrer o<br />
parcelamento do pagamento.<br />
LAR ESCOLA REDENÇÃO<br />
O Lar Escola Redenção é uma<br />
entidade que atende gratuitamente<br />
crianças e adolescentes em três<br />
unidades em Araraquara. Com os<br />
recursos obtidos durante o período<br />
de realização da Noite Italiana, o Lar<br />
Escola Redenção consegue manter<br />
suas atividades, daí a importância da<br />
colaboração em participar da festa.<br />
Jorge Lorenzetti, presidente do Lar<br />
Escola Redenção e um dos membros<br />
da Comissão Organizadora. Ele<br />
reforça o pedido para que os<br />
interessados em participar da festa<br />
façam a reserva dos convites, o que<br />
permite inclusive o parcelamento<br />
Ambiente festivo proporcionado pelos<br />
participantes de uma noite inesquecível<br />
49|
O cumprimento ou<br />
saudação, sinais de eterno<br />
respeito ao adversário<br />
ULISSES, O PROFESSOR CORAGEM<br />
Quando a boa vontade<br />
muda os nossos caminhos<br />
Se doando à solidariedade, professor de karatê arrebanha<br />
adeptos para um projeto que nasceu em sua garagem<br />
Professor Ulisses<br />
Assim como ‘Ulisses que teve a<br />
ideia de construir o cavalo de Tróia’,<br />
colocando fim à guerra com a Grécia<br />
que durou 10 anos, temos aqui um<br />
novo personagem, que não é rei na<br />
ilha de Ítaca, mas também tem alma<br />
nobre.<br />
Ulisses Luiz da Silva que é analista<br />
de sistema durante o dia na Nigro<br />
Alumínio, à noite se traveste de solidariedade<br />
e aos poucos tenta acabar<br />
com a falta de acesso às escolinhas<br />
de esportes para as crianças do seu<br />
bairro.<br />
No início o professor de Karatê do<br />
estilo Wadô Ryu, começou a ensinar<br />
seus filhos na garagem de sua casa,<br />
devagar eles trouxeram os amigos, e<br />
quando Ulisses se deu conta, já não<br />
havia mais espaço, então resolveu fazer<br />
as aulas na Praça Maria Valéria<br />
Galvão Medina, no Cecap.<br />
O projeto encabeçado por ele e pelos<br />
pais, deu tão certo que todos os<br />
dias aparecem crianças até mesmo<br />
de outros bairros querendo participar<br />
das aulas, que já contam com 20<br />
alunos fixos. Hoje a praça é tomada<br />
por crianças três vezes por semana<br />
para aprender a arte e também pelos<br />
pais, os maiores entusiastas do projeto.<br />
Vale ressaltar que Ulisses ainda<br />
ensina vôlei voluntariamente aos sábados<br />
na escola Professora Angelina<br />
Lia Rolfsen, no mesmo bairro, sem a<br />
cooperação do poder público.<br />
Os kimonos para as aulas, Ulisses<br />
encontra com parceiros e doações,<br />
assim consegue que todos fiquem<br />
uniformizados. “Eu me sinto realizado<br />
em poder fazer o bem; consigo e<br />
tiro essas crianças das ruas, da frente<br />
de um computador e celular e principalmente,<br />
desvio essa garotada dos<br />
caminhos das drogas, isso é o mais<br />
importante. O meu pagamento é o<br />
sorriso de cada um. Isso me deixa<br />
muito feliz”.<br />
Recentemente, os alunos do professor<br />
Ulisses participaram pela primeira<br />
vez de um torneio na cidade<br />
de Américo Brasiliense e trouxeram<br />
medalhas e troféus: “A alegria deles<br />
é meu pagamento”, disse o mestre.<br />
Natália de 35 anos, mãe de Ana<br />
Júlia de Freitas Costa, de 7 anos,<br />
diz que depois que a filha começou<br />
a fazer as aulas, tudo mudou, “está<br />
mais obediente, educada e tem mais<br />
respeito, também está mais focada<br />
na escola. O karatê ensinou a ela o<br />
que é disciplina”. Ana Júlia, embora<br />
pequenina e delicada, disse que gosta<br />
do esporte pois já aprendeu a se<br />
defender da violência.<br />
Matheus Henrique Soares Oliveira,<br />
12 anos, que pratica há sete meses,<br />
diz que começou para aprender<br />
por auto-defesa, mas, pretende seguir<br />
os passos do mestre e também ensinar<br />
a arte a outras crianças que não<br />
têm condições de pagar pelas aulas.<br />
|50
Os pais voltam às praças acompanhando os filhos<br />
A transformação das crianças<br />
Bruna, mãe de Matheus, disse<br />
que as aulas têm ajudado muito ao<br />
filho, onde ele já entendeu que não<br />
pode mais brigar na escola, interferindo<br />
até mesmo no comportamento<br />
de outros, deixando o ambiente mais<br />
calmo e responsável. “Ele era uma<br />
criança que não saía de casa e o esporte<br />
o tirou do celular e computador,<br />
hoje ele é muito disciplinado”.<br />
Com boa vontade, cidadania e<br />
solidariedade, Ulisses faz com que<br />
crianças tenham uma nova oportunidade,<br />
uma janela para um futuro<br />
melhor. Evidente que ele não cessará<br />
com a eterna guerra de Tróia que persiste<br />
nas ruas, mas afasta das crianças<br />
combates que poderiam levá-las<br />
a caminhos sombrios, sendo assim,<br />
