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isso, como se fosse horrível ser chamada de lésbica. M<strong>as</strong> se eu não sou<br />
homofóbica, por que isso me incomoda? Não entendo.<br />
— Quais os nomes dos garotos que fazem isso com você?<br />
— As garot<strong>as</strong> também fazem.<br />
— Diga o nome de todo mundo.<br />
— É sério, isso?<br />
— Muito sério.<br />
— É muita gente. O que você faria se eu lhe desse uma lista de nomes?<br />
— Eu resolveria o problema.<br />
— Como <strong>as</strong>sim? Você não pode sair enfrentando todo mundo, Alex.<br />
— Claro que posso! — exclamou ele, sua voz falhando. — A gente tem que<br />
enfrentar todo mundo que for preciso, senão nada muda! Nada!<br />
Ficamos em silêncio por um tempo, até que pedi:<br />
— Não faça nada arriscado. Você me promete?<br />
— Que risco eu corro em conversar com uns coro<strong>as</strong> conservadores? —<br />
Naquele momento, seu sorriso me disse que a raiva havia p<strong>as</strong>sado e que ele<br />
estava no controle outra vez. — Será que vão me obrigar a cortar a grama<br />
perfeita do jardim deles? A lavar seus carrões?<br />
— Não sei. Só estou com um pressentimento ruim.<br />
— Então vamos mudar isso — disse ele, já se aproximando para um beijo.<br />
E depois de um tempo eu saí do carro para entrar em c<strong>as</strong>a.<br />
Encontrei minha mãe bebendo vinho sozinha na cozinha. Restava apen<strong>as</strong> um<br />
terço da garrafa.<br />
— Está tudo bem, mãe?<br />
— Sim, tudo bem. — Su<strong>as</strong> palavr<strong>as</strong> saíam apen<strong>as</strong> ligeiramente arr<strong>as</strong>tad<strong>as</strong>. —<br />
Eu estava guardando esse vinho Diamond Creek Gravelly Meadow de 2002 para<br />
uma oc<strong>as</strong>ião especial, e achei que hoje podia ser esse dia. Você acha que a gente<br />
precisa reformar a cozinha? Estou aqui sentada olhando em volta e parece que<br />
estamos vivendo sete anos no p<strong>as</strong>sado. Precisamos dar uma renovada!<br />
— Hã… pode ser.<br />
— Exato, uma reforma imediata!<br />
— Tipo… agora?<br />
— Não existe melhor momento que o agora.<br />
— Podemos esperar até eu me formar? Não sei se aguento mais mudanç<strong>as</strong>.<br />
— Deixamos para o verão, então?<br />
— É, se for possível. Eu prefiro. Até lá, talvez já tenham surgido outr<strong>as</strong>