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Edição 09 - Revista Winner ABC

Entrevista Especial com Rogério Dutra Silva. Leia na Integra. Revista Winner ABC é a revista de tênis da sua região. Aqui você encontra dicas sobre saúde, prevenção de lesões, torneio, técnicas e muito mais.

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Sem medo<br />

da transição<br />

Melhor brasileiro do último Australian Open Juvenil, bernardense<br />

Igor Gimenez avisa que está preparado para o profissionalismo;<br />

tenista não se assusta em fazer mudanças no jogo<br />

Antonio Kurazumi<br />

Divulgação<br />

No Aberto da Austrália, primeiro Grand<br />

Slam da temporada, Igor Gimenez<br />

só parou nas oitavas de final e fez<br />

a melhor campanha entre os brasileiros na<br />

chave juvenil. Entretanto, os resultados não<br />

vêm em primeiro lugar para o atleta de São<br />

Bernardo. Com apenas 18 anos e estimulado<br />

pelo trabalho no Instituto Tênis, organização<br />

sem fins lucrativos que tem como meta levar<br />

um tenista para o topo do ranking mundial<br />

até 2033, o tenista adaptou o próprio jogo e<br />

a mentalidade. Para Gimenez, a cultura de se<br />

cobrar vitórias de imediato no país impede o<br />

desenvolvimento dos jogadores.<br />

“A gente pode pegar o exemplo de dois<br />

gigantes do tênis, o Federer e o Nadal, que<br />

conquistaram tudo, mas mesmo assim se<br />

permitiram mudar, tiveram humildade para<br />

mudar e melhorar. Se até eles tiveram que<br />

pagar o preço, quem somos nós (juvenis) para<br />

não pagar”, questiona o jovem, prestes a entrar<br />

no profissionalismo.<br />

Para compreender a carreira e a visão de<br />

Gimenez sobre o tênis, é necessário voltar no<br />

tempo. Ele começou a jogar por influência do<br />

irmão - disputou os primeiros campeonatos<br />

na Liga <strong>ABC</strong> (veja na foto abaixo), onde vencia<br />

com frequência meninos dois anos mais velhos<br />

- e, em pouco tempo, se transformou em<br />

promessa do país. Foi o número 1 do Brasil<br />

aos 12 anos, quando despertou o interesse do<br />

Instituto Tênis.<br />

“Eu era muito competitivo, lutava por todos<br />

os pontos e acabava brigando um pouco mais<br />

que os outros meninos pela vitória. Isso foi<br />

algo que me fez ganhar muito com 12 anos,<br />

mas não foi uma coisa boa necessariamente,<br />

pois me trouxe uma falsa ilusão sobre como<br />

era o circuito”, recorda.<br />

Nas temporadas seguintes, o tenista do <strong>ABC</strong><br />

conquistou títulos dos sonhos para garotos em<br />

fase de formação, como o Banana Bowl, Copa<br />

Gerdau e o Sul-Americano. Entretanto, perto<br />

dos 15, não se via jogando bem e amadureceu<br />

graças ao suporte dos profissionais do Instituto.<br />

“Tive que mudar a empunhadura da minha<br />

direita, esse é um problema de vários meninos<br />

também”, explica Igor Gimenez. “A maior<br />

diferença que senti quando cheguei no<br />

Instituto foi a maneira como tratam a rotina<br />

e os treinamentos, eles mostram exatamente<br />

o caminho que você tem que percorrer para<br />

chegar onde quer”, acrescentou.<br />

Instalado em Barueri, o Instituto Tênis tem no<br />

juvenil um de seus potenciais candidatos a<br />

número 1 do mundo. “Com certeza isso passa<br />

pela minha cabeça. Nós sempre trabalhamos<br />

para jogar um tênis moderno, bem agressivo,<br />

que vai dar certo no futuro, isso é algo que<br />

vejo que falta muito no Brasil. No país, temos<br />

a cultura de querer sempre o resultado de<br />

imediato e isso, às vezes, não deixa o tenista<br />

fazer grandes alterações na mentalidade e<br />

no jogo, fundamentais para se atingir o real<br />

potencial”, opinou.<br />

Moldado no Instituto para fazer um pouco<br />

de tudo, como salientou na entrevista, como<br />

subidas à rede, devolução de dentro da quadra<br />

e saber manter o nível em todos os tipos de<br />

quadra, Gimenez subiu mais degraus na carreira.<br />

No ano passado, somou o primeiro ponto na<br />

ATP e no Aberto da Austrália nenhum brasileiro<br />

avançou tanto na competição quanto ele.<br />

“Foi uma experiência incrível na Austrália, viver<br />

aquele ambiente, ver como os profissionais se<br />

comportam para estar lá. Sabia que poderia<br />

conseguir um resultado bom. Eu vinha bem,<br />

acho também que meu jogo se adapta à<br />

quadra rápida”, diz o bernardense, que não<br />

se preocupa com a iminente transição para o<br />

profissionalismo. “Não me assusto, acredito<br />

que é uma coisa que venho me preparando faz<br />

tempo, não vai ser fácil, mas tenho claro o que<br />

tenho de fazer.”<br />

PATROCÍNIOS<br />

A proximidade do profissionalismo exige a<br />

presença cada vez mais constante na Europa,<br />

mas a questão financeira é um problema. O<br />

Instituto - por meio de leis de incentivo - ajuda,<br />

e muito, mas o juvenil busca também o auxílio<br />

de patrocinadores para ter a chance de jogar o<br />

número de torneios necessários. Recentemente,<br />

por exemplo, o pai tirou do próprio bolso a verba<br />

para uma tour pelo velho continente.<br />

A ideia é se firmar nos futures nesse restante<br />

de temporada, antes de subir o nível em 2019.<br />

<strong>Revista</strong> <strong>Winner</strong> | 10

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