vai colorindo a praça com sorrisos e<br />
provando que doar um pouco de seu<br />
tempo em prol do próximo, o coloca<br />
no pódio como campeão na vida.<br />
Parabéns, Ulisses!<br />
51|
Texto: Benedito<br />
Salvador Carlos,<br />
o Benê, com a<br />
colaboração de<br />
Deives Meciano<br />
Benê, todo cuidado é pouco na curva<br />
VELHOS TEMPOS, BELOS DIAS<br />
‘Correndo devagar’,<br />
a gente chega lá...<br />
Correndo devagar é<br />
uma simbologia que<br />
aprendi que a vitória<br />
tem o seu momento<br />
exato e que só os<br />
verdadeiros campeões<br />
é que conhecem a hora<br />
exata de aplicá-la.<br />
Benê<br />
A corrida era para ser realizada<br />
nas ruas de Araraquara, assim como<br />
em outras oportunidades e fazia parte<br />
dos festejos de aniversário de nossa<br />
cidade. Por motivos de política e<br />
de segurança, a Prefeitura Municipal<br />
e Corpo de Bombeiros não concederam<br />
a autorização para a realização<br />
do evento.<br />
Como tudo estava em cima da<br />
hora, a mídia toda desenvolvida e o<br />
convite já realizado para outras equipes<br />
também pólos de velocidade,<br />
como as das cidades de Bauru, Goiania<br />
e Santos, o Moto Clube Araraquara<br />
conseguiu que esse evento fosse<br />
transferido para a vizinha cidade de<br />
Jaú, outro reduto de pilotos de competição,<br />
em especial dos “Lambreteiros”,<br />
Waldemar Zago e Carlos Murari,<br />
campeões brasileiros da categoria.<br />
A cidade de Jaú sempre nos recebeu<br />
muito bem. Por quatro anos<br />
participei de eventos relacionados a<br />
corridas naquele local. Primeiro com<br />
Adolpho Signini, que generosamente<br />
assumiu a responsabilidade no meu<br />
transporte junto à empresa de ônibus,<br />
que não permitia a viagem de menores<br />
de idade desacompanhados. Depois<br />
no ano seguinte com Diogo Faito,<br />
quando tive remotas expectativas de<br />
fazer minha primeira corrida, oportunidade<br />
em que esperava correr com<br />
a cinquentinha Italjet, sem preparo<br />
algum, com motor fraco e com a embreagem<br />
patinando, que resultou em<br />
um abandono antes mesmo da prova<br />
se iniciar.<br />
No ano de <strong>19</strong>74, já de Yamaha<br />
FS1 que caprichosamente preparada<br />
por Celso (Baiano Faito) Martinez,<br />
instalando em minha motocicleta um<br />
carburador Italiano de marca Dellorto<br />
para alimentar todas as modificações<br />
compatíveis com a nova motorização<br />
do cilindro e cabeçote preparados<br />
conforme projeto da fábrica da Yamaha<br />
no Japão, a motocicleta ganhou<br />
muita rotação e só trabalhava<br />
em alta, o que proporcionava para<br />
mim um grande prazer na pilotagem,<br />
andando sempre no limite da máquina<br />
e do homem, o que me dava esperanças<br />
de voos maiores. Naquele<br />
dia tinha uma expectativa de grande<br />
resultado, pois carregava comigo um<br />
sentimento simples, quanto mais perto<br />
de Penha (José da Penha Moreira)<br />
e Neto (Olympio Bernardes Ferreira<br />
Neto) estivesse, mais próximo estava<br />
da vitória e para isso era necessária<br />
muita obstinação, o que não aconteceu,<br />
porque cai.<br />
Acho que foi meu primeiro grande<br />
tombo. Direito não sei por que aconteceu.<br />
Só me lembro que vinha acelerando<br />
muito, confiante e sem medo<br />
algum, ia a limites que achava não<br />
ter, quando de repente, sem aviso al-<br />
|52
Penha e Baiano Faito<br />
gum, numa curva que antecedia uma<br />
distância média de alta velocidade,<br />
vim fazendo o balé que imitava os<br />
grandes pilotos, a redução firme de<br />
marchas e freios muito fortes, corpo<br />
fora da motocicleta em pêndulo abusado<br />
e roda traseira que foi se desgarrando<br />
no asfalto me levando ao chão,<br />
carregando comigo o carburador diferenciado,<br />
instalado lateralmente, que<br />
na queda se desprendeu do bloco do<br />
motor, pondo fim de prova para mim,<br />
encerrando ali meu sonho de vitória.<br />
No ano seguinte, já em <strong>19</strong>75, vitima<br />
de outro acidente ainda mais grave,<br />
não vim mais para correr, e sim<br />
humildemente para aprender, pois<br />
nutria ainda as esperanças de algum<br />
dia voltar a pilotar, só assistindo e em<br />
um circuito novo, diferente daquele<br />
ao redor da Igreja de São Benedito,<br />
das versões anteriores.<br />
Nesta hora tive uma das maiores<br />
lições de humildade, própria dos<br />
grandes campeões. Acompanhando<br />
Penha (José da Penha Moreira), bicampeão<br />
Paulista da categoria e por<br />
sua sugestão, fizemos uma volta de<br />
reconhecimento da pista, fazendo<br />
uma caminhada de observação no<br />
que me sugeriu de limparmos um<br />
pequeno trecho, situação que nunca,<br />
nos melhores sonhos teria imaginado,<br />
de acompanhar um campeão com<br />
uma vassoura limpando uma área de<br />
escape. Sua observação para mim foi<br />
de que, na primeira volta, com certeza<br />
muitos pilotos chegariam juntos<br />
naquele local e era preventivo pensar<br />
em uma saída diferente de todos.<br />
Caminhamos lentamente até aquela<br />
esquina e de posse de uma vassoura<br />
para cada um, de forma paciente,<br />
varremos aquele cantinho inóspito.<br />
– “Se precisar é aqui que vou passar<br />
na hora do aperto”.<br />
Penha de complexão física muito<br />
leve, mecânico perfeccionista<br />
extraordinário que era, tinha em sua<br />
motocicleta um motor muito potente<br />
e ajustado, com muitas e muitas horas<br />
de trabalho e aperfeiçoamento,<br />
conseguindo com isso uma maravilhosa<br />
retomada de curva e manutenção<br />
de bom ritmo de corrida, pois<br />
sua italianinha Mondial era cercada<br />
de todos os detalhes, com o motor<br />
trabalhando sempre muito bem tanto<br />
em baixa como em alta rotação. A<br />
mesma possuía também carenagem,<br />
Diogo Faito<br />
o que lhe proporcionava quebrando o<br />
vento frontal, alguns Km a mais em<br />
velocidade final. Suspensão traseira<br />
redesenhada com amortecedores<br />
hidráulicos e de molas e ainda freio<br />
duplo dianteiro, recurso por demais<br />
apreciado aos grandes pilotos em<br />
suas estratégias vitoriosas, o que<br />
lhe dava o favoritismo para vencer a<br />
prova.<br />
Na caminhada a pé, um repórter<br />
esportivo local lhe perguntou: -<br />
“Como pensa vencer aqui?” e ele na<br />
sua santa ingenuidade respondeu:<br />
- “Correndo devagar”, o que foi motivo<br />
de chacota do entrevistador, que<br />
imediatamente retirou o microfone<br />
da direção de sua boca e foi embora<br />
sarcasticamente. A expressão “Correr<br />
devagar”, que eu só vim a entender<br />
com o tempo, significava para ele nas<br />
primeiras voltas, ter calma, paciência,<br />
não se arriscar tanto e nem à toa, esperando<br />
para ver como ia ser o ritmo<br />
da prova e depois focar no que realmente<br />
interessava.<br />
Terminada a prova com mais uma<br />
brilhante vitória sua, entre abraços e<br />
comemorações de todos nós, fomos<br />
novamente interrompidos pelo repórter,<br />
que agitado perguntou: -“Como é<br />
vencer aqui?” -“Correndo devagar....<br />
Correndo devagar.... Correndo devagar...<br />
seu babaca.” e risos para todos<br />
os lados.<br />
Velhos Tempos Belos Dias<br />
53|
SEU NOME ESTÁ NA RUA<br />
SAMUEL BRASIL BUENO - IN MEMORIAM<br />
Confeitaria Zoega, onde<br />
o mundo era mais doce<br />
Um verdadeiro artista do ramo de confeitaria, o dom de<br />
fazer doces herdados de seus antepassados.<br />
RENATO ZOEGA<br />
Renato nasceu em Rio Claro (29 de<br />
fevereiro de <strong>19</strong>04), sendo seus pais<br />
Guilherme Zoega, filho de suecos e<br />
Catharina Boller Zoega, filha de alemães.<br />
Renato teve três irmãos: Arthur,<br />
casado com Nena; Hilda, casada com<br />
Attílio Gignini e Ottília, casada com Licanor<br />
Brancini (todos falecidos). Ele<br />
fez seus estudos, do primário até o<br />
curso de Contabilidade, no Colégio<br />
Koelle na sua terra natal. Na década<br />
de 20 a família veio para Araraquara,<br />
onde fincaram raízes.<br />
Em 24 de setembro de <strong>19</strong>33,<br />
casou-se com Lucrécia Guaglianone<br />
(Nina), filha de Vicente Guaglianone e<br />
Sophia Guaglianone. O casal Renato<br />
e Lucrécia teve uma única filha: Nilza<br />
Maria, casada com Pedro Roberto<br />
Amaral em 6 de julho de <strong>19</strong>63. Deste<br />
casamente nasceu Renata, sua única<br />
neta que infelizmente Renato não<br />
chegou a conhecer.<br />
Batalhador, seguindo a tradição<br />
da família, Renato abriu a Confeitaria<br />
Zoega, na Avenida Espanha, entre<br />
as Ruas Nove de Julho e São Bento.<br />
Durante três décadas, de 30 a 60,<br />
a confeitaria foi o ponto de encontro<br />
de todas as gerações no centro da<br />
cidade. Crianças, jovens e adultos<br />
ali se encontravam para saborear as<br />
deliciosas bombas, cocadas, queijadinhas,<br />
bombocados e demais doces<br />
fabricados pelo Zoega, como era conhecido.<br />
Vendia seus doces também<br />
na região, bem como confeccionava<br />
bolos que enchiam de alegria as festas<br />
de aniversário e casamento.<br />
Foi um homem simples, bom e generoso.<br />
Em ocasiões especiais distribuía<br />
seus doces às crianças pobres<br />
dos orfanatos. Nos fundos da confeitaria<br />
funcionava uma fábrica, onde<br />
Renato podia dar emprego a muitos<br />
pais de família que o ajudavam na<br />
fabricação dos doces, entre eles, o<br />
José, que era o chefe da fábrica.<br />
Hoje, a neta Renata, que durante<br />
muitos anos ficou fora de Araraquara,<br />
trabalhando na vida artística pelo<br />
Brasil, está de volta para cuidar da<br />
sua mãe Nilza. Ela continua dançando,<br />
dando aulas de ballet e teatro, e<br />
fazendo vários trabalhos como modelo,<br />
apresentadora e influencer pela<br />
região... Dona Nilza, mesmo em tratamento<br />
não abandonou o trabalho<br />
voluntário, pois continua se dedicando<br />
ao “Grupo Coração” criado por ela<br />
há mais de 10 anos, confeccionando<br />
enxovais para bebês carentes, e gorros,<br />
meias, mantas, cachecóis para<br />
os idosos, que estão nos asilos e casas<br />
de caridade. Na herança, a filha,<br />
dona Nilza e sua neta Renata Zoéga<br />
continuam o trabalho que Renato<br />
Zoega começou para ajudar os mais<br />
necessitados.<br />
Renato Zoega e sua esposa Nina<br />
|54
Renato na porta da sua confeitaria e ao<br />
fundo a esposa Nina<br />
Sua segunda paixão era a pescaria.<br />
Saia com seus companheiros “Pedrão”<br />
e Jydalo Jorge no seu “fordinho<br />
29” e iam para a beira do rio. Seu<br />
segundo sonho foi realizado certa feita,<br />
quando a turma do Totó Casella foi<br />
passar 15 dias pescando no Rio Coxim,<br />
Mato Grosso. Chegou a escrever<br />
um diário contando a famosa viagem:<br />
“A Caravana da Moleza”.<br />
Renato amava os pássaros e criava<br />
periquitos australianos. Possuía um<br />
enorme viveiro, onde os periquitos,<br />
canários e pintassilgos ficavam soltos<br />
como se estivessem no seu próprio<br />
“habitat”. A lembrança de sua figura<br />
esguia, calvo, doceiro, pescador e<br />
amigo permanece viva nos corações<br />
daqueles que o conheceram e com<br />
ele conviveram.<br />
Renato na festa de formatura de sua filha<br />
Nilza, no antigo Teatro Municipal<br />
Filha Nilza, o genro Pedro e a neta Renata<br />
Renato Zoega faleceu no dia <strong>19</strong> de<br />
novembro de <strong>19</strong>63, com apenas 59<br />
anos, longe da “sua confeitaria”, pois<br />
já havia vendido para um seu parente,<br />
que manteve a tradição por mais<br />
alguns anos. Sua esposa, dona Nina,<br />
faleceu aos 88 anos, no dia <strong>19</strong> de<br />
janeiro de <strong>19</strong>96.<br />
Dona Nilza e Renata, filha e neta<br />
de Renato Zoega<br />
SEU NOME ESTÁ NA RUA<br />
Seu nome está na rua através do<br />
decreto nº 5009, de 11 de abril de<br />
<strong>19</strong>84, que passou a denominar Avenida<br />
Renato Zoega, a Via Pública conhecida<br />
por Avenida “D”, do Loteamento Imperatriz,<br />
que tem seu início na divisa da<br />
propriedade de Serafim Bernardo e o o<br />
seu término na Avenida “E”.<br />
55|
Série<br />
Bandas e<br />
Grupos Musicais<br />
da Cidade<br />
Texto<br />
Juraci Brandão<br />
de Paula<br />
O baile vai começar.<br />
No palco, o Grupo 5.<br />
Dos anos 60 aos 80, a cidade<br />
viveu a febre dos grandes<br />
grupos musicais também<br />
chamados de bandas ou<br />
conjuntos, animando bailes e<br />
brincadeiras dançantes. Com<br />
isso despontaram excelentes<br />
músicos.<br />
Em meados de <strong>19</strong>69, Pedro Caldeira,<br />
então funcionário do Departamento<br />
de Estrada de Rodagem do<br />
Estado de São Paulo – DER, decidiu<br />
investir no ramo musical e formou o<br />
grupo “Os Bruxos”. A ideia deu tão<br />
certo que Caldeira acabou montando<br />
mais três conjuntos: “Grupo 5”,<br />
“Impacto” e “Brasilian Sound”. Era a<br />
Promoções Artísticas Caldeira da Silva,<br />
que vendia os quatro conjuntos da<br />
empresa além de outros que também<br />
representava.<br />
Mazzei, Arlindo, Haroldo, Betão, Aníbal e Paulo, primeira formação do Grupo 5 em <strong>19</strong>72. Foto tirada<br />
às margens da rodovia Washington Luís<br />
GRUPO 5 EM <strong>19</strong>72<br />
Sérginho Sanchez, Paulo<br />
Benetti e Flavinho Gattaz em<br />
momento de descontração<br />
(final de <strong>19</strong>73)<br />
O músico João Carlos Mazzei conta<br />
que, quando Caldeira começou a<br />
montar Os Bruxos, o convidou para<br />
tocar. Como tinha apenas quinze<br />
anos, Caldeira teve que falar com o<br />
seu pai, João Mazzei, que também<br />
era seu colega de trabalho no DER.<br />
O pai concordou mas impôs condições.<br />
Iria acompanhar o filho, menor<br />
de idade, nos locais onde o conjunto<br />
fosse se apresentar. Realmente, em<br />
todos os bailes dos Bruxos na nossa<br />
região, sempre tinha uma mesa reservada<br />
para o João Mazzei, sua esposa<br />
Maria Aparecida Alves Mazzei e a filha<br />
Vânia Maria. Por motivos escolares o<br />
Mazzei acabou saindo do conjunto.<br />
Entretanto ao criar o Grupo 5, Caldeira<br />
foi buscá-lo novamente que, agora<br />
com 18 anos, já não precisou mais da<br />
autorização dos pais. O Betão, Arlindo,<br />
Haroldo e Paulão já estavam no<br />
grupo e ensaiando. Então chegou o<br />
Mazzei e, posteriormente, veio o Aníbal.<br />
O Paulão confessa que eles todos<br />
eram praticamente iniciantes, exceção<br />
feita ao Aníbal que tinha tocado<br />
nos Atômicos e ao Mazzei nos Bruxos.<br />
Então, segundo o Arlindo, a primeira<br />
formação ficou da seguinte forma:<br />
José Roberto de Oliveira (Betão), baixo<br />
e voz; Paulo Cezar Benetti Mendes<br />
(Paulão), bateria; João Carlos Mazzei,<br />
teclado; Haroldo Ribeiro da Silva, sax;<br />
Arlindo Pires, guitarra base e vocal e<br />
Aníbal Ângelo Romano, guitarra solo.<br />
|56
A segunda<br />
formação<br />
do Grupo 5<br />
por volta de<br />
<strong>19</strong>74 em foto<br />
tirada na casa<br />
do prefeito<br />
Clodoaldo<br />
Medina. O<br />
uniforme foi<br />
inspirado na<br />
capa do LP da<br />
Banda Black<br />
Sabbath<br />
Definidos os músicos, começaram<br />
os ensaios para montar um repertório<br />
para bailes jovens, com músicas que<br />
passavam por vários cantores e grupos<br />
como Tim Maia (“Eu amo você”,<br />
“Azul da cor do mar”, “É primavera”),<br />
Terry Winter (“Summer holiday”) e<br />
pelos Pholhas (“My mistake”). Incluía<br />
também clássicos da excelente banda<br />
norte-americana de soft-rock, o grupo<br />
Bread, com suas canções românticas<br />
como: “If” de <strong>19</strong>71 e“Baby I’m<br />
a want you”, “Everything I own”,“The<br />
guitarman”e “Down on my knees”,<br />
todas de <strong>19</strong>72.<br />
O uniforme era um terno vermelho<br />
e, o primeiro baile, foi o réveillon de<br />
<strong>19</strong>72 em Ibitiuva, um povoado com<br />
cerca de 2.000 habitantes na época,<br />
distrito de Pitangueiras/SP, onde o<br />
Paulão tinha morado.<br />
Os bailes eram mais nas cidades<br />
da nossa região, e lá estava sempre<br />
o médico, advogado e professor, Dr.<br />
Guaracy Lourenço da Costa (já falecido),<br />
amigo da família Mazzei, que<br />
adorava o grupo. Com o passar do<br />
tempo e maior experiência e entrosamento<br />
dos músicos, Caldeira passou<br />
a vender bailes também em algumas<br />
cidades de outros estados, como o<br />
norte do Paraná, sul de Goiás e Minas<br />
Gerais.<br />
No final de <strong>19</strong>73, com a saída<br />
de alguns componentes, o conjunto<br />
adotou o nome de “Paranóia”, tendo<br />
a seguinte formação: Paulo Benetti<br />
(bateria), Sergio Sanches (baixo e<br />
voz), Luiz Antonio Pavan (guitarra),<br />
Flavio Gattaz (teclado e voz), Marco<br />
Antônio Pascoal (Totó / voz e percussão).<br />
Depois de sua primeira fase, a<br />
banda passou por essa outra, que podemos<br />
chamar de intermediária, que<br />
durou pouco tempo. Pedro Caldeira<br />
constatou que o novo nome não era<br />
sugestivo o bastante e não ajudava a<br />
vender os bailes.<br />
Grupo Paranóia em<br />
<strong>19</strong>73: Sérgio Sanches,<br />
Marco Antonio Paschoal<br />
(Totó) e Wilson Pesse<br />
(técnico de som). O<br />
motorista da Kombi que<br />
não está na foto era o<br />
Fiscarelli.<br />
O Grupo 5 com seis componentes:<br />
Haroldo, Betão e Arlindo; Paulo, Mazzei e<br />
Aníbal (<strong>19</strong>72)<br />
Haroldo,<br />
Mazzei, Arlindo,<br />
Betão e Aníbal,<br />
integrantes do<br />
Grupo 5 em sua<br />
primeira fase<br />
57|
A ÚLTIMA PARADA<br />
Os músicos então retornaram o<br />
nome para “Grupo 5”, adquiriram<br />
novos instrumentos e aparelhagens,<br />
deixaram Pedro Caldeira, passando a<br />
ser independentes e exclusivamente<br />
empresariados agora pela Som de<br />
Ouro – Promoções Artísticas Ltda,<br />
de Pedro Rodrigues (Mugão). Essa<br />
segunda e última fase durou até final<br />
de <strong>19</strong>75.<br />
Gattaz conta que nesta formação<br />
a banda ficou madura, com músicos<br />
Anos depois Luizinho Pavan, Serginho Sanchez, Flávio Gattaz e Paulo Benetti<br />
se encontram com o redator da nossa revista, Juraci Brandão de Paula<br />
mais experientes, exceção feita apenas<br />
no seu próprio caso. Som mais<br />
pesado e melhor qualidade, graças<br />
aos novos equipamentos, deram um<br />
toque de requinte.<br />
O repertório adequado para bailes<br />
agradava o público formado de jovens<br />
e adultos, tocando Deep Purple,<br />
Sant’Anna, Pink Floyd mas também<br />
sambas, boleros e músicas românticas.<br />
Passaram a tocar em cidades<br />
da região como Jaú, Bauru, Ribeirão<br />
Preto, Bebedouro, Sertãozinho, Barretos,<br />
com o calendário fechado para<br />
o ano todo em cidades nos estados<br />
vizinhos, por sinal onde já tocavam<br />
(norte do Paraná e sul de Minas Gerais<br />
e Goiás).<br />
|58
APOIO:<br />
Por Sérgio Sanchez<br />
O Rei<br />
do Rock<br />
Tudo e mais alguma coisa já foi falado<br />
sobre este cara bonitão, talentoso,<br />
milionário e com muitas histórias para<br />
contar. Elvis até hoje é idolatrado e<br />
seus discos continuam a vender mais<br />
do que antes, sendo considerado um<br />
fenômeno no mundo da música.<br />
LANTERNINHA DE CINEMA<br />
Nasceu em 12 de setembro de<br />
<strong>19</strong>48, em Tupelo Mississipi de um<br />
parto difícil, de gêmeos, onde seu<br />
irmão não sobreviveu, logo depois<br />
sua família muda-se para Memphis,<br />
Tennessee, onde viveu toda sua infância.<br />
De família pobre, trabalhou<br />
como lanterninha de cinema e como<br />
caminhoneiro. Em <strong>19</strong>53, concluiu<br />
seus estudos secundários. Começou<br />
cantando no coro da igreja, aprendendo<br />
guitarra e participando de concursos<br />
musicais na cidade.<br />
UM CANTOR BRANCO<br />
CANTANDO BLUES<br />
Toda sua influência musical está no<br />
country, blues e na música gospel. Tudo<br />
começa com algumas gravações bem<br />
amadoras feitas para o aniversário de<br />
sua mãe. Em <strong>19</strong>54, estas gravações<br />
chamaram a atenção de Sam Phillips,<br />
dono da “Sun Records” que buscava<br />
algo diferente, a procura de um cantor<br />
branco que cantasse blues. E encontrou<br />
Elvis.<br />
Em <strong>19</strong>54 Elvis gravou seu primeiro<br />
disco, um compacto com as músicas<br />
“That’s all right” e “Blue Moom of Kentucky”.<br />
Suas apresentações encantavam<br />
as plateias. No dia 2 de outubro fez<br />
sua primeira apresentação fora de seu<br />
estado, em Atlanta, Geórgia. O sucesso<br />
foi imediato e com seus rebolados<br />
e sua performance, enlouqueceram todas<br />
as cidades por onde se apresentou.<br />
SUCESSO INTERNACIONAL<br />
Em <strong>19</strong>55, contratado pela gravadora<br />
RCA, o sucesso toma formas internacionais,<br />
com sucesso atrás de sucesso.<br />
Vieram os filmes (o primeiro Love Me<br />
Tender -<strong>19</strong>56). Os amigos como Frank<br />
Sinatra, o encontro com os Beatles,<br />
shows, filmes muitos acontecimentos<br />
em sua vida tumultuada, resultado da<br />
fama e do estrondoso sucesso em todo<br />
o mundo.<br />
O FIM<br />
Nos anos 70, Elvis realiza grandes<br />
shows e se apresenta em Las Vegas,<br />
em várias temporadas. Grava novo disco<br />
e as músicas “Suspicious Minds”, “In<br />
the Ghetto”, despontam nas paradas.<br />
Seu rebolado provoca reações histéricas<br />
nas plateias. Em janeiro de <strong>19</strong>73,<br />
separa-se de Priscilla Presley.<br />
No auge de sua carreira, apresenta<br />
sérios problemas de saúde, acima do<br />
peso e viciado em remédios controlados<br />
evita aparecer em público. No dia<br />
21 de junho de <strong>19</strong>77, Elvis fez seu último<br />
show em Los Angeles. No dia 16 de<br />
agosto aos 42 anos Elvis Presley morre,<br />
de ataque cardíaco.<br />
Frank Sinatra e Elvis<br />
59|
Crianças em casa<br />
VIP<br />
VIDA SOCIAL por Maribel Santos<br />
Olá, querido leitor! O mês de julho é sinônimo de alegria, muitas atividades e férias<br />
em família. E você já preparou sua lista para se divertir com os seus pequenos durante<br />
o período? Mesmo que a viagem não ocorra, é possível proporcionar dias incríveis na<br />
cidade para que os filhotes recarreguem a bateria para o resto do ano. Mas, além de<br />
muita diversão procure se possível encaixar períodos que eles curtam sua companhia em<br />
casa. Que tal iniciar uma leitura gostosa de alguma aventura de tirar o fôlego? Estimule<br />
a criatividade das crianças e coloque em prática o contador de histórias que habita em<br />
você. Outra dica bacana é ir para a cozinha e preparar algo fácil e gostoso para o lanche.<br />
As crianças crescem e as lembranças ficam, pense nisso e ótimas férias!<br />
Camila Criscolin<br />
Marção, Daniele<br />
Belentani e Patrícia<br />
Oliveira<br />
Maria Raquel Rossi<br />
e Samira Serra<br />
Luciana Pavão, Marta Carvalho<br />
e Karina Oliveira<br />
Shayra Lobo, Clau<br />
Almeida e Thiago<br />
Albuquerque<br />
|60
VIP<br />
Ingrid Dias e<br />
Quele Quadrado<br />
Adriana Baracat Cortese<br />
Conde e Maria Aparecida<br />
de Paula<br />
Juliana Caracho<br />
Nunes e Carolina<br />
Carvalho de Oliveira<br />
61|
Maribel Santos<br />
VIPS<br />
EM DESTAQUE<br />
Além mar...<br />
Empresários portugueses estiveram na<br />
cidade realizando o Business Day.<br />
O objetivo do evento foi fomentar o<br />
empreendedorismo local e aquecer<br />
o mercado consumidor oferecendo<br />
novas tecnologias e modelo<br />
de consumo.<br />
Luiz Felipe<br />
Scaranti Navarro<br />
do Sebrae/<br />
Araraquara,<br />
o empresário<br />
de Américo<br />
Brasiliense, Lucas<br />
Henrique<br />
da Silva e o<br />
empresário<br />
português<br />
Tiago Coelho<br />
O empresário português<br />
Humberto Roussado Pinto<br />
Clube Araraquarense<br />
Mariana Toyoshima<br />
Alexandra Martins Castelli<br />
Fotos: Marcela Campos<br />
Leila Zaniolo Paulucio e Paulo Antônio Paulucio<br />
Antonio Augusto Dias, Edil Leme, João Rossi e<br />
Paulo Sérgio Campos Leite<br />
|62
VIP<br />
63|
VITRINE<br />
VITRINE<br />
DA REDAÇÃO<br />
JOÃO CARLOS<br />
SEMPRE AMIGOS<br />
Tu Patreze e o reencontro com<br />
o amigo Chalin Savegnago<br />
em um momento importante<br />
para a economia local. Ambos<br />
sempre atuaram no mesmo<br />
ramo de atividade<br />
Tuca Serraglio e Beth Jamarino<br />
Serraglio<br />
Érica Garutti, diretora da Business Class, comemorando<br />
parceria feita com a ASPA em Araraquara<br />
Hilário Eleutério de Souza e esposa Carmem<br />
em visita a nossa redação<br />
ANIVERSÁRIOS<br />
Julho|20<strong>19</strong><br />
A diretoria do SINCOMERCIO cumprimenta todos os aniversariantes<br />
DATA<br />
NOME<br />
EMPRESA<br />
DATA<br />
NOME<br />
EMPRESA<br />
01/07<br />
01/07<br />
01/07<br />
01/07<br />
03/07<br />
03/07<br />
03/07<br />
03/07<br />
04/07<br />
05/07<br />
06/07<br />
06/07<br />
09/07<br />
09/07<br />
10/07<br />
10/07<br />
11/07<br />
11/07<br />
12/07<br />
13/07<br />
Cícero Dalla Vecchia<br />
Lais de Souza Lima<br />
Rita de Cássia França Saião<br />
Sergio Fernandes<br />
Atílio Luiz Mori<br />
Eliete Pena A. Ferreira<br />
Juliana Cecchetto<br />
Marlene Dulcineia Sualdini<br />
Viviane Mascarin Guidelli<br />
José Benedito Pilon<br />
Jose Antonio Neves<br />
Marlene Porsani<br />
Derli Vitorino Derencio<br />
Neusa Maria Medeiros<br />
Diego Luiz Martins<br />
Ricardo João Mahfuz<br />
Luis Carlos Barelli<br />
Valentin Sérgio Rodela<br />
Aparecido Antonio Rodela<br />
Silas Compre<br />
Lojas Cem<br />
Agulinha<br />
Rita Sayão<br />
Dream Store Colchões<br />
Amalfi Mori Peças<br />
Vestylle Mega Store<br />
Drogaria Total Unid. São Bruno<br />
Graciano R Affonso/GRA Tratores<br />
Mark’s Tintas<br />
Jopasa<br />
União Formaturas<br />
Drogaria Borsari<br />
Vitorino Imobiliária<br />
Magazine Fascinação<br />
Jock’os<br />
J Mahfuz<br />
Esc. Barelli de Contabilidade<br />
Drogaria Iguatemy<br />
Drogaria Iguatemy<br />
Esc. Exatus de Contabilidade<br />
13/07<br />
15/07<br />
16/07<br />
17/07<br />
17/07<br />
18/07<br />
<strong>19</strong>/07<br />
20/07<br />
22/07<br />
22/07<br />
22/07<br />
23/07<br />
23/07<br />
25/07<br />
25/07<br />
26/07<br />
28/07<br />
30/07<br />
30/07<br />
31/07<br />
Udilce Zago Nogueira<br />
Alexandre Aurélio Harteman<br />
Jose Antonio dos Santos<br />
Aliene dos Santos<br />
Daniel Gustavo Ciriani da Silva<br />
Nelson Carlos Biancolini<br />
Eliane Fátima Tedeschi Barros<br />
Eliana Michetti R. Laurini<br />
Edna Souza Costa<br />
Gerson Meneghesso<br />
Thiago Acquarone Gomes<br />
Clari Benjamin Pancera<br />
Luiz Camilo Trevisan<br />
Carlos Lucas Romero<br />
Lúcia Zambon Fornielles<br />
Eugenio Lamoréa<br />
Romoaldo Smirne<br />
Maria Braghini Mori<br />
Ricardo Caparelli<br />
Benedito Aquino<br />
Odontoclinic<br />
Help Informática<br />
Imobiliária São Paulo<br />
Armazém da Cesta<br />
Mundo Verde<br />
Autoara Veículos<br />
Liceu Monteiro Lobato<br />
Francine Jóias<br />
Passarinho Hortifruti<br />
Esfera Musical<br />
Imobiliária São Paulo<br />
Alfaiataria Del Rey<br />
Esc. Trevisan de Contabilidade<br />
Esc. São Lucas de Contabilidade<br />
Francisco Fornielles Contabilidade<br />
Comercial Lamoréa<br />
Smirne Madeiras e Mat. Construção<br />
Amalfi Mori Peças<br />
Móveis Caparelli<br />
Chaveiro Pavanelli<br />
|64
Sergio que é Bonini, em sua loja na 9 de Julho<br />
O MAIS QUERIDO<br />
Em grande estilo, o Clube 22 de<br />
Agosto reeditou sua tradicional<br />
festa junina com a presença de<br />
associados e convidados.<br />
Zeni Almeida e José Augusto<br />
Chrispim<br />
Cristiane e André de Souza<br />
Jô Pool e Di Factus<br />
Vinicius Rangel, Fábio<br />
Carneiro, Nélvio De Vito e<br />
Marco Matos, na Coopercitrus<br />
Stefano Keller e Josi e os seus<br />
<strong>19</strong> anos de casados<br />
Fernanda Pomim e José<br />
Roberto Cobra<br />
Família Souza e Silva reunida em junho para comemorar festa junina<br />
sob o comando da matriarca Zilah Pinto<br />
65|
Luís Carlos<br />
BEDRAN<br />
Sociólogo e cronista da Revista Comércio,<br />
Indústria e Agronegócio de Araraquara<br />
A imortalidade e o provérbio chinês<br />
O homem não se conforma em ser<br />
mortal. Ele crê ser diferente dos outros<br />
seres mortais, ele não se considera fazendo<br />
parte dos seres que integram<br />
o inevitável ciclo da vida e da morte.<br />
Ao contrário, julga, arrogantemente,<br />
pertencer a uma espécie única, privilegiada<br />
do universo. Todos os seres vivos<br />
morrerão um dia e tornar-se-ão pó.<br />
Ele não, vai mais além, muito além<br />
da morte comum, pois crê na imortalidade<br />
da alma, ou do espírito — que<br />
define a seu bel prazer. Acredita, porque<br />
é inteligente, porque é racional.<br />
Nisso ele supera os demais seres, que<br />
julga irracionais, muito embora a ciência<br />
atual esteja provando que a inteligência<br />
não é exclusiva do ser humano.<br />
Mas a razão é uma faca de dois<br />
gumes: ao mesmo tempo que eleva<br />
o homem às alturas, ela o conduz à<br />
angústia existencial da qual raramente<br />
consegue escapar. E suas fugas podem<br />
ser encontradas ou na religião,<br />
na filosofia ou até mesmo em ambas<br />
ao mesmo tempo.<br />
Se o pensar demais para ele torna-se<br />
doloroso, procura reagir com<br />
o não-pensar, o que não deixa de ser<br />
uma forma de pensar, mas esta possui<br />
uma vantagem especial: a ausência de<br />
angústia, com a ausência da razão. Então,<br />
ele livra-se da pungente condição<br />
humana em permanente crise existencial<br />
com o viver, pura e simplesmente.<br />
Como ele é um inconformista, com<br />
sua breve passagem pela vida, tenta<br />
escapar dessa sua mediocridade. Para<br />
isso acredita piamente na imortalidade,<br />
não de seu corpo, nem de sua carne,<br />
mas de sua alma, de seu espírito.<br />
Ele tem de ser, quer ser diferente dos<br />
animais, pois estes não possuem alma.<br />
Ele sim. Aqueles morrem; ele tem uma<br />
sobrevida espiritual, pois para isso ele<br />
pensa.<br />
Essa é uma das grandes molas da<br />
religião, além da crença na existência<br />
de Deus, que supostamente o criou, à<br />
sua imagem e semelhança, pois não<br />
basta apenas acreditar Nele: há de<br />
se acrescentar também a crença na<br />
imortalidade da alma, de seu espírito.<br />
Encontrou-se uma fórmula ideal para<br />
se passar pela vida sem tanta turbulência,<br />
sem tanta dúvida: crer num<br />
ente supremo e na imortalidade do<br />
espírito.<br />
Mas sem querer aprofundar-se no<br />
assunto — o que é a alma, o que é o<br />
espírito? — o homem acha que encontrou<br />
também uma outra forma de<br />
escapar da mortalidade, ou, pelo menos,<br />
de protelá-la ao máximo possível.<br />
E a maneira encontrada foi a de tentar<br />
aplicar um antigo provérbio chinês,<br />
que não é apenas uma receita de realização<br />
pessoal, mas, sobretudo, o da vã<br />
pretensão de tentar alcançar a imortalidade,<br />
e que é a de ter filhos, plantar<br />
uma árvore e escrever um livro.<br />
Então, ter filhos não é somente<br />
propagar sua espécie, sua raiz genética,<br />
mas também procurar ser lembrado<br />
por sua descendência, que<br />
pode ultrapassar gerações; da mesma<br />
forma, plantar uma árvore, querendo<br />
provar que não somente fez algo de<br />
útil à humanidade, mas também esperar<br />
ser lembrado por isso por muito<br />
tempo e finalmente escrever um<br />
livro, que é não somente contar sua<br />
experiência pessoal, mas também e<br />
principalmente legar aos pósteros o<br />
seu pensamento.<br />
Se ele não acreditar nem em Deus,<br />
e menos ainda numa vida futura após<br />
a morte, tentará aplicar aquele provérbio.<br />
Mas aí também ele estará enganando-se<br />
a si próprio, pois, mesmo<br />
que consiga realizar seus desejos —<br />
ter um filho, escrever um livro e plantar<br />
uma árvore —, assim mesmo não<br />
conseguirá atingir seu objetivo máximo,<br />
que é o de ser lembrado eternamente,<br />
o que significa não morrer na<br />
memória dos outros.<br />
Porque tanto sua descendência,<br />
quanto sua obra são transitórias. Ele<br />
será lembrado por algum tempo, mas<br />
não durante todo o tempo. No máximo<br />
por uma ou duas gerações e aí<br />
então cairá no esquecimento eterno.<br />
Na terceira ou quarta geração, vagas<br />
serão as lembranças, além do que a<br />
árvore um dia morrerá, nem sempre<br />
produzirá frutos e o seu livro talvez<br />
será encontrado num sebo de quarta<br />
categoria, isso se não for vendido por<br />
quilo para reciclagem de papel. Essa<br />
é a regra.<br />
Há exceções. A obra de Platão permanece<br />
há 2500 anos, os livros clássicos<br />
perduram, mas um dia também<br />
serão deixados de lado. Seus descendentes<br />
já se foram há muito, restando<br />
apenas seus ensinamentos na memória<br />
dos homens. E as sequoias são árvores<br />
fósseis, de outras eras.<br />
De onde chega-se à inevitável<br />
conclusão de que a imortalidade<br />
não existe mesmo. Por isso o homem<br />
precisa deixar de querer ser Deus para<br />
recolher-se à sua humilde condição de<br />
um simples mortal, como todos os outros<br />
seres vivos do universo.<br />
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